sábado, 28 de setembro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 10 – O ENSINO NO MINISTÉRIO DE CRISTO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 10 – O ENSINO NO MINISTÉRIO DE CRISTO.

“para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.” (Mt 13,35).

O ensino sempre foi constante no ministério de Cristo. O seu método didático era o mais usado na época – o ensino por comparação, até porque era simples, prático, atraente e convincente.

Os recursos referidos por Jesus para ensinar foram as parábolas. Quanta facilidade tinha o divino Mestre, eximo contador de parábolas! Tomava algo terreno, conhecido por todos no dia-a-dia, para ensinar verdades profundas do reino celestial.

Mateus e Marcos citam esta característica, enfatizando a beleza e a urgência do ensino em parábolas, ao dizer – “Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo. Outra vez começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele tão grande multidão que ele entrou num barco e sentou-se nele, sobre o mar; e todo o povo estava em terra junto do mar. Então lhes ensinava muitas coisas por parábolas, e lhes dizia no seu ensino: Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear. E sem parábola não lhes falava.” (Mt 13,35; Mc 4,1-3.34a). 

O ensino da Palavra para a salvação continua sendo o programa de Jesus Cristo, mesmo após a morte e a ressurreição, como ordem prioritária para os apóstolos e Sua Igreja o tempo todo e por todos os lados – “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28,19-20).

I – O REINO DE DEUS OU O REINO DO CÉU.

No seu Evangelho, Mateus fala mais de Reino do Céu, enquanto marcos e Lucas  falam mais de Reino de Deus. – (Mt 13,24-33; Mc 10,14; 14,25; Lc 22,17-18).

Daí alguns até pensarem haver dois reinos, um na esfera espiritual, o Céu. Morada de Deus e seus anjos, e o outro que abrange só a esfera do Universo físico, dos astros, aves e animais, etc.

Nada disso, Reino do Céu e Reino de Deus são um só. Foram apenas expressões diferentes para significar a mesma coisa, o mesmo abrangente Reino de Deus do qual nada se furta, pois tudo está sob o controle do Rei – “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas.” (Cl 1,15-17).

1 – O que é o Reino de Deus.

Biblicamente, o Reino de Deus constitui-se de seu governo soberano e universal, tanto na esfera espiritual como na esférica física. Aliás o profeta Daniel já havia previsto em visão noturna a passagem desse reino em tempo futuro para “o Filho do Homem”, que é Jesus Cristo.

A Ela caberá reger com firmeza e eternamente, por quanto se trata de um Reino indestrutível, eterno – “Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.” (Dn 7,13-14). Ainda que no momento a terra esteja dividida politicamente em reinos e poderes humanos, não há de ser assim para sempre. 

Ao iniciar os seus ministérios, João Batista e Jesus já anunciavam a proximidade e a chegada do Reino de Deus, mostrando que para entrar nele o arrependimentos dos pecados era fundamental a qualquer interessado – “Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino de Deus.” (Mt 12,28); ver também (Mc 1,15; Lc 17,21).

Por certo o Reino de Deus é bem diferente dos reinos humanos. É abrangente, não se limita ao globo terrestre, mas inclui tudo que houver no incomensurável Universo, e se tornará pára Cristo na sua vida.

No momento o mundo está posto no maligno, e o Reino de Deus se limita na esfera espiritual; atua entre os homens e no coração do crente. Sabemos que o Reino não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.somente ao som da última trombeta os reinos do mundo retornarão para o nosso Senhor – “Porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo.” (Rm 14,17).

2 – As parábolas do Reino.

As parábolas têm a função de ensinar. Além disso, profetizam. Enquanto ensinam, às vezes profetizam.

Mateus, habilidosamente, reuniu num só bloco, no Capitulo 13, as chamadas “Parábolas do Reino”. À beira mar, Jesus intensifica seu ensino sobre o Reino, desvendando aos ouvintes os segredos do Reino por meio de parábolas. Começou com as figuras comparativas na “Parábola do Semeador” e foi até a “Parábola da Rede”. Neste roteiro, esboçou um verdadeiro quadro da ação e natureza do Reino na vinda de Cristo.

