sexta-feira, 15 de novembro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 17 – SEGUINDO OS PASSOS DE JESUS.


JESUS CRISTO - LIÇÃO 17 – SEGUINDO OS PASSOS DE JESUS.

 

“Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.” (1Pe 2,21).

A vida de Jesus continua sendo exemplo para milhares de pessoas, e como o homem é uma criatura influenciada mas por padrões de comportamento do que por leis, os passos de Jesus são o padrão estabelecido por Deus para os que seguem seu Filho como Mestre e Senhor. Como alguém afirmou, “discipulado é mais do que conseguir conhecer o que o mestre conhece. É conseguir ser o que ele é.”

I – O PADRAO PERFEITO.

Você se lembra do caderno de caligrafia? Kalos + grafo, significa escrever bonito.

Quando o apóstolo Pedro afirma que Jesus Cristo “deixou-nos exemplo” , ele usa uma só palavra grega hypogrammos (hypo + grammos = embaixo da letra), que aparece somente aqui no Novo Testamento.

Mas antes de entra no texto bíblico , temos que conhecer a interessante historia dessa palavra, que está ligada com a educação primária grega. Com base no texto de William Barclay (Palavras Chaves do Novo Testamento, Edições Vida Nova p. 97-98), vamos resumi-la.

1 – A história de uma palavra perfeita.

Na Grécia antiga, os meninos gregos eram alfabetizados usando uma tábua de cerca, pois o papiro, o material  de escrita comum nos tempos do Novo Testamento, que era um tipo de papel feito do cerne do caniço que crescia principalmente às margens do rio Nilo, não era uma matéria barata. Por ser caro, os meninos não podiam usa-lo para praticar a escrita. Assim, o caderno de exercícios era a tábua de cera macia. Escrevia-se com um stilu, que era uma haste feita de osso ou metal, com uma extremidade pontiaguda e a outra achatada. A extremidade pontiaguda era usada para escrever, e a extremidade achatada era usada para alisar a superfície de cera para poder usa-la de novo.

Platão (428 – 348 a.C.) nos conta que ao ensinar a arte de escrever, o professor da matéria primeiramente riscava linhas com o estilete, para o uso do aprendiz,e depois dava a este a tábua e o mandava escrever conforme a orientação dada pelas linhas. Na pratica, isso significava duas coisas:
·         O professor riscava linhas paralelas para conservar reta a escrita do menino.
·         Também escrevia na parte de cima da tábua uma linha escrita que o menino tinha que copiar.
Esta linha era o hypogrammos, o padrão que o menino devia segui.

2 – A história de um Homem perfeito.

Em 1Pe 2,21 o apóstolo diz – “Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.” É como se Pedro estivesse nos dizendo – “Assim como o estudante aprende a escrever de um modelo perfeito de caligrafia, assim também nós somos estudantes na escola da vida, e somente podemos aprender a viver copiando o padrão perfeito da vida que Deus nos apresentou”, que é Jesus Cristo.

Mas há outra maneira de usar hypogrammos que pode contribuir para o significado que Pedro quis dar ao vocábulo. Quintiliano (orador e escritor romano. 35-96 d.C.) nos informa que às vezes o professor gravava as letras na cera da tábua; e então a mão do menino  “é guiada ao longo dos séculos, para não cometer erro algum”. De inicio, o mestre ajudava o menino colocando sua mão sobre a mão do estudante, as depois o deixava tentar sozinho, e as beiras dos sulcos não o deixavam “desgarrar-se além dos limites.” É provável que isto também estivesse na mente de Pedro. Porque simplesmente ter que copiar do hypogrammos sozinho, com freqüência devia ser difícil e desanimador; mas quando o aprendiz tinha a mão do professor segurando a sua, e tinha os sulcos para seguir; isso devia tornar as coisas muito mais fáceis.

Jesus não nos dá apenas um exemplo e nos deixa, porque, às vezes, um exemplo pode ser a coisa mais desanimadora do mundo. Mas Jesus faz mais do que nos oferecer um exemplo. Assim como a mão do mestre guiava os primeiros esforços do estudante inseguro, assim também Ele nos guia; assim como o sulco conservava a pena do estudante dentro dos limites, assim Sua graça nos dirige. E não somente nos deixou um hypogrammos maravilhosamente perfeito, como constantemente nos ajuda a segui-lO. Afinal Aquele que disse “siga-me” (Jo 12,26);  também completou: “sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5).

II – EXEMPLOS DA PERFEIÇÃO DE CRISTO.

“Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos vossos senhores, não somente aos bons e moderados, mas também aos maus. Porque isto é agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, suporte tristezas, padecendo injustamente. Pois, que glória é essa, se, quando cometeis pecado e sois por isso esbofeteados, sofreis com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é agradável a Deus.” (1Pe 2,18-20).

Esta passagem fala do sofrimento que servos (no grego, empregados domésticos) experimentavam no convívio com seus senhores. O apóstolo diz que estes deveriam suportar, com paciência, essa tristezas e perseguições, “porque isto é agradável” (v 19). A melhor tradução seria pois isto é graça, ou seja, a possibilidade de sofrer por causa de Cristo, mesmo por submissão a um senhor perverso. E também ao fazerem isto, estavam imitando Cristo, pois Ele sofreu sendo justo e sem pecado. É neste contexto que Pedro fala de Jesus Cristo como modelo.

1 – Perfeito na santidade - “Ele não cometeu pecado.” (1Pe 2,22).

A carta aos Hebreus confirma que Jesus “em tudo foi tentado, mas sem pecado.” (Hb 4,15). O próprio Judas Iscariotes reconheceu esta santidade ao confessar, “Pequei, traindo o sangue inocente.” (Mt 27,4). O ladrão na cruz disse ao outro sobre Jesus: “mas este nenhum mal fez.” (Lc 23,41). E Pilatos deixou a sua famosa frase acerca de Cristo: “Não acho nele crime algum.” (Jo 18,38). Enfim, diversas pessoas em variados contextos afirmaram a santidade de Jesus Cristo, mesmo não sendo dEle.

