quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PERSONAGEM BÍBLICO - LÓ

Ló era sobrinho de Abraão. O pai dele morreu antes da família sair de Ur dos caldeus, e Ló acompanhou Abraão nas suas jornadas depois (Gênesis 11,26-31; 12,5; 13,5). Ló, como seu tio, se tornou rico. Os rebanhos dos dois aumentaram tanto que decidiram se separar. Abraão deixou Ló escolher a melhor terra, e este foi na direção de Sodoma, na campina do Jordão. Ele viu terra fértil, boa para a criação dos seus rebanhos, e tomou uma boa decisão profissional. Ao mesmo tempo, se colocou num deserto espiritual. Além de se separar de um homem bom e justo, seu tio Abraão, Ló levou a família na direção de Sodoma, uma cidade conhecida por sua imoralidade e maldade. Com tempo, ele acabou mudando para a própria cidade de Sodoma.

Não sabemos quando Ló se casou. A primeira passagem que menciona mulheres na companhia dele é Gênesis 14,16, depois de ele fixar residência em Sodoma. Pode ser que Ló tivesse se casado com uma mulher da região, ou pode ser que já fosse casado e que ela fosse influenciada pelo ambiente das cidades da campina do Jordão.

Alguns anos passaram, e Deus resolveu destruir Sodoma e as cidades vizinhas, pois não achou quase nenhuma pessoa justa nelas (leia o relato em Gênesis 19). Naquele dia, Ló perdeu praticamente tudo. Os noivos de suas filhas não acreditaram nos anjos de Deus, e ficaram na cidade condenada (19,14). A mulher de Ló, em desobediência aos mensageiros de Deus, olhou para trás e se tornou numa estátua de sal (19,17.26). Logo em seguida, as duas filhas de Ló deram vinho para o pai e cometeram incesto com ele (19,30-38). O lugar de Ló na história é como pai das tribos nômades de Moabe e Amom, que se tornaram inimigos do povo de Israel, os descendentes de seu tio, Abraão.

No final de contas, a “boa” decisão profissional de Ló lhe custou caro. Perdeu as suas riquezas, a sua mulher, a inocência de suas filhas, e a sua participação com o povo de Deus. Foi uma boa decisão em termos financeiros? Talvez sim. Mas em termos da família e de sua vida espiritual, a mudança para Sodoma foi uma péssima decisão que estragou a vida de Ló.





SIGNIFICADO



  • Não foi encontrado significado



PONTOS FORTES E EXITOS

  • Foi um homem de negócio bem-sucedido;
  • Pedro o chama de justo – 2 Pd 2,7-8;



FRAQUESAS E ERROS


  • Costumava fugir às decisões e depois escolhia a saída mais fácil;
  • Ao receber opções de escolha, sua primeira reação era pensar em si mesmo;




LIÇOES DE VIDA

  • Deus requer de nós mais do que simplesmente seguir a vida. Ele deseja que sejamos uma influencia para Ele.





INFORMAÇOES ESSENCIAIS

  • Local – Ur dos Caldeus, Canaã com Abraão. Sodoma;
  • Ocupações – rico fazendeiro de ovelhas e gados; uma autoridade na cidade;
  • Familiares –
v      Pai – Harã; adotado por Abraão quando seu pai morreu;
v      Esposa – a Bíblia não menciona;
v      Filhas – teve duas





VERSICULOS - CHAVE
  • “E, como ele demorasse, aqueles homens tomaram pela mão a ele, a sua mulher e as suas duas filhas, porque o Senhor queria salvá-los, e o levaram para fora da cidade”. – Gn 19,16

A história de Ló encontra-se em Gn 11-14;19. Ele também é mencionado em Dt 2,9; Lc 17,28-32; 2 Pd 2,7-8.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A CRUZ DE CRISTO - 13 – AMANDO NOSSOS INIMIGOS.

Neste tema encontramos uma das maiores e mais gloriosas verdades que podem emanar da mensagem da cruz. Trata-se do mais exaltado ensinamento que alguém pode encontrar no 2.º Testamento. É neste detalhe mais do que em nenhum outro, que se evidencia se somos discípulos de Jesus. A lição é que quando você e eu nos defrontamos com pessoas que nos assediam e nos odeiam, devemos comportar-nos como Deus se comportaria ser semelhante a Ele, tratar as outras pessoas como Ele mesmo as trata. Amar os inimigos é uma qualidade sem igual, que nos distingue de todo aquele que não é cristão. Em Mt 5,47, Jesus disse - "Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?" (Mt 5,47).

