domingo, 24 de dezembro de 2017

NATAL - UMA FESTA PAGÃ?

NATAL - UMA FESTA PAGÃ?

Por Marco Antônio Lana - Teólogo

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Qual é a origem do Natal?

O Natal tem origem na vontade de celebrar o nascimento de Jesus. Os cristãos queriam celebrar a vinda de Jesus ao mundo, por isso escolheram o dia 25 de dezembro para lembrar esse acontecimento. Ao longo da História, muitas festas diferentes têm sido celebradas nessa época.

Ninguém sabe a data exata quando Jesus nasceu. Por isso, alguns séculos depois, os cristãos escolheram uma data para lembrar-se do nascimento de Jesus. Com o tempo, o Natal se tornou uma festa muito popular e ficou fixado no dia 25 de dezembro. No entanto, em alguns lugares, o nascimento de Jesus é celebrado em outra data, como o dia 6 de Janeiro.

O objetivo principal do Natal sempre foi, desde o início, celebrar o nascimento de Jesus, que veio para salvar o mundo (Lucas 2:10-11). Outras tradições, como oferecer prendas, se juntar em família e fazer festas, foram sendo acrescentadas com o tempo. As tradições do Natal mudam, mas continua a ser a celebração da vinda de Jesus ao mundo.

O Natal tem origem pagã?

É difícil dizer se a celebração do Natal tem origem pagã ou se foi criada para lutar contra o paganismo. Quando a festa do Natal surgiu, já havia várias outras festas nessa altura do ano, relacionados com o inverno, o solstício ou grandes eventos. Mas o Natal se tornou muito maior que essas festas, à medida que o Cristianismo crescia.

Os romanos tinham duas festas pagãs por volta dessa altura, em dezembro, relacionadas com seitas pagãs diferentes. Essas festas tinham coisas parecidas com a festa do Natal, como oferecer prendas, mas também envolviam muito excesso e depravação, um pouco como o Carnaval. O Natal pode ter surgido como uma alternativa mais santa a essas festas, focando a atenção das pessoas em Jesus, não no pecado.

Por outro lado, não eram só os pagãos que tinham uma festa especial em dezembro. Os judeus também tinham (e ainda têm) uma festa chamada Hanukkah, celebrando a purificação do templo depois de uma tentativa de destruir o Judaísmo. Essa festa já era celebrada no tempo de Jesus e pode ter sido uma influência na criação do Natal (João 10:22-23).

Existe ainda a possibilidade que os cristãos achavam que Jesus nasceu mesmo nessa altura do ano. Uma tradição antiga sugere que Maria ficou grávida de Jesus por volta do fim de março. Logo, Jesus teria nascido nove meses depois, no fim de dezembro. Então, as datas do Natal e de outras festas podem ser apenas coincidência.

Não dá para ter certezas sobre a origem do Natal. Existiam festas pagãs antigas em todas as alturas do ano. Mesmo se o Natal fosse celebrado em outra altura do ano, é provável que coincidisse com outra festa. Como acontece com todas as festas, a forma como se celebra o Natal é influenciada pela cultura e as tradições locais.

Atualmente, o Natal é uma festa pagã?

Não, hoje em dia o Natal não é uma festa pagã. O tema principal do Natal continuava a ser o nascimento de Jesus. O Natal somente é uma festa pagã para quem faz festa sem pensar em Jesus nesse dia. Para aqueles que celebram Jesus, o Natal é uma festa cristã.

A natureza do Natal depende de cada pessoa que a celebra. Você pode focar mais em coisas secundárias, como festas, família e prendas, ou pode focar mais em Jesus, que veio para lhe salvar. Ou então você pode tratar o Natal como outro dia qualquer. A decisão é sua. Mas quando pessoas se juntam para adorar Jesus e se alegrarem, não existe nada de pagão nisso.

Cristãos devem celebrar o Natal?

Para os cristãos há liberdade para comemorar o Natal e para não comemorar o Natal, e é uma questão de consciência. A Bíblia diz em Romanos 14:5 que:

·         Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente.

O apóstolo Paulo conclui o pensamento dizendo em Romanos 14:22:

·         Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova.

No entanto, existe muita discussão sobre este tema, e nem todo mundo concorda sobre o tema.

O que a Bíblia diz sobre o Natal?