2 – Perfeito nas palavras – “nem na sua boca se achou engano.” (1Pe 2,22).

Falar com a intenção de prejudicar ou ludibriar alguém. Isto jamais saiu da boca de Jesus, que falava sempre a verdade – “Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso Abraão não fez.” (Jo 8,40). Esse pecado ligado à fala remete-nos a dois dos dez mandamentos, usar o nome de Deus em vão e dar falsos testemunhos (Ex 20,7.16). As acusações contra Jesus no seu julgamento sempre se mostraram falsas  (Mc 14,56-59).
3 – Perfeito nas reações – “Sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente.” (1Pe 2,23).

Certamente Pedro esta relatando algo que ele mesmo viu. Os discípulos devem ter se surpreendido com as reações pacificas e misericordiosas de seu Mestre. Ser injuriado é receber agressões verbais, tendo sua honra atacada; e padecia indica sofrimento físico. O tempo dos verbos gregos (particípio presente) indica que isso ocorreu repetidas vezes. Mas Jesus não respondia com a mesma linguagem ofensiva, nem devolvia com ameaças, embora pudesse faze-lo – “Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos?” (Mt 26,53). Então, como ele agia? “Mas entregava-se àquele que julga justamente.” (1Pe 2,23). Colocava-se nas mãos de Deus. Interessante notar que Jesus entregava a Si mesmo e não somente a Sua causa ou o problema.

4 – Perfeito no amor sacrificial. – “levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (1Pe 2,24).

Apenas uma pergunta:em que sentido Jesus carregou o nosso pecado? No sentido que Ele tomou sobre Si a culpa que estava ligada a eles; sofreu a maldição que eles a traiam – “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.” (Gl 3,13); ver também (Dt 21,23), que é separação de Deus: e sofreu as conseqüências penais que eles acarretavam.

5 – Perfeito como Pastor e Bispo – “Porque éreis desgarrados, como ovelhas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.” (1Pe 2,25).

A primeira palavra deste versículo é “porque”, que faz conclusivas aos vs 21-25. Pedro encerra apresentando Jesus Cristo como Pastor e Bispo das almas. O primeiro termo refere-se ao guardião ou protetor das ovelhas; e o segundo ao supervisor do rebanho, aquele que, décima, vê todas as coisas, inclusive os sofrimentos do seu povo.  Todavia, o que o versículo destaca é a nossa condição anterior – “desgarrados” (ovelha que se afastou do rebanho e se perdeu), e condição atual – “agora porém, vos convertestes” (melhor tradução seria “fostes convertidos – vós passiva”). Fomos reconduzidos de volta ao aprisco do Bom Pastor. Temos paz com Deus e desfrutamos do seu pastoreio exemplar.

CONCLUINDO



Houve uma fase na vida de Pedro, o mesmo Pedro de 1Pe 2,21 – “Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.”, em que ele seguia a Jesus de longe – “E Pedro o seguia de longe até o pátio do sumo sacerdote; e entrando, sentou-se entre os guardas, para ver o fim.” (Mt 26,58). E nós sabemos em que isto resultou! O homem rico se recusou a seguir a Jesus – “Quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens e reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me. Mas, ouvindo ele isso, encheu-se de tristeza; porque era muito rico.” (Lc 18,22-23), porque o Senhor contrariara o seu interesse, e ele achou que Jesus poderia atrapalharia seus negócios. 

sábado, 9 de novembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 03 – ISRAEL NO EGITO



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 03 – ISRAEL NO EGITO


O Egito tem uma rica e longa historia, abrangendo os 30 séculos que vão de 3.300 à 300 aC. Era uma nação desenvolvida e de grande conhecimento em literatura, agricultura, matemática, artesanato, política, e técnica militar.

A descida da família de Israel para o Egito se deu no período médio e sucessivo, uma época na qual a nação egípcia estava em grande glória, com organização, construções e crescimento.

1.      MOTIVOS DE ISRAEL NO EGITO.

Þ     MOTIVO SOCIOLOGICO:

Em Canaã seria muito para os israelitas entrarem em casamentos mistos e, com isso, rapidamente perderem sua identidade de povo separado.

No Egito, este perigo era distante, porque os egípcios, bem antipáticos com outros povos, especialmente nômades criadores de ovelhas (Gn 46,34), não se misturariam. Assim Israel ficaria isolada de outras nações, unida e livre para crescer.

Þ     MOTIVO PSICOLOGICO:

Todo filho, ao nascer, para desenvolver-se bem, precisa ser protegido, ser bem alimentado, receber respeito, carinho e amor. O Egito cumpriu este papel! A lactente nação foi muito bem recebida (Gn 45,17-18); deu-se-lhes o melhor da terra (Gn 45,20); houve cura das feridas emocionais no pai (Gn 45,28) e nos irmãos que se sentiam culpados, mesmo depois de muitos anos (Gn 50,20-21). Acima de tudo, sentiram em tudo isto o apoio e carinho paternal de Deus (Gn 48,15-16).

Þ     MOTIVO REVELACIONAL:

A transferência de Israel para o Egito prova o controle de Deus sobre a situação e a historia (Gn 45,45). Deve-se observar que mais tarde, na retirada do povo. Deus usou Egito novamente para se mostrar ao mundo como Senhor de toda a terra, quando arrasou a mais desenvolvida nação através das dez pragas (Ex 15,14-16 e Js 2,10-11).

Þ     MOTIVO ESPIRITUAL:

Israel ainda não podia tomar posse de Canaã, uma vez que os povos ali residentes ainda não estavam maduros para sofrerem o juízo divino








2.      CONSEQUENCIAS DE ISRAEL NO EGITO.

Þ     DE FAMILIA A POVO (Ex 1,7):

Com todas as condições descritas acima “os israelitas foram fecundos e multiplicaram-se; tornaram-se tão numerosos e tão fortes, que a terra ficou cheia deles”. (Ex 1,7) – de 70 pessoas (Gn 46,26-27) a 600.000 homens sem contar mulheres  e crianças (Ex 12,37). De acordo com o censo em Nm 1, os homens contados são os de 20 anos para acima.

