terça-feira, 28 de outubro de 2014
QUAL PARENTESCO ENTRE ÁRABES E JUDEUS?
DEUS PROIBE A CONFECÇÃO DE IMAGENS?
DEUS PROÍBE A CONFECÇÃO DE IMAGENS?

No Deuteronômio Deus repete essa proibição, dizendo: "Não farás para ti, nem levantarás nenhuma estátua, coisas que o Senhor, teu Deus, aborrece." (Deut. 26, 21).
Baseados nesses textos da Bíblia, os protestantes de todos os naipes - repetindo a heresia dos iconoclastas - acusam a Igreja Católica de não acatar a ordem de Deus, pois permite que se façam esculturas e imagens de Cristo e dos santos, para serem veneradas.
Esse raciocínio dos hereges peca, porque isola esse texto de outros. Se houvesse apenas essas frase na Escritura a respeito de imagens, eles teriam razão. Acontece que o mesmo Deus que deu essa lei em outras passagens disse o contrário, pelo menos aparentemente.
Assim, vejamos.
No mesmo Êxodo, quando Deus - cujo primeiro mandamento proibira fazer esculturas do que há no céu - mandou fazer a Arca da Aliança para que nela se guardassem as tábuas da Lei, Deus diz:
"Farás também dois querubins de ouro batido, nas duas extremidades do oráculo. Um querubim esteja dum lado, o outro do outro. Cubram ambos os lados do propiciatório, estendendo as asas e cobrindo o oráculo, e estejam olhando um para o outro com os rostos voltados para o ropiciatório, com o qual deve ser coberta a arca, na qual porás o testemunho, que Eu te hei de dar. De lá te darei as minhas ordens, em cima do propiciatório e do meio dos querubins, que estarão sobre a arca do testemunho, e te direi todas as coisas que por meio de ti intimarei aos filhos de Israel" (Ex. 25, 17-22). Esse texto será repetido em Ex 37, 7.
Se Deus proibira fazer "figura alguma do que há em cima do céu", como é que depois manda fazer as figuras de dois querubins, determinando colocá-los exatamente sobre a arca em que se guardaria a Lei que proibia fazer estátuas?
Aparentemente é uma contradição, e em Deus não pode haver contradição. Logo, deve haver uma explicação para fazer estátuas.
Qual?
Há ainda várias outras passagens em que Deus ordenou que se fizessem esculturas. Eis algumas:
No Livro dos Números, quando os judeus se rebelavam contra Deus porque os tirara do Egito, Deus os puniu, castigando-os com serpentes. E o povo rogou a Moisés que intercedesse a Deus por ele, dizendo: "Roga [a Deus] que afaste de nós as serpentes. E Moisés orou a Deus pelo povo, e o Senhor disse a ele: " Faze uma serpente de bronze, e põe-na por sinal; aquele que, sendo ferido, olhar para ela, viverá. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e pô-la por sinal; e os feridos que olhavam para ela, saravam." (Num. 21, 7-9).
De novo: se Deus proibiu fazer figuras e esculturas do que havia sobre a terra, como então ordena que Moisés faça uma serpente de bronze? E, mais, quem olhasse para a serpente era curado, ocasionando aos judeus mais rústicos a ideia - que poderia ser uma tentação -- de considerar que na serpente de bronze havia algo de espiritual ou divino capaz de curar.
Poderia haver contradição em Deus? Claro que não. Então deve haver alguma explicação para isso: Deus proíbe fazer imagens e Deus manda fazer imagens. Uma delas, uma imagem de serpente que curava sendo olhada.
Repare ainda -- de passagem -- que na Bíblia se admitem intercessores humanos diante de Deus, ao contrário do que erradamente ensinam os protestantes de todas as seitas, que não admitem intercessores...
Quando Deus mandou fazer o Templo, ordenou que se fizesse um mar de bronze, isto é, uma grande bacia de bronze, e disse: "e [o mar] estava assente sobre doze bois, três dos quais olhavam para o setentrião, três para o ocidente, três para o meio dia e três para o oriente, e o mar estava em cima deles; as partes posteriores deles escondiam-se todas para a parte interna" (I Reis, 7, 25).
Como se explica que o mesmo Deus que proibira, no Sinai, fazer esculturas do que existe sobre a terra, mande fazer doze bois? Afinal, é proibido ou não fazer esculturas?
Que confusão fazem os protestantes lendo apenas uma frase isolada da Bíblia, esquecendo -- de propósito -- outras.
