domingo, 15 de dezembro de 2013

VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 01 – JOÃO, O DISCÍPULO AMADO


LIÇÃO 01 – JOÃO, O DISCÍPULO AMADO

“Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito.” (1Jo 2,5).

      I.        INTRODUÇÃO.
João se destacou tanto entre os apóstolos que passo a integrar o grupo mais intimo de Jesus. Ele ficou conhecido como o Apóstolo do amor. Nas será que ele foi sempre assim? É bom, antes de estudar as tres cartas escritas por ele, descobrir algo da sua vida e atransformação através da sua vivencia com Cristo.

    II.        SUA VIDA FAMILIAR.

1)    Seus Pais.
João era filho de Zebedeu, provavelmente o mais novo. Fora dos escritos de Lucas, ele é mencionado depois do seu irmão Tiago. Parece que o nome da sua mãe era Salomé, quando comparamos Mc 16,1 com Mt 27,56 – porque a terceira mulher que acompanha as duas Marias ao túmulo é chamada de Salomé por Marcos, e “a mulher de Zebedeu” Por Mateus. Também por inferência, Salomé parece ser irmã de mãe de Jesus (em João 19,25 – quatro mulheres são mencionadas: as duas Marias já citadas por Marcos e Mateus, a mãe de Jesus e “a irmã dela”). Se for correto esse entendimento, então João, o apóstolo, era primo de Jesus, por parte da mãe. Por isso, foi muito natural que o Salvador entregasse Sua mãe aos cuidados de João, quando estava na cruz (Jo 19,25-27).

2)    Seu lar.
Parece que o lar de João era de classe média alta. Seu pai, um pescador, tinha empregados – “Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.” (Mc 1,20), e Salomé era uma das mulheres que prestavam assistência com seus bens a Jesus – “Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses.” (Lc 8,3); “Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé”. (Mc 15,40)

   III.        SEU ENCONTRO COM JESUS.

1)    Discípulo de João Batista.
Antes de ser apóstolo de Jesus, João foi discípulo de João Batista. Em Jo 1,35-37, é mencionado que dois discípulos de João Batista passaram a seguir Jesus. Um deles era André  - “André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido.” (Jo 1,40); o outro, acredita-se que fosse João. Era próprio de João não mencionar seu nome; ele nem se identificou como o discípulo amado – “Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus.” (Jo 13,23). Vale lembrar que os doze apóstolos foram homens que andaram com Jesus “começando no batismo de João (At 1,21-22). Portanto, era um homem temente a Deus e alimentava forte expectativa da vinda do Messais.

2)    “Eis o Cordeiro de Deus” (Jo 1,35-40).
Um dia, passava perto de João e André um homem que João Batista descreveu como “o Cordeiro de Deus”. E assim, João (e André) encontrou o esperado Messias, o Cristo de Deus. Foi o seu primeiro encontro com Jesus.

3)    Um dos doze apóstolo de Jesus.
Algum tempo depois, quando Jesus estava caminhando junto ao mar da Galiléia, viu João com o pai e seu irmão, no barco, concertando as redes e chamou os dois irmãos para segui-Lo – “Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.” (Mc 1,19-20). João (com Tiago) imediatamente deixou seu trabalho de pescador e se tornou discípulo de Jesus. Mais tarde, João foi convocado para ser apóstolo – “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele....Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão. Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador. (Mt 3,13-18), fazendo parte dos “Doze”.

  IV.        SEU TEMPERAMENTO DIFÍCIL.

É tão fácil esquecer que João, o discípulo do amor, possuía um temperamento difícil e tinha algumas arestas que precisavam ser plantadas pelo Senhor. A história dele mostra o poder do evangelho para mudar vidas.

1)    Seu temperamento explosivo (Mc 3,17).
Não foi por acaso que Jesus deu a João e a seu irmão o apelido de boanerges – “filhos do trovão”, por causa do temperamento exaltado e indisciplinado.

2)    Seu temperamento ambicioso (Mc 10,35-40).
Isso se vê no pedido que ele e seu irmão fizeram a Jesus (encorajados pela mãe) para que lhe fosse permitido se assentarem em lugares de privilegio especial quando Jesus entrasse no Seu reino – “Concede-nos que nos sentemos na tua glória, um à tua direita e outro à tua esquerda.” (Mc 10,37). O que mostra uma falta de discernimento a respeito da verdadeira natureza da soberania de Cristo.

3)    Seu temperamento intolerante (Mc 9,38-41).
Um dia, João viu um homem expelindo demônios em nome de Cristo e proibiu-o, porque o homem não era discípulo de Jesus. João foi repreendido pelo Mestre por causa da sua intolerância.