Þ     ESCRAVIDÃO E OPRESSÃO (Ex 1,1-22):

Passaram-se mais de 300 anos desde a morte de José, o que equivale a 430 anos que o povo de Jacó ficou no Egito. Com um grupo de estrangeiro tão numeroso na fronteira, Faraó se inquietou (Ex 1,9) e, assim, a condição privilegiada se transformou em escravidão.

O Egito estava em expansão e, com seus programas de construção, os egípcios “usaram de astúcia” (v10) para ter mãos de oba gratuita e tentar impedir o crescimento demográfico de Israel.

Þ     O PREPARO DE UM LIBERTADOR (Ex 2,1-25):

Como libertador Deus escolheu Moises, da tribo de Levi. Seu preparo durou oitenta anos: quarenta no Egito aprendendo a ler e escrever, administração civil, ciências e artes (At 7,22); os outros quarenta anos, longe do Egito, aprendendo a ser pastor (vs 11-25).

Þ     O PLANO E PROGRESSO DA REDENÇÃO (Ex 4-11):

Moises foi vocacionado e ali, pela primeira vez. Deus revelou seu nome “Eu sou” (Ex 3,14); concedeu poderes a Moisés (u 4,1-17); enviou-o a Faraó. Quanto a Faraó. Deus endureceu seu coração ao deixá-lo agir e seguir o caminho a seu modo, e assim todos viram quem é Deus, devido às pragas lançadas sobre o Egito. Cada uma delas atingiu e desmascarou um deus egípcio.

a)      Água transformada em sangue – “Eu sou” fez com que o Nilo trouxesse ruína e não prosperidade, afogando com isto, o deus Osíris;
b)     As rãs – difundiram o nojo e asco, e no a adoração ao deus Hect (deus da ressurreição em forma de rã);
c)      Os pilotos e as moscas – geraram inquietação e irritabilidade, atingindo Ísis (a deusa da vida);
d)     A peste nos animais – desacreditou os deuses Hator e Apis (deuses da fertilidade em forma de touro e vaca);
e)     As úlceras – tornam enferma a fé em Imotep (o deus da medicina);
f)       A chuva de pedras – tornou pó e cinza fé na deusa Nut (deusa do céu);
g)      Os gafanhotos – devoraram a fé no deus Set (deus protetor das colheitas);
h)      As trevas – humilharam o deus Rá (deus do sol).

Sendo o Egito uma nação rica e poderosa, automaticamente seus deuses também o eram. Porem, no Êxodo de Israel, magos do Egito confessaram “Então os mágicos disseram ao faraó: “Isso é o dedo de Deus”. Mas o coração do faraó permaneceu endurecido e, como o Senhor havia predito, não ouviu Moisés e Aarão”. (Ex 8,19); todos os povos da terra concordaram (Ex 15,15-15); os israelitas entenderam “Quem entre os deuses é semelhante a vós, Senhor? Quem é semelhante a vós, glorioso por vossa santidade, temível por vossos feitos dignos de louvor, e que operais prodígios?” (Ex 15,11).

Þ     A INSTITUIÇÃO E OBSERVANCIA DA PASCOA (Ex 12,1-27)  

A décima praga, contra a principal divindade do Egito, Osíris (doador da vida), bem como contra o próprio Faraó, atingiria os primogênitos, entre os quais o primogênito de Faraó (os egípcios criam que os faraós eram encarnações da divindade).

Até aqui, “eu sou” fizera distinção entre egípcios e israelitas, mas, para ensinar que “Aliás, conforme a lei, o sangue é utilizado, para quase todas as purificações, e sem efusão de sangue não há perdão”. (Hb 9,22), agora Ele institui a páscoa, que representa vida através do sangue do cordeiro, com todo seu ritual e simbolismo. Com isto já preparava Israel para receber estatutos e ordenanças futuras no Sinai. Dali  em diante estas festas passou a ser comemorada todos os anos. Jesus a comemorou com os discípulos na ceia do Senhor, sendo Ele o Cordeiro Pascal, e deixou a ceia como ordenança à sua igreja “até que ele venha”.

O Egito cumpriu por 430 anos o papel de uma sementeira para Israel. Depois disto, serviu como um grande palco teatral no qual o mundo inteiro assistiu e temeu a Deus verdadeiro, denunciando a falsidade da idolatria. Hoje ele cumpre o papel de exemplo de escravidão às pessoas não convertidas.


JESUS CRISTO - LIÇÃO 16 – A SUPERIORIDADE DE CRISTO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 16 – A SUPERIORIDADE DE CRISTO.

 

“Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor pacto, o qual está firmado sobre melhores promessas.” (Hb 8,6).

Ao declarar que Jesus é o “Reis dos reis e Senhores dos senhores” – Ap 17,14; 19,16 – o Apocalipse apenas confirma o que outros textos da escritura já disseram (Dt 10,17; Sl 136,2-3; Dn 2,47; 1Tm 6,15), isto é, que Deus é infinitamente superior a tudo e a todos. E sendo Jesus Cristo o Deus – Filho, obviamente esta superioridade se aplica a Ele. Essas declarações do Apocalipse deveriam ser suficientes para comprovar a superioridade de Cristo; entretanto, a Bíblia esclarece algumas áreas em que o nome, a Pessoa e obra de Jesus Cristo ultrapassam o que já foi ensinado e realizado por qualquer pessoa em qualquer época.

I – A SUPERIORIDADE DO NOME DE JESUS.