Muitos cristãos não celebram o Natal e usam os seguintes argumentos:

·         A Bíblia não ordena que cristãos celebrem o Natal ou proíbe mesmo;
·         Não existe indicação de que os primeiros cristãos celebravam o Natal;
·         Jesus não nasceu em dezembro;
·         Atualmente o Natal é uma celebração do materialismo;
·         A celebração popular do Natal tem origem em festas pagãs, assim como elementos associados, como a árvore de Natal;
·         Árvores de Natal são proibidas nas Escrituras, em passagens como Jeremias 10:2-4, Isaías 44:14-15 e Jeremias 3:13;
·         Papai Noel é um mito que tira o foco de Jesus.

Algumas das respostas mais comuns dos cristãos que celebram o Natal são:
·         A Bíblia não ordena nem proíbe especificamente a celebração do nascimento de Jesus, mas encoraja-a (anúncio dos anjos cheio de alegria, por exemplo);
·         Os primeiros cristãos não faziam muitas outras coisas que hoje os cristãos fazem e aceitam com naturalidade;
·         Existe muita discussão sobre quando Jesus nasceu e não há consenso, mesmo entre estudiosos. É possível que Jesus tenha nascido em dezembro, embora não haja certezas.
·         Cristãos devem celebrar o Natal de forma diferente, não caindo no materialismo.
·         Cristãos devem aproveitar todas as oportunidades para exaltar a Cristo e transformar completamente mesmo celebrações pagãs em algo que honre a Deus.
·         As passagens referem-se à criação de ídolos, estão fora do contexto da passagem e não se referem de forma alguma a árvores de Natal. Ninguém adora a árvore de Natal.
·         É verdade que Jesus tem que ter o centro de toda nossa atenção, e devemos condenar a mentira. Cristãos não precisam de forma alguma aceitar Papai Noel para celebrar o Natal.

Perigos em que Você Pode Cair

Existem dois perigos em que o cristão pode cair na época do Natal. O primeiro é aceitar tudo o que a sociedade e cultura atuais dizem que o Natal deve ser e como deve ser celebrado. O segundo é rejeitar a festividade por completo e acabar por cair numa espécie de legalismo, que nos distrai da Boa Notícia que é a vinda de Jesus ao mundo.

Qual é o significado dos símbolos de Natal? Quais podem ser usados por evangélicos?
Os evangélicos podem usar qualquer símbolo de Natal que não lhes leve a pecar. Essa é uma questão de consciência individual. Todos os grandes símbolos natalinos têm um significado ou cristão ou neutro na nossa cultura. Peça sabedoria a Deus para usar os símbolos do Natal para glorificar Jesus (1 Coríntios 10:31).

Os principais símbolos natalinos são:

1.    O presépio.

O presépio representa a história do nascimento de Jesus. Para quem não sabe ler, o presépio é uma ferramenta ótima para ensinar essa história. Cada figura conta uma parte da história que está na Bíblia: o bebê na manjedoura, o pai e a mãe, os pastores, os magos, os anjos e a estrela. O presépio só se torna um problema se a pessoa o adorar. Isso é idolatria. Se você se sente tentado a adorá-lo, evite o presépio (1 João 5:21). Mas se é só para lembrar a história do Natal, não tem problema.

2.    A árvore de Natal.

Normalmente um pinheiro é enfeitado com luzes e pequenos objetos. Alguns dos objetos têm um significado cristão:

A árvore de Natal pode ser simplesmente decorativa ou servir como lição. Tal como o presépio, alguns dos símbolos da árvore de Natal podem ser usados para ensinar a história do nascimento de Jesus. Temos liberdade para escolher se queremos ter árvore de Natal ou não.

Cada crente tem a liberdade de decidir se vai ter árvore de Natal. A Bíblia não proíbe nem defende a árvore de Natal. A árvore de Natal como a conhecemos é uma tradição cristã, não pagã.

Ter árvore de Natal é pecado?

Não, ter árvore de Natal não é pecado. Algumas pessoas dizem que ter árvore de Natal é idolatria mas ninguém adora a árvore de Natal! As passagens da Bíblia que falam sobre árvores e idolatria se referem a duas situações:

·         O uso de madeira para esculpir um ídolo para adorar – Isaías 44,14-15
·         A prática de rituais pagãos associados à fertilidade debaixo de árvores – Jeremias 3:13

Nenhuma passagem bíblica condena usar uma árvore como decoração. Se a árvore de Natal serve apenas para decoração, não é errado ter em casa. Usar decorações em tempos de festa é normal e aceitável. Quando Jesus entrou em Jerusalém, o povo decorou as ruas com folhas para celebrar sua vinda (Mateus 21:8-9).

Por outro lado, ninguém é obrigado a ter uma árvore de Natal em casa. Se você não quiser ter, não tem problema! Siga sua consciência, mas respeite a opinião dos outros (Romanos 14:22).