4)    Seu temperamento vingativo (Lc 9,51-56)
Esse espirito de vingança é visto pela sua indignação depois que uma vila de samaritanos desprezou seu Mestre, recusando-se a deixá-Lo entrar nela – “Vendo isto, Tiago e João disseram: Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?” (Lc 9,54). Jesus lhe ensinou a natureza longânima da sua missão salvadora.
“...porque eu sou manso e humilde de coração...” (Mt 11,29). Como João aprendeu preciosas lições do seu Mestre e a vida desse rude pescador foi transformada! A transformação na vida de João mostra que ninguém tem temperamento tão difícil que não possa ser mudado por Jesus. “Sei que tenho um gênio difícil, sou assim mesmo, é o meu jeito – não vou mudar!”. Você não vai mudar sua vida, mas Cristo pode!
    V.      
  SUA VIVENCIA COM JESUS.
Durante três anos, João viveu na companhia de Jesus. Em três ocasiões importantes no ministério de Jesus. João é mencionado em companhia do seu irmão Tiago e de Simão Pedro, à exclusão dos outros apóstolos – era o grupo mais intimo na ressurreição da filha de Jairo – “E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.” (Mc 5,37), na transfiguração – “Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte.” (Mc 9,2) e no jardim do Getsêmani – “Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a ter pavor e a angustiar-se.” (Mc 14,33). E João, junto com Pedro, que foi enviado por Jesus para faze os preparativos para a refeição da ultima Pascoa.
João não é mencionado por nome no quarto evangelho, mas é quase certo que o discípulo chamado “aquele que ele amava” e que se reclinou próximo ao peito de Jesus na ultima ceia era o apóstolo João. Ele foi o encarregado de cuidar de Maria, mãe de Jesus – “26. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. 27. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.” (Jo 19,26-27). Foi ele quem correu juntamente com Pedro para o túmulo e foi o primeiro a ver o significado dos lençóis desarrumados e sem corpo dentro – “2. Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu.” (Jo 20,2.8). Finalmente estava presente quando o Cristo ressurreto Se revelou perto do mar de Tiberíades – “1. Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: 2. Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galileia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos.” (Jo 21,2). Esse foi o apóstolo que escreveu o quarto evangelho – “24. Este é o discípulo que dá testemunho de todas essas coisas, e as escreveu. E sabemos que é digno de fé o seu testemunho.” (Jo 21,24).

  VI.        SEU MINISTÉRIO APOSTÓLICO

Após a ressurreição e ascensão de Jesus, João, juntamente com Pedro, com quem permaneceu intimamente ligado, demonstrou muita coragem na atividade de proclamar o evangelho no tempo e no Sinédrio, enfrentando toda a fúria das autoridades judaicas, as quais os reputavam como “homens iletrados e incultos”“Vendo eles a coragem de Pedro e de João, e considerando que eram homens sem estudo e sem instrução, admiravam-se. Reconheciam-nos como companheiros de Jesus.” (At 4,13); “33. Ao ouvirem essas palavras, enfureceram-se e resolveram matá-los. Chamaram os apóstolos e mandaram açoitá-los. Ordenaram-lhes então que não pregassem mais em nome de Jesus, e os soltaram.” (At 5,33-40). Durante varios anos, João foi um dos lideres da igreja em Jerusalém – “Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo:” (Gl 2,9) e participou da imposição de mãos sobre os samaritanos que haviam se convertido através do ministério de Filipe – “Os apóstolos que se achavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João.” (At 8,14). Não sabemos quando deixou Jerusalém, mas parece que trabalhou na igreja de Efésios e de lá foi exilado para a ilha de Patmos – “Eu, João, vosso irmão e companheiro nas tribulações, na realeza e na paciência em união com Jesus, estava na ilha de Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.” (Ap 1,9), por causa da sua fé.
 VII.        SEUS ESCRITOS INSPIRADOS.
João foi um dos mais prolificos escritores do Novo Testamento (depois de Paulo), escrevendo o evangelho de João, três cartas e o Apocalipse.

1.    O evangelho.
Quando João escreveu seu evangelho, ele tinha um propósito bem claro – “30. Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. 31. Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.” (Jo 20,30-31). João fez uma seleção dentre um número maior de sinais disponível, com o propósito, ao narrar esses fatos, de levar seus leitores a crer que “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu nome”

2.    As três cartas.
João escreveu sua primeira carta como um tratado para combater as atividades de falsos mestres que haviam rompido com a igreja e tentavam seduzir os fieis. A segunda e a terceira carta de João foram escritas para igrejas locais.

3.    O Apocalipse
Este último livro co cânon é de mesmo caráter profético que distingue os livros de Daniel e Ezequiel, e teve o objetivo de animar e estimular os crentes em tempo de perseguição e dificuldades. Ele mostra que Deus é soberano, e no fim intervirá de maneira catastrófica para cumprir Sua boa e perfeita vontade. João conclui Apocalipse com a visão dos novos céus e de nova terra, onde os cretes reinarão com Cristo eternamente.

VIII.        CONCLUSÃO.

João foi um homem de profundo conhecimento espiritual e dotado de disposições efetivas, que o levaram a ser o discípulo que Jesus particularmente amava -  “Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus.” (Jo 13,23); “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho.” (Jo 19,20); “Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!” (Jo 20,2). Esse amor tanto o caracterizou que, somente na sua primeira carta, ele emprega nada menos de 50 vezes a expressão amar. Há uma tradição que João permaneceu em Éfeso até uma idade extremamente avançada, e São Jerônimo relata que, quando João tinha de ser carregado para as reuniões cristãs, ele costumava repetir por muitas vezes: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros”. E esta é a mensagem que João quer transmitir para nós, enquanto estudamos suas três epístola.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 08 – DERROTA: suas causas e sua solução.



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 08 – DERROTA: suas causas e sua solução.