a) Na parábola do semeador – temos o inicio da grande semeadura da Palavra, através dos apóstolos (Mt 13,1-8).
b) Na parábola do joio – vemos o ataque de heresias e falsidades religiosas para atrapalhar o progresso do Reino (Mt 13,24-30).
c) Na parábola do grão  de mostarda -  vemos que apesar de todos os contratempos, o Reino ainda assim se desenvolveu e chamou atenção (Mt 13,31-32).
d) Na parábola do fermento – vemos provavelmente  o poder contagiante do Evangelho na sociedade, e não apenas o símbolo do mal (Mt 13.33).
e) Na parábola do tesouro – vemos que a sabedoria e a diligencia destacam, entre outros, o valor excepcional da Palavra (Mt 13,44).
f) Na parábola da pérola – vemos que a meio a tanta variedade cultural e científica e até religiosa, ainda assim se consegue adquirir o que há de melhor, a mensagem de Reino de Deus (Mt 13,45-46).
g) Na parábola da rede – vemos o final da temporada e o balanço da ação do Reino e o julgamento final na eternidade, e a justa separação entre os que cercam no ensino do Reino e os que desprezaram (Mt 13,47-50).

II – A ÉTICA DO REINO DE DEUS.

Novo Reino, novo Rei e com eles novas leis. O inigualável Sermão da Montanha de Jesus constitui as leis que regerão Seu Reino e a vida de seus súditos. O reino não é para ser remendado de pano novo em vestido velho, pois na sua essência, veio para mudar e ser diferente – “Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque semelhante remendo tira parte do vestido, e faz-se maior a rotura.” (Mt 9,16).

A ética do Reino requer a prática do bom comportamento no cumprimento de bons costumes e deveres para com Deus e o próximo demonstrando assim uma conduta irrepreensível.

Serão súditos do Reino os que se submetem à ética cristã, ainda mais exigente do que o social, estes demonstram as suas essências qualidades cristãs e são dignos das bênçãos  das bem-aventuranças prometidas.

Neste manifesto do Rei, o amor é fundamental e ponto central, pois é no amor que se cumpre toda a lei e os profetas, e isso é a regra áurea do cristão súdito do Reino de Deus – Mt 5,21-48.

Além do código de ética e preceitos, o magistral Sermão é também uma cartilha de valiosos ensinos, exarados nos capítulos 5 a 7 de Mateus. Vale apenas lê-los todo, para obter melhor compreensão do assunto.

CONCLUINDO

Para os desinteressados e opositores, os ensinos de Jesus eram obscuros mas para os discípulos e as multidões interessadas na Palavra viva, era luz que iluminava, encantava e instruía – Mt 13,10-17.

Ao encerra seu magistral Sermão, o Mestre deixa  aos ouvintes, nas entrelinhas, as seguintes lições:

1 – É importante fazer uma escolha sábia para a vida, entre os dois caminhos, o estreito e o largo – Mt 7,13-14.
2 – A semelhança da boa arvore, de bom fruto na vida espiritual e não espera castigo eterno – Mt 7,17-19.
3 – A fé firmado no verdadeiro fundamento espiritual suporta tempestades e provocações. As multidões ficam maravilhadas com os seus ensinos – Mt 7,24-29.

domingo, 22 de setembro de 2013

LITURGIA DA PALAVRA - DOMINGO - 22/09/2013



LITURGIA DA PALAVRA - DOMINGO - 22/09/2013

Oração do dia
Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Amós 8,4-7)
Leitura da profecia de Amós.
8 4 Ouvi isto, vós que engolis o pobre, e fazeis perecer os humildes da terra,
5 dizendo: “Quando passará a lua nova, para vendermos o nosso trigo, e o sábado, para abrirmos os nossos celeiros, diminuindo a medida e aumentando o preço, e falseando a balança para defraudar?
6 (Compraremos os infelizes por dinheiro e os pobres por um par de sandálias.) Venderemos até o refugo do trigo”.
7 O Senhor jurou pelo orgulho de Jacó: “não esquecerei jamais nenhum de seus atos”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 112/113
Louvarei o Senhor, que eleva os pobres! 

Louvai, louvai, ó servos do Senhor,
louvai, louvai o nome do Senhor!
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e por toda a eternidade!

O Senhor está acima das nações,
sua glória vai além dos altos céus.
Quem pode comparar-se ao nosso Deus,
ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono
e se inclina para olhar o céu e a terra?