O cristão é aquela pessoa que vai alem e faz muito do que o homem natural é capaz de fazer. “O cristão é alguém separado de todos os demais, não somente dos piores dentre eles, mas até dos melhores e mais excelentes” – Martin Lloyd-Jones. É aquele que demonstra amor até pelos inimigos, fazendo bem aos que o odeiam e orando por aqueles que eles abusam e o perseguem. Do cristão se espera nada menos que a semelhança  a Deus.

O descrente, na melhor das hipóteses, consegue-se, consegue se conter  passivamente, a fim de não devolver o insulto e retaliar. Ele ignora o que está sucedendo ou afasta-se das pessoas que o tratam mal. O homem natural não é capaz de amar seu inimigo. O cristão, porém, vai além. Ele não apenas resiste passivamente, mas ama positivamente o seu inimigo e abençoa aquele que amaldiçoa. Jesus disse que é nisso que se conhece quem são seus discípulos - "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". (Jo 13,35).

O ensinamento de amar os inimigos não é salgo simples de se entender. Esta questão tem causado confusão nas mentes de muitos cristãos. O próprio apóstolo Pedro, perplexo, perguntou – "Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?" (Mt 18,21). Porem, quando nos aproximamos da cruz e entendemos sua mensagem, nossos corações são iluminados.

Vejamos como a relação de Deus na cruz nos ajuda a lidar com o male as agressões sofridas.

I.                    A RECONCILIAÇÃO E A DISCIPLINA.

Uma das lições apresentadas pela cruz é que o perdão concedido por Deus jamais é um perdão barato, mas sempre custoso. Todo o trabalho de reconciliação entre Deus e o homem exibe tanto amor quanto justiça. Ali, misericórdia e severidade estão de mãos dadas. Na cruz Deus está, ao mesmo tempo, salvando e punindo. O evangelho ensina que a graça teve um alto custo. Quando Deus perdoa os pecados, eles não ficam impunes, pagos por Cristo na cruz. Consideremos de que forma este principio funcionará nas diversas áreas da vida.

Þ     Na vida social.

Embora não tenhamos o direito de negar o perdão, nem de fazer vingança não nos é permitido desvalorizá-lo, oferecendo-o  prematuramente onde não houve arrependimento genuíno. O ensino bíblico é este - "Se teu irmão pecar, repreende-o; se arrepender, perdoa-lhe". (Lc 17,3). Mas note que o perdão sempre requer alguma forma de pagamento e sofrimento.
·         Se a culpa for nossa – haverá a humilhação do pedido de perdão.
·         Se formos vítima da ofensa – talvez tenhamos de suportar o embaraço de reprovar ou repreender a outra pessoa, e até perder a amizade.

Þ     Na vida familiar.

“Os pais hão de querer que sua atitude para com os filhos seja marcado pela cruz. Devem amá-los, mas esse não é amor mole e sem princípios, que entrega as crianças, mas “amor santo”, que procura seu bem estar maior não importando o custo”  - Stott.

·         A cruz dá aos pais o direito de aplicar a disciplina – Hb 12,5-8.
·         A cruz modela o papel dos pais à paternidade divina – Ao mesmo tempo em que o pai se enraivece contra o mal, ele disciplina com amor.

Þ     Na vida da igreja.

“A Igreja hoje tem a tendência de oscilar entre severidade extrema, que excomunga os membros por ofensas triviais, e a frouxidão extrema, que jamais admoesta os ofensores” – Stott.

Em Mt 18,15-17, Jesus determinou um procedimento que se desenvolve através de fases:

·         Confrontação pessoal - "Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganhado teu irmão". (Mt 18,15).
·         Confronto com testemunhas - "Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas". (Mt 18,16).
·         Confrontação com igreja - "Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano". (Mt 18,17).

Note-se também que, de acordo com - "É o caso de Himeneu e Alexandre, que entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar". (1Tm 1,20) e "seja esse homem entregue a Satanás, para mortificação do seu corpo, a fim de que a sua alma seja salva no dia do Senhor Jesus". (1Cor 5,5), a disciplina tem um propósito positivo.

II.                  ATITUDES CRISTÃS PARA COM O MAL.

Abençoar os que nos perseguem e fazer o bem aos nossos inimigos são o mandamento bíblico. Mas como devemos reagir às ofensas de nossos inimigos? De especial instrução são as quatro considerações que Paulo faz a respeito do mal em Rm 12,9-21.


Þ     Odiar o mal - "Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem". (Rm 12,9).

O cristão jamais finge que o mal é sem importância, nem o justifica. Ele o chama de pecado e odeia o mal. Deus odeia o mal porque ele é santo e nós também devemos odiá-lo. Porém, ao odiar o mal, Deus não nos odeia com ele.

Þ     Não devemos tomar a ninguém mal por mal - "Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens". (Rm 12,17).

