segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

05 lições que podemos aprender no deserto (esboço de pregação)

 

deserto

 

Várias pessoas na Bíblia passaram tempo no deserto, onde enfrentaram desafios e aprenderam lições importantes de Deus. Algumas épocas da vida são como um deserto: um lugar seco e quente, sem muita vida, difícil de suportar. Enfrentamos dificuldades e temos pouco alívio. No entanto, nesses tempos de passagem pelo “deserto”, podemos aprender lições valiosas, que vão transformar nossa vida:

 

1. Depender de Deus

 

No deserto não há comia nem água, sombra nem abrigo. O deserto é… deserto. Mas foi no deserto que o povo de Israel descobriu que seu sustento vem de Deus. Ele providenciou o maná e a água onde não havia nada (Deuteronômio 8:2-4). Ninguém passou fome. Deus cuidou de seu povo.

 

A verdade é que toda nossa vida depende de Deus. Mas, quando estamos em circunstância normais, muitas vezes nos esquecemos disso. Pomos nossa confiança em outras coisas, como o dinheiro, a família, a inteligência, a carreira, a felicidade … No deserto, as coisas em que confiamos falham. Temos de depender de Deus. Então vemos como Deus é poderoso e descobrimos que Ele está no controle. E, quanto mais dependemos de Deus, mais fortes ficamos.

 

2. Descobrir o que é essencial

 

João Batista vivia e pregava no deserto. Sua vida era muito simples, sem comodidades como roupas bonitas ou comida variada, mas ele não precisava dessas coisas (Mateus 3:3-5). Sua missão era mais importante. João Batista sabia o que era essencial: ter comunhão com Deus.

 

Quando passamos por uma fase que parece um deserto, podemos perder muitas comodidades da vida. As coisas que nos davam conforto e prazer falham e temos de aprender a viver com menos. Mas é então que descobrimos que muitas das coisas que achamos essenciais são desnecessárias. Vivendo com muito ou com pouco, o que é realmente essencial é seguir Jesus. Somente Deus dá sentido para nossa vida e nos sustenta, mesmo nas horas mais difíceis. Quando centramos toda nossa vida em Jesus, encontramos paz e contentamento em todas as circunstâncias.

 

3. Vencer a tentação

 

Antes de começar seu ministério, Jesus foi levado pelo Espírito para o deserto, onde foi tentado pelo diabo. Ele enfrentou todo tipo de tentação mas não pecou, usando a palavra de Deus para vencer o diabo (Lucas 4:1-4). Depois que venceu a tentação no deserto, Jesus teve um ministério cheio de poder.

 

No deserto, somos confrontados com a realidade do pecado. Temos uma escolha: sucumbir ao pecado ou dedicar a vida a Jesus. Não há lugar para esconder, temos de admitir nossas fraquezas a Deus e encontrar força nele para superar a tentação. Quando encontramos essa força em Deus, saímos do deserto muito mais preparados para tudo que nossa vida tem pela frente.

 

4. Resolver nossos problemas

 

Quando Elias foi para o deserto, ele não estava bem. Ele tinha realizado milagres incríveis diante de todo o povo de Israel mas, em vez de ver um grande avivamento, Elias foi ameaçado de morte! No deserto, ele pediu para morrer mas Deus o levou a um monte, falou com ele e restaurou Elias (1 Reis 19:9-11). Quando saiu do deserto, Elias tinha uma nova visão e estava pronto para continuar sua missão como profeta.

 

Por vezes circunstâncias difíceis nos empurram para um deserto emocional e espiritual. Nos sentimos acabados, sem mais força para nada e só queremos fugir da situação. Mas Deus nos leva para o deserto para nos restaurar. O sofrimento do deserto é o lugar onde podemos nos encontrar a sós com Deus e ouvir melhor Sua voz nos consolando. Ele nos ajuda a confrontar nossos problemas e a consertar o que está errado em nossa vida. Se deixamos Deus agir no nosso tempo no deserto, saímos restaurados, mais fortes e prontos para novos desafios.

 

5. Ter esperança

 

Nos 40 anos que o povo de Israel vagou no deserto, houve um homem que não perdeu sua esperança em Deus: Josué. Ele se manteve fiel a Deus durante todo o tempo no deserto e não desistiu (Números 14:6-9). Não foi fácil, mas ele nunca se esqueceu de quanto Deus já tinha feito por ele e, por fim, ele liderou o povo na conquista da terra prometida.

 

A verdadeira esperança não morre no deserto. Quando vem a dificuldade, aprendemos a confiar em Deus, lembrando de todas as coisas que Ele já fez no passado. Se Deus sempre foi fiel, Ele vai continuar nos ajudando, mesmo no deserto. Na hora mais difícil, quando não vemos a saída, descobrimos se realmente cremos em Deus. Ele vai nos ajudar a sair do deserto, rumo à vitória. E, quando tivermos saído do deserto, nossa esperança em Deus será muito mais firme.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Quem Escreveu o Livro de Hebreus?

Quem escreveu o livro de Hebreus é uma pergunta feita desde muito cedo na história da Igreja Cristã. Já no século 2 d.C. a autoria da carta era debatida entre os cristãos. Durante muito tempo foi sugerido que Paulo escreveu o livro de Hebreus, mas isto está longe de ser unanimidade.

 

A seguir, nós conheceremos o que se sabe sobre o autor de Hebreus. Também analisaremos as melhores sugestões sobre quem escreveu essa importante epístola do Novo Testamento.

