sábado, 6 de junho de 2020

ARVORE DA VIDA E A ARVORE DA MORTE


Árvores da vida, árvores da morte | À pala de Walsh

O que é a árvore da vida em Gênesis?


A árvore da vida era uma árvore cujo fruto dava a vida eterna. A árvore da vida ficava no meio do jardim do Éden, junto à árvore do conhecimento do bem e do mal. Quando o homem pecou, Deus o expulsou do Éden para não comer da árvore da vida.


Quando Deus criou o Éden, Ele colocou a árvore da vida no centro do jardim (“O Senhor Deus plantou um jardim no Éden, para os lados do leste, e ali colocou o homem que havia criado. O Senhor Deus fez brotar do solo árvores de todas as espécies, árvores lindas que produziam frutos deliciosos. No meio do jardim, colocou a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. - Gênesis 2,8-9). Deus deu ao homem permissão para comer de todas as árvores do jardim, inclusive da árvore da vida. O homem só não deveria comer o fruto da árvore ao lado – a árvore do conhecimento do bem e do mal. As duas árvores estavam lado a lado: uma que dava vida e outra que trazia morte.


Depois que Adão e Eva desobedeceram e comeram do fruto da árvore proibida, Deus os proibiu de comer da árvore da vida. No seu estado de pecado, o homem não pode viver para sempre. Deus expulsou o homem do jardim e guardou o caminho para a árvore da vida com querubins e uma espada em chamas (“Então o Senhor Deus disse: “Vejam, agora os seres humanos se tornaram semelhantes a nós, pois conhecem o bem e o mal. Se eles tomarem do fruto da árvore da vida e dele comerem, viverão para sempre”. Para impedir que isso acontecesse, o Senhor Deus os expulsou do jardim do Éden, e Adão passou a cultivar a terra da qual tinha sido formado. Depois de expulsá-los, colocou querubins a leste do jardim do Éden e uma espada flamejante que se movia de um lado para o outro, a fim de guardar o caminho até a árvore da vida”. - Gênesis 3,22-24).


Antes de pecarem, Adão e Eva tinham livre acesso à árvore da vida e podiam comer dela quando quisessem. Mas quando pecaram perderam esse direito. Deus tinha avisado que comer da árvore proibida iria trazer morte, por isso não podiam mais comer da árvore da vida.


A árvore da vida em Apocalipse


Apocalipse 22,1-2 – ‘Então o anjo me mostrou o rio da água da vida, transparente como cristal, que fluía do trono de Deus e do Cordeiro e passava no meio da rua principal. De cada lado do rio estava à árvore da vida, que produz doze colheitas de frutos por ano, uma em cada mês, e cujas folhas servem como remédio para curar as nações. - fala novamente sobre a árvore da vida. Essa árvore está no Céu e traz cura e vida. A árvore da vida representa a vida eterna que há em Jesus. Quem vai para o Céu poderá comer da árvore da vida e terá a vida eterna. Esse é o prêmio de todos que aceitam Jesus como seu salvador e o seguem durante suas vidas na terra (‘“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vitorioso, darei o fruto da árvore da vida que está no paraíso de Deus.”’ - Apocalipse 2,7). Os salvos viverão eternamente com Deus, sem sofrer mais as conseqüências do pecado.


A videira verdadeira


Em João 15,1, Jesus explicou que ele é a videira verdadeira, porque somente nele temos vida. Não existe outra fonte de vida. A videira sustenta e alimenta os ramos. Sem Jesus, morremos.


A Bíblia diz que quando uma pessoa é salva, Jesus mora dentro dela. Espiritualmente, a pessoa morreu para o pecado, junto com Jesus na cruz, e agora recebe nova vida em Jesus. Assim como a seiva da videira dá vida aos ramos, Jesus dá vida aos seus seguidores (“Fui crucificado com Cristo; assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Portanto, vivo neste corpo terreno pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. - Gálatas 2,20).


A seguir deixo algumas colocações para servir de reflexão:

  • A Árvore da vida é uma Árvore natural ou uma expressão de cunho espiritual?
  • Deus expulsou o Homem do Jardim e providenciou uma guarda para o Caminho da Árvore da vida (‘Depois de expulsá-los, colocou querubins a leste do jardim do Éden e uma espada flamejante que se movia de um lado para o outro, a fim de guardar o caminho até a árvore da vida.Gn 3,24);
  • Jesus disse: eu sou o caminho e a verdade e a vida (João 14,6);
  • Jesus disse também: eu sou a videira verdadeira (Árvore da Vida) (João 15,1);
  • Jesus disse mais: eu sou a água da vida (João 4,14)
  • Meu corpo e verdadeira comida (João 6,55)
  • E meu sangue, verdadeira bebida (Ap 22,1-2).

O Que é a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal?