O povo de Deus está totalmente proibido de fazer vingança. Na cruz, Jesus exemplificou com perfeição o seu próprio ensino - "Ele, ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje; ele, maltratado, não proferia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça". (1Pd 2,23). Ao retribuirmos o mal, tornamos pior o  mundo em que vivemos.

Þ     Devemos vencer o mal - "Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem". (Rm 12,21).

Como fazer isso? A receita de Jesus é esta - "Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem". (Mt 5,44). Agora Paulo - "Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não os praguejeis". (Rm 12,14) e "Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Procedendo assim, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça (Pr 25,21s)". (Rm 12,20).

Þ     O mal deve ser punido - "Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem". (Rm 12,9).

Se estivermos proibidos de vingar o mal, quem pode fazê-lo? A maneira de resolver o problema é o seguinte: individualmente, estamos proibidos de fazer vinganças, porém podemos  acionar a justiça. É preciso distinguir vingança individual – esta Deus proíbe – e de vingança judicial – esta Deus aprova. A vingança judicial é aquela feita pelas mãos de Deus - "O Senhor é um Deus zeloso e vingador, o Senhor é um vingador irascível; o Senhor toma vingança de seus adversários e trata com rigor os seus inimigos". (Na 1,2) ou dos magistrados instituídos pelo Estado.

III.                A AUTORIDADE DO ESTADO.

Como o cristão deve ver o Estado e sua autoridade? Paulo responde em Rm 13 que o Estado é ministro de Deus e seu propósito é punir o mal  e promover o bem. Ora, para cumprir este propósito o Estado pode usar a força tanto contra o agressor que ameaça de fora (guerra), quanto contra o agressor de dentro (criminoso). Porém, Rm 13 não pode ser usado como desculpa para exercer governo arbitrário ou exagerar na força. É preciso distinguir  entre violência (o uso do poder sem controle e sem princípios) e força (seu uso controlado para punir o malfeitor). Portanto, rigoroso controle deve ser exercido pelo Estado na aplicação da força.

Þ     Restrição – a força deve ser exercida como último recurso se esgotadas as outras opções.
Þ     Discriminação e controle – a Bíblia expressa horror para com o derramamento do sangue inocente. Isso torna ilegal o uso de armas atômicas, biológicas e químicas, e tudo uso indiscriminado de armas convencionais. Estes são usos profundamente ofensivos à consciência cristã. A ação da força requer, pois, alto grau de discernimento, de modo que somente o mal seja punido e não os inocentes.
Þ     Proporção – o sofrimento causado deve ser menor do que está sendo suportado.
Þ     Confiança – o Estado deve oferecer uma expectativa razoável de êxito na punição dos culpados.

O uso que o Estado faz da força, em caso de guerra, deve ser, com igual cuidado, aplicada aos criminosos. Deve ser usada força suficiente para mantê-los sob custódia, levá-los á justiça e, após sentenciados, obrigá-los a sofrer o castigo.

IV.                VENCENDO  MAL COMO BEM.

Como pode o mal ser ao mesmo tempo “vencido” - "Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem". (Rm 12,21) e “punido” - "Porque ela é instrumento de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, porque não é sem razão que leva a espada: é ministro de Deus, para fazer justiça e para exercer a ira contra aquele que pratica o mal". (Rm 13,4)? Novamente a cruz é a resposta. Cristo na cruz não venceu o mal se recusando a puni-lo, mas aceitando Ele mesmo o castigo. Na cruz o mal humano foi punido e vencido. Daí deriva-se dois princípios para a pratica da justiça cristã.

Þ     O retributivo – o malfeitor deve ser punido. O cristão reconhece a realidade do mal, do erro, da injustiça, e procura puni-lo com equidade.
Þ     O reformativo - deve-se tentar reabilitar o malfeitor. O cristão condena a culpa, mas não o malfeitor; e reage ao pecado de modo a remodelar o futuro à luz do erro, da maneira mais criativa possível.

CONCLUINDO

Nesses tempos de guerra, rumores de guerras a tanta violência urbana, que a cruz seja a nossa resposta aos malfeitores hoje.

sábado, 24 de setembro de 2011

PERSONAGEM BÍBLICO - NOÉ

O nascimento de Noé é relatado no apócrifo de Enoque e relata a história de uma estranha criança. Conta a história que Matusalém escolheu uma esposa para o seu filho Lameque e esta ficou grávida de um filho. Quando este nasceu repararam que era um bebê muito diferente dos outros e o seu pai teve medo. Ao ter medo, dirigiu-se a Matusalém para lhe contar o sucedido e disse-lhe: "Eu tive um filho estranho, diferente de qualquer homem, e a sua aparência é como a dos filhos de Deus do céu; e a sua natureza é diferente e não é como um de nós." (Enoque 106,7)