 

Possíveis autores do livro de Hebreus 


Por conta do mistério sobre quem escreveu Hebreus, muitos nomes foram especulados ao longo do tempo. Nenhuma das possibilidades podem ser entendidas definitivamente como certas. As principais sugestões são as seguintes:

 

Apolo como escritor do livro de Hebreus

 

Essa é uma das principais sugestões sobre a autoria do livro de Hebreus, e foi defendida por Martinho Lutero. Apolo era um judeu alexandrino que possuía grande conhecimento nas Escrituras, de forma que ele ensinava sobre o Senhor com grande eloquência (Atos 18:24-26).

 

Lutero se baseou principalmente no capítulo 18 de Atos para defender sua sugestão. Ele argumentou que Alexandria era um grande centro educacional onde Apolo teria conseguido toda sua habilidade no idioma grego. Lá ele também deve ter tido contato com a Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, que inclusive foi publicada primeiro nessa cidade.

 

O livro de Atos nos informa que Apolo inicialmente conhecia apenas o batismo de João. Mais tarde, ele foi instruído adequadamente acerca do que não sabia por Priscila e Áquila. 


De fato essa hipótese é muito boa, mas sua grande fraqueza é o fato de que ninguém durante os primeiros séculos do cristianismo a defendeu de forma convincente. Clemente de Alexandria (200 d.C.), por exemplo, certamente seria o mais indicado para apontar Apolo como escritor do livro de Hebreus, mas ao invés disso ele sugeriu Paulo.

 

Barnabé como autor de Hebreus

 

Barnabé é outro candidato sugerido para ter escrito o livro de Hebreus. Essa sugestão foi feita por Tertuliano em 225 d.C. Ele se baseou nos relatos do livro de Atos dos Apóstolos sobre Barnabé, sobretudo em suas credenciais em Atos 4:36,37.

 

Devido a sua origem e o que é escrito sobre ele no Novo Testamento, obviamente ele era qualificado para ter escrito o livro de Hebreus. A fraqueza dessa sugestão é de que ela não encontra nenhum apoio na história do cânon do Novo Testamento.

 

Priscila como autora de Hebreus

 

Priscila também tem sido sugerida por estudiosos mais modernos como a possível escritora do livro de Hebreus. Ela era esposa de Áquila e membro notável da Igreja Primitiva. Como já foi dito, esse casal foi o responsável por instruir Apolo acerca da fé.

 

O problema dessa sugestão é que o escritor de Hebreus, no original grego, usa um particípio com terminação masculina quando se refere a si mesmo em Hebreus 11:32. Isso significa que para defender a autoria de Priscila, seria necessário contornar uma questão textual que torna essa hipótese impossível.

 

Paulo escreveu o livro de Hebreus?

 

Durante muito tempo o apóstolo Paulo foi considerado o autor do livro de Hebreus. Clemente de Alexandria e Orígenes nos séculos 2 e 3 d.C. já afirmavam que Paulo escreveu essa carta.

 

Essa sugestão foi tão aceita que em 1611 quando a versao inglessa King James  foi publicada, ela trouxe o seguinte título para a Epístola aos Hebreus: “A Epístola de Paulo o Apóstolo aos Hebreus”.

 

Apesar de tudo isso, alguns pontos importantes fazem com que a autoria de Paulo seja bem pouco provável. O principal problema ocorre por conta das claras diferenças entre o livro de Hebreus e as epístolas paulinas.

 

Considerando principalmente o texto grego original da carta, pode-se dizer que nada em Hebreus lembra o estilo de escrita do apóstolo. Paulo utiliza expressões muito características em suas epístolas que não se repetem em Hebreus. Outro ponto bastante importante é que em suas cartas o apóstolo Paulo faz referências cruzadas quando se trata das doutrinas mais importantes. Porém, isso também não ocorre em Hebreus.

 

A principal fraqueza da autoria de Paulo pode ser notada em Hebreus 2:3. O escritor da epístola claramente não se coloca entre aqueles que ouviram pessoalmente do Senhor Jesus a salvação que estava sendo anunciada. Ele diz estar entre aqueles que escutaram dos que a receberam diretamente de Cristo.

 

Em comparação a esse texto, devemos colocar Gálatas 1:12. Nele o apóstolo Paulo afirma categoricamente não ter recebido o Evangelho de nenhuma outra pessoa, mas diretamente de Jesus Cristo.

 

Calvino observou muito bem isso quando afirmou que o escritor de Hebreus se colocava entre os discípulos do ministério apostólico. Para quem argumenta que ainda assim existem semelhanças teológicas entre Hebreus e as cartas de Paulo, faz-se necessário lembrar que muito mais semelhanças existem com os escritos de João, e nem por isso o apóstolo João é considerado o escritor de Hebreus.

 

Não sabemos onde a carta de Paulo aos Hebreus foi escrita. Também não sabemos exatamente quando foi escrita. No entanto, presume-se que foi escrita aproximadamente entre 60–62 d.C., mais ou menos na mesma época em que Paulo escreveu cartas aos filipenses, aos colossenses, aos efésios e a Filemom

 

Paulo escreveu a Epístola aos Hebreus para incentivar os membros judeus da Igreja a manter a fé em Jesus Cristo e a não voltar às suas práticas antigas (ver Hb 10,32-38).

 

Por causa da pressão causada por várias provações, os judeus cristãos estavam saindo da Igreja e voltando a adorar da maneira judaica relativamente mais segura nas sinagogas (ver Hb 10,25.38-39). Paulo queria mostrar a esses judeus cristãos que a lei de Moisés apontava para Jesus Cristo e Sua Expiação como a verdadeira fonte da salvação.

 

Quais são algumas características marcantes desse livro?

 

Em vez de ser apenas uma carta, o livro de Hebreus é mais como um longo sermão que menciona repetidas vezes as escrituras e práticas de Israel. É o sermão mais longo que encontramos nas escrituras sobre por que e como Jesus Cristo é superior em todas as coisas.

