segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DOUTRINA DA IGREJA - LIÇAO 12 – AS MARCAS DA IGREJA VERDADEIRA



“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra angular”. (Ef 2,20)

                                                                                                                                                               I.      INTRODUÇAO.

Quando se fala de igreja, especialmente na presente era, é extremamente necessário acrescentar um adjetivo que a qualidade como verdadeira ou falsa.  Para nossa tristeza e vergonha, há uma facilidade, sem precedentes, de se produzir e multiplicar igrejas, sem que isso esteja relacionado ao avanço de reino de Deus na terra. A multiplicação delas tem gerado, talvez, mais confusão do que oportunidades. Como saber se uma determinada igreja é fiel aos princípios do cristianismo?

Dependendo do lugar onde você mora e do leque de opções de igreja só tenha o templo e de evangélica só tenha o nome.

Cada geração é responsável por detectar onde e como se manifesta o pseudocristianismo e combatê-lo com as armas do evangelho. E uma das formas é descobrir as marcas da igreja verdadeira e vivenciá-las na comunidade local. Vejam a seguir algumas marcas da verdadeira igreja.

                                                                                    II.      CRISTO É O FUNDAMENTO – (Mt 7,24; 1Cor 3,11; Ef 2,20).

Em Mt 7,24 está escrito: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha”. Paulo, escrevendo aos coríntios, afirma: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (1Cor 3,11). Aos efésios reitera: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra angular.” (Ef 2,20).

Essas porções da palavra de Deus revelam que grupos de pessoas que tem Jesus Cristo como único fundamento da sua existência e convívio fazem parte da Igreja do Senhor.

É a pessoa de Cristo que define o verdadeiro cristianismo; não é uma filosofia, nem um conjunto de regras, natural ou sobrenaturalmente reveladas. Ele manifestou Sua humanidade ao nascer, crescer, dormir, sentir fome, cansaço e morrer; manifestou Sua divindade ao andar sobre as águas, acalmar a tempestade, curar enfermos e expulsar demônios. Jesus é o único elo entre a terra e o céu, entre o homem e Deus.

Quanto engodo existe em matéria de religião! Quanto engano em nome de Deus! Muitas pessoas se dão por satisfeitas, por fazerem parte de um grupo religioso, mas esquecem de se perguntar: qual é o fundamento? Os meus pés estão postos sobre o que? É rocha ou areia que está sob meus pés?

Os mestres do nosso tempo nos ensinam a edificar nossa vida sobre os fundamentos da auto-ajuda. Afagam nosso ego ao soprar no nosso ouvido que a solução dos nossos males está na força dos nossos braços ou de nossa mente. Todavia, o Mestre dos mestres proclama que da força dos nossos braços o que parece remédio é veneno. Até quando nos demoraremos a entender que a solução dos nossos males não vem de dentro, mas do alto; que o fundamento que resiste a toda prova não é humano, mas é divino?

A verdade é que casa construída sobre outro fundamento que não seja a rocha, que é Cristo, desmoronará um dia como castelo de areia sob a tempestade e não resistirá diante do juízo de Deus.


                                                                 III.      OS MEMBROS SÃO OVELHAS REGENERADAS – (Jo 3.3.5; 10,27).

O apóstolo João registra as palavras de Jesus que afirmam: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (Jo 3,3). E um pouco mais adiante Jesus reafirma: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” (Jo 3,5).

Não adianta ter apenas pele de ovelha. Não há nenhum valor em ser descendente de Abraão – “Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.  já está posto o machado á raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo”. (Mt 3,9-10). Revestir-se de roupagens religiosas não nos transforma em filhos de Deus. Como Jesus asseverou: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mt 7,21).

Desde os tempos bíblicos, muitas pessoas, infelizmente, levam a vida cristã como se fosse uma ficção, um teatro, uma telenovela onde quem melhor representa maior destaque terá. A proposta do evangelho é de nos transformar em filhos de Deus, não em atores.

A igreja é composta por pessoas que nasceram de novo; por vidas que carregam na bagagem a experiência do novo nascimento. Uma pessoa pode até freqüentar uma igreja assiduamente, entoar os louvores, participar do coral, ministrar aulas na escola bíblica, orar em voz alta  no templo, contribuir com dízimos e ofertas, pregar de forma entusiasmada, fazer evangelismo ou mesmo escrever uma lição sobre tudo isso, mas, se não tiver a experiência do novo nascimento, não faz parte da igreja do Senhor, não entrará no reino de Deus.