Já temos estudado como os filhos de Israel andaram pelo deserto por quarenta anos. Depois da Passagem milagrosa pelo Rio Jordão, chegou a hora tão esperada quando pisarão a terra da promessa – “E o maná cessou (de cair) no dia seguinte àquele em que comeram os produtos da terra. Os israelitas não tiveram mais o maná. Naquele ano alimentaram-se da colheita da terra de Canaã”. (Js 5,12) – e como gostaram de comer das novidades da terra!

Logo descobriram que, ao chegar na terra de Canaã, não podiam descansar, mas sim, lutar! Por causa disso Canaã não pode representar o céu. Canaã, a terra de abundancia, representa para o crente a vida abundante em Cristo, que é também uma vida de luta constante.

  1. DEPOIS DA VITÓRIA... DERROTA!

O povo logo descobriu que tinha de lutar para conquistar a terra, e como notamos no domingo passado, a primeira batalha era contra a grande cidade de Jericó. E que vitória maravilhosa Deus deu ao povo! Então pensaram que seria uma experiência de vitória constante – uma historia de sucesso continuo. Mas não foi assim! E não vai ser assim também párea nós.

De repente encontramos o povo de Israel fugindo, totalmente derrotado pela pequena cidade de Ai. Por que isso acontecera? Josué não podia compreender. Tinha pensado que não haveria mais derrota para Israel. Seria vitória continua. Já pensou? Derrotado pelo povo pequeno de Ai. Deus, que lhes dera uma tremenda vitória contra a grande cidade de Jericó, agora iria deixá-los? Josué não podia entender o que tinha acontecido. O nome de Deus seria desonrado. Outras nações começavam temer o Deus dos israelitas, mas agora zombariam deles.

Mas é bom notar que era a vontade de Deus que houvesse vitória continua em Canaã. Mas o que aconteceu? Ai foi o único lugar de derrota de Canaã, mas não deveria ter acontecido.

Assim é na vida cristã. A vontade de Deus para o crente é que ele tenha uma vida sempre vitoriosa sobre o pecado. Derrota pode acontecer – mas não deve. Deus não o faz incapaz de pecar, mas faz o possível para que o crente não peque.

A experiência do povo de Israel é a nossa experiência também.quando mais obtemos vitória sobre o pecado, mais ficamos expostos aos ataques de Satanás, e se cedemos a ele, experimentamos a triste experiência de derrota. Quando isso acontece, é importante que imediatamente reconheçamos os motivos da derrota.

  1. AS CAUSAS DA DERROTA.

Vamos procurar descobrir os motivos por que  os israelitas foram derrotados em Ai. Assim vamos aprender por que nós, tantas vezes, também somos derrotados em nossa vida espiritual.


a)      Confiança em si mesmos.

Ai era uma cidade tão pequena, especialmente em comparação a Jericó, que já estava em ruínas. Josué enviou alguns homens para subir à cidade de Ai e espiar a situação. Quando voltaram, trouxeram um relatório animador: “Voltando para junto de Josué, disseram-lhe: É inútil o povo todo subir, mas vão só dois ou três mil homens e apoderem-se da cidade. Não se fatigue todo o povo, porque a população da cidade é muito reduzida”. (Js 7,3). Vai ser fácil! Sem duvida este argumento era baseado na opinião que Israel conquistou Jericó. Mas quem foi que ganhou a vitória contra a cidade de Jericó? Foi Deus!

Há sempre um grande perigo quando achamos que fomos nós que ganhamos a vitória – de fato, sem a graça infinita de Deus, não teríamos a força para vencer. Quantas vezes ouvimos pessoas dizer: “Eu consegui vencer este habito”. “Eu consegui fazer aquilo..” – e assim começamos a confiar em nós mesmos.

Que importante lição devemos aprender! Deus tem nos abençoado – nós tem dado vitória sobre o pecado. Temos tido o grande privilegiado de ganhar almas para Cristo. Logo tornamo-nos confiantes em nós mesmos. Cuidado! “Portanto, quem pensa estar de pé veja que não caia”. (1Cor 10,12)

Sem a graça de Deus e o sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado, menos as menores tentações serão grandes para nós. Muitas vezes confiamos no passado; precisamos chegar a Deus todos os dias  e depositar de novo toda a nossa confiança nEle.

Quantas vezes nós também sofremos derrotas porque confiamos nas vitórias de ontem, para vencer as batalhas de hoje! Cada dia temos de confiar exclusivamente no Senhor para receber o poder para hoje..

b)     Negligencia de oração.  

É claro neste capitulo (Js7,2)  que Josué deixou de buscar a orientação de Deus. Provavelmente ficou tão entusiasmado com a vitória contra Jericó que só quis sem demora capturar o resto da terra. Quando pensamos que somos fortes, é tão fácil inconscientemente sentir que não precisamos orar! É nessa hora que nos tornamos insensíveis ao pecado. Satanás faz o possível para impedir-nos da oração. Se Josué e o povo tivessem orado, teriam descoberto que havia pecado no seu meio.

Estamos deparando com derrota em nossas vidas cristãs? É porque há pecado em nosso meio, e não somos cônscios deste fato, porque não  temos buscado ao Senhor.

c)      Desobediência à palavra de Deus.