 

O livro de Hebreus ensina que Jesus Cristo é maior do que a lei porque Ele deu a lei. Também ensina que os profetas receberam poder pela fé Nele, que Ele era o grande Sumo Sacerdote no qual os sacrifícios do Velho Testamento foram cumpridos, que Ele é maior do que os anjos e que por meio de Seu Sacrifício Expiatório podemos receber a remissão dos pecados.

 

O livro de Hebreus é um dos poucos lugares na Bíblia em que lemos a respeito do Profeta Melquisedeque (ver Hb 7,1-4) e do sacerdócio que leva seu nome (ver Hb 5,5-6.10; 6,20; 7:11–17). Hebreus ensina que o Sacerdócio de Melquisedeque é maior do que o Sacerdócio Aarônico e mostra que a salvação não se encontra na lei de Moisés ou nas ordenanças administradas pelos sacerdotes levitas, mas em Jesus Cristo e nas ordenanças do Sacerdócio de Melquisedeque (ver Hb 7,5-28), Hb 11,1-12,4 contém um excelente discurso sobre fé e ensina como as pessoas podem confiar em Jesus Cristo.

 

Outros possíveis autores de Hebreus

 

Além desses nomes citados, outros importantes líderes da Igreja Primitiva também foram sugeridos como autores do livro de Hebreus. Alguns exemplos são:

 

  • Clemente de Roma, que viveu em aproximadamente 95 d.C.
  • Epafras, que foi citado por Paulo quando escreveu aos Colossenses (Colossenses 1:7).
  • Silas, companheiro de Paulo em viagens missionárias, e que também conhecia o apóstolo Paulo (Atos 15:22-40; 1 Pedro 5:12).
  • Lucas, escritor do terceiro Evangelho e do livro de Atos dos Apóstolos. Essa sugestão é bem pouco provável devido as diferenças entre Hebreus e os dois livros de sua autoria.

O que sabemos sobre quem escreveu o livro de Hebreus?

 

Se não podemos afirmar com certeza quem escreveu o livro de Hebreus, podemos considerar alguns detalhes presentes na própria epístola que esclarecem algumas curiosidades sobre ele.

 

  • Como já foi dito, o autor era um homem, e isso fica claro no grego original em Hebreus 11:32.
  • Ele dominava o grego e seu estilo literário era helenístico.
  • Ele era muito capacitado no Antigo Testamento, e fez grande uso da Septuaginta.
  • Ele não teve contato direto com Jesus (Hebreus 2:3-4).
  • Ele conhecia pessoalmente Timóteo e também os destinatários de sua carta (Hebreus 13:22,23).

 

Apesar de tantas sugestões de nomes para possíveis autores dessa epístola, a defesa de qualquer um delas enfrenta sérios problemas. Sobre isso, Orígenes acertou ao dizer que somente Deus é quem sabe quem escreveu o livro de Hebreus.

 

Particularmente prefiro a sugestão de Lutero que o autor em questão tenha sido Apolo. Essa certamente é uma boa sugestão, considerando tudo o que é dito sobre ele em Atos e também pelo próprio apóstolo Paulo (1 Coríntios 1:12; 3; 4:6; 16:12; Tito 3:13). Quanto a autoria de Paulo, penso que em Hebreus não há nada que ao menos lembre o estilo do apóstolo.

 

Com tudo, se por um lado não sabemos quem escreveu o livro de Hebreus por outro sabemos com clareza qual é a sua mensagem, e, em última análise, seu verdadeiro Autor, e isso é o que realmente nos importa.

 

Resumo

Hebreus 1–6 Jesus Cristo é a imagem expressa do Pai. Ele é maior do que os anjos e todos os profetas que O precederam, inclusive Moisés. Os antigos israelitas que saíram do Egito não entraram no descanso do Senhor porque endureceram o coração contra Jesus Cristo e Seu servo Moisés. Como o Grande Sumo Sacerdote, Jesus é superior a todos os sumos sacerdotes da lei mosaica. Cristo foi aperfeiçoado por meio do Seu sofrimento. Podemos entrar no descanso do Senhor e “[prosseguir] até a perfeição” (Hebreus 6:1).

 

Hebreus 7–13 O Sacerdócio de Melquisedeque administra o evangelho e é maior do que o Sacerdócio Aarônico. O tabernáculo e as ordenanças mosaicas são um protótipo do ministério de Cristo. Jesus Cristo cumpriu a lei de Moisés com o derramamento de Seu sangue, pelo qual podemos obter salvação e a remissão de nossos pecados. Pela fé, os profetas e outros homens e mulheres realizaram milagres e obras de retidão.

3 Lições-Chave que Podemos Aprender com o Pequeno Livro de Obadias

Como muitos dos profetas menores, Obadias é ofuscado pelas obras mais populares de Isaías, Jeremias e Ezequiel. Isso se deve em parte à falta de conhecimento sobre o próprio Obadias. É certo que este Obadias não é a mesma pessoa que foi contemporânea de Elias, como se vê em 1 Reis 18

 

A erudição data o livro de Obadias logo após a destruição de Jerusalém, bem depois dos dias de Elias. Além disso, nada se sabe sobre esse profeta enigmático.

 

Somando-se à obscuridade de Obadias está o fato de ser o livro mais curto do Antigo Testamento. Escondido entre Amós e Jonas, é facilmente perdido. 


No entanto, esta pequena e compacta profecia merece ser conhecida.  

 

Pois, a visão de Obadias fala profundamente sobre muitas questões que os cristãos enfrentam hoje. Suas palavras são provocativamente contemporâneas. 

 

Veremos à seguir as 3 lições importantes que Obadias nos ensina.

 

1. Obadias ensina a loucura do orgulho

 

Obadias fala contra os edomitas, que estavam continuamente em desacordo com Israel. O que começou como uma rivalidade fraterna entre Jacó e Esaú continua entre as nações que eles estabeleceram. 