A árvore do conhecimento do bem e do mal era uma das árvores que estavam plantadas no Jardim do Éden. Existe muita curiosidade acerca do significado da árvore do conhecimento do bem e do mal, bem como a natureza e a qualidade de seu fruto.
O escritor de Gênesis diz que Deus fez crescer a árvore do conhecimento do bem e do mal no centro do Jardim do Éden. Essa árvore estava plantada ao lado de outra árvore: a árvore da vida.


Ao plantar o Jardim do Éden e colocar o homem para dominá-lo, Deus deu uma ordem muito clara. O homem poderia comer do fruto de qualquer árvore do jardim, mas jamais deveria comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus avisou o homem de que no dia que ele comesse do fruto dessa árvore, certamente morreria (‘mas o Senhor Deus lhe ordenou: “Coma à vontade dos frutos de todas as árvores do jardim, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Se você comer desse fruto, com certeza morrerá”’. - Gênesis 2,16-17). 


Mas o homem, no exercício da liberdade original com a qual foi criado, desobedeceu à ordem de Deus. Eva cedeu à tentação e comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O fruto lhe parecia agradável ao paladar, atraente aos olhos, e sedutor intelectualmente.


Eva também deu de comer do fruto da árvore ao seu marido, Adão. Quando o primeiro casal comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, seus olhos se abriram. Ali se deu a origem do pecado na humanidade. Assim, Adão e Eva perceberam que estavam despidos e juntaram folhas de figueira para se cobrirem.


Quando ouviram a voz do Senhor que andava pelo jardim, os dois se esconderam (Gênesis 3,1-8). Mas Deus julgou e puniu aquela desobediência; expulsou o primeiro casal do jardim e tornou inacessível o caminho à árvore da vida.


Por que Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim?


Essa pergunta deve ser respondida considerando alguns pontos básicos.


Em primeiro lugar, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança; uma criatura livre e pessoal, dotada de capacidade e responsabilidade moral.


Em segundo lugar, sendo onisciente, Deus sabia exaustivamente tudo o que aconteceria entre o homem e a árvore do conhecimento do bem e do mal plantada no jardim. Em outras palavras, Ele sabia plenamente que o homem comeria do fruto dessa árvore.


Em terceiro lugar, o conceito correto de livre-arbítrio exige a capacidade plena para escolher e tomar decisões morais, tanto boas quanto más. Portanto, isso significa que para que o homem fosse realmente livre, ele deveria ter acesso a todas as possibilidades, inclusive a desobediência.


Sob esse aspecto, a árvore do conhecimento do bem e do mal implicou num teste. Isso nos leva a perceber que a ênfase bíblica não está na natureza da árvore do conhecimento em si, mas na oportunidade que ela representava.


Algumas pessoas enxergam a árvore do conhecimento do bem e do mal como uma coisa mística. Elas pensam que o fruto da árvore possuía alguma propriedade especial em si que conferia um conhecimento proibido.


É justamente com base nesse mau entendimento que as pessoas se perguntam por que Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim. Isso porque se o mal em si estivesse na árvore, então o próprio Deus teria o mal dentro do jardim ao alcance do homem. Mas é claro que essa interpretação está errada.


O significado da árvore do conhecimento do bem e do mal


A árvore do conhecimento em si era uma árvore boa. Deus não é o autor do mal! A Bíblia claramente diz que tudo o que Deus criou era originalmente bom. Por isto já foi dito que a ênfase é colocada na oportunidade que a árvore dava, e não em suas qualidades próprias.


Apesar de a árvore ser boa, Deus deu uma ordem para que o homem não comesse de seu fruto. Então o mal se configuraria na desobediência da Palavra de Deus. Assim, aquela árvore essencialmente boa representava a possibilidade de um conhecimento potencialmente ilimitado.


Somente Deus é conhecedor de todas as coisas. Então, como sua criatura, o homem deveria confiar que somente seu Criador onisciente é quem sabe o que é verdadeiramente bom e mau para sua vida. O homem deveria obter esse conhecimento através de seu Criador.


Quando o homem comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal com a expectativa de ser como Deus, ele tentou se apropriar de algo que só pertence ao Criador. Ele tentou usurpar o lugar de Deus! Ao tomar de forma ilícita da árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem tentou declarar sua autonomia. Ele tentou conhecer as coisas à parte de Deus.


De forma muito significativa, ao lado da árvore do conhecimento do bem e do mal também estava a árvore da vida; e de seu fruto o homem tinha permissão de comer. Portanto, o caráter da escolha moral era muito claro. O homem foi convidado a escolher entre obediência e desobediência; entre vida e morte; entre bênção e maldição; entre depender de Deus e se rebelar contra Ele.


Por que houve o teste da árvore do conhecimento do bem e do mal?


A pergunta sobre o porquê de Deus ter colocado a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim, pode ser reformulada em outra pergunta. Podemos perguntar: Por que Deus resolveu testar o homem mesmo sabendo que ele falharia no teste e abriria as portas da humanidade para o pecado?


A resposta dessa pergunta exige o conhecimento dos propósitos eternos de Deus. Então obviamente não somos capazes de compreender plenamente tudo o que está envolvido nessa questão. Tudo o que sabemos é que o fim último de todas as coisas é a glória de Deus.