Matusalém, ouvindo isto, viajou para longe, ao encontro de Enoque e contou-lhe o sucedido e este, ouvindo tudo, lhe respondeu: "O senhor fará algo de novo na terra, porque na geração de meu pai Jared, alguns dos Anjos do Senhor transgrediram a palavra de Deus e a sua lei, e uniram-se pecaminosamente com as filhas dos homens e tiveram filhos. Estes filhos resultantes desta união foram gigantes, não de acordo com o espírito mas de acordo com a carne. Por isto, Deus destruirá a terra com um grande dilúvio e haverá grande destruição e castigo. E este filho que nasceu de teu filho será salvo, e os seus filhos com ele. E toda a humanidade restante morrerá." (Enoque 106,13-17)

Os livros de Enoque e esta história não foram aceitos pelos Judeus, porque, segundo a sua doutrina, os Anjos não se poderiam misturar com as mulheres comuns. Além disto, Matusalém não poderia ter feito qualquer menção a respeito de Noé a Enoque, pois este já não podia ser encontrado mesmo alguns anos antes do nascimento de Noé, conforme a Bíblia, no capítulo 5 do Livro de Gênesis, versículos 21 a 29.Afirma-se entretanto que a origem deste episódio, estaria na Bíblia, em uma das interpretações para os versículos 1 e 2 do capítulo 6 do livro de Gênesis.

A história de Noé encontra-se no livro de Gênesis, sendo seu nome mencionado pela primeira vez em 5,29, encerrando com sua morte, em 9,29, com 950 anos. O relato conta que Noé era descendente da linhagem de Sete, e viveu numa época em que as outras linhagens humanas (a partir dos descedentes de Caim e dos próprios parentes de Noé, provavelmente) mostraram-se corrompidas.

O Dilúvio

Na Bíblia, em Gênesis, é mostrado o arrependimento de Jeová em ter criado o homem, devido à maldade que este espalhara na terra. Neste arrependimento, decide fazer um enorme dilúvio, fazendo desaparecer tudo que havia sido criado até então. Porém, decide poupar Noé, por este ter agido bem, e lhe recomenda fazer uma arca de madeira, e abrigar, junto com sua família, um casal de cada espécie existente.

O repovoamento da Terra

A Noé e seus descendentes coube a tarefa de povoar a região. A fonte extra-bíblica de Flávio Josefo detalha em pormenores a descendência de Noé, e quais povos cada um de seus filhos e netos teria dado origem. Em certa altura, Noé embebedara-se com o vinho produzido de sua própria videira de tal modo que encontrou-se nu em sua tenda. Seu filho Cam o viu e faz saber aos que estavam fora. Seus irmãos sabendo entraram na tenda de costas para cobrirem Noé sem o ver nu. Quando recobrou a consciência, Noé amaldiçoou seu neto Canaã, filho de Cam, porém abençoando seus outros filhos, Sem e Jafé.

A história de Noé tem forte significado simbólico sobre boa parte da história de Israel, principalmente durante o período da conquista de Canaã narrada no livro de Josué. A maldição de Noé certamente foi usada pelos povos semitas (ou seja, descendentes de Sem, cujos hebreus fazem parte) como justificativa para a conquista da terra de Canaã (ocupada pelos cananeus, alegadamente descendentes de Canaã, neto amaldiçoado de Noé).






SIGNIFICADO


  • Origem – Hebraico
  • Significado – repouso, conforto





PONTOS FORTES E EXITOS

  • Único seguidor de Deus que restou de sua geração;
  • Segundo pai da raça humana;
  • Homem de paciência, consistência e obediência;
  • Primeiro e mais importante  construtor de  barco






FRAQUESAS E ERROS



  • Ficou bêbado e desconcertado diante dos filhos.





LIÇOES DE VIDA

  • Deus é fiel com os que lhe obedecem.
  • Deus não nos protege sempre do problema, mas cuida de nós despeito do problema;
  • A obediência é um compromisso em longo prazo;
  • O homem pode ser fiel, mas sua natureza pecaminosa sempre o acompanha.






INFORMAÇOES ESSENCIAIS

  • Local – não sabemos a que distancia do jardim do Éden as pessoas se estabeleceram;
  • Ocupações – fazendeiro, construtor de barco, pregador;
  • Morte – morreu aos 950 anos
  • Familiares –
v      Avô – Matusalém
v      Pai – Lameque;
v      Esposa - Naama
v      Filhos – Sem, Cam e Jafé;






VERSICULOS - CHAVE



v      “Assim fez Noé; segundo tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez. Gn 6,22.