 

Durante sua jornada para a Terra Prometida, por exemplo, os edomitas se recusaram a permitir a passagem de Israel por seu território. Edom até ameaçou atacar Israel para que eles não chegassem muito perto de sua fronteira (Números 20:20). 

 

Então, Israel é obrigado a tomar uma rota alternativa que imediatamente os encontra atacados pelo rei cananeu de Arade. A hostilidade entre essas duas nações cresce a partir de então. 

 

Saul, Davi e Salomão, todos lideram campanhas militares contra os edomitas.

 

Obadias profetiza contra Edom após a quede de Jerusalém em 587 AC. Em resposta à destruição de Israel, Edom adota uma atitude de justiça própria. Israel havia caído e Edom permaneceu. 

 

Como Edom viu, isso significava que Deus favoreceu Edom sobre Israel. Assim, eles se inflaram de orgulho, acreditando ser os favorecidos de Deus. 

 

Porém, Obadias repreende Edom por esse orgulho espiritual, clamando: Seu coração orgulhoso te enganou, você que mora nas fendas da rocha, cuja morada está nas alturas. 

 

Obadias declara a certeza do julgamento divino.

 

O orgulho de Edom os faz acreditar que são irrepreensíveis, sem culpa. Eles se vêem como vindicados diante de Deus. Por causa desse orgulho, eles não estão dispostos a perceber como eles também se afastaram do plano divino de Deus. 

 

A profecia de Obadias chama Edom a reconhecer sua própria necessidade espiritual. 

 

Obadias clama: 

 

“Como você fez, será feito a você; as tuas obras recairão sobre a tua cabeça” (1:15). 

 

Deus não pode negar a própria santidade de Deus. Ao escolher o caminho do orgulho, Edom acabará experimentando as consequências dessa decisão.

 

O orgulho mascara o pecado, nos torna incapazes de ver o caminho do Senhor. Voltamos nosso olhar para dentro, confiantes e focados em nós mesmos. Quando vivemos assim, vivemos como se o mundo girasse ao nosso redor, para servir aos nossos desejos e caprichos. 

 

O orgulho sempre produzirá consequências terríveis para nós. 

 

Como diz Provérbios: 

 

“A soberba precede a ruína, a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16:18).

 

No final, o orgulho destrói nossa vida espiritual.

 

Isso é particularmente relevante dada a propensão a “cancelar” aqueles com os quais discordamos. A cultura do cancelamento está enraizada no orgulho, pois se baseia na presunção arrogante de que nosso caminho é o caminho divino, uma exaltação do eu. 

 

Às vezes, os cristãos podem estar no lado receptor da cultura do cancelamento. Podemos ser ridicularizados ou repreendidos por nossa fé. 

 

Contudo, as palavras de Obadias nos oferecem esperança. Quando sentimos as farpas dolorosas dos outros, não precisamos retaliar contra eles, nem lutar mal por mal. Obadias nos lembra que Deus está ciente quando outros zombam ou nos repreendem por nossa fé. 

 

De fato, Jesus comenta que isso é de se esperar, Jesus é bastante direto: 

 

“Bem-aventurados vocês quando os insultam, os perseguem e dizem falsamente todo tipo de mal contra vocês por minha causa.” (Mateus 5:11)

 

Em vez de cancelar aqueles que nos cancelam, somos chamados a aderir o caminho do amor, humildade e graça. 

 

Obadias nos lembra que os caminhos justos de Deus, juntamente com o povo justo de Deus, serão justificados no próprio tempo de Deus.

 

2. Obadias ensina a loucura da vanglória

 

Edom não estava apenas orgulhoso de sua fuga do exílio, eles se regozijavam com a morte de Israel. Eles se regozijaram quando Jerusalém foi saqueada por exércitos estrangeiros; aplaudiram quando o Templo foi destruído; eles aplaudiram enquanto as pessoas eram levadas para serem escravizadas na Babilônia. 

 

Obadias repreende Edom por ter prazer na queda de Israel.   

“Mas tu não devias olhar com prazer para o dia de teu irmão, no dia do seu infortúnio; nem alegrar-te sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca, no dia da angústia.” (Obadias 1:12)

 

Obadias até afirma que Edom ficou na encruzilhada para “entregar seus sobreviventes no dia da angústia” (1:14). 

 

Edom não ficou apenas sentado assistindo a queda de Jerusalém; eles alegremente participaram da pilhagem! Em vez de ministério, eles ofereceram zombaria, em vez de conforto, expressaram desprezo.

 

Pode ser fácil racionalizar nossa alegria. É uma boa aposta que Edom justificou sua vanglória sob a retórica da justiça. Afinal, Edom tinha uma longa história de conflito com Israel. Batalhas foram travadas, insultos foram lançados. 

 

Ambos os lados do conflito olhavam para o outro com desdém e antipatia. Assim, quando Israel foi conquistado, Edom provavelmente sentiu que Israel, finalmente, havia “conseguido o que merecia”. 

 

Essa ostentação orgulhosa pode ser muito fácil de adotar, pessoalmente e nacionalmente.

 

Você já se alegrou que alguém “recebeu sua punição”? Você já declarou o infortúnio de alguém como resultado de “o que vai, volta”? 

 

Tais declarações podem parecer inocentes o suficiente. Eles podem até parecer precisos, no entanto, o que eles representam é uma alegre celebração de desvantagem e mágoa. Regozijar-se com a miséria alheia sugere que Deus se deleita na tragédia. 


Quando nos encontramos em um momento de tribulação , pode ser difícil oferecer graça em meio a tais provocações. Obadias deixa claro que vangloriar-se da adversidade do outro é contrário ao caminho de Deus. 

 

Somos chamados a “abençoar e não amaldiçoar” (Romanos 12:14). 