Descrevendo o mar de bronze, diz a Bíblia: "O trabalho da base era a cinzel e havia esculturas entre as junturas. Entre as coroas e festões havia leões, bois, querubins e também nas junturas da parte de cima; debaixo dos leões e dos bois pendiam como que umas grinaldas de cobre." (I Reis, 7, 28-29).
No Livro I das Crônicas ou I dos Paralipômenos se leem outras particularidades das esculturas que Deus ordenou que fossem feitas por ordem de Salomão para o Templo de Deus, em Jerusalém.
"Pôs no oráculo dois querubins feitos de madeira de oliveira., de dez côvados de altura"(...) "adornar todas as paredes do Templo em roda com várias molduras e relevos, figurando nelas querubins, palmas e diversas figuras, que pareciam destacar-se saindo da parede" (...) "Nestas duas portas de madeira de oliveira entalhou figuras de querubins, palmas, relevos de muito realce de ouro tanto os querubins como as palmas, e todas as outras coisas" (...) "esculpiu nelas querubins palmas e relevos muito salientes; "(I Rs. 6, 23-24; 29; 32; 35).
"Também para os garfos, copos, turíbulos de ouro puríssimo, para os leõezinhos de ouro, segundo os seus tamanhos, destinou o peso de ouro para cada um dos leõezinhos. Do mesmo modo, para os leões de prata, separou outro peso de prata. Para o altar, em que se queima o incenso, deu do ouro mais fino, para que dele se fizesse a figura dum carro de querubins, que estendessem as asas e cobrissem a arca da aliança do Senhor" (I Cr. 28, 17-18).
Quando a Arca da Aliança caiu em mãos dos filisteus, Deus os puniu com uma praga. Para se livrarem dela, os filisteus consultaram os seus adivinhos, que mandaram que eles fizessem cinco objetos de ouro representando a parte de seu corpo ferida pela praga, e cinco ratos de ouro, colocando esses objetos junto com a Arca da Aliança, sobre um carro de boi, deixando-o livre para partir. E o carro foi em direção dos judeus, que recuperaram a Arca.
Ora, o fato de que Deus atendeu os filisteus, curando-os, comprova que Ele aceitara a dádiva dos cinco ratos de ouro e dos cinco objetos representando a parte ferida pela praga. Portanto, nem sempre as esculturas são condenáveis.
Todas essas citações comprovam que, se Deus proibiu fazer esculturas e imagens no primeiro mandamento, Ele mandou, em outras ocasiões, e por diversas vezes, que se fizessem esculturas e figuras. Como explicar, repetimos essa aparente contradição, já que em Deus é impossível haver contradição?
A explicação não é difícil.
Há dois tipos de proibições: as proibições absolutas e as proibições relativas.
Imagine você, um professor irritado com sua classe barulhenta, que lhes grita: "Proíbo que abram a boca".
A seguir, ele chama um dos alunos para pedir-lhe a lição, numa chamada oral. Ele pergunta uma coisa ao Zezinho, que nada responde. Pergunta outra, Zezinho se mantém absolutamente de boca fechada. Pergunta pela terceira vez, e Zezinho fica absolutamente silencioso. O professor lhe dá nota zero.
A seguir, o professor surpreende um outro aluno comendo um sanduíche. Irritado de novo, diz que doravante proíbe que comam.
Terminadas as aulas, Zezinho vai para casa e recusa comer e falar: mantém-se de boca fechada. A mãe insiste e Zezinho se mantém inamovível; a boca dele não abre. Afinal explica por escrito porque não fala e não come: o professor proibira comer e falar. Por isso tirou zero na lição oral e recusa comer qualquer coisa.
Evidentemente, Zezinho é pouco entendedor... O professor "proibira abrir a boca em classe", no sentido que proibia conversar, mas não repetir a lição oralmente. Ele proibira comer durante a aula, mas não em casa. As proibições do professor eram de caráter relativo, e não absoluto. O professor não dissera nenhuma contradição. Falta de inteligência indicava Zezinho ao entender proibições para a classe, durante a aula, como proibições absolutas, válidas para sempre e em todas as circunstâncias.
Da mesma forma, se Deus proibiu fazer imagens e, depois, por diversas vezes, mandou fazer imagens, como em Deus não pode haver contradição, segue-se que a proibição de fazer imagens é relativa e não absoluta.
Deus proibiu fazer imagens para adoração. Deus proibiu fazer ídolos, e não fazer imagens.