De que maneira a pessoa obtêm um nome importante, ou o chamado renome? De três maneiras:
·         Primeira –  algumas pessoas herdam um grande nome, alguém que pertença a uma família real, por exemplo.
·         Segunda – ter um grande nome é fazer este nome através de realizações: uma importante descoberta cientifica, ou feitos notáveis no mundo esportivo.
·         Terceira – é quando alguém recebe o nome por doação: a pessoa recebe um título honorífico de alguma importante universidade ou alguma nomeação de algum órgão político (câmara dos vereadores, congresso nacional, supremo tribunal federal, etc).

O nome de Jesus é superior por que veio através destes três caminhos. Seus feitos, sua herança e o fato de Deus – Pai ter-lhe concedido o maior de todos os nomes  fazem com que a superioridade do nome de Jesus Cristo seja inalcançável.

Sabemos que, no pensamento judaico, o nome da pessoa está ligado ao caráter e a história da pessoa. O nome de Jesus significa Salvador – Mt 1,21 – sendo retratado nas páginas do Novo Testamento em contextos diversos que demonstram a razão da sua autoridade e superioridade.

1 – O nome de Jesus profetizado.

A descrição que Isaias faz do nome de Jesus é incomparável – “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” (Is 9,6). Seu nome é tão glorioso que não pode ser resumido em uma só palavra por isto recebe cinco títulos.

a)      Maravilhoso – Ele ultrapassa os limitas da compreensão e existência humana. É quando você vê algo ou alguém que causa grande admiração, deslumbramento ou fascínio, e não consegue expressar o que está vendo ou sentindo, então chama isto de maravilhoso, como sinônimo de “não tenho palavras para expressar o que vejo e sinto”. Assim é o nome de Jesus.
b)     Conselheiro – O próprio Isaias profetizou  que sobre Jesus repousaria – “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. (Is 11,2). Como Rei, ele tem os conselhos sábios que são necessários para exercer seu ofício real.

c)      Deus Forte – Como judeu, Isaias jamais teria chamado este menino de Deus se Ele de fato não o fosse. É um dos importantes textos do Antigo Testamento que comprova a natureza divina de Jesus Cristo, E por ser “forte”, isto é, Todo Poderoso, Ele protege o seu povo de todos os inimigos – “dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 16,19).
d)     Pai da Eternidade – O sentido e de alguém que “possui a eternidade” – “e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” (Lc 1,33). A conclusão é bem simples: Seu reinado não terá fim, porque ele é eterno.
e)     Príncipe da Paz – A paz na Bíblia não é apenas  ausência de guerra ou de angustia. Além disso, a salvação, bênçãos e felicidade estão presentes. Paulo afirmou que Jesus Cristo é a nossa paz – “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade.” (Ef 2,14). Ele mesmo disse – “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14,27).

2 – O nome de Jesus e a oração.

O apóstolo João foi o que mais escreveu sobre a oração em nome de Jesus. Em Jo 14,13-14 – “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei.” -  E em Jo 16,23-24 – “Naquele dia nada me perguntareis. Em verdade, em verdade vos digo que tudo quanto pedirdes ao Pai, ele vo-lo concederá em meu nome. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo seja completo.” – O próprio Jesus incentivou os discípulos a fazer seus pedidos ao Pai e seu próprio nome – “Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (Jo 15,16).  É o trabalho de Cristo  como Mediador, que “o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8,34). Pois agora, na nova aliança, o Pai vê o homem em Cristo e nada nega ao filho, como o próprio Jesus orou na ressurreição de Lázaro em João 11,41-42 – “Pai, graças te dou, porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves; mas por causa da multidão que está em redor é que assim falei, para que eles creiam que tu me enviaste.”

3 – O nome de Jesus e a salvação.

Há vários textos bíblicos que relacionam a salvação diretamente ao nome de Jesus. Eis alguns:
·         “Ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (Mt 1,21;
·         “...e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém.” (Lc 24,47);
·         “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (At 2,21);
·         “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” (At 4,12);
·         “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Rm 10,13).

Sabemos que o nome de Jesus é o único que recebeu poder da parte de Deus para dar a salvação aos homens. É por isso que quando olhamos para a cruz só vemos Jesus!

4 – O nome de Jesus e os milagres.

O final do Evangelho de Marcos se destaca por este texto: – “E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.” (Mc 16,17-20). O livro de Atos relata alguns destes milagres em nome de Jesus:
·         “Disse-lhe Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho, isso te dou; em nome de Jesus Cristo, o nazareno, anda. E pela fé em seu nome fez o seu nome fortalecer a este homem que vedes e conheceis; sim, a fé, que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde.” (3,6.16);
·         “seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nesse nome está este aqui, são diante de vós, enquanto estendes a mão para curar e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Servo Jesus.” (4,10.30);
·         “E fazia isto por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo que saias dela. E na mesma hora saiu.” (16,18).

5 – O nome de Jesus e os espíritos malignos.

Este assunto foi claramente explicado por Jesus em Lc 10,17-20 – “Voltaram depois os setenta com alegria, dizendo: Senhor, em teu nome, até os demônios se nos submetem. Respondeu-lhes ele: Eu via Satanás, como raio, cair do céu. Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano algum. Contudo, não vos alegreis porque se vos submetem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.”

A Igreja primitiva não apenas entendeu como também precisou desta autoridade que há no nome de Jesus conforme At 16,16-18 – “Ora, aconteceu que quando íamos ao lugar de oração, nos veio ao encontro uma jovem que tinha um espírito adivinhador, e que, adivinhando, dava grande lucro a seus senhores. Ela, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: São servos do Deus Altíssimo estes homens que vos anunciam um caminho de salvação. E fazia isto por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo que saias dela. E na mesma hora saiu.” e  em Ef 1,20-21 “que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro.”

6 – O nome de Jesus e o batismo.