 

Como Cristo suportou a vergonha da cruz, também somos chamados a fixar nossos olhos na alegria que está diante de nós (Hb 12:2). 

 

Deus promete frustrar os fortes e tornar tolos os sábios. Em meio à alegria dos outros, somos chamados a encarnar uma esperança fiel; acreditar com ousadia que, no final, o amor redentor do Senhor reinará e seremos curados. 

 

3. Obadias Ensina o Poder do Reino

 

Deus reina! Esta é a promessa da Bíblia Sagrada. A profecia de Obadias termina declarando que o reino de Deus não será frustrado. 

 

“O dia do Senhor está próximo”, diz Obadias (1:15). 

 

Deus visitará o seu povo e executará julgamento sobre o pecado, a morte e todas as forças espirituais que corrompem e destroem a criação de Deus. 

 

O dia do Senhor será um dia de salvação para todo o povo de Deus. A última frase em Obadias, aquela que serve como o clímax de toda a profecia, é “o reino será do Senhor” (Obadias 1:21). 

 

Deus estabelecerá Seu próprio reino na terra, um reino onde os feridos serão curados, os perdidos serão perdoados e os deslocados serão trazidos para casa.

 

Como povo de Cristo, olhamos para esta profecia através das lentes do Novo Testamento. A encarnação de Deus na pessoa de Jesus é o cumprimento desta profecia. O dia do Senhor havia chegado, e o reino de Deus irrompeu neste mundo. Esta foi a mensagem principal de Jesus. 

 

“Chegou a hora, o reino de Deus está próximo”, exclamou Jesus (Marcos 1:8). 

 

Da mesma forma, quando as pessoas questionam seu ministério, Jesus diz que “se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então o Reino de Deus veio sobre vocês” (Mateus 12:28). 

 

Jesus inaugurou o reino de Deus na terra e nos convida a participar dele. Cura, graça e amor estão abertos e disponíveis para todos nós.

 

Como podemos aplicar essas lições em nossas vidas?

 

Como pessoas fiéis, é fácil ver a profecia de Obadias como emitida contra aqueles que consideramos nossos inimigos. Lemos as palavras sobre a futura destruição de Edom e as vemos como uma advertência contra aqueles que nos repreendem por nossa fé ou se alegram com nosso infortúnio. 

 

Afinal, foi exatamente isso que Edom fez.

 

Devemos viver nossas vidas de forma diferente. Se desejamos viver nossas vidas dentro dos propósitos de Deus para nós, precisamos deixar de lado a arrogância orgulhosa e os modos teimosos e agir com humildade cristã. Devemos repreender com ousadia todas as tentações do orgulho e da vanglória egoísta. 

 

Toda celebração à custa do infortúnio alheio é errada, fazer isso é nos colocarmos sobre o outro. Está enraizado no egoísmo e egoísmo e não exibe o coração humilde que o povo de Deus deve exibir. 

 

O apóstolo Paulo escreveu que “o amor não se gloria” (1 Coríntios 13:4). O amor que devemos ter para com os outros está fundamentado em nosso chamado para apoiar uns aos outros em graça, misericórdia e perdão. Não podemos perdoar os outros se nos gabarmos de suas mágoas. Não podemos estender a graça quando estamos muito ocupados sentindo prazer pelo que lhes aconteceu.

 

Como corpo de Cristo, nossos olhos devem estar fixos no reino de Deus. Jesus nos ensinou a orar para que o reino de Deus venha “na terra como no céu”. 

 

O local principal em que o reino de Deus é revelado é no contexto de nossas próprias vidas. Viver no reino é manter nossos olhos em Jesus e cultivar uma resposta divina para com os outros. 

 

Quando amaldiçoados, nós abençoamos, quando insultados, respondemos com paz. Assim vivemos no reino, participamos dele e, melhor ainda, convidamos outros a experimentá-lo. 

 

Estas são as lições de Obadias, este é o caminho de Jesus.

7 curiosidades sobre a crucificação de Cristo

Jesus de Nazaré nasceu na cidade de Belém, em uma humilde estrebaria. Foi filho de Maria e José, trabalhou como carpinteiro e teve pelo 4 irmãos e pelo menos 2 irmãs. Aprendeu a Torá desde criança, era obediente aos pais terrenos e ao Pai celeste. Iniciou seu ministério aos 30 anos, foi batizado, curou, instruiu, fez amigos, fez discípulos, mudou milhares de histórias e encantou outros milhões de corações. 

 

Foi humilde até a morte, e morte de cruz. 

 

Numa sexta-feira, o mesmo Jesus passou pelas 6 horas mais agoniantes de sua vida humana. Foi traído, preso, negado, açoitado, ferido, crucificado, morto. 

 

Sua paixão pela humanidade levou-o até à cruz. Suas mãos de carpinteiro e que outrora também rabiscaram o chão, foram cravadas no madeiro, machucadas sem pudor.

 

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5 – ACF).

 

Nesta sexta-feira, lembramos do Cristo que levou sobre si tudo o que era para ser nosso. Lembramos de suas mãos, do seu rosto, das suas palavras: “Está consumado!”. Lembramos da crucificação.

 

Em homenagem a isso, vejamos 7 curiosidades sobre a crucificação de Cristo.

 

O mundo antes e depois de Cristo

 

Não é possível compreendermos tudo o que ocorreu no dia da morte de Cristo se, antes disso, não sabermos das profecias já descritas sobre sua vinda, sua morte e sua ressurreição.

 

Anteriormente ao nascimento de Jesus, aproximadamente mais de 300 profecias foram feitas acerca da vinda do Messias – o filho de Deus – à Terra. 