Por isso a Igreja, que compreende e aceita tudo o que Deus disse na Sagrada Escritura e que não isola uma frase de outra, mas a todas harmoniza, a Igreja sempre permitiu o uso de imagens e sua veneração, mas nunca a sua adoração.
Aliás, qualquer protestante, na prática diária, desobedece o que eles dizem ser a verdadeira interpretação do primeiro mandamento, porque tiram fotografias de si e de seus parentes, guardam-nas e, se têm carinho por uma pessoa, beijam sua foto.
Se eles cressem mesmo que é proibido fazer imagens, nunca poderiam tirar fotos de nada. E nem ter espelhos em casa, porque em cada espelho se formam imagens.
Nem poderiam ter filhos, porque cada homem é feito à imagem de Deus.
domingo, 26 de outubro de 2014
O QUE É A BÍBLIA
sábado, 25 de outubro de 2014
QUEM FOI BARRABÁS
Barrabás foi um personagem mencionado nos Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia. Ele era um prisioneiro que foi libertado no lugar de Jesus Cristo por decisão popular, durante o julgamento de Jesus por Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia.
Segundo os evangelhos (Mateus 27:15-26, Marcos 15:6-15, Lucas 23:18-25 e João 18:40), era costume libertar um prisioneiro por ocasião da Páscoa judaica, e Pilatos ofereceu ao povo a escolha entre Jesus e Barrabás. O povo escolheu libertar Barrabás, e Jesus acabou sendo condenado à crucificação.
Sobre Barrabás em si, sabe-se pouco. Ele é descrito como um criminoso, possivelmente um revolucionário ou insurgente que participou de uma rebelião contra os romanos e cometeu assassinato (Marcos 15:7; Lucas 23:19). Alguns manuscritos antigos indicam que seu nome completo poderia ser “Jesus Barrabás”, o que torna ainda mais interessante a escolha feita pelo povo entre “Jesus, chamado Cristo” e “Jesus Barrabás”.
Barrabás do ponto de vista histórico
Barrabás é uma figura envolta em incerteza, pois as informações sobre ele vêm exclusivamente dos Evangelhos do Novo Testamento — não há registros fora da Bíblia que comprovem sua existência ou detalhem sua vida. No entanto, há alguns elementos que podem ser contextualizados historicamente:
1. Contexto político da época
A Judeia, no tempo de Jesus, era uma província controlada pelo Império Romano. Havia grande tensão entre os judeus e os romanos, e surgiram diversos grupos revolucionários (como os zelotes) que lutavam contra a dominação romana. Muitos desses insurgentes eram considerados "bandidos" ou "assassinos" pelos romanos, mas vistos como heróis ou mártires por parte da população judaica.
2. Barrabás como insurgente
O Evangelho de Marcos (15:7) diz que Barrabás foi preso por participar de uma insurreição em que houve assassinato. Isso sugere que ele pode ter sido um dos muitos revolucionários judeus da época, e não apenas um criminoso comum. A palavra usada em grego (“lēstēs”) pode se referir tanto a bandido quanto a um rebelde político.
3. Prática de libertar prisioneiros na Páscoa
Historicamente, não há registros romanos que confirmem oficialmente o costume de libertar um prisioneiro durante a Páscoa, como descrito nos Evangelhos. Alguns estudiosos acreditam que isso pode ter sido uma prática local, informal, usada para apaziguar tensões com o povo judeu.
4. Barrabás e o simbolismo do nome
O nome “Barrabás” significa literalmente “filho do pai” (Bar-Abbá, em aramaico). Curiosamente, alguns manuscritos antigos do Evangelho de Mateus trazem o nome completo como “Jesus Barrabás”, o que teria criado um contraste dramático no julgamento: o povo escolheu libertar “Jesus, filho do pai”, e rejeitar “Jesus, o Filho de Deus” — uma escolha altamente simbólica.
Conclusão
Historicamente, é possível que Barrabás tenha sido um rebelde político, preso por ações contra o domínio romano. Sua libertação, segundo os Evangelhos, contrasta a rejeição de um homem acusado de ser rei messiânico com a escolha de um homem acusado de violência revolucionária — o que diz muito sobre as tensões políticas e religiosas da época.