Após a pregação de Pedro no Pentecostes, os ouvintes perguntaram o que deveriam fazer. Eis a resposta do apóstolo – “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2,38). O batismo em nome de Jesus Cristo é mencionado em outras partes do livro de Atos – 8,16; 10,48; 19,5; 22,16.
Em algumas seitas, o batismo em nome de Jesus é considerada uma forma mais reduzida do que é apresentado em Mt  28,19 – “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” – A pessoa que está sendo batizada em nome de Jesus entra num relacionamento de lealdade a Jesus como que dizendo: “vou seguir, servir e obedecer a este Senhor “. Em Atos o batismo está sempre relacionado à fé do Senhor Jesus Cristo, pois agora Ele está incluído como não estivera no batismo de João (At 8,35-38; 16,31-33; 18,8). De modo que a pessoa está sendo batizada invoca o nome de Jesus – “Agora por que te demoras? Levanta-te, batiza-te e lava os teus pecados, invocando o seu nome.” (At 22,16) –  assim como o nome é pronunciado sobre ela, significando aquém ela pertence – “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo.” (Gl 3,27).

O próprio Jesus Cristo manda – “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mt 28,19). Este é o verdadeiro batismo.

2 – A SUPERIORIDADE DA PESSOA E OBRA DE JESUS.

São muitos os textos bíblicos que ressaltam a superioridade de Jesus. Não há espaço para comentar todos como fizemos com o primeiro tópico, mas classificamos na ordem literária do Novo Testamento para que os principais textos e ênfase sejam mencionados.

1 – Nos Evangelhos.

a)      Jesus é maior que o templo – Mt 12,6.
b)      Jesus é maior que Jonas – Mt 12,41.
c)      Jesus é maior que Salomão – Mt 12,42.
d)      Jesus é o Senhor do sábado – Lc 6,5.
e)      Jesus tem maior testemunho do que João Batista – Jo 5,36.
f)        Jesus tem maior amor do que qualquer outra pessoa – Jo 15,13.

2 – Nas Epístolas Paulinas.

a)      Cabeça sobre todos – Ef 1,20-23.
b)      Exaltado pelo Pai – Fl 2,9-11.
c)      Preexistente, criador e plenamente divino – Cl 1,15-19.

3 – Na Epístola aos Hebreus.

a)      Jesus é maior que os profetas – Hb 1,1-3.
b)      Jesus é maior que os anjos – Hb 1,4.
c)      Jesus é maior que Moisés – Hb 3,3.
d)      A aliança em Cristo é superior – Hb 8,6.
e)      O sacerdócio de Jesus é superior – Hb 9,11-14.

4 – No Apocalipse de João.

a)      O primeiro e o ultimo – Ap 1,17-18; 22,13.
b)      Autoridade soberana – Ap 3,7.
c)      Vitorioso – Ap 5,5-6.
d)      Adorado – Ap 5,7-14.
e)      Rei das nações – Ap 15,3.

f)        Rei dos reis e Senhor dos senhores – Ap 17,14; 19,16.

domingo, 3 de novembro de 2013

A HISTORIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 02 – A DESCIDA PARA O EGITO



A HISTORIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 02 – A DESCIDA PARA O EGITO


Em relação à nação de Israel, Abraão deu origem, Isaque deu seqüência, e Jacó deu forma, através das doze tribos. Agora em José, dá-se o passo definitivo para que um simples clã tribal se torne nação. Esta progressão de família a povo precisava acontecer no Egito.

O processo de descida da família instalada em Hebrom para o Egito fora permitido e providenciado por Deus (Gn 46,3) através da vida de José.

  1. JOSÉ, AMADO E ODIADO (Gn 37).

O amor de Jacó por José era mais expressivo e ardente que o amor pelos outros filhos, talvez por José ser filho de Raquel, a quem Jacó amava de fato, e também por ser filho da velhice (v3). Os irmãos de José passaram a odiá-lo e queriam omet-lo! Para agravar ainda mais a situação ocorreram dois fatos:

a)      O presente especial (v3) –

José recebeu uma túnica de mangas talares, indicando que ele era honrado, distinto e de posição privilegiada na família.

b)      Os sonhos (vs 5 e 9) –

José aparentemente na maior das inocências, relatou aos irmãos seus sonhos, nos quais ele era reverenciado por eles (vs 7-9).

Odiaram ao rapaz e, de certa forma, também ao pai (Ef 6,4).

Conspiraram matar o irmão, sem levar em conta quanto o velho pai sofreria. Na primeira oportunidade, arremeteram contra o rapaz para o matar, mas Deus usou o bom senso de Rúben (v21), que não o permitiu. Com isto venderam-no como escravo (v28), que dali foi levado para o Egito.

  1. JOSÉ, TRIUNFANDO NA ADVERSIDADE (Gn 39-40).

a)      De escravo a mormo (Gn 39,1-6) –

Longe da família, escravizado em terra estranha, odiado pelos irmãos... revoltar-se contra Deus e pro mundo e fechar-se para toda oportunidade era bem fácil. Porem José fez exatamente o contrario, buscou a Deus a Deus. “O Senhor estava com José, e tudo lhe prosperava. Morava na casa do seu senhor, o egípcio”. (Gn 39,2). Assim tornou-se mordomo na casa de um grande homem no Egito! Com isto ele venceu a primeira grande adversidade.

b)     De prisioneiro a carcereiro (Gn 39,7-23) –

A esposa de seu patrão, desejando a José, criou uma oportunidade na qual se ofereceu a ele. Mas ele argumentou fidelidade a Deus e ao seu patrão, rejeitando a proposta involuntariamente deixou margem de duvidas sobre sua inocência (vs 12-13) e foi para a prisão (v 20).

“Guardai-vos de toda a espécie de mal”. (1Ts 5,22).

Novamente, José teve motivo humano para desespero e revolta, mas continuou firme como homem de Deus, e com isto novamente ganhou a vitória, pois “O Senhor estava com ele. Mostrou-lhe sua bondade e fez que ele conquistasse a simpatia do chefe da prisão. Este confiou a José todos o presos que ali se encontravam, e nada se fazia sem sua ordem”. (Gn 39,21-22).

c)      De interprete esquecido a governador (Gn 40-41).