Levanta da poeira o indigente
e do lixo ele retira o pobrezinho,
para fazê-lo assentar-se com os nobres,
assentar-se com os nobres do seu povo.
Leitura (1 Timóteo 2,1-8)
Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo.
2 1 Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens,
2 pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e honestidade.
3 Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,
4 o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.
5 Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem
6 que se entregou como resgate por todos. Tal é o fato, atestado em seu tempo;
7 e deste fato - digo a verdade, não minto - fui constituído pregador, apóstolo e doutor dos gentios, na fé e na verdade.
8 Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando as mãos puras, superando todo ódio e ressentimento.
Palavra do Senhor.
Evangelho (Lucas 16,1-13)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre e por amor; para que sua pobreza nos, assim, enriquecesse (2Cor 8,9). 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
16 1 Jesus disse também a seus discípulos: “Havia um homem rico que tinha um administrador. Este lhe foi denunciado de ter dissipado os seus bens.
2 Ele chamou o administrador e lhe disse: ‘Que é que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, pois já não poderás administrar meus bens’.
3 O administrador refletiu então consigo: ‘Que farei, visto que meu patrão me tira o emprego? Lavrar a terra? Não o posso. Mendigar? Tenho vergonha.
4 Já sei o que fazer, para que haja quem me receba em sua casa, quando eu for despedido do emprego’.
5 Chamou, pois, separadamente a cada um dos devedores de seu patrão e perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves a meu patrão?’
6 Ele respondeu: ‘Cem medidas de azeite’. Disse-lhe: ‘Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve: cinqüenta’.
7 Depois perguntou ao outro: ‘Tu, quanto deves?’ Respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma os teus papéis e escreve: oitenta’.
8 E o proprietário admirou a astúcia do administrador, porque os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes’.
9 Eu vos digo: fazei-vos amigos com a riqueza injusta, para que, no dia em que ela vos faltar, eles vos recebam nos tabernáculos eternos.
10 Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes.
11 Se, pois, não tiverdes sido fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras?
12 E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?
13 Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
UMA ESTRANHA COMPARAÇÃO 
A parábola evangélica pode soar estranha aos nossos ouvidos. Partindo da esperteza de um administrador claramente desonesto, Jesus tira lições de vida para o discípulo do Reino. Afinal, a comparação tem sua razão de ser.
O administrador age como um capitalista de nossos tempos. Conhece a maneira de garantir sua fonte de lucro e, prevendo dificuldades futuras, toma as providências necessárias para evitar o fracasso. Suas estratégias são eficientes, por serem bem estudadas. Seria arriscado dar um passo em falso e colocar tudo a perder. Pouco lhe importa considerações de caráter ético. Se é preciso ser desonesto e cometer injustiça para atingir o objetivo, não lhe interessa! Os meios justificam-se pelo fim a ser alcançado.
Jesus quer inculcar nos discípulos esta mesma disposição, em se tratando de dispor-se para alcançar o Reino. Evidentemente, os elementos de desonestidade ficam fora de cogitação. O ponto focalizado, na atitude do administrador, é sua decisão inabalável, sua capacidade de encontrar a forma adequada de ver concretizado seu intento, a coragem de enfrentar os riscos, o otimismo que não permite pôr em dúvida o seu projeto.
Jesus constata que os filhos deste mundo são muito mais espertos do que os filhos da luz. Aqueles têm muito a ensinar a estes últimos, pois lhes falta determinação na busca de seus objetivos.

Oração 
Espírito de determinação, afasta de mim toda tentação de acomodar-me, pouco me empenhando em vivenciar o que o Reino exige de mim. 

sábado, 21 de setembro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 09 – OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO



JESUS CRISTO - LIÇÃO 09 – OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

 

“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus.” (Hb 7,26).

Sabemos que “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14), e ocupou o mesmo tempo os três mais importantes cargos da história humana já conheceu – Profeta, Sacerdote e Rei.

Afirmam os teólogos, com razão, que o grande ato sacrificial de Cristo na cruz é a sumula destes três mais importantes ministérios básicos para a salvação dos que crêem no Filho de Deus. Cargos que somente o Deus-homem poderia ocupar simultaneamente,até porquê o ato sacrificial de Cristo é o único aceito pelo Pai. Só ele poderia exerce-los ao mesmo tempo, com completa eficiência e perfeição, para sempre. Eis a razão porque Jesus é considerado a maravilha dos séculos.

I – JESUS CRISTO COMO PROFETA.

Profeta não é apenas aquele que prediz o futuro. Do ponto de vista bíblico, é um mestre ou pregador infalível chamado por Deus que tem autoridade espiritual para falar em nome de Deus.

É também chamado “vidente” ou “homem de Deus”, por ser dotado de poder obsequiado por Deus para receber revelações dEle, como ocorreu com os profetas Daniel, Ezequiel e tantos outros. Vale lembrar que oráculo não é o profeta mas sim a palavra ou mensagem que Deus lhe dá.

O profeta tem a incumbência e o dever de transmitir a mensagem com fidelidade a quem Deus lhe determinar. Daí a função de profeta ser tão somente por vocação divina, jamais por vontade humana – Dt 18,1-19; Ex 7,1-2; 2Rs 4,9.22.40.42; Jr 1,4-7; Am 7,14-15.