Símbolos cristãos da árvore de Natal:

·         Estrela – a estrela que tradicionalmente fica em cima da árvore representa a estrela que guiou os magos até Jesus quando ele nasceu – Mateus 2:9-10
·         Anjos – os anjos decorativos nos lembram a anunciação do nascimento de Jesus aos pastores – Lucas 2:13-14
·         Luzes – Jesus é a Luz do mundo, que veio para iluminar nossas vidas, em meio à escuridão do mundo – João 8:12
·         Triângulo – o pinheiro tem uma forma triangular, que pode ser usado para explicar sobre a Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo
·         Folhas – as folhas do pinheiro não caem no inverno, continuam verdes (o Natal é no inverno na Europa e em Israel); Jesus é uma esperança que não falha, mesmo nas estações mais difíceis da vida

Podemos usar esses símbolos para ensinar sobre Jesus.

A árvore de Natal tem origens pagãs?

Algumas tradições pagãs tinham coisas parecidas mas a árvore de Natal tradicional vem de uma tradição cristã.

Entre alguns povos pagãos era costume enfeitar a casa com folhas de árvore no inverno para lembrar a chegada da primavera. Outros usavam decorações com folhas para dar sorte ou afastar o mal. Mas os primeiros registros de árvores parecidas com a árvore de Natal moderna, com decorações e luzes dentro de casa, vêm da tradição cristã.

A tradição da árvore de Natal começou por volta do século XV ou XVI. Alguns dizem que Martinho Lutero foi o primeiro a fazer uma árvore de Natal em sua casa. Outra lenda conta que um pregador cortou um carvalho que os pagãos estavam a adorar e um pinheiro cresceu milagrosamente em seu lugar, mostrando que a mensagem do pregador era verdade.

A árvore de Natal se tornou popular na Europa a partir só século XVIII e XIX. Por essa altura já não tinha nenhuma associação com tradições pagãs, sendo uma prática cristã. O mais importante é conhecer o que a árvore de Natal significa hoje, em nossa cultura. Por enquanto, continua a ser uma tradição principalmente cristã.

3.    A estrela.

Representa a estrela que levou os magos até Jesus

4.    Os anjos.

Representam os anjos que anunciaram o nascimento de Jesus

5.    Outros objetos são apenas decorativos, para embelezar, como as bolas coloridas, os sinos e os fios de várias cores. Não há nada com um significado claramente pagão, que promove a idolatria.

6.    O Papai Noel.

O Papai Noel é uma história de um velhinho que dá presentes às crianças no Natal. Ele é baseado num homem chamado São Nicolau, que gostava de crianças e repartia seu dinheiro com os pobres.

Entendendo que é só uma brincadeira, a história do Papai Noel pode ser usada de forma inofensiva pelos cristãos. Com alguma sabedoria dos pais, o Papai Noel pode ser usado para estimular a imaginação das crianças menores. O exemplo de São Nicolau também pode ser usado para ensinar generosidade e amor aos outros (Provérbios 22,9).

O que contar às crianças sobre Papai Noel?

Não há nenhuma regra clara sobre o Papai Noel na Bíblia, por isso é uma decisão que cada casal crente deve tomar de acordo com sua consciência. Com ou sem a fantasia do Papai Noel, o foco principal do Natal deve ser sempre Jesus.

De onde vem a história do Papai Noel?

O Papai Noel é baseado em um homem real, chamado São Nicolau, que viveu no século IV d.C. São Nicolau era um cristão rico que era muito generoso para os pobres e gostava de crianças. Sua história ficou misturada com várias lendas, criando o Papai Noel. No século passado, a Coca Cola tornou popular a figura do homem de barbas brancas e fato vermelho que hoje todos conhecem.

As crianças gostam de escrever cartas ao Papai Noel a pedir presentes. Toda a criança acaba descobrindo um dia que o Papai Noel não existe.

O crente pode contar sobre o Papai Noel?

Cada crente tem a liberdade de decidir se vai ou não contar sobre o Papai Noel aos seus filhos. Desde que o foco principal do Natal seja Jesus, existem muitas abordagens que podem ser tomadas:

Não contar

Não ter a fantasia do Papai Noel não vai destruir a infância da criança. Alguns pais preferem explicar logo que são eles que compram os presentes. Mesmo assim, é bom estar pronto para responder a perguntas sobre o Papai Noel

Explicar logo que não é real

Quem quer fazer uma distinção clara entre a verdade e a fantasia pode explicar que o Papai Noel é só uma brincadeira, como as personagens de contos de fadas.

Contar sem dizer que é real

Alguns pais não sentem necessidade de explicar que o Papai Noel não é real, porque os filhos são inteligentes e conseguem aprender isso sozinhos. Mesmo assim, se a criança perguntar, é bom ser honesto, explicando que é só uma história inventada.