 

Em relação às profecias relacionadas à morte e crucificação de Cristo, o Salmo 22 e Isaías 53 certamente se destacam. Veja alguns exemplos:

 

  • Suas mãos e pés transpassados – Salmo 22:16 e João 20:25.
  • Seus ossos não seriam quebrados – Salmos 22:17 e João 19:33 (posteriormente abordaremos mais sobre isso).
  • Os homens iriam lançar sortes pela roupa do Messias – Salmo 22:18 e Mateus 27:35.
  • Jesus seria rejeitado – Isaías 53:3 e Lucas 13:34,
  • Ele ficaria em silêncio em frente de seus malfeitores e acusadores – Isaías 53:7 e 1 Pedro 2:23. 
  • Ele seria morto, de forma a completar a obra expiatória pelos pecados de seu povo – Isaías 53: 5-9 e 2 Coríntios 5:21.
  • Morreria ao lado de criminosos – Isaías 53:12 e  Marcos 15:27
  • Seria sepultado com os ricos – Isaías 53: 9 e Mateus 27: 57-60

 

Todas essas profecias foram cumpridas em Jesus. Ele veio para que os antigos sacrifícios de animais fossem extintos, visto que se tornou o cordeiro perfeito. Veio para cumprir a Lei, modificando a nossa relação com ela, e para além disso: Jesus cumpriu a lei perfeitamente, tanto as leis morais quanto as cerimoniais, levando-nos de volta ao Senhor, com livre acesso.

 

Hoje, somos livres. 

 

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou.” (Gálatas 5:1a – NVI).

 

7 curiosidades sobre a crucificação de Cristo

 

1. A invenção da pena de morte por crucificação

A pena de morte por crucificação foi criada pelos persas, durante o século V antes de Cristo. No Ocidente, esse tipo de pena foi trazida por Alexandre, o Grande. No entanto, sua popularização ocorreu no Império Romano – quando a Judéia estava  ocupada por Roma. O costume era punir escravos rebeldes, criminosos violentos e traidores que se opunham contra o império, com esse tipo de morte.

 

A crucificação, então, além de ser uma das formas de tortura mais cruéis da história, tinha por objetivo expor o condenado à execração  pública.

 

2. Barrabás 

 

Na ocasião da prisão e acusação de Cristo, os judeus celebravam o Pessach (Páscoa) que era, tradicionalmente, uma celebração à liberdade dos hebreus conquistada no Egito. A Páscoa era, então, a mais importante festa religiosa tradicional. 

 

Deste modo, nestas datas de comemoração judaica específicas, Jerusalém enchia-se de peregrinos vindos de todos os lados de Israel, o que explica a presença do Governador Pôncio Pilatos no local, visto a necessidade de manter o controle político na região. 

 

Ainda nessa data especial, Pilatos possuía o costume de libertar um criminoso – aquele que o povo escolhesse. Nessa ocasião, as “opções” eram Jesus Cristo e Barrabás – descrito na bíblia como um agitador (líder de uma revolta anti governamental), salteador e assassino.

 

Barrabás, dessa forma, merecia a pena de morte por crucificação, todavia, o povo clamou pela libertação de Barrabás, para que Jesus fosse condenado à morte.

 

Pilatos, por sua vez, faz diversas tentativas de não executar Jesus – visto que ele não encontrava em Cristo motivo algum para condená-lo. Manda-o ao açoitamento (que será explanado a seguir), depois lava suas mãos, a fim de ficar livre do sangue de Jesus.

 

Ainda assim, as controvérsias ideológicas mantidas pelos saduceus e fariseus, assim como o clamor do povo para que Cristo fosse crucificado, levou-o à morte.

 

Não se sabe o que aconteceu com Barrabás depois desse episódio. Contudo, uma coisa é certa: ele era como eu e você. Ambos merecíamos a morte, ambos recebemos libertação – o outro morreu para que pudéssemos viver.

 

3. O açoitamento

 

Depois da prisão de Jesus – impulsionada pela traição de seu amigo e discípulo Judas – os religiosos do Sinédrio levaram o nazareno a um “julgamento”, de forma a encontrar razões para que pudessem condená-lo à morte imediatamente.

 

Posteriormente, Jesus é levado a Pilatos, e como já mencionado, o governador condena-o a um açoitamento.

 

O condenado ao açoitamento, naquela época, era colocado preso sem roupa na parte superior e com as mãos amarradas. Os chicotes utilizados pelos soldados eram feitos de cordas ou tiras de couro, com ossos ou pedaços de ferro ou chumbo em cada uma das extremidades.

 

Os primeiros açoites rasgavam a carne, fazendo com que o sangue saísse das veias abundantemente. Esses, atingiam diretamente as costas, enquanto as pontas do chicote enroscavam-se no corpo e feriam o peito e a barriga. 

 

Depois do número de açoites ordenado ao condenado, muitas vezes as veias e as vísceras dos flagelados ficavam expostas, com o rosto também desfigurado pelos golpes. As consequências desse castigo eram hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração no baço e no fígado.  

 

A bíblia nos deixa explícito que Jesus suportou tudo com paciência e quietude, como uma ovelha muda levada ao matadouro.

 

4.  A zombaria dos soldados romanos e a coroa de espinhos

 

Depois do açoitamento, os soldados colocaram em Jesus manto de soldado, da cor vermelho escarlate, para ironizá-lo como a vestimenta de um rei.

 

Como se não bastasse, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram sobre a cabeça de Jesus, batendo nela com um cetro feito de cana, de modo a afundar ainda mais os espinhos pontiagudos na cabeça de Cristo.

 

Satisfeitos, os soldados passaram a simular uma sarcástica homenagem a Jesus, ajoelhando-se diante dele e clamando: Salve, rei dos judeus! E cuspiam-lhe no rosto, davam-lhe bofetadas, e zombavam cruelmente de Jesus.