            IV.      FÉ, ESPERANÇA E AMOR SÃO SUAS PRINCIPAIS VIRTUDES – (Jo 13,35; Rm 5,1-5; 1Cor 13,13; Gl 5,5-6; Cl 1,3-5; 1Jo 2,6).

Essas três palavras – fé, esperança e amor – traduzem as principais virtudes da igreja do Senhor na terra. Vejamos cada uma delas separadamente.

  1. A fé (1Pd 1,1-9).

Neste texto, Pedro destaca três aspectos da fé.

a)      Sua função – “que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo.” (v. 5)

A partir do versículo 3 o apóstolo discorre sobre o que Deus fez por nós através de Jesus (vs 3,4). Afirma também que somos guardados pelo poder de Deus (v.5). No mesmo verso, todavia, diz que isso é mediante a fé. Parece que, no conjunto de tudo o que é necessário para homem chegar à salvação, há um espaço a ser preenchido por Ele – que não se preenche com obras, mas somente pela fé.

b)       Seu valor – “para que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.” (v 7).

O ouro, que é considerado a posse mais preciosa, é perecível, mesmo depois de passar pelo fogo, processo usado para purificá-lo das impurezas que o acompanham. O valor da fé supera o desse metal precioso. Os benefícios da fé são eternos enquanto os do outro são temporais. Somente uma cegueira espiritual profunda pode explicar por que os homens correm avidamente à busca do que o ouro oferece na mesma proporção em que abandonam os benefícios da fé.

c)       Seu objetivo – “Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.” (v 9).

A fé tem uma finalidade definida: a salvação da alma. A fé tem um tempo de validade. Não haverá necessidade de termos fé quando estivermos no céu. Portanto, o tempo em que a fé é necessária vai desde o dia da nossa conversão até o dia quando nos encontrarmos com o Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando dia chegar, em meio a muito regozijo, o objetivo da fé estará concretizado.

  1. A esperança (Rm 8,24-25; 1 Ts 1,3).

Howard Marshall define esperança como “a expectativa confiante de que Deus continuará a cuidar do seu povo e que o fará a cuidar do seu povo o que o fará vencer as provações e os sofrimentos até chegar à bem–aventurança futura na sua presença”. Nessa esperança fomos salvos, diz Paulo em Rm 8,24 -  “Porque na esperança fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?”. A respeito deste versículo a Bíblia Shedd observa de forma apropriada que “somos salvos na esperança, não por esperança. A salvação é pela fé”. Há uma expectativa que atravessa o coração da Igreja de que todas as promessas de Jesus se concretizarão em breve. Essa sensação nos mantém confiantes enquanto vivemos em um mundo hostil e mau.

Uma vez que a esperança está baseada nas promessas registradas nas Sagradas Escrituras torna-se um poderoso combustível para a Igreja em sua peregrinação na terra. Quem pode nos desanimar se o que nos espera é um futuro glorioso? Nada do que os nossos olhos  já viram se compra com aquilo que Deus tem reservado para os seus. Essa é a nossa bendita esperança, razão pela qual devemos enfrentar as adversidades confiantes.

  1. O amor (Rm 5,5; 12,9-21; 1Cor 13).

Vimos que a fé e a esperança têm um raio de ação dentro da linha do tempo. Chegará um momento em que ambas perderão o sentido de existência. O amor, todavia, é eterno, portanto jamais acabará – “O amor jamais acaba” (1Cor 13,8ª). Dada sua extensão de existência e valor intrínseco o amor é superior à fé e à esperança. Sem o amor não há significado em nada do que fazemos nem mesmo no mais alto grau de doação e sacrifício – “E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” (1Cor 13,3). Sem o amor, o exercício das nossas capacidades especiais recebidas de Deus fracassa no cumprimento de suas funções – “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria”. (1Cor 13.1-2). As qualidades do amor extrapolam qualquer experiência humana – “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”. (1Cor 13,4-8). Apenas na vida de Jesus podemos ver o amor sendo praticado em todas as suas dimensões. Não obstante, é o amor que deve coordenar nossos relacionamentos (Rm 12.9-21). A fonte do amor é Deus Pai e o Espírito Santo o derrama em nosso coração – “... e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rm 5,5). Por isso, ao falarmos sobre o amor, temos a sensação de termos em nossas mãos sujas e imperfeitas uma jóia rara beleza e profundo valor.




                                                                                                                                                                V.      CONCLUSAO.

Estas marcas mostram como é a Igreja do Senhor Jesus Cristo ao mesmo tempo em que nos servem de referencias para nortearmos nossa caminhada cristã como igreja. Se por um lado, por meio delas, detectarmos quem não é igreja, por outro poderemos saber o quanto estamos perto ou longe do ideal de Deus para nós.

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