A rebeldia do homem ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal não pegou Deus de surpresa. Dessa forma, a reprovação do homem nesse teste foi considerada no plano eterno de Deus concebido de acordo com sua vontade santa e justa. Encontramos conforto ao saber que muito além do nosso entendimento, tudo aconteceu de um modo em que, no final, Deus receberá maior glória; seja na manifestação de sua graça, seja na manifestação de sua justiça.


A desobediência do homem e a providência Divina


O homem queria ser como Deus, mas foi enganado pelo tentador. Deus conhece o bem e o mal, mas o mal Ele conhece de forma intelectual, por contraste. Deus é perfeitamente santo, e tudo aquilo que não está de acordo com o seu padrão moral é o mal.


Mas ao desobedecer à ordem de Deus e comer do fruto da árvore do conhecimento, o homem passou a conhecer o mal de forma experimental. Como Deus, o homem é capaz de discernir entre o bem e o mal. Mas diferentemente de Deus, o conhecimento que o homem tem do mal envolve culpa e vergonha. O homem não obteve o conhecimento do mal através do conselho de Deus, mas através de sua contaminação com ele.


Ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal em seu ato de rebelião, o homem tomou participação no mal. Isso significa que o mal se tornou parte de sua natureza e inclinou seu coração na direção contrária ao bem espiritual. Por isso o homem perdeu sua inocência e liberdade moral.


Por sua própria natureza, o homem é incapaz de resistir ao pecado e fazer o bem diante de Deus. Aí entra o plano da redenção como expressão da maravilhosa graça de Deus que revela a necessidade do novo nascimento operado pelo Espírito Santo. O homem precisa de uma nova natureza para fazer aquilo que agrada a Deus.


O primeiro Adão tomou da árvore do conhecimento do bem e do mal de forma ilícita, e perdeu o acesso à árvore da vida. Mas o segundo Adão restaurou o acesso à arvore da vida; e sendo Ele próprio a revelação final de Deus, Ele alimenta o seu povo com o verdadeiro conhecimento.


Nesse dia o homem sofreu morte espiritual – ficou separado de Deus. Por causa disso, a partir desse dia o homem perdeu a vida eterna e começou a caminhar para a morte física. A escolha e suas conseqüências eram claras desde o início, mas Deus não obriga ninguém a obedecer. O homem escolheu desobedecer a Deus e sofreu as conseqüências que Deus tinha avisado.


Devemos prestar atenção à tática maligna para fazer o homem cair no pecado. Primeiro a serpente tentou corromper a afirmação divina torcendo suas palavras – “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” Gn 3,1. Na verdade não foi isso que Deus disse, mas a mulher mordeu a isca – “Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.” Gn 3,2-3. Induzida pela astúcia do maligno, a mulher começou também a torcer a Palavra de Deus. Nosso Pai Celeste não havia proibido Adão e Eva olhar para a arvore e nem mesmo tocá-la, eles não deveriam “comer” o fruto da arvore. A primeira coisa, portanto, que a mulher fez foi acrescentar algo a Palavra.


Esse porem não foi o único erro, pois Deus havia dito: “... porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gn 2,17b. A morte não era apenas uma possibilidade – era uma certeza absoluta. Na resposta da mulher, há uma perda da força da punição, apenas uma possibilidade, mas fraca aparece – “... para que não morrerais” Gn 3,3. Aqui vemos uma diminuição do ensino da Palavra. Quando o maligno viu que havia conseguido enredar o ser humano em sua argumentação, opôs diretamente a Palavra de Deus. – “... Certamente não morrereis” Gn 3,4. Estava dado o golpe final; a mulher e o homem estavam como passarinhos, hipnotizados pela serpente. O próximo passo, uma vez que a duvida já estava arraigada no coração, foi sucumbida à tentação e comer da arvore – “Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu.” Gn 3,6.


O pecado é a causa de todas as mazelas da sociedade. Esse é um fato que não deve ser ignorado. O pecado cortou de uma forma precoce e dolorida o relacionamento pessoal do homem com Deus. Conscientes do erro, envergonhados de sua nudez e temerosos de se encontrar com Deus, o homem e a mulher só podiam tentar fugir da presença dEle, escondendo-se por entre as arvores do jardim – “E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.” Gn 3,8. Essa é a cena mais trágica que poderia ser pintada neste mundo. Ela representa quão profunda é esse poço em que o homem caiu. Quem antes se encontrava alegremente com o Senhor, para conversar sobre a criação e desfrutar da presença santa, agora só pode fugir desesperadamente torcendo para não ser encontrado. A cena seguinte, porem, é a mais cheia de misericórdia que pode ser encontrada – “Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?” Gn 3,9.


Em vez de deixá-los, abandonados ao seu próprio destino, Deus se digna procurar o homem e a mulher a fim de redimi-los.


Por - Marco Antonio Lana (Teólogo)

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