 

No momento da crucificação, entalharam uma placa  cujo escrito pronunciava em 3 línguas diferentes: “Jesus Nazareno, rei dos judeus”. 

 

5. A cruz e os cravos nas mãos 

 

Ao contrário do que comumente pensamos, Jesus não foi pregado com cravos nas palmas das mãos, mas em seus pulsos. Se os cravos tivessem sido fixados nas palmas, elas facilmente se rasgariam com o peso do corpo, fazendo com que Jesus caísse da cruz.

 

A maioria dos estudos apontam que a cruz de Cristo era uma “crux immissa”, no formato de um “T” e com a ponta vertical levemente mais comprida que a horizontal. 

 

A informação mais aceita pelos historiadores e teólogos é que Jesus tenha carregado apenas a parte horizontal da cruz, chamada de “patibulum”, que pesava cerca de 27 quilogramas. O percurso percorrido por Jesus com a cruz (ou patibulum) nas costas, até o Monte Caveira (ou Calvário) tinha mais ou menos 600 metros.

 

6. A morte de cruz, os dois ladrões e as últimas palavras de Cristo

 

Os condenados à pena de crucificação normalmente morriam por desidratação, asfixia e sufocamento – devido à cabeça pendida sobre o peito.

 

Para abreviar a morte, os soldados costumavam quebrar as pernas dos condenados para que elas deixassem de sustentar o corpo, visto que isso facilitava a asfixia. 

 

Jesus, no entanto, não teve seus ossos quebrados, nem ao menos aceitou beber o vinho oferecido pelos soldados para anestesiar sua dor.

 

Ao seu lado, estavam dois ladrões, que zombavam de Jesus, dizendo-lhe para descer da cruz.  Um deles, no entanto, prestes a morrer, arrependeu-se do que havia dito e declarou:

 

Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: “Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal”. Então ele disse: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”. Jesus lhe respondeu: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”. (Lucas 23:40-43 – NVI).

 

Jesus morreu entregando seu espírito a Deus. Pouco antes de padecer, no entanto, declarou as palavras que mudariam a história do mundo para sempre: “Está consumado”, ele disse, e ali cumpriram-se todas as profecias e toda a lei. 

 

7. O corpo de Jesus

 

Jesus morreu aproximadamente às 15h da tarde de sexta-feira. Como sabemos, neste momento a terra tremeu, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo, mortos foram ressuscitados. 

 

Quanto ao corpo de Jesus, os quatro evangelhos afirmam que, após a crucificação de Cristo, José de Arimatéia pede a Pôncio Pilatos que lhe entregue. Depois que seu pedido foi atendido, José retira o corpo da cruz com a ajuda de Nicodemos, enrola-o em um tecido de linho e o deposita em um túmulo que era seu.

 

O legado deixado pelo Cordeiro pascal

“Bendito seja o Cordeiro

Que na cruz por nós padeceu

Bendito seja o Seu sangue

Que por nós ali Ele verteu

Eis nesse sangue, lavados

Com roupas que tão alvas são

Os pecadores remidos

Que perante seu Deus já estão

Alvo mais que a neve

Alvo mais que a neve

Sim, nesse sangue lavado

Mais alvo que a neve serei” (Harpa Cristã – hino 39).

 

Jesus levou sobre si todas as nossas dores, enfermidades, transgressões e falhas. Não só morreu em nosso lugar, mas nos deu uma vida nova – a vida vivida em união com Deus.

 

O movimento continua, mesmo que todos os outros caiam. A causa do Evangelho, porém, permanecerá. Afinal: Jesus venceu a morte, e o Cordeiro agora também é o Leão.

 

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.” (Apocalipse 22:13 – NVI).

Qual é o significado da coroa de espinhos de Jesus?

 


Na manhã da crucificação de Jesus, os soldados romanos teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus, zombando e ridicularizando abertamente Jesus como o “Rei dos Judeus” (Mateus 27:29).

 

Além da imensa agonia causada por longos espinhos sendo pressionados no crânio de um Jesus já ensanguentado e espancado, a coroa que carregava nos lembra do desprezo e humilhação que o Rei dos reis suportou por aqueles que Ele veio salvar. Pois, Ele abandonou Sua legítima coroa de glória por uma coroa de sofrimento e vergonha.

 

O que era a coroa de espinhos?

 

A coroa de espinhos é sem dúvida uma das imagens mais emblemáticas da crucificação de Cristo. Talvez mais do que qualquer forma de sofrimento físico que Ele suportou. A coroa que Jesus carregava significa a humildade suprema de Cristo em trocar Sua coroa celestial por uma humilde coroa de sofrimento e vergonha.

 

É também a personificação perfeita do que Cristo veio à terra para cumprir. Pois, na coroa de espinhos e na cruz que carregou, Jesus suportou o peso do pecado e da morte, pagando a pena por nossos pecados para que fôssemos perdoados, reconciliados e redimidos, como profetizado pelo profeta Isaías:

 

Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Isaías 53:5)

 

A coroa de espinhos pode ter sido moldada pelos soldados romanos como uma coroação para um prisioneiro político humilde (aos seus olhos). No entanto, a rejeição de Jesus como rei veio muito antes.

 

Nas horas que antecederam a Sua crucificação, Jesus passaria por duas provações. Uma religiosa judaica e a outra política romana. Vejamos, então cada uma delas.

 

A provação religiosa judaica

 

Em primeiro lugar, os fariseus e líderes religiosos levaram Jesus diante do sumo sacerdote e do Sinédrio. Como eles não encontraram nada no ensino ou ministério de Jesus para incriminá-lo, os fariseus recorreram de “falsas testemunhas” (Mateus 26:57-68Marcos 14:53-65; Lucas 22:66-71; João 18:12-24).

