sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 06 - ISRAEL NA VIAGEM PELO DESERTO


A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 06 - ISRAEL NA VIAGEM PELO DESERTO

Moisés e Arão foram enviados ao Egito com o propósito de convidar o povo de Israel para “celebrar uma festa no deserto” – Ex 5,1. Deve ser porque, com Deus, até no deserto é possível festejar!

O propósito de Deus para com seu povo, certamente era vê-los obedecendo a seus mandamentos e assumindo imediatamente a terra que “sob juramento prometeu dar a seus pais”. Mas o pecado retardou a posse da herança. E o deserto, que deveria ser um lugar somente de festejar com Deus a expectativa da entrada na terra prometida, transformou-se também num lugar de castigo para os desobedientes.

O deserto tornou-se, portanto, um instrumento necessário para manifestar a bondade e a severidade de um Deus fiel.

  1. A VELHA GERAÇÃO (Nm 1-14).

Percebemos que o trato principal de Deus com esta velha geração foi o extermínio quase que total. Só restaram Josué e Calebe, em decorrência de sua fé (Gn 14,37-38), porque Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; “Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso;” (Sl 4,3).

a)      O primeiro recenseamento.  (Nm 1-4)

Percebe-se que o principal objetivo deste censo era militar. Ele nos dá a lista de homens capacitados para a guerra (Nm.1,2-3).

Normalmente pensamos que se Deus lhes deu a terra,a sua parte era tão somente dividi-la e apossar-se dela. Mas não, deles teriam de lutar duro para assumir totalmente a sua posse. Deus é o Senhor dos Exércitos e ajuda os seus, mas há uma parte que nos compete fazer.

b)      As instruções. (Nm 5-9)
Estes capítulos  informam-nos como deveria ser o arraial de Israel por dentro.
Þ     Separação da contaminação geral.
Þ     Superação individual de Deus.
Þ     A oferta dos príncipes.
Þ     A consagração do levitas.
Þ     A festa da páscoa.
Þ     Os sinais da presença de Deus (fogo e nuvem).

Deus continua insistindo com seu povo. As bases da comunhão com ele são por si mesmo estabelecidas e sua presença e sua presença abençoadora é condicionada à obediência total. Mas ele é fiel e dá sinais bem claros de sua companhia. Por isso, todos os fieis podem afirmar: “O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (Sl 46,11).

c)      A jornada. (Nm 10-14)
Esta seção começa muito bem com a euforia da partida. Mas o tom geral é de tristeza. São tantos os desencontros, que é quase impossível relatar. Parece que aqui trava-se uma verdadeira guerra entre as forças espirituais do mal que encontram espaço no meio do povo de Israel e o próprio Senhor seu Deus. De repente surgem murmurações de todos os lados, até entre os próprios lideres. O clima era de insatisfação quase que geral.

Se não fora às intervenções divinas combinando justiça com misericórdia, neste ponto o povo teria sido destruído “O Senhor é lento para a cólera e rico em bondade; ele perdoa a iniqüidade e o pecado, mas não tem por inocente o culpado, e castiga a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração.” (Nm 14,18). Mas o castigo de Deus foi decretado: “Explorastes a terra em quarenta dias; tantos anos quantos foram esses dias pagareis a pena de vossas iniqüidades, ou seja, durante quarenta anos, e vereis o que significa ser objeto de minha vingança. Eu, o Senhor, o disse. Eis como hei de tratar essa assembléia rebelde que se revoltou contra mim. Eles serão consumidos e mortos nesse deserto!” (Nm 14,34-35).


  1. A PEREGRINAÇÃO NO DESERTO (Nm 15-20).

o        A afirmação da autoridade divina – Nm 1.
o        A rebelião de Core – Nm 16.
o        A afirmação da autoridade sacerdotal – Nm 17-18.
o        A novilha vermelha – Nm 19.
o        O fim da peregrinação – Nm 20.

Este espaço de 38 anos na historia de Israel é chamado por alguns de “não historia”. É como se o povo tivesse parado de construir sua existência – estava apenas passando o tempo uma a morte. Aqueles que pediram a morte no deserto acabaram por ver seus anseios concretizados.

Aqui temos um paradoxo entre a fidelidade de Deus, que continuou se comunicando com o povo de Moisés (Nm 15) e prometendo todo seu sustento (Dt 8,2-6 e 29,5-6) e o desânimo total do povo em relação a Deus e as coisas espirituais.

É muito reconfortante para nós, o cristão, sabemos que “Se, porém, o renegarmos, ele nos renegará. Se formos infiéis... ele continua fiel, e não pode desdizer-se”. (2Tm 2,13). No entanto, somos também exortados a fidelidade! 

  1. A NOVA GERAÇÃO (Nm 21-36).

Aquela triste peregrinação terminou. Muitas coisas foram mudadas. A velha geração morreu, inclusive Arão; Moisés em breve partiria, tendo Josué como seu sucessor. É chegada, portanto, a hora de uma nova partida, que será final rumo a terra prometida.