A história de Noé pode ser encontrada em Gn 5,28-10,32. Ele também é mencionado em 1 Cr 1,3-4; Is 54,9; Ez 14,4.20; Mt 24,37-38; Lc 3,36; 17,26-27; Hb 11,7; 1Pd 3,20; 2Pd 2,5.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A CRUZ DE CRISTO - 12 – AUTOCOMPREENSÃO E AUTODOAÇÃO.

“O homem é um mero acidente  cósmico e não possui nenhum valor intrínseco”, afirma o humanismo ateu. O Budismo e as religiões orientais também possuem uma visão bastante negativa, pois ensinam o despojamento da humanidade por meio da abolição de todos os desejos, até dos mais básicos como alimento e água.

De outro lado, movimentos populares como os  do “potencial humano”, da “confissão positiva” e da “Teologia da Prosperidade” estão reagindo e fazendo com que o homem se sinta um verdadeiro deus. Os pregadores desses movimentos estão empenhados em realizar uma verdadeira lavagem cerebral, produzindo frases de grande impacto mental, tais como – “se você quer, você pode”, “declare e tome posse”, “há poder em suas palavras”, dando assim  a impressão de que nosso potencial é ilimitado.

O resultado desses pensamentos é o aparecimento de dois tipos de pessoas de um lado os que carecem de valor pessoal, e de outro, os que sofrem de complexo de deus. Porém a mensagem da cruz é única e perfeita em sal concepção do homem.

·         Única – porque se distingue das inúmeras religiões e filosofias que encontramos em nosso mundo atual.
·         Perfeita – porque humilha todo orgulho e acha com qualquer esperança de salvação própria, ao mesmo tempo em que fala do insondável amor de Deus que provê senso de valor e significado para o homem.

Afinal, quem é o homem? Nobre ou ignóbil? Santo ou demônio? Rico ou miserável? A cruz supre a resposta certa. Só ela é capaz de comunicar luz para discernirmos como devemos ver a nós mesmos. Diferente das demais, a mensagem da cruz leva o homem a quatro atitudes básicas.

I.                    AUTONEGAÇÃO.

Þ     A ordem – este convite de Jesus é claro - "Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me". (Mt 16,24). A verdade quando Jesus chama uma pessoa, ela é chamada para vir e morrer (a morte do nosso ego).
Þ     O exemplo – o próprio Cristo nos deixou o exemplo. É mister que sigamos seus passos. Do modo como Jesus renunciou a seus próprios interesses e se deixou crucificar, por amor a outros, também devemos dizer “não” ao egocentrismo – Lc 9,23-26.
Þ     O incentivo – o exemplo de Jesus deve afetar nossa atitude. A disposição demonstrada por ele para morrer para o próprio eu quando subiu a cruz (2 Cor 5,14-15) é um incentivo para nós morremos para o próprio eu e vivermos para ele.

Em que sentido o cristão deve morrer? Além da morte física, observamos dois tipos de morte experimentados pelos cristãos que Stott identifica:

·         A morte legal – o cristão morreu para a penalidade do pecado e sua ressurreição espiritual resultou numa nova vida de liberdade. É o que chamamos de justificação.
·         A morte moral (para o ego) – à medida que mortificamos a antiga natureza e seus ímpios desejos, a ressurreição implica uma nova vida de justiça em comunhão com Deus. É isto que chamamos de santificação.

A morte legal foi de uma vez por todas, mas a morte moral é uma experiência diária e continua para o discípulo cristão.

II.                  AFIRMAÇÃO PRÓPRIA.

Autonegação é apenas um lado da verdade. Pois se de um lado Jesus ensina que devemos repudiar o nosso ego pecaminoso, de outro afirma o valor do ser humano.

Þ     Considere o ensino de Jesus acerca das pessoas – Ele falou do valor dos seres humanos aos olhos de Deus. Em - "Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas?" (Mt 6,26), Ele declara: “porventura, não valeis vós mais do que as aves?” É a imagem de Deus em nós que nos dá esse valor maior.

Þ     Considere a atitude de Jesus para com as pessoas – Ele não desprezou ninguém e a ninguém rejeitou. Ele foi cortês com as mulheres em público. Convidou as crianças para que fossem a Ele. Foi paciente com os pecadores e marginalizados. Enfim, Jesus reconheceu o valor dos homens e os amou.

Þ     Considere a missão e morte de Jesus  pelos seres humanos – quando olhamos para cruz, vemos o verdadeiro valor dos seres humanos. Como expressou Willian Temple  - “o meu valor é o que valho para Deus; e esse é o grande e maravilhoso, pois Cristo morreu por mim”.