 

Foi quando Caifás, o sumo sacerdote, perguntou diretamente a Jesus: “Você é o Cristo, o Filho do Abençoado?” que Jesus respondeu: “Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu. (Marcos 14:61-62Lucas 22:67-70).

 

A partir daqui, as Escrituras nos dizem que “o sumo sacerdote rasgou suas vestes e disse: “Ele blasfemou!” A isso, os fariseus e líderes religiosos responderam: “Ele merece a morte!” (Mateus 26:65-66).

 

Os líderes judeus então começaram a cuspir, bater e zombar de Jesus.

 

A provação política romana

 

Apelando para a morte de Jesus, os fariseus e o sumo sacerdote entregaram Jesus ao governador romano, Pôncio Pilatos. Já que a execução da pena capital era reservada aos romanos.

 

Em várias ocasiões, Pilatos então descobriu que Jesus não merecia a morte. Os fariseus e a multidão, no entanto, eram insistentes, exigindo a crucificação (Mateus 27:23).

 

Pilatos perguntou a Jesus se ele era realmente o “Rei dos Judeus” (Marcos 15:2). Então Jesus respondeu: “É como você diz” (v. 2).

 

Para apaziguar a multidão, Pilatos deu permissão para Jesus ser açoitado e espancado. Aqui, os soldados romanos o vestiram com uma túnica roxa, cuspiram nele e zombaram dele, gritando: “Salve! rei dos judeus!” Eles então formaram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus (João 19:2-3).

 

Ao contrário dos espinhos que podemos encontrar em uma roseira, os usados ​​para moldar a coroa de Jesus em Sua crucificação provavelmente eram da tamareira. Esses espinhos eram muito grossos e duros, chegando a atingir 30 centímetros em alguns casos.

 

Sabe-se que os espinhos de uma tamareira possuem toxinas que podem causar, além de dor excruciante, inflamação, hematomas e danos nos tecidos.

 

Somado ao que Jesus já havia sofrido quando espancado e açoitado, a coroa de espinhos teria causado uma dor quase indescritível enquanto Ele carregava a pesada cruz nas costas pelas ruas de Jerusalém até o lugar onde Ele foi finalmente crucificado. 

 

O que a coroa de espinhos simboliza?

 

Poucos dias antes de Sua crucificação, Jesus entrou em Jerusalém. Então, a multidão o recebeu gritando: “Hosana ao Filho de Davi; Bendito o que vem em nome do Senhor; Hosana nas alturas!” (Mateus 21:9).

 

“Uma grande multidão estendeu suas túnicas no caminho e cortou galhos das árvores e os espalhou pelo caminho” (Mateus 21:8).

 

Esta foi uma recepção real digna do verdadeiro Rei de Israel!

 

No entanto, a ironia de ramos de palmeiras ​​para receber Jesus como o Rei de Israel em Jerusalém no domingo, posta com espinhos de palmeiras ​​para moldar uma coroa falsa que Cristo usaria quando levado para fora da cidade na sexta-feira, é surpreendente!

 

Além disso, é bem possível que muitos que acolheram Jesus com gritos de “Hosana” também gritaram “Crucifica!” a Pilatos dias depois.

 

No Jardim do Éden, um dos primeiros símbolos da maldição trazida sobre a humanidade por causa do pecado de Adão foi a presença de “espinhos e abrolhos” para representar a dor e a labuta ligada ao trabalho do homem a partir de então (Gênesis 3:18).

 

Em outras partes da Bíblia, “espinhos” representam o caminho daqueles que escolhem o pecado ao invés do caminho do Senhor (Provérbios 22:5). 

 

Mal sabiam os soldados romanos, sua cruel coroa de espinhos, para zombar de Jesus, na verdade apontava para a maldição e penalidade do pecado que Jesus usou em nosso lugar.

 

Como Paulo escreveu: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21).

 

Como a coroa de espinhos representa a coroa eterna de Cristo?

 

O Messias era a promessa do verdadeiro rei de Israel, da linhagem de Davi, que se sentaria no trono e cujo reino duraria para sempre (Isaías 9:7Jeremias 30:92 Samuel 7:12-13).

 

Infelizmente, muitos em Israel, ou seja, os fariseus e líderes religiosos, não reconheceram Jesus como o Messias prometido. Como está escrito: “Veio para os seus e os seus não o receberam” (João 1:11).

 

Portanto, a maioria das referências a Jesus como o “Rei dos Judeus” nos evangelhos vem de gentios.

 

Por exemplo, logo após o nascimento de Jesus, magos do oriente chegaram a Jerusalém em busca do Messias, perguntando ao rei Herodes: “Onde está aquele que nasceu rei dos judeus?” (Mateus 2:2).

 

Os evangelhos falam de uma mulher que derramou perfume caro sobre a cabeça de Jesus para ungi-Lo (Mateus 26:6-13). 

 

Este ato de adoração não apenas apontou para a morte e sepultamento de Jesus, mas também refletiu Sua natureza como o rei escolhido de Deus.

 

E quando Pilatos trouxe Jesus diante dos fariseus e do povo mais uma vez, os judeus novamente gritaram para Pilatos crucificá-lo! Pilatos então perguntou: “Devo crucificar seu rei?”. A isso, os judeus responderam: “Não temos rei senão César” (João 19:14-15).

 

Então, conforme profetizado, Jesus morreu entre ladrões. No entanto, por meio de Seu sacrifício, Jesus abriu um caminho para a redenção.

 

Ao fazer isso, Jesus se estabeleceu como o Rei dos judeus, o Rei dos reis, o Rei das nações para sempre.

 

Um dia, aqueles que rejeitaram Jesus como Messias e Rei, saberão que Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 17:14). 

 

Então, “Todo joelho se dobrará a mim, e toda língua dará louvor a Deus” (Romanos 14:11Filipenses 2:10).