sexta-feira, 18 de novembro de 2011

JESUS FALA DO JUIZO FINAL



Mt 25,31-46

31. Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.
32. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
33. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
34. Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,
35. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;
36. Nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim.
37. Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?
38. Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?
39. Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?
40. Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.
41. Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.
42. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;
43. era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes.
44. Também estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?
45. E ele responderá: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.
46. E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna.

COMENTARIO

O Evangelho de Mateus apresenta Jesus, novo Messias. Como fez Moisés, também Jesus promulga a lei de Deus. Como era para a Antiga Lei, também a nova, entregue por Jesus, tem cinco livros ou discursos. O Discurso da Montanha (Mt 5,1 a 7,27), o primeiro discurso, começa com oito bem-aventuranças. O discurso sobre a vigilância (Mt 24,1 a 25,46), o quinto e último discurso, traz a descrição do Juízo Final. As bem-aventuranças descrevem a porta de entrada no Reino, apresentando oito categorias de pessoas: os pobres em espírito, os mancos, os aflitos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz e os perseguidos por causa da justiça (Mt 5,3-10). A parábola do Juízo Final nos aponta o que devemos fazer para possuir o Reino: acolher os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os que estão nus, os doentes e os presos (Mt 25,35-36). Seja no começo seja no fim da Nova Lei, encontram-se os excluídos e os marginalizados.

Mt 25,31-33: Abertura do Juízo final. O Filho do Homem reúne ao seu redor as nações do mundo. Separa as pessoas como faz o pastor com as ovelhas e os bodes. O pastor sabe discernir. Não erra: ovelhas à direita, bodes à esquerda. Jesus não erra. Jesus não julga nem condena (cfr. Jo 3,17; 12,47). Ele só separa. É a própria pessoa que julga e condena a si mesma pela maneira com que se comportou com os pequenos e os excluídos.

Mt 25,34-36: A sentença para os que se encontram à direita do Juiz. Os que se encontram à direita do juiz dão chamados “Benditos do meu Pai!”, isto é recebem a bênção que Deus promete a Abraão e à sua descendência (Gn 12,3). Eles são convidados a tomar posse do Reino, preparado para eles desde a fundação do mundo. A motivação da sentença é a seguinte: “Tive fome, era estrangeiro, nu, doente e preso, e me acolhestes e ajudastes!”. Esta sentença nos faz entender quem são as ovelhas. São as pessoas que acolheram o Juiz quando este estava faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente e prisioneiro. E pelo jeito de falar “meu Pai” e “Filho do Homem”, podemos saber que o Juiz é o próprio Jesus. Ele se identifica como os pequenos!

Mt 25,37-40: Um pedido de esclarecimento e a resposta do Juiz. Os que acolheram os excluídos são chamados “justos”. Isto significa que a justiça do Reino não se alcança observando normas e prescrições, mas, sim, acolhendo os necessitados. Mas é curioso que os justos não saibam nem sequer eles quando acolheram Jesus necessitado. E Jesus responde: “Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” Quem são estes “meus irmãos menores”? Em outros textos do Evangelho de Mateus, as expressões “meus irmãos” e “menores” indicam os discípulos (Mt 10,42; 12,48-50; 18,6.10.14; 28,10). Indicam também os membros mais abandonados da comunidade, os desprezados que não têm vez e não são bem recebidos (Mt 10,40). Jesus se identifica com eles. Mas não só isso. No contexto mais amplo da parábola final, a expressão “os meus irmãos menores” se amplia e incluem todos aqueles que não têm espaço na sociedade. Aponta todos os pobres. E os “justos” e os “benditos de meu Pai” são todas as pessoas de todas as nações que acolhem o outro com total gratuidade, independentemente do fato que sejam ou não cristãos.

Mt 25,41-43: A sentença para os que estavam à esquerda. Os que estavam do outro lado do Juiz são chamados “malditos” e são destinados ao fogo eterno, preparado para o diabo e seus amigos. Jesus utiliza uma linguagem simbólica comum naquele tempo para dizer que estas pessoas não entrarão no Reino. E também aqui motivo é um só: não acolheram Jesus faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente e prisioneiro. Não é que Jesus lhes impede de entrar no Reino, mas é o nosso agir, isto é a nossa cegueira que nos impede de ver Jesus nos pequeninos.

Mt 25,44-46: Um pedido de esclarecimento e a resposta de Jesus. O pedido de esclarecimento indica que se trata de pessoas que se comportou bem, pessoas que têm a consciência em paz. Estão convencidas de ter praticado sempre o que Deus lhes pedia. Por isso ficam maravilhadas quando o Juiz afirma que não o acolheram. O Juiz responde: “Todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!” É a omissão! Não praticaram algo a mais! E continua a frase final: esses são destinados ao fogo eterno, e os justos à vida eterna. Assim termina o quinto livro da Nova Lei!

Mt 5,46: O castigo eterno acontecerá no inferno, Geena (lago do fogo eterno), o lugar da punição para todos aqueles que se recusarem a arrepender-se em vida.

Nas escrituras, três palavras são usadas para descrever o local do castigo eterno: seol; hades; Geena.
1.      Seol – Significa túmulo, sepultura. Esse foi o termo hebraico usado no AT (Jó 24,19; Sl 16,10; Is 38,10), para designar o local dos mortos.
2.      Hades, o reino dos mortos, é uma palavra grega usada para designar o inferno, o lugar abaixo de. O termo foi empregado no NT (Mt 16,18; Ap 1,18; 20,13-14) com o mesmo sentido da palavra seol.
3.      Geena passou a designar o inferno porque era o nome do vale dos filhos de Hedom, que ficava nas proximidades de Jerusalém onde crianças eram sacrificadas no fogo aos deuses pagãos (2Rs 23,10; 2Cr 28,3). Este é o lugar do fogo eterno (Mt 5,22; 10,28; Mc 9,43; Lc 12,5; Tg 3,6; Ap 19,20); preparado para o maligno, seus anjos e todos aqueles que não crêem em Deus  (Mt 25,46; Ap 20,9-10).

O tormento será o estado final e eterno dos ímpios após a ressurreição e o juízo final. Quando Jesus exorta contra a falta de fé, esta procurando nos livrar da agonia deste castigo.

Ver também a matéria INFERNO, EXISTE UM INFERNO DE FOGO?



MEDITAÇAO

a)     Quem são os que se sentarão à direita e à esquerda do Rei?
b)     O que nos ensina a festa de Cristo Rei?

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