Deus disse aos israelitas que tinham de destruir tudo na cidade de Jericó “Mas guardai-vos (de tocar) no que é votado ao interdito.” – Js 6,18. Más  “Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zara, da tribo de Judá, reteve para si algumas coisas condenadas, e a cólera do Senhor inflamou-se contra os israelitas”. (Js 7,1) – desobedeceu a palavra do Senhor. Mas é interessante notar o que a Bíblia diz: “Mas os filhos de Israel cometeram uma transgressão no tocante ao anátema,” (Js 7,1); “Israel pecou” (Js 7,11). Mas não foi Acã que pecou? Sim, mas os filhos de Israel  eram uma nação – uma família, e quando um membro da nação pecava, então a nação toda estava envolvida.

Isso é uma lição muito importante para nós na Igreja. Quando um membro da comunhão peca, produz efeito em todo o Corpo – afeta todo o mundo. Nenhum membro pode pecar sem afetar a igreja toda. Se um membro da igreja se torna frio espiritualmente, então a temperatura da vida espiritual da Igreja cai.

Vemos este principio em todas as escrituras. Por exemplo, quando Deus enviou Jonas para Nínive para pregar a necessidade de arrependimento, ele desobedeceu e fugiu – “Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e profere contra ela os teus oráculos, porque sua iniqüidade chegou até a minha presença.  Jonas pôs-se a caminho, mas na direção de Társis, para fugir do Senhor. Desceu a Jope, onde encontrou um navio que partia para Társis; pagou a passagem e embarcou nele para ir com os demais passageiros para Társis, longe da face do Senhor.” (Jn 1,2-3). Com resultado, Deus o castigou enviando uma grande tempestade – “O Senhor, porém, fez vir sobre o mar um vento impetuoso e levantou no mar uma tempestade tão grande que a embarcação ameaçava espedaçar-se”. (Jn 1,4). As vidas dos marinheiros estavam em perigo e provavelmente outros navios naquela baía. Tantas pessoas foram afastadas pela desobediência de um só homem. Numa Igreja, um membro desobediente pode causar a derrota da Igreja toda – “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo.  De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros.”  (1Cor 12,12.26-27)

É interessante notar que Josué era um homem de Deus – “O Senhor estava com Josué, e o seu renome divulgou-se por toda a terra”. (Js 6,27). Mas ele também sofreu derrota por causa da desobediência de um só homem.

“Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice”. (1Cor 11,28).

  1. A SOLUÇÃO PARA A DERROTA.

Já notamos que houve três causas para a derrota, mas há só uma solução. O pecado  tem de ser examinado. Como é terrível o pecado na vida do crente! O único caminho para tratar do mal que trouxe derrota para Israel foi destruí-lo completamente – “Chegando ali, Josué disse: Por que nos confundiste? O Senhor te confunda hoje! Todos os israelitas o apedrejaram. E foram queimados no fogo depois de terem sido apedrejados”. (Js 7,25). Que julgamento terrível! Mas Deus queria mostrar ao seu povo que pecado na vida do povo de Deus é uma abominação aos seus olhos.

Graças a Deus, não vimos na dispensação da lei, mas sim, na de graça – “Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade”. (1Jo 1,9).

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.” (Sl 139,23-24).

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 07 – ISRAEL APOSSA-SE DA TERRA PROMETIDA



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 07 – ISRAEL APOSSA-SE DA TERRA PROMETIDA

Nesta passagem da historia de Israel que estamos considerando: “A posse da terra prometida”, percebemos claramente que Deus sempre cumpre p que promete, ainda que para isto, muitas vezes, conte com a fé do seu povo (Hb 11,6).

  1. A ENTRADA NA TERRA (Js 1-5).

Finalmente, o povo chega no lugar onde Deus sempre quis que ele estivesse. E com a chegada, alguns acontecimentos notáveis.

a)      A transferência da responsabilidade a Josué

A ênfase aqui está sofrendo no fato de Josué ter assumido a liderança do povo de Israel. O próprio Deus lhe deu ordens e prometeu sua total cobertura para aquele ministro. Josué, portanto, depositou toda a sua confiança nas promessas de Deus, e por isso estava seguro. A garantia de nossa fé é a palavra de Deus.

b)      A espionagem em Jericó

Josué tinha plena certeza da vitória, por saber que Deus sempre cumpre a sua parte. Mesmo assim, ele compreendeu que algumas estratégias seriam suas. A verdadeira fé não inibe a ação, pelo contrario serve-lhe como estímulo. Existem certos meios que aqueles que confiam no Senhor utilizam para concretizar a esperança. Como cristãos, é necessário que combinemos ação confiante (2Rs 5,9-14) com espera confiante (Sl 40,1), porque a verdadeira fé é prudente.

c)      A travessia do Jordão.

Atravessar o Jordão, para Israel, seria a ultima ação histórica de peso antes da entrada na Terra Prometida. Era o ultimo estagio de superação definitiva do Egito e do deserto e a certeza de que a hora de enfrentar os “gigantes de Canaã” era chegada. Por os pés nas águas do Jordão. “transbordante em todas as suas ribanceiras” é um corajoso ato de fé que pode gerar muitas crises. E os lideres precisam tomar a frente (Js  3,13).