Usar como exemplo

Uma opção é focar mais no exemplo de São Nicolau, ensinando as crianças a ser generosas, porque é bom e Deus gosta disso (Provérbios 22:9).

Mas o que a Bíblia diz?

A Bíblia diz que não devemos mentir (Efésios 4,25). Mas isso não significa que não podemos deixar as crianças imaginar. O mais importante é fazer uma distinção entre a forma como contamos uma história verdadeira e uma história imaginária. Jesus também contava histórias imaginárias – parábolas.

A Bíblia também nos diz que Jesus é a pessoa mais importante. Jesus é nosso maior presente (João 3:16). Não é bom deixar o Papai Noel se tornar a personagem principal do Natal para as crianças.

O Papai Noel pode ser usado tanto para o bem como para o mal. Se o história do Papai Noel é usada para tirar toda a atenção de Jesus e promover o materialismo, é ruim. Mas se é usada com sabedoria para ensinar sobre generosidade e amar outras pessoas, é boa.


7.    Luzes e vela.

Jesus é a luz do mundo. Ele ilumina nossos corações, afastando a escuridão do pecado (João 8:12). As luzes de Natal podem ajudar a lembrar isso.

Hoje em dia, as luzes são usadas só como uma decoração bonita, sem significado religioso. Deus criou a beleza para ser apreciada. O crente pode usar luzes e velas como decoração.

Por outro lado, velas e luzes são usadas em algumas tradições para idolatria ou, na tradição católica, para rezar pelos mortos. Isso é errado. Se essa é sua motivação, não use luzes ou velas.

Então, crente deve ou não deve celebrar o Natal?

Sim, todo cristão deve celebrar o nascimento de Jesus, o Salvador. Juntamente com a morte e ressurreição de Jesus, a sua encarnação (o momento em que o Verbo se fez carne, se tornou um de nós) deve ser celebrado sim. Mas cada um tem a liberdade de fazer isso de acordo com a sua consciência e como o Espírito Santo guiar e não precisa ser em nenhuma data específica.

Você celebra o Natal no dia 25? Faça isso para a glória de Deus. Você prefere não celebrar nesse dia? Glorifique a Deus nisso.

Você tem árvore de Natal? Use a oportunidade para se lembrar das várias bênçãos que temos em Jesus. Está convencido de que não deve ter? Aproveite para dizer para todo mundo que você prefere celebrar de outra forma esse acontecimento superimportante que foi o nascimento de Jesus!

Qualquer que seja a sua convicção, o importante é abençoar as pessoas não só nesta época mas durante o ano todo. Dar as boas notícias de que Jesus veio, morreu e ressuscitou para nos salvar tem que ser sempre e não só em dezembro!


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

CAIM




Caim é um personagem do Antigo Testamento da Bíblia, sendo o filho da queda de Adão e Eva. Era um lavrador. Em hebraico, Caim significa "lança", sendo que a sua transliteração seria "Qayin". Este nome também é associado a uma outra forma verbal, "Qanah", que pode significar "obter" ou "provocar ciúme". Algumas obras associam o nome com a expressão "algo produzido".

Caim matou quem?

Caim matou seu irmão mais novo, Abel, porque tinha ciúme dele. Os dois ofereceram sacrifícios a Deus mas Deus só aceitou Abel e seu sacrifício. Caim ficou zangado e acabou matando Abel.

Como Caim matou Abel?

A Bíblia não diz como Caim matou Abel. Os dois foram para o campo e lá Caim atacou Abel e o matou. Depois ele fingiu não saber o que tinha acontecido com seu irmão.

Não diz em lado nenhum que os dois brigaram ou lutaram. Tudo indica que Caim matou Abel em sangue frio, sem ter desculpa, porque sentiu ciúme dele.

Por que Deus rejeitou o sacrifício de Caim?

O próprio Deus dá a resposta na história:

“O Senhor disse a Caim: ““ Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? Se você fizer o bem, não será aceito? Mas, se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”. - Gênesis 4:6-7

Fica claro que Caim não fazia o bem, por isso seu sacrifício foi rejeitado. O sacrifício de Abel agradou a Deus, não porque era carne mas porque seu coração era bom. Para Deus, o importante é o interior, não a aparência exterior. Atos religiosos feitos sem sinceridade não têm valor (Oséias 6:6).
Veja também: o que era a marca de Caim?

O que aconteceu com Caim?