Os egípcios valorizavam muitos os sonhos, tendo-os como revelações premonitórias. Até existiam livros de interpretação  de sonhos nessa época. Deus usou isto através de dois oficiais da confiança de Faraó, que estavam presos na masmorra de                                                     José. Eles sonharam e foi Jose que interpretou os sonhos com exatidão, sob a dependência de Deus (v 8). José disse ao oficial perdoado: “Quando fores feliz, lembra-te de mim e faze-me o favor de recomendar-me ao faraó, para que ele me tire desta prisão”. (Gn 40,14), “Porque é por um rapto que fui tirado da terra dos hebreus, e aqui, igualmente, eu nada fiz para merecer a prisão.” (Gn 40,15). “Mas o copeiro-mor não pensou mais em José; esqueceu-o”. (Gn 40,23) por dois anos. Jose sentiu a possibilidade de ser libertado mas total não se deu por mais dois anos aguardou a providencia sem se desesperar ou murmurar.

Mais tarde, quando o Faraó acordou perturbado por um sonho e ninguém conseguiu interpreta-lo. Deus fez o corpeiro-mor lembrar-se  de José, o qual foi chamada a corte a fim de interpretar o sonho do Faraó.

Depois de ter vivido 13 anos como escravo, José tornou-se o vizir de Faraó, porque além de interpretar-lhe sabiamente o sonho, aconselhou com exatidão o que deveria ser feito (G41,25-37). José disse que era um conselho de Deus, e agradou o Faraó e todos os oficiais. Assim José soube esperar em Deus e se tornou o administrador do Egito. Casou e teve filhos.

  1. JOSÉ, BENÉVOLO QUANDO EXALTADO (Gn 41-45).

José tinha uma grande obra a realizar para Deus e agora estava pronto. Observe que:

A)     Emocionalmente. – era muito seguro, pois sofrera todo o tipo de injustiça e estava firme.

B)     Fisicamente. – era um homem maduro e saudável.

C)    Espiritualmente. – nunca usou questionar ou murmurar contra Deus, jamais afastou dEle, e perdoou seus irmãos.

D)    Administrativamente. – seu currículo era perfeito: fora mordomo de Potifar, o qual muito enriqueceu com seu trabalho (39,5), e agora administrava tudo na prisão, onde certamente o ambiente deve ter sido transformado com sua presença.

Chegou a hora de cumprir o propósito de Deus: trazer e instalar Israel no Egito. Deus lhe deu a alegria de ver seus irmãos arrependidos, valorizando os sentimentos do pai e respeitando o substituto de José, Benjamim, também filho de Raquel. José os testou  muito bem. A cada nova exigência que se lhes impôs, seus irmãos realmente mostraram mudança.

José se revelou aos irmãos e mandou trazer toda a família para o Egito, onde seriam alimentados e cuidados assim se fizeram.



sábado, 2 de novembro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 15 – ILUSTRAÇÕES DA OBRA DE CRISTO NO NOVO TESTAMENTO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 15 – ILUSTRAÇÕES DA OBRA DE CRISTO NO NOVO TESTAMENTO.

 

“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus; que não necessita, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez por todas, quando se ofereceu a si mesmo.” (Hb 7,26-27).

O Novo Testamento consuma a revelação progressiva de Deus, registrada no ministério terreno de Jesus, segundo os quatros Evangelhos, bem como no nascimento e expansão da sua Igreja, conforme o livro de Atos, Epístolas e Apocalipse. Se de um lado o Antigo Testamento aponta para o Novo, o Novo Testamento cumpre o Antigo. Na pessoa de Jesus de Nazaré, mais de trezentas profecias são cumpridas. O cristianismo nasce do judaísmo consumando a revelação do eterno plano de Deus, na pessoa e obra de Jesus Cristo.

Este capitulo tratará de modo sucinto da obra de Cristo ilustrada no Novo Testamento.

I – A OBRA DE CRISTO NOS EVANGELHOS.

Os Evangelhos são riquíssimos na revelação da vida e ministério terreno de Jesus. Como um todo, aborda a anunciação do seu nascimento, batismo, ministério, obra na cruz, ressurreição e ascensão aos céus. Os Evangelhos possuem um estilo próprio. Não correspondem simplesmente, a uma biografia ou narrativa. Constituem um gênero único caracterizado pelo conteúdo das noticias de salvação a todos os homens trazidas na pessoa de Jesus Cristo. A missão de Cristo é o centro do registro de cada Evangelista.

Vejamos alguns aspectos relevantes relacionados à obra de Cristo.

1 – A obra de Cristo revela o cumprimento profético.

A promessa de Gn 3,15 se cumpre em Cristo (Mt 1,22-23; Mc 9,12; Lc 18,31-33). Jesus não foi um mártir ou revolucionário da Palestina do século I. As profecias do Antigo Testamento tanto se cumprem nEle, como Ele próprio é o cumprimento delas.

2 – A obra de Cristo emana o amor de Deus.

Cristo revela o amor do Pai. Sua obra é uma missão do amor divino. O mesmo Pai que o ama (Mt 3,17; Mc 9,7) entregou-O à morte por amor aos pecadores (Jo 3,16-17).

3 – A obra de Cristo exige uma oferta perfeita.

Somente uma oferta perfeita poderia satisfazer completamente a exigência divina. A obra de Cristo se inicia na encarnação do Verbo de Deus em Cordeiro de Deus (Jo 1,1.14). Sua trajetória não tem outro fim se não a cruz (Mt 16,21; Lc 9,31).

4 – A obra de Cristo executa a justiça de Deus.

Ao mesmo tempo em que a obra de Cristo manifesta a justiça de Deus em salvação, manifesta a mesma justiça em juízo. Quem nEle crê acha a vida, a quem não crê permanece debaixo da ira de Deus em condenação (Jo 3,18.36).