1 – A principal função do profeta no AT.

De um modo geral o profeta se ocupava de:

a)      Advertir em ensinar o povo de Deus (Is 13-17).
b)     Predizer os acontecimentos futuros (2Rs 18,1-2.41-42).
c)      Operar milagres, confirmando assim a sua mensagem (Ex 4,25).
d)     Exercer a sua principal missão, que era representar Deus perante os homens, interpretar os seus atos e planos, e fazer conhecida a sua vontade (Is 1,10-17).

Nos nossos dias, podemos chamar profeta aquele que anuncia ou prega a Palavra de Deus.

2 – Jesus Cristo, o maior profeta.

Esta é uma verdade totalmente amparada pela Palavra de Deus. Vejamos:

a)      Somente Cristo deixou a forma de Deus, assumindo a forma de servo e a semelhança de homem para assim nos ensinar sobre o Reino de Deus – Fl 2,6-7.
b)      Só ele pode nos falar daquilo que viu junto ao Pai –Jo 8-38.
c)       Somente ele revelou e ensinou com perfeição as verdades sobre a pessoa de Deus Pai, especialmente quando falou com mulher samaritana – Jo 4,24.
d)      Homem algum jamais falou ou ensinou como ele – Jo 7,45-46.
e)      Era de fato reconhecido como o grande profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo -  Lc 24,19.
f)        Só Jesus ensinou com perfeição e total autoridade divina:
·         Todos os profetas antes de Jesus, ao proferirem as suas mensagens, diziam – “assim diz o Senhor” (Am 7,16-17).
·         Jesus porem foi o único Profeta a falar em seu próprio nome, dizendo em seus discursos – “Eu, porém, vos digo” (Mt 5,22.28.32).

II – JESUS CRISTO COMO SACERDOTE.

Já temos uma boa noção sobre o ministério do profeta, resta-nos conhecer um pouco mais sobre a função do sacerdote de grande representatividade bíblica – Hb 7,20-28.

1 – A principal função do sacerdote.

a)      Ao contrário do profeta, o sacerdote representa e conduz os homens a Deus, e por eles  intercede junto ao Pai – “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles. Ora, do que estamos dizendo, o ponto principal é este: Temos um sumo sacerdote tal, que se assentou nos céus à direita do trono da Majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, que o Senhor fundou, e não o homem.” (Hb 7,25; 8,1-2).
b)      Exerce o seu ministério no santuário diante de Deus – “Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus.” (Hb 9,24).
c)      Institui o povo quanto à lei de Deus, fazendo-o conhecer a Sua vontade e misericórdia – “Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os homens é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados.” (Hb 5,1).
d)      Consulta a Deus sobre a sua  vontade, por meio de Urim e Tumin, a favor dos filhos de Israel – “Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do Senhor; assim Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do Senhor continuamente.” (Ex 28,30).

2 – Cristo tem um sacerdócio diferente.

O sacerdócio de Cristo é incomparavelmente superior ao de Arão. O de Arão era da ordem de Levi, por isso imperfeito, mutável e provisório, uma vez que era exercido por homens mortais que sacrificavam animais, cujo sangue não tira pecado – “de tanto melhor pacto Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo.” (Hb 7,22-24).

O Sacerdócio de Cristo é da origem de Melquisedeque, personagem  sem genealogia, sem princípio e sem fim, um símbolo da eternidade de Cristo e Seu Sacerdócio que substituiu o de Levi é para sempre – “...mas este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo.” (Hb 7,24).

Cristo não só ministra no Santuário Celeste, mas ele mesmo foi o sacerdócio uma vez para sempre, obtendo assim a nossa eterna redenção – “...e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção. ...quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9,12-14).

Só Ele é o nosso intercessor ideal, santo, sublime e irrepreensível sob todos os aspectos – “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus.” (Hb 7,26); ver também (Hb 9,12-14).

Somente Ele se assenta à direita  do trono da majestade no céu e é Advogado que intercede para sempre pelos crentes – “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” (1Jo 2,1).
 
III – JESUS COMO REI DOS REIS.

Ainda que invisivelmente, Deus sempre regeu soberanamente todo o universo. Porém, ao seu Filho Jesus Cristo reservou direito e o privilégio de assumir a regência de toda a criação, quer no céu que na terra, quando disse –“ Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte. Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão.” (Sl 2,6-8).

