sábado, 6 de agosto de 2011

ARAUTOS DE JESUS - 12 – ANUNCIADO POR JOÃO BATISTA – Jô 1,15-34


Um dos mais poderosos anúncios sobre Jesus foi feito, por intermédio de João Batista. A Bíblia diz que João Batista foi o precursor de Jesus, enviado com a missão exclusiva de preparar o caminho do Senhor. Ou seja, ele foi enviado para preparar as coisas para a vinda de Jesus. Podemos dizer que João Batista foi o maior de todos os arautos (anuncio) do Rei – “Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. [O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.” – João 1,6-9 – Esta era a missão do Batista – anunciar a vinda de Jesus para que todos cressem nele.
  1. A PRIMAZIA DE JESUS.
João sempre teve consciência de sua missão. Nunca desejou ocupar o lugar de Cristo, pois sabia ser um arauto deste, cuja missão era manifestá-lo aos homens. Em seu testemunho sobre Jesus, João disse – “Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim.” Jô 1,15 – No entender de João Batista, Jesus tinha o primeiro lugar, a maior importância. Um dos motivos para isso era justamente o fato de Jesus ser anterior a ele. O arauto (João Batista) era alguns meses mais velho do que Jesus, mas sabia muito bem que Cristo não começou a existir quando nasceu, pois era eterno.
Outro motivo pelo qual se pode dizer que Jesus tem a primazia é a sua obra de ministrar a graça. Não sabemos se as palavras dos versos 16 e 17 são de João Batista ou do próprio evangelista João, porém estão ai para confirmar que Jesus tem a primazia – “Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” – Jô 1,16-17 – O texto disse que a plenitude de Jesus, ou seja, sua divindade e humanidade absoluta promovem “graça sobre graça”. A idéia desse versículo é que mal uma graça começa a escrever já vem outra e ocupa seu lugar. A lei foi dada por Moisés, mas a graça que é superior a lei, pois somente ela proporciona a salvação e o perdão dos pecados veio exclusivamente por Jesus Cristo; por isso ele tem primazia sobre tudo e todos.
Por fim,a primazia de Jesus se vê no fato de ser único anunciador de Deus, conforme as palavras de Jô 1,18 – “Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.” – Deus em sua absoluta santidade e gloria, é inacessível ao homem pecador. Sem a revelação de Jesus, jamais teríamos o conhecimento verdadeiro de Deus. Cristo, que está no meio do Pai, ou seja, que tem com o Todo Poderoso um relacionamento intimo, pois e eterno Deus Filho, é exclusivo revelador da divindade. Isso o faz primeiro.
  1. A DIGNIDADE DE JESUS.
Nas palavras de Jesus, João Batista foi o maior do que os profetas – “Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista.” Mt11,11ª – mas quando os judeus enviaram sacerdotes e levitas para interpelá-lo, a fim de saber quem era, João humildemente disse – “Eu não sou o Cristo.” Jô 1,20 – A análise que fez de si mesmo foi – “Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías (40,3).” Jô 1,23 – Quando os judeus tentaram apertá-lo, perguntando porque ele batizava, uma vês que não era ninguém, João disse – “Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado.” Jô 1,26-27 –A fonte da autoridade do batismo de João não era ele próprio, mas aquele que vinha depois dele. Neste texto João fala da dignidade de Jesus.
Num certo sentido, João disse que Jesus era o “ilustre desconhecido”, pois estava no meio do povo, mas neste não o conhecia. É curioso pensar que o Filho de Deus já habitava e havia mais ou menos trinta (30) anos na terra e as pessoas não faziam a mínima idéia disso, isso nos mostra como muitas vezes as ações de Deus são misteriosas. Mais  curioso ainda é pensar que aquelas pessoas eram as estudiosas da lei, as responsáveis pela religião, e não faziam a mínima idéia do que Deus estava realizando aqueles dias. E pensar que Jesus estava no meio delas, mas em seu zelo por denunciar falsos messias, rejeitaram o verdadeiro! Hoje as coisas não são muito diferente, Jesus está no mundo de Deus. Deus tem feito coisas extraordinárias para a salvação de seu povo, mas para muitos, ele continua a ser um ilustre desconhecido.