III.                AMOR AUTO - SACRIFICIAL.

Até aqui, falou-se somente da decadência no que ela precisa ser negada. Mas Deus nos chama também para que sacrifiquemos a nós mesmos em coisas que, embora em si mesmas não sejam erradas, nem possam ser atribuídas à queda, entretanto impedem que façamos a vontade de Deus de forma plena. Nós, os cristãos, temos mais a negar do que apenas o pecado, é por isso que Jesus, cuja humanidade foi perfeita e não caída, ainda teve de negar-se a si mesmo – Fl 2,5-11. O mesmo principio é aplicável aos seus seguidores.

Þ     O exemplo de Cristo deve afetar nossa atitude – Jo 15,13; 1Cor 8,11; 10,24; 2Cor 8,9.
Þ     O apóstolo Paulo se identificou plenamente com o Senhor Jesus  - 1Cor 9,6-18; 2Cor 6,4-10; 11,7.23-28.

Que tipo de sacrifícios se espera de seus servos hoje? Pode ser da vida de casado - "Acaso não temos nós direito de deixar que nos acompanhe uma mulher irmã, a exemplo dos outros apóstolos e dos irmãos do Senhor e de Cefas?" (1Cor 9,5); da segurança de um bom emprego; de uma promoção profissional; da convivência com os familiares; de um lar confortável, para viver nas áreas mais pobres das cidades entre destituídos e famintos.

IV.                 ESFERAS DE SERVIÇO.

Considerando-se que a comunidade  de Cristo é uma comunidade da cruz, portanto marcada pelo sacrifício, serviço e sofrimento, isto se refletirá em todas as esferas da nossa vida.

Þ     No lar.

A cruz deve marcar nosso relacionamento no lar – Ef 5,25-29. Os maridos devem amar suas esposas com o mesmo amor que Cristo demonstrou pela Igreja. As esposas devem reconhecer a “chefia” que Deus deu aos maridos e submeter-se a eles. Mas a qualidade do amor autodoador exigido dos maridos é ainda mais difícil – amar a ponto de dar sua vida pela esposa.

·         O amor é auto – sacrifical  - "Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela," (Ef 5,25);
·         O amor é construtivo – “para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Ef 5,26-27);
·         O amor é protetor e cuidador – “Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Certamente, ninguém jamais aborreceu a sua própria carne; ao contrário, cada qual a alimenta e a trata, como Cristo faz à sua Igreja”. (Ef 5-28-29).

Þ     Na Igreja.

Os cristãos devem amar uns aos outros. Esse amor sempre se expressa em altruísmo, olhando para os interesses dos outros. Essa foi a atitude de Cristo. Lembremos que nosso companheiro cristão é “irmão” por quem Cristo  morreu, e assim jamais desprezaremos seu bem estar e sempre procuremos servi-lo.

Þ     No mundo.

Lembremos que, assim como Cristo foi enviado ao mundo, ele também nos envia a nós. A essência do amor verdadeiro é ação prática em favor do próximo. O amor alimenta os famintos, abriga os desamparados, ajuda os destituídos, oferece companhia aos solitários, conforta os tristes – Jo 3,16-18.

CONCLUINDO

O que se pode concluir de tudo isso é que a cruz de Cristo é tanto uma chamada para a autonegação quanto para a auto-afirmação, porém muito mais ainda ela é um incentivo ao serviço de amor. A maneira como Cristo aceitou voluntariamente a morte, e morte para a pior espécie de criminoso, é um poderoso motivador para que tenhamos seu mesmo sentimento e atitude – Fl 2,5-8.

sábado, 17 de setembro de 2011

A CRUZ DE CRISTO - 11 – A COMUNIDADE DA CELEBRAÇÃO.

Através da cruz de Cristo, Deus está formando para si um novo povo, exclusivamente seu, zeloso de boas obras - "que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem". (Tt 2,14). Sendo assim, a partir desta vamos sair do foco individualista da cruz de Cristo para o coletivo.

“Assim, o mesmo propósito da sua auto doação na cruz não foi salvar  indivíduos isoladamente, perpetuando a sua solidão, mas também criar uma nova comunidade cujos membros pertencem a ele, amassem uns aos outros e zelosamente servissem ao mundo” – Stott.

Essa nova comunidade de Cristo é a comunidade da cruz. Sua existência se deve à cruz, continua a viver pela cruz e debaixo dela. Nossa perspectiva e nosso comportamento agora são governados pela cruz. Todos os membros desta nova comunidade passaram, necessariamente, por esta cruz , e foram radicalmente transformados por ela. Na verdade, cada um toma a  sua cruz. A cruz não é apenas um distintivo que nos identifica e um pendão sob o qual marchamos; é também a bússola que nos dá a direção num mundo desorientado.