5 – A obra de Cristo implica uma morte substitutiva e expiatória.

A identificação com os pecadores implica a identificação com a penalidade merecida pelos pecadores. Cristo morreu pelos homens e no lugar dos homens. Ele é ofertante e oferta perfeita (Mt 8,31; Jo 1,29), que resgata e liberta (Mc 10,45; Jo 8,36).

II – A OBRA DE CRISTO NO LIVRO DE ATOS.

O livro de Atos bem que poderia ser chamado de “Atos do Cristo ressurreto na vida da Igreja,através do poder do Espírito no ministério e testemunho dos apóstolos” . Se os evangelhos narram o ministério de Cristo terreno, Atos narra o ministério do Cristo ressurreto através do Espírito Santo. A mensagem da Igreja cristã primitiva é a mesma mensagem dos apóstolos, pois “perseveravam na doutrina dos apóstolos.” (At 2,42). Sua pregação era Jesus Cristo.

No livro de Atos, a obra de Cristo:

  • Manifestou a vontade de Deus – 2,23; 3,18; 4,28.
  • Exigiu o sofrimento – 2,22-23.
  • Revelou a remissão de pecados – 2,38; 3,19; 5,31.
  • Consumou-se na ressurreição – 2,24; 3,15; 4,10; 10,40.
  • Aponta para o dia do julgamento – 17,31.
  • Evidencia a salvação exclusiva – 4,12; 26,22-23.

III – A OBRA DE CRISTO NAS EPÍSTOLAS.

As epístolas do Novo Testamento são os preciosos recipientes da mensagem da Igreja cristã. Nelas, os apóstolos e cooperadores apostólicos registram sob inspiração do Espírito Santo, as doutrinas de fé e pratica do cristianismo, centralizadas na obra de Jesus Cristo.

1 – Epístolas Paulinas.

Nos escritos do apóstolo Paulo, a obra de Cristo:
  • Cumpriu a obra de Deus revelado nas escrituras  - 1Cor 15,3-4.
  • Evidenciou o esvaziamento e a encarnação – Fl 2,5-8.
  • Centraliza-se na cruz – 1Cor 1,22-24; 2,2.
  • Aponta para a morte substitutiva – Rm 5,8; 2Cor 5,14.21; Gl 2,21.
  • Proporciona a reconciliação – Rm 5,10; 2Cor 5,18-19.
  • Anuncia a redenção e a remissão dos pecados – Rm 3,24; Ef 1,7; Cl 1,14.
  • Oferece justificação dos pecados – Rm 5,1-2; Cl 2,16.
  • Oferece liberdade presente do poder do pecado – Rm 6,1-15.
  • Garante a ressurreição dos mortos – 1Ts 4,14.

2 – Epístolas Gerais.

Nas demais epístolas, também chamadas de “gerais”, a obra de Cristo:
  • Trouxe purificação dos pecados – Hb 1,3; 1Jo 1,7.
  • Exigiu morte substitutiva – Hb 2,9; 13,11-12; 1Pe 2,21.
  • Exigiu sacrifício voluntário e obediente – Hb 5,7-8; 12,2.
  • Demonstrou um sacrifício único e eficiente – Hb 7,26-27; 10,14; 1Pe 3,18.
  • Apresentou a expiação perfeita – 1Pe 1,2; 1Jo 2,2.
  • Expressou o amor de Deus – 1Jo 3,16.4; 4,7-10.

IV – A OBRA DE CRISTO NO APOCALIPSE.

O Apocalipse de João apresenta a obra de Cristo como um sacrifício de expiação e propiciação – “Da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados.” (At 1,5);  “E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação.” (Ap 5,9), no qual Jesus Cristo representa a própria oferta sacrificial – “Nisto vi, entre o trono e os quatros seres viventes, no meio dos anciãos, um Cordeiro em pé, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra. que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.” (Ap 5,6.12); “E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (Ap 13,8).

CONCLUINDO


A obra de Cristo ensinada no Novo Testamento não se refere apenas a um aspecto doutrinário, mas a uma realidade histórica que se estende a nós ainda hoje, trazendo salvação aos que nEle crêem. Sua obra santifica, purifica e aperfeiçoa os crentes. Vamos demonstrar um viver agradável a Deus – viver de amor, dedicação, serviço, santificação e gratidão pela obra de Cristo realizada em nosso lugar!


 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

TRINDADE SANTA


TRINDADE SANTA

As três pessoas que compõe o ser único de Deus - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - são chamados de a Trindade.

A palavra "Trindade" não aparece na bíblia. Os estudiosos criaram-na para descrever os três seres que constituem Deus.
 Através da bíblia, Deus está presente como sendo o Pai, o Filho e o Espírito Santo - não são três "deuses", mas sim três personas do único Deus (veja, por exemplo, Mateus 28:19; 1Coríntios 16:23-24; 2 Coríntios 13:13).