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
LIVRO CANTARES (Ct)
O livro de Ct é a melhor de todas as canções, um trabalho literário de arte e uma obra– prima teológica. No séc. II, um dos maiores rabinos, Akida bem Joseph, disse: “No mundo inteiro, não há nada que se iguale ao dia em que o Cântico dos Cânticos foi entregue a Israel.” O livro de Ct, em si, é como a sua fruta favorita, a romã, em cores vivas e repleto de sementes. Bastante diferente de qualquer outro livro bíblico. Ele merece consideração especial como arquétipo bíblico que apresenta, de um modo novo, as realidades básicas das relações humanas. Ct emprega linguagem simbólica pra expressar verdades eternas, em semelhança ao Livro de Apocalipses.
Ct contém descrições da mulher sulamita juntamente com uma exibição completa dos produtos de seu jardim. Isso deve ser entendido como um paralelo poético do amor conjugal e como bênçãos ao povo da aliança, em sua terra.
Claras indicações são dadas na descoberta das bênçãos da aliança: “sai-te pelas pisadas das ovelhas” (1.8). Aqui, o termo “pisadas” é, literalmente, “marcas de calcanhar”, e pode ser uma alusão a Jacó, o patriarca cujo nome conota “um calcanhar”. A função pastoril de Jacó e a sua constante luta pela bênção de Deus e do homem são citadas como a norma bíblica para o povo de Deus (Os 12.3-4,12,14). Ele nasceu segurando o calcanhar do seu irmão, um manipulador congênito. Foi “desconjuntado” com ardil no âmago de seu ser, como ilustrado por seu mancar em Maanaim (Gn 32). Foi forçado a viver fora de sua terra sob a ameaça de uma irmão irado. Retornou pra sua terra depois de 20 anos com uma instituição familiar defeituosa. Ardil, falta de amor, ciúme, raiva e amor de aluguel (de mandrágora, um suposto afrodisíaco) entraram nessa fraca estrutura. Os próprios nomes das Doze Tribos mostram a necessidade de uma nova história familiar.
A sulamita ajuda e reescreve essa história. Ela executa a dança memorial de Maanaim (6.13); ver Gn 32.2). Quando encontra a quem ama, ela o detém e não o deixa partir (3.4; ver Gn 32.26). Mandrágoras perfumadas crescem nos campos dela (7.11-13; ver Gn 30.14). Quando as filhas vêem, chama-na bem– aventurada ou feliz (6.9; ver Gn 30.13). Na sulamita, a corrompida árvore familiar produz “frutos excelentes”, os melhores (7.13; ver Dt 33.13-17). As bênçãos da aliança que havia sido distorcidas são redimidas.
Os mesmos acontecimentos também podem ser visto como retratos do amor conjugal. Dessa maneira, ela detém o seu marido e não o deixa partir (3.4). É o seu marido que elogia sua beleza (6.4-10). E a procissão de um casamento real e a alegria recíproca do noivo e da noiva aparecem retratadas em 3.6-5.1.
De acordo com Rm 5.5, “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo ES”. Baseado em Jesus Cristo, o ES é o poder de ligação e união do amor. A feliz unidade revelada em Ct é inconcebível à parte do ES. A própria forma do livro como cântico e símbolo é adaptada especialmente ao Espírito, pois ele mesmo faz uso de sonhos, linguagem figurada e o canto (At 2.17; Ef 5.18,19). Um jogo de palavras sutil, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o ES, Sl 104.29,30) de Gn 2.7 parece vir à tona em Ct. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8).
Lembrando o amor do rei de bom nome 1.1-4
A morena e agradável guarda de vinhas 1.5,6
Procurando amor nas pisadas do rebanho 1.7,8
Removendo as marcas da escravidão 1.9-11
A linguagem do amor 1.12-17
O espírito e a árvore 2.1-6
A primeira súplica 2.7
Começando a busca 2.8-15
A alegria do amor no frescor do dia 2.16,17
A procura determinada pelo objetivo principal 3.1-4
A segunda súplica 3.5
A carruagem matrimonial real do amor da aliança 3.6-11
Conhecendo sulamita 4.1-7
Uma visão sobre a terra de cima do monte Hermom 4.8
Uma vida de união íntima num banquete no jardim 4.9-5.1
A queda da sulamita 5.2-7
A terceira súplica 5.8
Conhecendo Salomão 5.9-6.3
A glória triunfante da sulamita 6.4-10
O nobre povo da sulamita 6.11-12
A dança memorial de Maanaim 6.13-7.9
O início do novo amor de iguais 7.9 –8.3
A quarta súplica 8.4
alcançando o objetivo principal 8.5Alcançando o amor autêntico 8.6,7Alcançando ao maternidade e a paz 8.8-10Obtendo uma vinha igual a de Salomão 8.11-12Obtendo a herança 8.13-14