Na sua primeira vinda para reinar, Jesus foi totalmente rejeitado pelo seu povo – “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (Jo 1,11); ver também (Jo 18,36-37; 19,15). Não sendo o Seu Reino nem comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo, portanto espiritual, passou atuar no tempo presente, do espiritual e invisível, no meio dos homens e dentro do coração dos crentes – “nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.” (Lc 17,21); ver também (Jo 18,36; Rm 14,17).
 Para esta regência Jesus recebeu do Pai, após a ressurreição todo o poder e autoridade no céu e na terra – “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18).

As profecias prevêem que na consumação dos séculos Cristo voltará e ai sim, tomará posse também do reino visível, ou dos reinos do mundo, e o fará em grande estilo celeste, na companhia dos anjos e redimidos, já arrebatados com Ele na glória – “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Ap 11,15); ver também (Mt 25,31-34; Ap 19,5-6).

Na segunda vinda de Cristo, ver-se-á de modo total os efeitos plenos deste tríplice ministério em favor dos pecadores.

a)      Como Profeta – Não só ensinou, mas preparou os apóstolos e através deles a Igreja para  continuar o ensino da palavra - “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18).
b)     Como Sacerdote – Amou-nos  a tal ponto que por nós ofereceu o Seu próprio sangue, e  junto ao Pai, continua intercedendo pelos crentes – “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles.” (Hb 7,25).
c)      Como Rei – Embora possuindo todo o poder no céu  e na terra, no momento se limita a reger um Reino Espiritual e invisível, mas na consumação dos séculos regerá visivelmente toda a criação – “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” (Mt 24,30-31); ver também (Jo 18,36-37; Hb 10,13; Ap 11,15).

Ai, sim, será tempo de regozijo dos santos, ao verem o Redentor Jesus enrolar como a folha de um pergaminho o tempo e o ciclo da velha criação, já tão danificada pela terrível ação do pecado.

Ele fará surgir em seu lugar num abrir e fechar de olhos um novo céu e uma nova terra, e a nova Jerusalém, cidade ce ouro, pedras  preciosas e pérolas, a Capital do Estado Eterno habitada pelos santos – Ap 21.


Como conter tanta alegria, ao ver o grande Rei conduzindo multidões em festas e podendo dizer ao Pai – “Eis-me aqui, e os filhos que Deus me deu.” (Hb 2,13b).

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O CÃO E A SERPENTE


Um cão foi tão fiel que a mulher poderia deixar seu bebê com ele e sair para assistir a outros assuntos. Ela sempre voltava para encontrar a criança dormindo profundamente com o cão fiel cuidando dele. Um trágico dia algo aconteceu.

A mulher, como de costume, deixou o bebê nas "mãos" de este cão fiel e foi às compras. Quando ela voltou, ela descobriu uma cena bastante desagradável, não era uma bagunça total. Berço do bebê foi desmantelado, suas fraldas e roupas rasgadas com manchas de sangue por todo o quarto onde ela deixou a criança eo cão. Chocada, a mulher gemia como ela começou a olhar para o bebê.

De repente, ela viu o cão fiel saindo de debaixo da cama. Ele estava coberto de sangue e lambendo sua boca, como se tivesse acabado de uma refeição deliciosa.

A mulher ficou com raiva e assumiu que o cão tinha devorado o bebê. Sem pensar muito ela bateu o cão com uma madeira até a morte. Mas, como ela continuou procurando os "restos" de seu filho, ela viu uma outra cena.

Perto da cama era o bebê que, apesar de mentir chão nu, estava a salvo e sob a cama onde o corpo de uma serpente foi feito em pedaços em que tinha sido uma batalha feroz entre a cobra eo cão que agora estava morto. Então a realidade amanheceu sobre a mulher, que agora começou a entender o que aconteceu na sua ausência. O cão lutou para proteger o bebê da cobra faminta.

Era tarde demais para ela agora para fazer as pazes, porque na sua impaciência e raiva, ela matou o cão fiel. Quantas vezes temos julgado mal as pessoas e rasgado-los em pedaços com palavras duras e ações antes de ter tido tempo para avaliar a situação?

Isto é chamado de pecado da presunção Presumindo as coisas da nossa maneira, sem se dar ao trabalho de descobrir exatamente o que a situação realmente é. Pouco de paciência pode reduzir drasticamente principais erros ao longo da vida. Quem é você julgar mal agora?. Não pense que você acha que os outros estão pensando. Tire um tempo para conseguir toda a verdade.