I.                    UM RELACIONAMENTO NOVO COM DEUS.

O apostolo Paulo coloca de forma bastante evidente em suas epístolas (principalmente Efésios) o que éramos antes (sem Cristo) e o que somos agora (em Cristo).  Aos Coríntios, afirma que fomos, por meio de Cristo reconciliado com Deus. É um novo relacionamento com Deus, mais íntimo e mais próximo, que possui algumas marcas.

Þ     Ousadia.

Parece-nos que esta palavra é própria do meio cristão. Não é tão comum em outras religiões. Os apóstolos gostam dela! O termo ousadia significa abertura, fraqueza, coragem, tanto em nosso testemunho ao mundo, quanto em nossas orações a Deus. Em seu comentário de Atos, Stott certifica que, quando se diz que os apóstolos falavam com intrepidez, fala-se de um discurso franco – sem Omissão de verdades – claro – sem expressões obscuras – e confiante – sem medo das conseqüências – Através de Cristo, agora somos capazes de “nos aproximarmos de Deus com liberdade e confiança”. Por causa do sumo - sacerdócio de Cristo temos ousadia de chegar ao trono da graça de Deus e temos ousadia pelo sangue de Cristo para entrar no Santo dos Santos da própria presença de Deus - "Pela fé que nele depositamos, temos plena confiança de aproximar-nos junto de Deus". (Ef 3,12); "Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno". (Hb 4,16); "Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de Jesus," (Hb 10,19). Essa liberdade de acesso e essa fraqueza de aproximação a  Deus em oração não entram em choque com a humanidade, pois são devidas inteiramente ao mérito de Cristo e não ao nosso.

Þ     Amor.

Amor gera amor. Depois da cruz de Cristo, o conceito de amor foi aprofundado. Ao afirmar que - "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos". (Jo 15,13), Jesus revolucionou a palavra “amor”. Pois demonstra, com a própria vida, a mais profunda, alta, larga e comprida medida desta palavra. Portanto, neste novo relacionamento com Deus, os fieis ao se reunirem para celebrar e ter mútua comunhão têm como modelo, exemplo e parâmetro. Alguém que deu a sua vida para formar esta comunidade. Desta forma, qualquer coisa que se fizer em prol de um membro da família de Cristo terá sempre de ser comparada com o que Ele mesmo fez por essa pessoa. Afinal "nós amamos, porque Deus nos amou primeiro". (1Jo 4,19).

Þ     Alegria.

Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que estão sonhando.  Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles”. (Sl 126,1-2). A alma salva, liberta, regenerada e perdoada quer cantar, salta de alegria. E a alegria da salvação é única, exclusiva, incomparável – “Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.” (Sl 51,12). Os cristãos da igreja primitiva tomavam suas refeições juntos - "Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração," (At 2,46). O convite de Paulo à igreja de Filipos é estendido também a nós - "Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!" (Fl 4,4).

O povo de Deus é um povo que canta. E é impossível fazer com que porem de cantar. Por tudo que Deus fez, por tudo que faz e por tudo que irá fazer, produz gratidão e louvor em nossos corações. Paulo exprime essa jubilosa alegria ao mencionar, para a igreja de Corinto, a mais bem conhecida festa judaica – “Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado. Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os pães não fermentados de pureza e de verdade.” (1Cor 5,7-8).

II.                  O SACRIFICIO DE CRISTO E A CEIA DO SENHOR.

A ceia do senhor se encontra no centro da vida de celebração da Igreja. Foi instituída por Jesus durante a refeição pascal. Substituiu recitação cerimonial que dizia – Este é o pão da aflição que nossos pais comeram” por “Este é o meu corpo dado por vós ... Este é o meu sangue derramado por vós”. O pão e o vinho da festa cristã nos convidam a olhar de volta para o centro da história da nossa salvação – a Cruz de Cristo.

Na ceia do Senhor não ministramos os elementos a nós mesmos. Eles nos são dados; nós os recebemos. Assim como comemos o pão e bebemos o vinho fisicamente, da mesma forma, espiritualmente, pela fé, nos alimentamos do Cristo crucificado em nossos corações. Assim, na ceia, somos mais ou menos passivos, recipientes e não doadores beneficiários e não benfeitores.