Þ     Deus está em busca de homens e mulheres que liderem sua Igreja num processo de santificação radical que culmine com um adeus definitivo ao modo antigo de viver –  “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!” (2Cor 5,17).

d)      A edificação de memórias

Dois montões de pedra foram erguidos: um na margem ocidental do rio , em Gilgal, e o outro no próprio rio, consistindo cada um de doze grandes pedras, representando as doze tribos de Israel. Esses montões de pedra eram um testemunho da fidelidade de Deus em coloca-los finalmente na terra da promessa e também em faze-los atravessar e vencer todos obstáculos à sua frente.

Þ     A Igreja cristã precisa deixar atrás de si as marcas de fidelidade e do poder de Deus. (Mt 5,14-16)

e)      A ocupação de Gilgal.

Deus ordena a Josué que vote a praticar a circuncisão. Assim, o que foi negligenciado por 40 anos de peregrinação torna-se agora imperativo. O sinal da aliança é renovado. A  prática da circuncisão lembra Israel os seus compromissos para com Deus, e também a sua vocação como povo separado dos demais povos. Ela inaugura um novo tempo de comunhão com Deus no lugar da bênção.

Þ     Há certas experiências que só teremos quando chegarmos ao lugar da benção. Este lugar é o lugar da obediência e da rendição total.

  1. A CONQUISTA DA TERRA (Js 6-12).

A terra dada ao povo de Israel, mas eles precisam vencer os inimigos e conquistá-la na foca do Senhor.

a)      A queda de Jericó (Js 6).

Neste acontecimento, onde vemos Israel milagrosamente prevalecendo sobre a cidade de Jericó, aprendemos o caminho pelo qual opera a fé.

Þ     O primeiro passo foi dar atenção à Palavra de Deus.
Þ     O segundo, foi obedecer incondicionalmente essa Palavra.
Þ     O paço final foi apropriar-se da mesma antes de vê-la cumprida, dando toda  a glória ao Senhor que dera a Palavra.

“Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar. O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém.” (1Cor 2,14-15).

b)      O pecado de Aça (Js 7).

“O fio da comunhão entre Deus e Israel foi cortado, pois tomaram das coisas condenadas, e a corrente de poder deixou de fluir” (J. Sidlow Baxter). O povo de Israel voltou as costas para o inimigo. O pecado foi a causa de sua derrota.

Nenhum empreendimento particular nosso, ou da Igreja em geral, pode prosperar se houver algum tipo de pecado, porque o caráter Santo de Deus não pode abençoar o pecado.

c)      O saque de Ai (Js 8).  

Israel tratou seu pecado e o abandonou. Com isto a comunhão com Deus foi restaurada, o poder divino voltou e a vitória foi certa sobre os inimigos: a cidade de Ai foi subjugada. Deus é o Deus da misericórdia e da restauração – Lm 3,22-23.

Talvez, você e sua Igreja já passaram ou estão passando por alguma derrota em conseqüência do pecado. Não desista o projeto, trate o assunto com Deus e a vitória virá!

d)      A aliança com Gebeão(Js 9).

Os gebeonitas reconhecendo as vitórias e a invencibilidade de Israel, como também o seu destino  comum aos demais cananeus – a extinção total por ordem de Deus, usam de astúcia contra os israelitas, que movidos de compaixão e sem consultar ao Senhor fizeram uma aliança proibida.

“Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas”. (Mt 10,16)

Quando Satanás percebe que está perdendo terreno para o reino de Deus (e isto acontece sempre), ele logo propõe sutilmente uma  aliança para os filhos do reino com o propósito de barrar-lhes a impetuosidade. Cabe a nós, filhos do reino, termos ainda “presença de |Deus” (afinal somos habitação do Espírito) para identificar o inimigo e categoricamente afirmar-lhe que não há “acordo de cavaleiros” com ele. (2Cor 6,14-16).

e)      A expulsão de todos os inimigos. (Js 10-12)

 “A estratégia militar de Josué torna-se clara aqui. Ao atacar primeiro Jericó e Ai, ele abrira uma brecha no centro de Canaã. Agora no capitulo 10, ele se dirige para o sul e depois no capitulo 11, vai para o norte. O capitulo 12 completa o registro, dando um resumo de todos os reis e principais cidades que caíram diante da espada de Israel” (Baxter).

Isto nos ensina que a intimidade com Deus e o corte radical de relações com os inimigos da fé são as condições essenciais para que esta triunfe. Se quisermos ser mais que vencedores (Rm 8,37), é mecessário que busquemos exclusivamente as coisas lá do alto onde o vencedor dos vencedores Jesus, vive. (Cl 3,1-2)

  1. A OCUPAÇÃO DA TERRA (Js 13-24).

Baxter afirma que “existe uma diferença entre a herança e a posse. Herança é toda a terra dada por Deus, enquanto a posse é apenas aquela parte apropriada pela fé”. Neste caso, Israel ocupou toda a terra que a sua fé foi capaz de apropriar.

a)      A divisão de Canaã.

Temos nestes capítulos a distribuição da terra entre as tribos. Essa distribuição não foi uma tarefa fácil, mas requereu muito tempo, habilidade e orientação divina. Foi feita na base  de “lançamento de sortes perante o Senhor” (Js 18,6). Com isto, preservou-se a imparcialidade e a possibilidade da ação soberana de Deus colocar sabiamente cada tribo no seu devido lugar.