AVE MARIA DAS MULHERES



AVE MARIA DAS MULHERES
SILVANA DUBOC


Mãe, 
Aqui, agora e a sós
Quero lhe pedir por todas nós
Por aquelas que foram escolhidas
Para dar a vida

Mulheres de todas as espécies
De todos os credos, raças e nacionalidades 
Todas aquelas nas quais a vida 
Está envolvida em sorrisos, lágrimas,
 tristezas e felicidades

Aquelas que sofrem por filhos que
 geraram e perderam
As que trabalham o dia inteiro
Em casa ou em qualquer emprego

Quero pedir pelas mães
Que penam por seus filhos doentes
Quero pedir pelas meninas carentes
E pelas que ainda estão dentro de um ventre

Pelas adolescentes inexperientes
Pelas velhinhas esquecidas em asilos 
Sem abrigo, sem família, carinho e amigos 
Peço também pelas mulheres enfermas
Que em algum hospital aguardam pela sua hora fatal

Quero pedir pelas mulheres ricas 
Aquelas que apesar da fortuna
Vivem aflitas e na amargura

Peço por almas femininas mesquinhas,
 pequenas e sozinhas
Por mulheres guerreiras a vida inteira
Pelas que não têm como dar à seus
 filhos o pão e a educação

Peço pelas mulheres deficientes
Pelas inconseqüentes
Rogo pelas condenadas,
 aquelas que vivem enclausuradas
Por todas que foram obrigadas a
 crescer antes do tempo
Que foram jogadas na lavoura
Ou em alguma cama devastadora

Rogo pelas que mendigando nas ruas
Sobrevivem apesar dessa tortura
Pelas revoltadas, as excluídas
 e as sexualmente reprimidas
Peço pela mulher dominadora e pela traidora

Peço por aquela que sucumbiu sonhos dentro de si
Por todas que eu já conheci
Peço por mulheres solitárias e pelas ordinárias
As mulheres de vida difícil e que
 fazem disso um ofício
E pelas que se tornaram voluntárias
 por serem solidárias

Rogo por aquelas que vivem acompanhadas
Embora tristes e amarguradas
E por todas que foram abandonadas
As que tiveram que continuar sozinhas
Sem um parceiro, um amigo, um ombro querido

Peço pelas amigas
Pelas companheiras
Pelas inimigas
Pelas irmãs e pelas freiras

Suplico por aquelas que perderam a fé
Que se distanciaram da esperança
Quero pedir por todas que clamam por vingança
E com isso se perdem em sua inútil andança

Rogo pelas que correm atrás de justiça
Que a boa vontade dos homens as assista
Peço pelas que lutam por causas perdidas
Pelas escritoras e as doutoras
Pelas artistas e professoras
Pelas governantes e pelas menos importantes

Suplico pelas fêmeas que são obrigadas
 a esconder seus rostos
E amputadas do prazer vivem no desgosto

Quero pedir também pelas ignorantes
E por todas que no momento estão gestantes
Por aquela mulher triste dentro do coração
Que vive com a alma mergulhada na solidão

Por aquela que busca um amor verdadeiro
Para se entregar de corpo inteiro
E peço pela que perdeu a emoção
Aquela que não tem mais paz dentro do coração

E rogo, imploro , por aquela que ama
E que não correspondida, vive uma vida sofrida
Aquela que perdeu o seu amor
E por isso, sua alma se fechou

Por todas que a droga destruiu
Por tantas que o vício denegriu
Suplico por aquela que foi traida
Por várias que são humilhadas

E pelas que foram contaminadas
Mãe, quero pedir por todas nós
Que somos o sorriso e a voz
Que temos o sentimento mais profundo
Porque fomos escolhidas tanto quanto você
Para gerar e apesar de qualquer coisa

Amar...
Independente de quem forem nossos filhos
Feios ou bonitos
Amáveis ou rebeldes
Perfeitos ou deficientes
Tristes ou contentes

Mãe, ajuda-nos a continuar nessa batalha
Nessa guerra diária
Nessa luta sem fim

Ajuda-nos a ser feliz como a gente sempre quis
Dai-nos coragem para continuar
Dai-nos saúde para ao menos tentar
Resignação para tudo aceitar

Dai-nos força para suportar nossas amarguras
E apesar de tudo continuarmos a
 ser sinônimo de ternura
Perdoa-nos por nossos erros
E por nossos insistentes apelos

Perdoa-nos também por nossas revoltas
Nossas lágrimas e nossas derrotas
E não nos deixe nunca mãe, perdermos a fé

E sempre que puder
Peça por nós ao Pai
E lembre-lhe que quando ele criou EVA
Não deixou com ela nenhum mapa de orientação
Nenhum manual com indicação
Nenhuma seta indicando o caminho correto
Nenhuma instrução de como viver

De como, a despeito de tudo vencer
E mesmo assim.....conseguimos aprender.

Amém!