O que fazemos na ceia do Senhor está relacionado como sacrifício de Jésus na cruz, de cinco modos:

Þ       Lembramo-nos do seu sacrifício – “Fazei isto em memória de mim” (1Cor 11,24-25). O pão e o vinho são usados para “refrescar” nossa memória; trazer a cruz de volta aos  nossos pensamentos.
Þ     Participamos dos seus benefícios – o propósito do culto  ultrapassa a “comemoração” e chega à “comunhão” - "O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?" (1Cor 10,16). Por esse motivo, é chamada de “santa  comunhão ” (visto que através dela podemos participar de Cristo) e “ceia do Senhor” (visto que através dela podemos nos alimentar de Cristo).
Þ     Proclamamos seu sacrifício - "Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha". (1Cor 11,26). A ceia do Senhor é um momento extraordinário, pois olhamos em duas direções ao mesmo tempo – passado e futuro. Anunciamos a morte do Senhor e, ao mesmo tempo, proclamamos sua segunda vinda.
Þ      Atribuímos nossa unidade ao seu sacrifício – na ceia nós nos “reunimos” - "Desse modo, quando vos reunis, já não é para comer a ceia do Senhor," (1Cor 11,20). Em todas as culturas, a refeição é um momento para reunião. Pelo fato da mesa ser a mesma, o ambiente é propício para se reunir. “porque nós”, completa o apóstolo, "Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão". (1Cor 10,17).
Þ     Damos graças por seu sacrifício, e como prova de nossa ação de graças oferecemos a nós mesmos, nossa alma e corpo como “sacrifício vivo” ao seu serviço - "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual". (Rm 12,1).

Desta forma, sempre que celebramos a ceio do Senhor, lembramos e participamos do seu sacrifício como o fundamento de nossa unidade proclamou e reconheceu esse sacrifício e respondemos a ele em grata adoração.

III.                O NOSSO SACRIFICIO E A CEIA DO SENHOR.

Será que ainda hoje, existe algum sacrifício que a Igreja de Cristo pode oferecer a Ele, já que ela é chamada de “sacerdócio santo”? De acordo com Stott, a Escritura menciona oito.

Þ     Corpos como sacrifício vivo. Isso parece uma oferta material, mas é chamado de nosso culto racional - "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual". (Rm 12,1), presumivelmente porque agrada a Deus e se expressa na adoração que procede do coração.
Þ     Oferecemos a Deus o nosso louvor, adoração e ações de graça – "Por ele ofereçamos a Deus sem cessar sacrifícios de louvor, isto é, o fruto dos lábios que celebram o seu nome (Os 14,2)". (Hb 13,15). A expressão “sacrifício de louvor” coloca o sacrifício do cristão em contraste com os sacrifícios judaicos – cf. Lv 7,12-13.18; Hb 13,10ss.
Þ     A oração também é um sacrifício, a qual se diz que sobe a Deus como fragrante incenso - "Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos)". (Ap 5,8); “Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está adiante do trono. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus.” (Ap 8,3-4).
Þ     Um “coração compungido (quebrantado) e contrito”“O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”. (Sl 51,17), o qual Deus aceita e jamais despreza.
Þ     A fé também é chamada de O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.”sacrifício e culto” - "Ainda que tenha de derramar o meu sangue sobre o sacrifício em homenagem à vossa fé, eu me alegro e vos felicito". (Fl 2,17).
Þ     As ofertas e as boas obras – são classificadas como sacrifícios dos  quais Deus se agrada - "Recebi tudo, e em abundância. Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado". (Fl 4,18); "Não negligencieis a beneficência e a liberalidade. Estes são sacrifícios que agradam a Deus!" (Hb 13,16); "Cornélio fixou nele os olhos e, possuído de temor, perguntou: Que há, Senhor? O anjo replicou: As tuas orações e as tuas esmolas subiram à presença de Deus como uma oferta de lembrança". (At 10,4).
Þ     A nossa vida derramada como uma libação no culto de Deus – até à morte - "Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima". (2Tm 4,6).
Þ     A oferta especial do evangelista – cuja pregação do evangelho é chamada de “dever sacerdotal” porque ele é capaz de apresentar os seus convertidos como “uma oferta agradável a Deus” (Rm 15,16).

Só duas coisas que quero acrescentar a este maravilhoso apanhado de texto e idéias bíblicas que Stott fez sobre o sacrifício do povo de Deus no 2.º Testamento – um texto bíblico e uma pergunta.

·         O texto é – Ef 5,1-2 “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor.”
·         E a pergunta – Será que, com tantas coisas a serem feitas de que indubitavelmente Deus se agrada, ainda queremos andar atrás de outras que não temos tanta certeza de que estão subindo como aroma suave e agradável a Ele?

CONCLUINDO

Há tantos motivos para celebrarmos a Deus pela cruz de Cristo que nada precisamos inventar sobre ela. A morte do filho de Deus comprova a nossa total incapacidade de fazer algo por nós mesmos. Alias, este é o significado do termo “misericórdia”  - ajuda que alguém vem dar a outro alguém que não pode ajudar a si mesmo. Daí a necessidade dele entregar-se a si mesmo para fazer-nos seu povo.

Marco Antonio Lana - Teologia Bíblica