sábado, 25 de outubro de 2014

QUEM FOI BARRABÁS


Barrabás foi um personagem mencionado nos Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia. Ele era um prisioneiro que foi libertado no lugar de Jesus Cristo por decisão popular, durante o julgamento de Jesus por Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia.

 

Segundo os evangelhos (Mateus 27:15-26, Marcos 15:6-15, Lucas 23:18-25 e João 18:40), era costume libertar um prisioneiro por ocasião da Páscoa judaica, e Pilatos ofereceu ao povo a escolha entre Jesus e Barrabás. O povo escolheu libertar Barrabás, e Jesus acabou sendo condenado à crucificação.

 

Sobre Barrabás em si, sabe-se pouco. Ele é descrito como um criminoso, possivelmente um revolucionário ou insurgente que participou de uma rebelião contra os romanos e cometeu assassinato (Marcos 15:7; Lucas 23:19). Alguns manuscritos antigos indicam que seu nome completo poderia ser “Jesus Barrabás”, o que torna ainda mais interessante a escolha feita pelo povo entre “Jesus, chamado Cristo” e “Jesus Barrabás”.

 

Barrabás do ponto de vista histórico

 

Barrabás é uma figura envolta em incerteza, pois as informações sobre ele vêm exclusivamente dos Evangelhos do Novo Testamento — não há registros fora da Bíblia que comprovem sua existência ou detalhem sua vida. No entanto, há alguns elementos que podem ser contextualizados historicamente:

 

1. Contexto político da época

A Judeia, no tempo de Jesus, era uma província controlada pelo Império Romano. Havia grande tensão entre os judeus e os romanos, e surgiram diversos grupos revolucionários (como os zelotes) que lutavam contra a dominação romana. Muitos desses insurgentes eram considerados "bandidos" ou "assassinos" pelos romanos, mas vistos como heróis ou mártires por parte da população judaica.

 

2. Barrabás como insurgente

O Evangelho de Marcos (15:7) diz que Barrabás foi preso por participar de uma insurreição em que houve assassinato. Isso sugere que ele pode ter sido um dos muitos revolucionários judeus da época, e não apenas um criminoso comum. A palavra usada em grego (“lēstēs”) pode se referir tanto a bandido quanto a um rebelde político.

 

3. Prática de libertar prisioneiros na Páscoa

Historicamente, não há registros romanos que confirmem oficialmente o costume de libertar um prisioneiro durante a Páscoa, como descrito nos Evangelhos. Alguns estudiosos acreditam que isso pode ter sido uma prática local, informal, usada para apaziguar tensões com o povo judeu.

 

4. Barrabás e o simbolismo do nome

O nome “Barrabás” significa literalmente “filho do pai” (Bar-Abbá, em aramaico). Curiosamente, alguns manuscritos antigos do Evangelho de Mateus trazem o nome completo como “Jesus Barrabás”, o que teria criado um contraste dramático no julgamento: o povo escolheu libertar “Jesus, filho do pai”, e rejeitar “Jesus, o Filho de Deus” — uma escolha altamente simbólica.

 

Conclusão

Historicamente, é possível que Barrabás tenha sido um rebelde político, preso por ações contra o domínio romano. Sua libertação, segundo os Evangelhos, contrasta a rejeição de um homem acusado de ser rei messiânico com a escolha de um homem acusado de violência revolucionária — o que diz muito sobre as tensões políticas e religiosas da época.

 

 



Nenhum comentário:

Postar um comentário