sexta-feira, 8 de junho de 2012

CÉU! PURGATÓRIO?



CÉU! PURGATÓRIO?

“Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?” Rm 11,34

A Bíblia é um Livro que nasceu no coração de Deus, ditada aos homens puros pelo Espírito Santo e contém uma mensagem de cunho totalmente espiritual, direcionada a um povo em especial, eleito, escolhido pelo próprio Deus para viverem uma realidade diferenciada dos demais povos.

Os ensinamentos dados pelo Espírito Santo, jamais devem ser questionados. São na verdade para serem cumpridos no dia-a-dia. Infelizmente, no decorrer dos milênios, muitos homens criaram teses e ou teorias teológicas que deturparam a palavra santa, incluindo ensinamentos falsos e danosos. A existência do Purgatório é um bom exemplo.

O lugar denominado Purgatório, segundo o catolicismo, não é um nível intermediário entre o Céu e o Inferno, mas um local de purificação onde ficam as almas das pessoas que morreram em estado de graça - isto é, salvas, - mas ainda precisariam se preparar para ter condições de ver Deus nos Céus. A sua existência foi teorizada no pontificado do Papa Gregório I, em 593, com base no livro de 2º Macabeus 12,42-46 (livro Apócrifo e que consta na versão católica da Bíblia). Em 1439, no Concílio de Florença,  a doutrina foi aprovada e confirmada depois, em 1563 no Concílio de Trento.

A Palavra Divina em sua totalidade nos apresenta apenas dois destinos eternos, são eles: Céu e Inferno. E encontram-se na dimensão espiritual. O Céu é destinado àqueles que perseveraram nas doutrinas determinadas por Deus e o Inferno aos desobedientes às verdades bíblicas.

Medite nestes textos:

a) "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno." Dn 12,2;

b) "Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós. Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos."Lc 16.19-31;

c) "Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?... Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos... Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm? Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer; e, quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes, o seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes. Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor. Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória." 1Co 15.12,21,35-42;

d) "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;" 1Ts 4.16

Em lugar algum, a Bíblia faz referência ao purgatório e ou a existência de um local de purificação pós-morte.

1 – Céu:
Na visão dos judeus achava-se simbolizado pelo Santo dos Santos, e era a Casa de Deus e dos anjos. O Senhor Jesus Cristo era originário deste céu e para o qual voltou após a ressurreição ("Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir." At 1,11) e em breve retornará a terra ("Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro." 1Ts 4,16). Paulo foi levado a este céu ("Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)" 2Cor 12,2).

A falta de entendimento sobre as coisas espirituais, até mesmo, pela incapacidade do homem em compreender a “dimensão espiritual” na qual o Senhor encontra-se, bem como, o Seu reino; faz surgir diversa idéias extremamente pobre sobre o paraíso. Entre elas:

·        O céu é um lugar vazio, todos ficarão “boiando” no espaço, numa eternidade cansativa;
·        O homem será desprovido de entendimento e vontade;
·        A memória será apagada, inclusive, perdendo-se a identidade pessoal.
·        Não reconheceremos uns aos outros;
·        Entre outras.

É preciso compreender que o Senhor Deus vive numa “dimensão” a espiritual, totalmente diferente desta na qual vivemos física e dependente do tempo. O Pai está numa região onde as coisas existem, numa pobre comparação, tão palpável quanto as existente aqui neste planeta; porém, numa magnitude incompreensível a mais brilhante das mentes humanas.  Paulo diz: “... arrebatado ao Paraíso e ouviu palavras indizíveis, as quais não é lícito ao homem referir”. 2Cor 12,4. É necessário que nossa mente seja aberta e que cresça a idéia de quão magnífico é o Senhor, Suas obras são poderosas e perfeitas. O céu é um paraíso, maravilhoso demais para ser descrito por palavras humanas, preparadas exclusivamente para os que permaneceram firme nas promessas de Salvação. Nos céus seremos eternamente felizes, está diante do Todo Poderoso e contemplar a sua glória e amor será o nosso prazer. A contemplação da glória do Senhor Jesus nos fará entender a extensão do sacrifício e quanto nos amou; em nosso peito arderá o desejo de “gastarmos” a eternidade em louvores infindáveis ao Rei dos Reis.

O Céu é prometido àqueles que são fiéis às ordenanças de Deus.

a) “Na casa de meu Pai há muitas moradas." Jô 14,2
b) “Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono.” Is 66,1

O Céu é:
a) Lugar eterno:
"Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus." 2Cor 5,1;
"O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino." Sl 45,6;
"O teu reino é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras." Sl 145,13.

b) Alto lugar:

"Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos." Is 57,15

c) Lugar de paz, sem fome, sem tristeza, dores e choro:

"Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima." Ap 7,16-17
Não é simbólico ou um estado de espírito. É real, não posso descrevê-lo, é impossível, maravilhoso demais!

Foram levados para esse lugar em vida:

a) Enoque: "Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus." Hb 11.5
b) Elias: "Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho." 2Rs 2,11
c) Senhor Jesus que retornou: "Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir." At 1,11.

Foram arrebatados e contemplaram os céus:

a) Estevão: "Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus." At 7,55-56
b) Paulo: "Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir." 2Cor 12,1-4
c) João: "Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno." Ap 1,10-18.