As Escrituras apresentam o Pai como a fonte da criação, o que dá a vida e Deus de todo o universo (veja João 5:26; 1 Coríntios 8:6; Efésios 3:14-15).
O Filho é retratado mais como a imagem do Deus invisível, a representação exata do seu ser e de sua natureza e o Messias redentor (veja Filipenses 2:5-6; Colossenses 1:14-16; Hebreus 1:1-3).
O Espírito é Deus agindo, Deus alcançando as pessoas - influenciando-as, mudando-as internamente, enchendo-as e guiando-as (veja João 14:26 ; 15:26; Gálatas 4:6; Efésios 2:18).
Todos os três formam uma trindade, vivendo dentro do outro e trabalhando juntos para cumprir seu plano divino para o universo (veja João 16:13-15).
A divindade de Cristo é confirmada nas mais antigas pregações cristã, sob os termos “Senhor e Cristo” (At 2.36, cf 4.12; 5.31; 10.36 etc.); e a mais antiga epistola de Paulo já concentrou esta fé no significativo título “o Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1.1,3; 5.23,28). A mais característica expressão, dada a esta crença, é a designação “Filho de Deus” aplicada a Cristo, não somente pela Sua missão divina (Mc 1.11 cf Sl 2.7), mas também pela Sua divina natureza, envolvendo as verdades da Sua preexistência e encarnação. E é digno de nota que o único exemplo daquele título, no livro dos Atos, acha-se em conexão com a primeira pregação do convertido Saulo de Tarso (At 9.20). O sentido é messiânico (cf. o seu equivalente termo no Vers. 22, “o Cristo”). A visão, que Saulo teve na estrada de Damasco, tinha-o convencido de que Jesus, o Messias, era uma pessoa divina. E por isso a expressão “Filho de Deus” alcançou, para ele, uma nova significação.
Logo nos primeiros dos seus escritos aparece, sem ser coisa imposta, a natural linguagem de um fato admitido (1Ts 1.10; Gl 1.16; 2.20; 4.4,6; 1 Co 1.9; 15.28; 2 Co 1.19; Rm 1.3,4,9; 5.10; 8.3,29,32; Ef 4.13). Em nenhuma parte S. Paulo apresenta uma doutrina especifica acerca da pessoa de Cristo, mas as citadas passagens (especialmente Rm 8.3; Gl 4.4; 1 Co 15.28, e também 1 Co 8.6; 2 Co 4.4; 8.9; Fp 2.6 a 11; Cl 1.13 a 19), claramente mostram que, para ele, “era Cristo um Ser verdadeiramente único, que, antes de vir ao mundo, partilhava da divina natureza e glória, e que depois, na Sua sublime ressurreição, foi simplesmente ocupar, de um modo maravilhoso, a dignidade que corresponde à Sua essência e direitos inerentes.
E não se torna necessária uma circunstanciada prova de que esta maneira de ver, a respeito de Cristo, foi aceita e desenvolvida pelos outros escritores do Novo Testamento” O próprio tema do autor da epistola aos Hebreus é a necessária finalidade de uma revelação pelo “Filho de Deus” (Hb 1.1 a 4, epassim); o prólogo ao evangelho de João, com a sua proclamação do “Verbo” feito carne, e a mensagem de Deus aos homens por meio do “unigênito do Pai”, prepara-nos para a elevada Cristologia de todo o evangelho e da primeira epístola.
Sem referência a quaisquer contestadas passagens, pode de um modo decisivo mostrar-se que Jesus possuía a qualidade divina para os escritores do Novo Testamento Eles conservavam fortemente o monoteísmo da religião hebraica: para eles havia “um só Deus” (Rm 3.30; 1 Co 8.6; Gl 3.20; Ef 4.6; 1Tm 2.5; Tg 2. 19); mas também havia “um só Senhor” (1 Co 8.6; Ef 4.5) de tal modo essencialmente relacionado com Deus, em tudo o que se refere aos homens, que a bênção apostólica toma naturalmente a forma dual: “a todos os amados... Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Rm 1.7; 1 Co 1.3; 2 Co 1.2; Gl 1.3; Ef 1.2; Fp 1.2; 1 Ts 1.l;2Ts 1.2; 1 Tm 1.2; 2Tm 1.2; Tt 1.4; Fm 3).
Além disso, a história da Igreja cristã tem o seu principio no dia de Pentecostes, com o derramamento do Espírito Santo, “a promessa do Pai”, anunciada por Jesus (At 1.4; 2.33; Lc 24.19).
Não é nosso propósito pormenorizar aqui o ensino do Novo Testamento a respeito do Espírito. Falando, porém, no sentido lato, a operação de Deus no mundo, para santificar e fortalecer os homens, é atribuída ao Espírito; ora o Espírito é Deus, operando no mundo.
Dois pontos necessitam de especial menção:
(1) Nas passagens que acabamos de citar, o dom do Espírito está em intima conexão com a elevação de Cristo. Foi em virtude de Jesus ter passado pela morte para o Seu lugar á mão direita de Deus, que ao homem é possível uma vida divina, cheia de energias do Espírito. É isto confirmado pela doutrina do quarto evangelho; “o Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado (Jo 7.39); “Mas eu vos digo a verdade:
Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós outros [O Paracleto, isto é, o advogado, auxiliador ]; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (16.7; cf 14.16,26; 15.26). Isto é apenas outra ilustração do que já se disse com respeito á deificação de Jesus, tendo-se mostrado que a expressão “Es­pírito de Deus” pode ser trocada por qualquer destas “Espírito de Jesus”, “Espírito de Cristo”, “Espírito de Jesus Cristo” (At 16.7; Em 8.9; Fp 1.19), e que em 1 Jo 2.1, o próprio Jesus Cristo é o “Paracleto”.
(2) Ao lado da doutrina pela qual o Espírito parece identificar-se com a operação de Deus, ou de Cristo na Sua exaltação, achamos uma concepção que distingue do Pai e do Filho o Espírito Santo. Esta idéia está encerrada nas passagens já apontadas, e acha desenvolvimento nos ensinos de Paulo; se não é isso numa consistente doutrina, é-o pelo menos numa quase personificação do Espírito. A Sua operação na alma dos crentes é um trabalhopessoal (1 Co 2.13; 12.11; Rm 8.9, 14, 16. 26). Ele é igualado com Deus o Pai, e com Cristo, o Senhor (1 Co 12.4 a 6; Ef 4.4 a 6). A habitual bênção dual, que já citamos, não completa a concepção de Paulo com respeito à Divindade; uma vez somente ele dá inteira expressão a sua fé com a triplicada fórmula, hoje tão familiar, ‘A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”  (2 Co 13.13; cf. a fórmula batismal de Mt 28.19).
São, pois, estes os dados para a doutrina da Trindade: o reconhecimento de um só Deus, sendo feita, contudo, a distinção, dentro da Divindade, entre Pai, Filho, e Espírito.