Se para a velha geração o deserto visava extermina-la, para esta nova geração o deserto visava apagar a memória do Egito.

a)      A nova jornada  (Nm 21-25):

Esta nova etapa da viagem durante quatro e cinco meses. Mas prolongou-se muito, porque o povo de Edom, não permitiu que Israel! Cortasse o caminho pelo seu território (Nm 21,4 e 20,14-22).

Durante aquela fase anterior, quando Israel estivera desviado da vontade do Senhor, Ele não lhes deu resposta favorável. Mas agora “O Senhor ouviu os rogos de Israel e entregou-lhe os cananeus, que foram votados ao interdito juntamente com as suas cidades. Deu-se a esse lugar o nome de Horma.” (Nm 21,3). Estes eram os mesmos cananeus que antes os haviam derrotado naquele lugar.

Nós cristãos, precisamos nos colocar no “lugar da benção” se quisermos ser abençoados. E o “lugar da benção” é o lugar de obediência (Lc 15,20-24).

b)      O novo recenseamento  (Nm 26-27)

Um novo censo militar é levantado, visando os mesmos propósitos do primeiro. Percebemos decréscimo. Não precisa ser especialista em analise de recenseamento para perceber que em 40 anos somente houve baixas na nação israelita. Nesse período não houve progresso em nenhum setor da vida do povo. Não apenas no número dos filhos de Israel (Gn 13,16;15,5), ficamos abismados ao perceber o que o pecado é capaz de fazer aqueles, que o praticam.

“E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença.” (Sl 106,15)

c)      As novas instruções  (Nm 28-36)

Já que esta é uma nova geração, algumas novas instruções precisam ser dadas, algumas instruções velhas são esclarecidas e outras simplesmente repetidas.

o        As ofertas ao Senhor (Nm 28-29)

Em primeiro lugar estão as ofertas diárias (Nm 28,3-8),depois as ofertas do sábado (Nm 28,9-10), a seguir as ofertas dos princípios dos meses (Nm 28,11-15) e por ultimo as ofertas que acompanhavam as “festas” do Senhor (Nm 28,16;29,39). Está patente aos de qualquer leitor cristão, que essas ofertas opontavam para Cristo que satisfez em tudo a justiça divina em nosso lugar (2Cor 5,21).

o        Os votos ao Senhor (Nm 30)

Este capitulo refere-se aos votos de varias classe de pessoas. Alguns princípios são estabelecidos para os mesmos: devem ser feitos apenas a Deus; não devem ser quebrados;  no caso de moças solteiras, devem ser controlado pelos pais; no caso das noivas, é preciso cuidado para não faze-los de modo precipitado; no caso da mulher casada, é necessário que o marido concorde.

o        O castigo contra os midianitas (Nm 31)

Muitos levianos leitores da Bíblia se revoltam diante de incidentes como este. Np entanto, Deus está vingando-se deste povo que muito mal fez a Israel (Nm25,9). E é bom lembrar que vingança em Deus é sinal de justa retribuição ao pecado do homem. É um alto de justiça de sua parte. Ele é Deus “... que perdoa a iniqüidade e a transgressão ainda que inocenta o culpado” (Nm 14,18).

o        Questões ligadas à herança (Nm 32-36)

Apesar de tratar de vários assuntos, a ênfase principal desta seção recai sobre a posse da terra com proceder nela. Deus sempre da direção correta para seus filhos. Nós é que muitas vezes, somos apressados e desobedientes. Convém que lembremos a exortação do profeta em nome  Senhor: “Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra;” (Is 1,19).

o        A repetição da lei (Dt 1,1-34;12)

O tempo coberto pela narrativa de Deuteronômio é um mês, contudo nele é feita uma retrospectiva dos 40 anos passados, uma perspectiva das gloriosas bênçãos futuras decorrente da obediência e uma descrição das maldições que viriam quando Israel se rebelasse contra Deus (Dt 28).

No entanto, a ênfase principal deste livro é na revisão rigorosa das leis morais. As tentações estavam logo ,á frente. Uma nova geração havia crescido e precisava conhecer a historia de Israel, bem como as manifestações da presença de Deus e a sua própria soberania em conduzir sabiamente essa historia.

Nunca é demais ensinar as verdades bíblicas elas são atualíssimas e aplicam-se adequadamente á vida moderna. Não dispense o uso prioritário do Santo Livro em casa e na Igreja., é ele que nos “torna sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus(2 Tm 3,15). Além do mais, “é segurança para  nós ler e estudar as mesmas coisas” da eterna palavra de Deus (Fp 3,1).

Nesta caminhada com Israel através do deserto reconhecemos juntamente com o escritor da Carta aos Hebreus que eles praticaram muitos atos de incredulidade e rebeldia contra Deus, e receberam o correspondente castigo. E nós também somos exortados a  tomar atitude diversa, se quisermos experimentar a bênção e a misericórdia de Deus (Hb 3,12-19).

Temos de conhecer que muitas de nossas igrejas, ou alguns membros delas, continuam sem o fervor espiritual referido em Rm 12,11 e por isso mesmo não podem prosperar. A estes fica-lhe bem a advertência do Senhor: “Não sejas incrédulo, mas homem de fé.” (Jo 20,27).


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