2 - PURGATÓRIO:

Criada pelo papa Gregório I, em 593. O Concílio de Florença, realizado em 1439 a aprovou e foi confirmada no Concílio de Trento, em 1563. Sua sustentação está no livro de 2º Macabeus 12.42-46 (livro apócrifo.)

Não há na Bíblia textos que afirmam a existência do purgatório, na realidade, a Palavra de Deus mostra com clareza a existência de apenas dois destinos eternos, o Céu e o Inferno, que são selados com a morte.

Ouça as Palavras de Cristo:

"E Jesus terminou assim: — Portanto, estes irão para o castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna." Mt 25,46.

O malfeitor crucificado ao lado do Senhor Jesus, tomado pelo arrependimento, recebeu a remissão dos pecados e a promessa da eminente ida para os céus. Cristo não disse: Passe uma temporada no purgatório, purifique-se e venha aos céus! As palavras do Senhor foram: “... em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” Lc. 23,43.

A Bíblia Sagrada nos afirma:

“O sangue de Jesus Cristo, nos purifica de todo o pecado.” 1 Jô 1,7
A purificação dada por Cristo é suficiente para restaurar por completo nossa vida, transformando-nos em "Novas Criaturas": "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas." 2Cor 5,17

Só pela graça do Senhor Jesus somos salvos, por meio da fé e jamais exclusivamente pelas obras de justiça que possamos fazer.

Para que preciso de um lugar para purificar se está bem claro que é pelo sangue de Jesus Cristo que nos purificamos!


Marco Antonio Lana (Teologo)

2 comentários:

  1. Prezado Marco Antônio,`
    É admirável seu interesse pela Palavra de Deus.
    Eu gostaria de lhe esclarecer que o Segundo Livro dos Macabeus não é apócrifo. A Igreja Católica o considera como livro um dos livros inspirados por Deus.
    A base para a doutrina do purgatório não se encontra só nesse livro. A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 3,9-16 deixa muito claro que o purgatório é uma realidade espiritual.
    Conforme esse texto paulino, os apóstolos nos deram o fundamento, isto é, a base ou alicerce para nossas vidas, que é Jesus Cristo. Mas quem constrói é outro. Esse outro é cada um de nós. A construção pode ser de ouro, o que representa uma vida rica na fé, rica no amor a Deus e ao próximo. Mas a construção pode ser de madeira, feno (capim) ou palha e isso quer dizer uma vida fraca na fé, pobre no amor a Deus e ao próximo.
    Deus julgará a obra de cada um, ou seja, a vida que cada um tiver construído. Se a contrução for boa, o construtor receberá a recompensa, isto é, a salvação da morte e a vida eterna no céu. No entanto, se a construção for fraca, o construtor levará prejuízo e vai ter que assumi-lo. Contudo ele será salvo, como alguém que tenha espado de um incêndio, ou seja, tenha passado pelo fogo.
    Veja, portanto, que a salvação não acontece igual para todos. Há dois modos para se chegar à vida eterna no céu. Passando pelo julgamento de Deus, uns são imediatamente são salvos. Outros, porém, antes de serem salvos, passam pelo fogo. É a esse fogo que a Igreja chama de purgatório. Purgatório é aquilo que purga, purifica, limpa por dentro.
    Sendo assim, a nossa oração pelos mortos, fundamentada no Segundo Livro dos Macabeus 12,38-46, é para que Deus possa consolar e confortar a pessoa, suavizando e abrandando seu sofrimento pela passagem pelo fogo antes de ser salva e entrar no céu.
    Conforme esse livro, a oração pelos mortos vai agradar a Deus, se quem reza pelos mortos sabe que a boa recompensa, isto é, a salvação, é para que morrer piedosamente, ou seja, com piedade, com o coração voltado para Deus:

    44 Se não tivesse esperança na ressurreição dos que tinham morrido na batalha, seria coisa inútil e tola rezar pelos mortos. 45 Mas, considerando que existe uma bela recompensa guardada para aqueles que são fiéis até à morte, então esse é um pensamento santo e piedoso (Segundo Livro dos Macabeus 12,44-45).



    Então, vai ser um mau pensamento rezar pelos mortos, pensando que qualquer um que tenha morrido de qualquer modo possa ter a salvação.

    Mesmo sabendo que a boa recompensa é para quem morre piedosamente que assim a oração pelos mortos só vai ser útil para quem vai ser salvo, tendo antes que passar pelo fogo, rezamos por todos os mortos, pois não cabe a nós julgar ninguém. Deus é quem vai ser salvo e quem não vai ser.



    Escrevi estas palavras assim que acabei de chegar de Aparecida, não tive tempo para corrigir o que escrevi. Mas espero que essas palavras lhe sejam úteis, meu caro amigo Marco Antônio.

    Receba um grande abraço de seu amigo,

    Pe. Assis

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  2. 1 - a palavra purgatorio nao aparece na Biblia;
    2 - Jesus Cristo só fala em céu e inferno (cemitério);
    3 - Jesus Cristo Nao manda Orar pelos mortos.
    4 - A igreja Catolica prega que Macabeus é um Livro inspirado por Deus. Mas a maoir parte dos Teologos acham ao contrario. o Livro de Macabeus nao é inspirado

    Purgatorio é doutrina de Homens e nao de Deus. nao pode formar uma doutrina em cima de um só versiculo

    A passagem em Corintos como o Sr citou a cima seremos julgados pelas obras e nao fala nada de purgatorio.

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