Sobre Jesus João batista disse – “... e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado.” Jô 1,27b – Não poderia haver tarefa mais humilde para um homem do que se ajoelhar perante outro homem e tirar deste as empoeiradas sandálias para lavar-lhes os pés. Um discípulo não faria isso por seu mestre, pois seria uma humilhação muito grande. João Batista, porém, considerava essa uma tarefa da qual não era digno perante Jesus, que o sucederia. Não houve pessoa mais digna do que João Batista, mas ele sabia exatamente quem era Jesus e, em comparação com o Cristo, sabia ser muito inferior, como a lua, que apenas reflete a luz, não se compara com o sol, que possui luz própria.
  1. A MISSAO DE JESUS.
Outro anuncio importante que João Batista fez sobre Jesus referia-se especialmente a missão do Senhor. A Bíblia diz que, quando João viu a Jesus disse – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” Jô 1,29 – Usando a expressão “cordeiro”, João Batista recordava o tipo de expiação do Antigo Testamento, no qual o cordeiro era sacrificado como substituto pelo pecado do povo. Para satisfazer às ordenanças da lei, muitos cordeiros eram mortos. Jesus é imensamente superior a todos os cordeiros do Antigo Testamento porque é o Cordeiro que o próprio Deus oferece em cumprimento de tudo aquilo que se chama sacrifício previsto da lei do Antigo Testamento. A função deste Cordeiro é “tirar o pecado do mundo”. Literalmente, significa “carregar embora” o pecado. O que os cordeiros  de Israel, realizavam diariamente, Jesus cumpriu de uma vez por todas com a sua morte na cruz. João Batista profetizou isso antes que acontecesse.
Alem disso, Jesus não é o cordeiro de Israel apenas, mas o Cordeiro de deus que tira o pecado do mundo, ou seja, de todos os povos, pois em Jesus todos podem ter acesso à presença de Deus. Não devemos pensar que, pelo fato de a Bíblia dizer que Jesus tira o pecado do mundo, todos os homens serão perdoados. Isso não é possível, até porque nem todos crêem nele como Salvador – “Todo o que não foi encontrado inscrito no livro da vida foi lançado ao fogo.” Ap 20,15 – Esse ato de tirar o pecado também para o futuro, pois Jesus veio para redimir toda a criação, todo o mundo de Deus. O pecado que existia é o grande complicador. Ao tirá-lo do mundo, Jesus possibilita a criação de um novo mundo, sem pecado, no qual habia a justiça.
João Batista reconheceu que sua missão era manifestar esse Cordeiro a Israel  e por isso batizava com água na tentativa de levar os homens ao arrependimento – “Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel.” 1,31. Porém, João disse que o Cristo que o seguiria teria um batismo muito superior, batizaria com o Espírito Santo – “Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo.” Jô 1,33 – De certa forma essa é a grande missão de Jesus. Ele veio ao mundo para batizar os homens como o Espírito Santo. Tal batismo aponta o perdão dos pecados, para a conversão e para a nova vida. Também demonstra o poder que derrama sobre o cristãos, a fim que sejam capacitados a desempenhar a missão  que em nesta vida.
O Batista termina seu testemunho com uma solene declaração a qual, na verdade, é o grande objetivo de seu testemunho – “Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus.” Jô 1,34 – A expressão “eu vi” certamente se refere ao momento em que Jesus foi batizado e o Espírito desceu sobre ele – “Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus.” Mt 3,16 – ao mesmo tempo em que o Pai dizia dos céus – “Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição.” Mt 3,17 – isso lhe dava toda certeza para proclamar – Ele é o filho de Deus.
  1. CONCLUSÃO.
João Batista anunciou a excelência da pessoa de Jesus, falou de sua eternidade de seu poder, da sua dignidade e de sua sofrida missão como Cordeiro para tirar o pecado do mundo. Devemos sempre nos lembrar de que as palavras do Batista não são reflexões posteriores a cruz, mas anteriores, e de fato são anúncios proféticos que foi o maior dos problemas, mas segundo Jesus, “o menor no Reino dos céus é maior do que ele.” Mt 11,11.

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