Assim também, o Espírito Santo de modo imparcial e soberano tem repartido dons a sua Igreja (1Cor 12,4-11).

b)      As cidades de refugio

Temos aqui a 06 cidades de refugio. Tratavam-se de uma provisão misericordiosa para proteger aqueles que haviam cometido certos erros sem querer ou por engano. Muitos homens fieis e piedosos foram preservados graças a essas cidades de refugio.

Todos os Santos de Deus cometem erros não intencionais. Nem por isso estão desqualificados, para a vida de fé e muito menos para o gozo da sua herança em Cristo.

c)      A porção dos levitas

Os levitas foram destruídos em 48 boas cidades entre as tribos de Israel. Com isto Deus objetivava que houvesse a presença de seus ministros em todo o território.

Eles ensinavam as leis de Deus a Israel, e colocavam incenso e ofertas queimadas sobre o altar. Levavam o povo a diferenciar ente o que era puro e o impuro, e serviam de juizes nas discussões. Agiam como mensageiros do Senhor dos Exércitos (Dt 33,10).

“Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa”. (1Pd 2,9)

“Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo”. (At 1,8).

d)      O altar do testemunho

O altar já havia estabelecido em Israel que só deveria haver um altar nacional de sacrifício diante do tabernáculo em Silo (Js 18,1). Mas as duas tribos e meia  (Ruben, Gade, e a meia tribo de Manasses) que se posicionaram a leste de Jordão fora os limites  da Terra Prometida,resolveram construir em outro altar de testrmunho da unidade com as demais tribos de Israel. Este fato quase geral um grande conflito entre ad duas partes.

“Toda a assembléia dos filhos de Israel se reuniu em Silo, onde levantaram a tenda de reunião; a terra estava-lhes sujeita”. (Js 18,1).


e)      A despedida de Josué 

Josué agora estava idoso, mas não perdera de vista a sua vocação e seu ministério. Nestes capítulos finais do seu livro encontramos sábios  conselhos que serviam de base para a prosperidade da ração no presente e no futuro:

Þ     É preciso viver em função da palavra de Deus.
Þ     É preciso separar-se  continuamente de todos os erros conhecidos.
Þ     É preciso  apegar-se a Deus com todo o amor do coração.

Estes mesmos conselhos servem para Igreja dos nossos dias

domingo, 1 de dezembro de 2013

LITURGIA DA PALAVRA



DIA 1º DE DEZEMBRO - DOMINGO

I SEMANA DO ADVENTO 
(ROXO, CREIO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – I SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera (Sl 24,1ss).
Oração do dia
Ó Deus todo-poderoso, concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o reino celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Isaías 2,1-5)
Leitura do livro do profetas Isaías.
2 1 Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e Jerusalém. 
2 No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes, 
3 e os povos virão em multidão: "Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó: ele nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas". Porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor. 
4 Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra. 
5 Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 121/122
Que alegria quando me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”

Que alegria quando ouvi que me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”
E agora nossos pés já se detêm,
Jerusalém, em tuas portas.

Para lá sobem as tribos de Israel,
as tribos do Senhor.
Para louvar, segundo a lei de Israel,
o nome do Senhor.
A sede da justiça lá está
e o trono de Davi.

Rogai que viva em paz Jerusalém,
e em segurança os que te amam!
Que a paz habite dentro de teus muros,
tranqüilidade em teus palácios!

Por amor a meus irmãos e meus amigos,
peço: “A paz esteja em ti!”
Pelo amor que tenho à casa do Senhor,
eu te desejo todo bem!
Leitura (Romanos 13, 11-14.)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
13 11 Isso é tanto mais importante porque sabeis em que tempo vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé. 
12 A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz.
13 Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. 
14 Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites. 
Palavra do Senhor.
Evangelho (Mateus 24, 37-44)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84,8).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
24 37 Disse Jesus: “Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. 
38 Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 
39 E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem. 
40 Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado. 
41 Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada a outra será deixada. 
42 Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. 
43 Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. 
44 Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes”. 

Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
PRONTOS PARA RECEBER O SENHOR

O tempo litúrgico do Advento convida-nos à preparação para acolher o Senhor que vem. O apelo insistente da Igreja questiona a tendência dos cristãos a serem acomodados, quando não contaminados pela mentalidade mundana, centrada na busca desenfreada do prazer e na consecução de interesses pessoais.

Desconhecendo o dia e a hora em que o Senhor virá, o discípulo deve estar sempre pronto para recebê-lo. A prontidão cristã é feita de pequenos gestos de amor, na simplicidade do quotidiano. Nada de ações mirabolantes nem de tarefas heróicas a serem cumpridas! Exige-se do discípulo apenas amor sincero e gratuito a Deus e ao próximo.

O episódio bíblico acerca da figura de Noé e do dilúvio ilustra a atitude contrária àquela do discípulo do Reino. A desvastação diluviana tomou de surpresa a humanidade. Ninguém, além de Noé e de sua família, deu-se conta do que estava para acontecer. Por isso, comia-se, bebia-se e se celebravam bodas, na mais total ignorância da fúria destruidora da natureza que se abateria sobre a Terra. 