JESUS CRISTO - LIÇÃO 08 – A ENCARNAÇÃO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 08 – A ENCARNAÇÃO.


“É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2,11).


I – O ENSINAMENTO DA ENCARNAÇÃO.

A encarnação, um dos maiores eventos da história do universo, foi a entrada da Segunda Pessoa da Trindade na esfera humana. Essa pessoa, que é Deus, desceu das inefáveis alturas do céu e “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” (Fl 2,7-8). Em outras palavras, a encarnação foi o ato pelo qual o eterno Filho de Deus tomou para Si a natureza humana.

1 – A encarnação pressupõe a preexistência e divindade do Filho.

Em nosso caso, o ato da concepção é a chegada à existência de uma nova pessoa. Mas no caso de Jesus, o Verbo Eterno preexistiu à concepção. As escrituras afirmam que Deus, que é eterno, veio para este mundo e assumiu a natureza humana – Fl 2,7-8. Podemos dizer que a encarnação de  Cristo não foi a sua evolução de ser humano comum como nós, rumo à perfeição.

2 – A encarnação foi ocasionada por pecado humano.

Algumas pessoas acham que a encarnação é um acontecimento grande demais para depender do pecado humano, mas vejam as Escrituras – Mc 10,45; Lc 19,10; Gl 4,4; 1Jo 3,8 – A grande finalidade da encarnação foi salvar o homem do seu pecado. Entretanto podemos afirmar que a causa da encarnação não foi unicamente o pecado do homem, mas sim, a graça de Deus para resolvê-los.

3 – O resultado da encarnação.

  • O Filho não cessou de ser Deus.

  • O Filho não mudou a sua natureza essencial, mas assumiu  a natureza humana – “E o Verbo se fez carne.” (Jo 1,14). O ensino de Paulo é bem claro – “Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado.” (Rm 8,3)

II – O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO.

O nascimento de Jesus de uma virgem é claramente ensinado nas Escrituras.

1 – Um fato profetizado.

a)      Isaias 7,14 – “eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”.  – esta dupla predição é explicita em afirmar que Alguém nascera de uma mulher, o que sob nenhuma circunstancia implicaria, quanto à origem, mais do que humano, mas neste Alguém assim nascido é Emanuel, o que, sendo, interpretado, é “Deus Conosco”, mas conosco no sentido mais profundo destas palavras, isto é, que ele se tornou um de nós.
b)     Isaias 9,6-7  – “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso.” – neste texto vemos as duas naturezas (humana e divina) – Ele é uma criança nascida de um filho dado. O Menino que nasceu se sentará sobre o trono de Davi, mas o Filho que foi dado leva os títulos de Divindade e assume todo o governo e autoridade do universo sobre os seus ombros.
c)      Mq 5,2 – “Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” – alguém virá  a um local geográfico na terra Belém, que é uma identificação humana, mas sua procedência é eterna.

2 – Um fato histórico – Lc 2,1-2.

Através dos séculos, Deus dirigiu o plano da história de tal maneira que tudo estava preparado para a vinda do Seu Filho. A revelação profética já havia sido completada há bastante tempo; o precursor de Jesus já tinha nascido, a “plenitude dos tempos”  já havia chegado. Finalmente o tão esperado Salvador nasceu! Aleluia! “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade.” (Lc 2-14). Neste texto Lucas indica as circunstancias históricas que trouxeram José e Maria a Belém.

O nascimento de Cristo aconteceu numa época  na história do mundo em que César Augusto era o imperador e Quirino, o Governador da Síria. César Augusto decretou que todo o mundo no Império fosse recenseado. Assim forçou a ida de José e Maria para Belém, onde Jesus nasceu. Isso cumpriu a profecia do Antigo Testamento. É bom notar como foi a época certa para a vinda do Messias.
  • No mundo político havia paz quando o Príncipe da Paz nasceu!
  • Grego era a língua universalmente falada. Sua forma popular, o Koinê, facilitou a disseminação das Boas Novas.
  • Através das novas estradas dos romanos, os novos crentes puderam levar a mensagem de Salvação com maior facilidade.

3 – Um fato milagroso – Mt 1,18-25.

a)      O casamento judaico.

Não é fácil entender bem este texto. Primeiramente Maria é “desposada com José” (v 18), depois ele esta planejando o divorcio (v 19). Para compreender, é necessário entender os ter passos no casamento judaico.