Deus expulsou Caim de sua terra natal e amaldiçoou suas plantações. Também colocou em Caim um sinal para que ninguém o matasse em vingança de Abel. Caim fugiu da sua família e se estabeleceu na terra de Node, onde teve filhos com sua mulher e fundou uma cidade. Ele deu o nome de seu filho à cidade – Enoque.

O que era a marca de Caim?

A Bíblia não diz o que era a marca de Caim. Apenas diz que Caim recebeu uma marca de Deus, para proteção contra vingadores. Existem muitas teorias sobre o que era a marca de Caim mas nenhuma tem base bíblica.

Quando Caim matou Abel, Deus o condenou a viver como fugitivo pelo resto da vida (Gênesis 4:10-12). Caim ficou com medo, porque as outras pessoas poderiam querer matá-lo, como vingança por Abel. Então Deus prometeu a Caim que se alguém o matasse, receberia uma vingança sete vezes pior. Deus colocou uma marca em Caim, para que ninguém o matasse (Gênesis 4:13-15).

A Bíblia não nos diz o que era a marca de Caim mas podemos saber algumas coisas sobre ela:

• Estava ligado apenas a Caim – Deus colocou a marca sobre Caim; não há nenhuma indicação que a marca passou aos seus descendentes
• Servia de proteção a Caim – as pessoas, ao encontrarem Caim, não o matariam
• Não o impediu de casar e ter filhos – a marca protegia Caim de ser morto mas não o impedia de ter relações sociais com outras pessoas - Gênesis 4:17

Pela informação que a Bíblia nos dá, não podemos saber se a marca de Caim era uma marca física, em seu corpo, ou algo que aparecia junto dele ou se era algum tipo de marca espiritual. A Bíblia apenas diz que era um sinal, que outras pessoas podiam reconhecer e entendiam que era um aviso contra matar Caim.

A marca de Caim na cultura popular

Caim e sua marca são alvo de muita especulação na cultura popular. Séries televisivas e jogos de computador às vezes incorporam a marca de Caim em suas histórias. É muito importante lembrar que essas histórias são ficção. Quando pegam em elementos ou personagens da Bíblia, distorcem sua história, inventando muita coisa para caber na história que estão contando. São histórias inventadas, não são fontes de informação dignas de confiança.

Quem foi à esposa de Caim?

A Bíblia não diz quem foi à esposa de Caim. Essa informação não é relevante para a história. Caim provavelmente se casou com uma irmã ou sobrinha sua. Adão e Eva tiveram outros filhos além de Caim, Abel e Sete.

A Bíblia diz que todas as pessoas do mundo são descendentes de Adão e Eva (Gênesis 3,20). Por isso, a esposa de Caim deve ter sido seu parente. Para entender melhor de onde veio a esposa de Caim, vamos ver a cronologia dos eventos na Bíblia:

·         Adão e Eva foram expulsos do Éden
·         Adão teve relações com Eva e Caim nasceu (Gênesis 4:1) – outras traduções dizem que Adão “conheceu” Eva; nesse contexto “conhecer” significa ter relações.
·         Eva teve outro filho – Abel (Gênesis 4:2)
·         Caim e Abel cresceram e seguiram diferentes profissões
·         Caim e Abel ofereceram sacrifícios a Deus mas Deus rejeitou o sacrifício de Caim
·         Caim ficou com inveja de Abel e o matou (Gênesis 4:8)
·         Deus confrontou Caim e o expulsou da terra de seus pais
·         Caim fugiu para um lugar chamado Node (Gênesis 4:16)
·         Adão e Eva tiveram outros filhos e filhas depois da morte de Abel (Gênesis 4:25; Gênesis 5:4)
·         Caim teve relações com sua mulher e ela teve um filho (Gênesis 4:17) – novamente aqui algumas traduções usam “conhecer” com o sentido de ter relações

A Bíblia não diz quanto tempo passou entre esses eventos nem tudo que aconteceu pelo meio. Por exemplo, a Bíblia conta sobre o nascimento de Abel logo depois do nascimento de Caim sem dizer que entre os dois eventos passaram pelo menos 9 meses. A Bíblia não diz:

·         Quando Caim se casou
·         Se Adão e Eva tiveram outros filhos e filhas antes de Sete – Caim parece implicar que tinha outros parentes que o poderiam matar mas a Bíblia não é clara (Gênesis 4:13-14)

O mais provável é que Caim tenha se casado com uma de suas irmãs. Se ele se casou muito tarde, ele pode ter se casado com uma sobrinha ou com uma irmã que nasceu depois de Sete. Naquele tempo o casamento entre irmãos era necessário porque não havia outras opções.

Para saber mais sobre a vida de Caim, leia Gênesis 4.