O Senhor espera encontrar os discípulos do Reino vigilantes, quando de sua chegada. A menor desatenção pode revelar-se perigosa. Por isso, o egoísmo jamais poderá ter lugar no coração de quem quer ser encontrado pelo Senhor. Só existe uma maneira de preparar-se para este momento: amar.

Oração

Pai, à chegada de teu Filho que vem, quero encontrar-me preparado, por meio do amor gratuito a meu semelhante.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 06 - ISRAEL NA VIAGEM PELO DESERTO


A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 06 - ISRAEL NA VIAGEM PELO DESERTO

Moisés e Arão foram enviados ao Egito com o propósito de convidar o povo de Israel para “celebrar uma festa no deserto” – Ex 5,1. Deve ser porque, com Deus, até no deserto é possível festejar!

O propósito de Deus para com seu povo, certamente era vê-los obedecendo a seus mandamentos e assumindo imediatamente a terra que “sob juramento prometeu dar a seus pais”. Mas o pecado retardou a posse da herança. E o deserto, que deveria ser um lugar somente de festejar com Deus a expectativa da entrada na terra prometida, transformou-se também num lugar de castigo para os desobedientes.

O deserto tornou-se, portanto, um instrumento necessário para manifestar a bondade e a severidade de um Deus fiel.

  1. A VELHA GERAÇÃO (Nm 1-14).

Percebemos que o trato principal de Deus com esta velha geração foi o extermínio quase que total. Só restaram Josué e Calebe, em decorrência de sua fé (Gn 14,37-38), porque Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; “Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso;” (Sl 4,3).

a)      O primeiro recenseamento.  (Nm 1-4)

Percebe-se que o principal objetivo deste censo era militar. Ele nos dá a lista de homens capacitados para a guerra (Nm.1,2-3).

Normalmente pensamos que se Deus lhes deu a terra,a sua parte era tão somente dividi-la e apossar-se dela. Mas não, deles teriam de lutar duro para assumir totalmente a sua posse. Deus é o Senhor dos Exércitos e ajuda os seus, mas há uma parte que nos compete fazer.

b)      As instruções. (Nm 5-9)
Estes capítulos  informam-nos como deveria ser o arraial de Israel por dentro.
Þ     Separação da contaminação geral.
Þ     Superação individual de Deus.
Þ     A oferta dos príncipes.
Þ     A consagração do levitas.
Þ     A festa da páscoa.
Þ     Os sinais da presença de Deus (fogo e nuvem).

Deus continua insistindo com seu povo. As bases da comunhão com ele são por si mesmo estabelecidas e sua presença e sua presença abençoadora é condicionada à obediência total. Mas ele é fiel e dá sinais bem claros de sua companhia. Por isso, todos os fieis podem afirmar: “O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (Sl 46,11).

c)      A jornada. (Nm 10-14)
Esta seção começa muito bem com a euforia da partida. Mas o tom geral é de tristeza. São tantos os desencontros, que é quase impossível relatar. Parece que aqui trava-se uma verdadeira guerra entre as forças espirituais do mal que encontram espaço no meio do povo de Israel e o próprio Senhor seu Deus. De repente surgem murmurações de todos os lados, até entre os próprios lideres. O clima era de insatisfação quase que geral.

Se não fora às intervenções divinas combinando justiça com misericórdia, neste ponto o povo teria sido destruído “O Senhor é lento para a cólera e rico em bondade; ele perdoa a iniqüidade e o pecado, mas não tem por inocente o culpado, e castiga a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração.” (Nm 14,18). Mas o castigo de Deus foi decretado: “Explorastes a terra em quarenta dias; tantos anos quantos foram esses dias pagareis a pena de vossas iniqüidades, ou seja, durante quarenta anos, e vereis o que significa ser objeto de minha vingança. Eu, o Senhor, o disse. Eis como hei de tratar essa assembléia rebelde que se revoltou contra mim. Eles serão consumidos e mortos nesse deserto!” (Nm 14,34-35).


  1. A PEREGRINAÇÃO NO DESERTO (Nm 15-20).

o        A afirmação da autoridade divina – Nm 1.
o        A rebelião de Core – Nm 16.
o        A afirmação da autoridade sacerdotal – Nm 17-18.
o        A novilha vermelha – Nm 19.
o        O fim da peregrinação – Nm 20.

Este espaço de 38 anos na historia de Israel é chamado por alguns de “não historia”. É como se o povo tivesse parado de construir sua existência – estava apenas passando o tempo uma a morte. Aqueles que pediram a morte no deserto acabaram por ver seus anseios concretizados.

Aqui temos um paradoxo entre a fidelidade de Deus, que continuou se comunicando com o povo de Moisés (Nm 15) e prometendo todo seu sustento (Dt 8,2-6 e 29,5-6) e o desânimo total do povo em relação a Deus e as coisas espirituais.

É muito reconfortante para nós, o cristão, sabemos que “Se, porém, o renegarmos, ele nos renegará. Se formos infiéis... ele continua fiel, e não pode desdizer-se”. (2Tm 2,13). No entanto, somos também exortados a fidelidade! 