·         O noivado muitas vezes era combinado pelos pais quando o casal era ainda criança.
·         O contrato de casamento era a ratificação do noivado. Antes deste ponto o noivado podia ser anulado, mas uma vez que o contrato estava estabelecido, o noivado só podia ser desmanchado através do processo de divorcio. Feito o contrato, havia um período de um ano de preparação para o casamento. Durante este ano, o casal era conhecido como marido e mulher sem ter o direito de viverem juntos. Foi durante aquele ano que Maria ficou grávida  “pelo Espírito Santo” (vs 18.20). legalmente Maria era esposa de José.
·         O casamento propriamente dito, acontecia um ano depois do contrato.

b)     A genealogia de Jesus – Mt 1,1-17.

Geralmente não lemos as genealogias, mas esta tem lições importantíssimas. A coisa mais notável é a criação dos nomes de quatro mulheres, que não é algo normal nas genealogias judaicas. Para o judeu, a mulher não tinha nenhum direito. Na oração matutina era comum o judeu  orar dando graças a Deus que não o tinha feito gentio, nem escravo, nem mulher! Quando examinamos os nomes destas quatros mulheres, ficamos surpresos com o histórico de vida delas.

  • Tamar (Mt 1,3; Gn 38) – uma adultera.
  • Raabe (Mt 1,5; Js 2) – uma prostituta.
  • Rute (Mt 1,5; Dt 23,3) – Uma gentia – “Nenhum amonita nem moabita entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará jamais na assembléia do Senhor.” (Dt 23,3).
  • Bate-Seba (Mt 1,6; 2Sm 11 e 12) – “da que fora mulher de Urias.” (v6), lembra-nos do ato pecaminoso entre ela e Davi.

Esta genealogia nos mostra o coração do Evangelho – as barreiras caem – “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gl 3,28):
  • Entre os judeus e gentios;
  • Entre homens e mulheres;
  • “Eu não vim chamar justos, mas pecadores, ao arrependimento.” – (Lc 5,32; Mc 2,17; Mt 9,13.

4 – Um fato testemunhado pelas as Escrituras – Mt 1,16.18-25.

a)      “José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus” (v16). Mateus escreve de maneira bem cuidadosa para não dar a impressão de que José foi o pai de Jesus. Como marido de Maria, José era o pai legal de Jesus, por intermédio de quem o direito ao trono de Davi foi transmitido.
b)     “Sem que estivesse antes coabitado” (v 18). A Escritura não deixa nenhuma dúvida.
c)      “Achou-se grávida pelo Espírito Santo” (v 18). A concepção foi pela operação milagrosa do Espírito Santo. Foi assim que “o Verbo se fez carne” (Jo 1,14). Por mãe, Jesus tinha Maria, as por pai, Deus.
d)     “Eis que lhe apareceu um anjo” (v20). A visita de um ser celestial foi necessária, porque ninguém, muito menos o marido, acreditaria numa concepção virginal sem uma revelação sobrenatural.
e)     “Lhes porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (v 21). Aqui temos a primeira afirmação do Evangelho: Jesus nasceu para ser o Salvador (Lc 2,14).
f)        “Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer Deus conosco)” (v 23). Aqui temos a segunda afirmação do evangelho: Jesus é Deus.
g)      “Sem ter relações com ela, Maria deu a luz um filho” (v 25). Este verso indica que José e Maria viveram como marido e mulher  depois do nascimento de Cristo.


III- O SIGNIFICADO ESPIRITUAL DO NASCIMENTO VIRGINAL.

1 – Ele se encarnou para poder manifestar Deus ao homem.

A resposta à pergunta tão comum: “Como Deus é?”, é achada na encarnação – “Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer.” (Jo 1,18).

2 – Seu nascimento humano foi como sua preexistência, sua vida e sua morte – tudo milagroso.

Vemos isso na água transformada em vinho, na ressurreição de alguns que estavam mortos, na cura dos leprosos, nas multiplicações dos pães, na crucificação, ressurreição e ascensão. Enfim tudo era milagroso.

3 – Seu nascimento foi obra do Espírito Santo – (Lc 1,34-35).

Em resposta á pergunta de Maria – “Como se fará isso, uma vez que não conheço varão? Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus.” – Isto é importantíssimo. O fato de a virgem ser responsável pelo nascimento de Cristo garantiu duas coisas.

a)      A encarnação era o começo de uma nova criação – Alguém estava para vir ao mundo que não era meramente homem.
b)     Cristo estava sem a mácula do pecado – Nós nascemos com uma doença hereditária (pecado original) – “Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.” (Sl 51,5). Jesus Cristo não nasceu como membro da raça caída, mas sim, como a cabeça impecável de uma nova raça. Ele era livre de pecado original e do pecado atual! Ele nunca orou por perdão, nuca ofereceu sacrifícios, nunca precisou do novo nascimento.