sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A CRUZ DE CRISTO - 02 – A CENTRALIDADE DA CRUZ DE CRISTO


I.                    O SINAL E O SÍMBOLO DA  CRUZ.

Diversas religiões e ideologias possuem um simbolismo que as identifica.

·         O islamismo – meia lua;
·         O judaísmo moderno – a estrela de Davi;
·         O marxismo – o martelo e a foice;
·         O cristianismo – a cruz.

A história da Igreja informa que houve algumas tentativas antes de os cristãos elegerem a cruz como uma referencia. Uma bem conhecida é a figura de um peixe, por esconder nessa marca as iniciais, em grego, o nome de Jesus Cristo.

Nos primeiros anos da historia da Igreja, a cruz era algo extremamente repugnante por ser um instrumento utilizado pelos romanos para executar escravos e estrangeiros à morte. Já os judeus julgavam estarem sob a maldição de Deus todos os que fossem pendurados em madeiros - "o seu cadáver não poderá ficar ali durante a noite, mas tu o sepultarás no mesmo dia; pois aquele que é pendurado é um objeto de maldição divina. Assim, não contaminarás a terra que o Senhor, teu Deus, te dá por herança". (Dt 21,23).

Paulo observa como o incrédulo de seu tempo abominava a mensagem da cruz - "A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina". (1Cor 1,18). Houve alguém que desenhou um homem com cabeça de burro, crucificado,a fim de ridicularizar a fé cristã.
Entretanto, mesmo com riscos e afronta que os cristãos sofriam pelo símbolo da cruz, esta figura foi adotada por ser o centro da  mensagem por eles anunciada.

II.                  A PERSPECTIVA DE JESUS.

Quando Jesus, ao iniciar Seu ministério em Caná da Galiléia, afirma a Maria que ainda não era chegada sua hora - "Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou". (Jo 2,4), deixa claro que sempre teve consciência da natureza d e sua morte.

Lucas descreve a clareza que ele tinha a respeito do que as escrituras expunham a seu respeito - "E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras". (Lc 24,27). Jesus reconhecia  que nEle se cumpriria a palavra de Isaias, de que seria contado como um malfeitor - "Pois vos digo: é necessário que se cumpra em mim ainda este oráculo: E foi contado entre os malfeitores (Is 53,12). Com efeito, aquilo que me diz respeito está próximo de se cumprir". (Lc 22,37), para que todos nEle cresse tivesse a vida eterna – “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.” (Jo 3,14-15). Sabia que os religiosos buscavam a sua morte,assim como tinham buscado a dos profetas – (Lc 4,28-29).

Diversas vezes, durante o seu ministério, Ele fez menção do seu sofrimento – Mc 9,31; 8,21-32; Lc 18,31-32, expressando que faria o ato redentor em obediência ao Pai - "Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou". (Jo 6,38), mas também de sua própria vontade – “O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai.” (Jo 10,17-18).

III.                A ÊNFASE DOS APÓSTOLOS. 

Nada nas mensagens pregadas e nos escritos dos apóstolos é tão enfatizado como o sacrifício do Senhor na cruz.

Para eles, como podermos ver em - "Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras;" (1Cor 15,3), na cruz se cumprem os propósitos divinos. Entendiam que os sofrimentos presentes eram uma maneira de compartilhar do cálice do Senhor - "Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária". (1Pd 4,12), e que na cruz estava sua glória - "Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo". (Gl 6,14) em confronto com a vergonha que conserva o incrédulo - "A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina". (1Cor 1,18). Em sua doutrina, viam claramente que a maldição de Deus estava plenamente satisfeita no Calvário - "Cristo remiu-nos da maldição da lei, fazendo-se por nós maldição, pois está escrito: Maldito todo aquele que é suspenso no madeiro (Dt 21,23)". (Gl 3,13).

Até mesmo o apóstolo João, em sua majestosa visão do Apocalipse, identifica o glorioso Senhor como Aquele que foi morto - "Pois estive morto, e eis-me de novo vivo pelos séculos dos séculos; tenho as chaves da morte e da região dos mortos". (Ap 1,18). Mais adiante reconhece o Cordeiro que foi morto, o qual possui autoridades para abrir os selos - "Então um dos Anciãos me falou: Não chores! O Leão da tribo de Judá, o descendente de Davi achou meio de abrir o livro e os sete selos". (Ap 5,5).

Assim nem mesmo a ressurreição que foi algo tão motivador, predominou na mensagem apostólica. Os apóstolos entenderam que a vitória sobre a morte só ocorreu por causa do sacrifício de Jesus na cruz.

IV.                A PERSISTENCIA DA IGREJA APESAR DA OPOSIÇÃO.

A verdadeira Igreja tem preservado, no decorrer dos anos de sua história, a fidelidade à genuína fé, mesmo em momentos, tanto do passado como presente, em que é preciso comprová-la com a oferta do próprio da vida.

Logo após a ressurreição de Cristo já havia, como registram os evangelhos, aqueles que buscaram corromper a realidade da vitória do Senhor sobre a morte. E a partir dali, esta tem sido uma luta permanente de muitos contra a fé.

CONCLUINDO


Hoje, um dos desafios ao cristão está m preservar a fé cristã diante de um mundo pó-moderno que se manifesta com a penetração de uma falsa mensagem cristã. Esta leva seus adeptos a acreditar na prosperidade, quando afirma que a cura de um dente cariado deve ser evidenciada, não com a cura da dor, mas com a presença do ouro; que o pecado nem sempre é culpa do desejo do homem caído, mas de uma entidade maligna, que deve ser rejeitada para alcançar o conforto. Enfim, verifica-se em diversas tendências que se apresentam como cristãs, o esfriamento da fé, priorizando o conforto e o prazer.

Através da historia da Igreja, verificamos que a verdadeira mensagem da cruz é demonstrada somente por aqueles que tem sua fé fundamentada na Bíblia.

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