  1. A NOVA GERAÇÃO (Nm 21-36).

Aquela triste peregrinação terminou. Muitas coisas foram mudadas. A velha geração morreu, inclusive Arão; Moisés em breve partiria, tendo Josué como seu sucessor. É chegada, portanto, a hora de uma nova partida, que será final rumo a terra prometida.

Se para a velha geração o deserto visava extermina-la, para esta nova geração o deserto visava apagar a memória do Egito.

a)      A nova jornada  (Nm 21-25):

Esta nova etapa da viagem durante quatro e cinco meses. Mas prolongou-se muito, porque o povo de Edom, não permitiu que Israel! Cortasse o caminho pelo seu território (Nm 21,4 e 20,14-22).

Durante aquela fase anterior, quando Israel estivera desviado da vontade do Senhor, Ele não lhes deu resposta favorável. Mas agora “O Senhor ouviu os rogos de Israel e entregou-lhe os cananeus, que foram votados ao interdito juntamente com as suas cidades. Deu-se a esse lugar o nome de Horma.” (Nm 21,3). Estes eram os mesmos cananeus que antes os haviam derrotado naquele lugar.

Nós cristãos, precisamos nos colocar no “lugar da benção” se quisermos ser abençoados. E o “lugar da benção” é o lugar de obediência (Lc 15,20-24).

b)      O novo recenseamento  (Nm 26-27)

Um novo censo militar é levantado, visando os mesmos propósitos do primeiro. Percebemos decréscimo. Não precisa ser especialista em analise de recenseamento para perceber que em 40 anos somente houve baixas na nação israelita. Nesse período não houve progresso em nenhum setor da vida do povo. Não apenas no número dos filhos de Israel (Gn 13,16;15,5), ficamos abismados ao perceber o que o pecado é capaz de fazer aqueles, que o praticam.

“E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença.” (Sl 106,15)

c)      As novas instruções  (Nm 28-36)

Já que esta é uma nova geração, algumas novas instruções precisam ser dadas, algumas instruções velhas são esclarecidas e outras simplesmente repetidas.

o        As ofertas ao Senhor (Nm 28-29)

Em primeiro lugar estão as ofertas diárias (Nm 28,3-8),depois as ofertas do sábado (Nm 28,9-10), a seguir as ofertas dos princípios dos meses (Nm 28,11-15) e por ultimo as ofertas que acompanhavam as “festas” do Senhor (Nm 28,16;29,39). Está patente aos de qualquer leitor cristão, que essas ofertas opontavam para Cristo que satisfez em tudo a justiça divina em nosso lugar (2Cor 5,21).

o        Os votos ao Senhor (Nm 30)

Este capitulo refere-se aos votos de varias classe de pessoas. Alguns princípios são estabelecidos para os mesmos: devem ser feitos apenas a Deus; não devem ser quebrados;  no caso de moças solteiras, devem ser controlado pelos pais; no caso das noivas, é preciso cuidado para não faze-los de modo precipitado; no caso da mulher casada, é necessário que o marido concorde.

o        O castigo contra os midianitas (Nm 31)

Muitos levianos leitores da Bíblia se revoltam diante de incidentes como este. Np entanto, Deus está vingando-se deste povo que muito mal fez a Israel (Nm25,9). E é bom lembrar que vingança em Deus é sinal de justa retribuição ao pecado do homem. É um alto de justiça de sua parte. Ele é Deus “... que perdoa a iniqüidade e a transgressão ainda que inocenta o culpado” (Nm 14,18).

o        Questões ligadas à herança (Nm 32-36)

Apesar de tratar de vários assuntos, a ênfase principal desta seção recai sobre a posse da terra com proceder nela. Deus sempre da direção correta para seus filhos. Nós é que muitas vezes, somos apressados e desobedientes. Convém que lembremos a exortação do profeta em nome  Senhor: “Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra;” (Is 1,19).

o        A repetição da lei (Dt 1,1-34;12)

O tempo coberto pela narrativa de Deuteronômio é um mês, contudo nele é feita uma retrospectiva dos 40 anos passados, uma perspectiva das gloriosas bênçãos futuras decorrente da obediência e uma descrição das maldições que viriam quando Israel se rebelasse contra Deus (Dt 28).

No entanto, a ênfase principal deste livro é na revisão rigorosa das leis morais. As tentações estavam logo ,á frente. Uma nova geração havia crescido e precisava conhecer a historia de Israel, bem como as manifestações da presença de Deus e a sua própria soberania em conduzir sabiamente essa historia.

Nunca é demais ensinar as verdades bíblicas elas são atualíssimas e aplicam-se adequadamente á vida moderna. Não dispense o uso prioritário do Santo Livro em casa e na Igreja., é ele que nos “torna sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus(2 Tm 3,15). Além do mais, “é segurança para  nós ler e estudar as mesmas coisas” da eterna palavra de Deus (Fp 3,1).

Nesta caminhada com Israel através do deserto reconhecemos juntamente com o escritor da Carta aos Hebreus que eles praticaram muitos atos de incredulidade e rebeldia contra Deus, e receberam o correspondente castigo. E nós também somos exortados a  tomar atitude diversa, se quisermos experimentar a bênção e a misericórdia de Deus (Hb 3,12-19).

Temos de conhecer que muitas de nossas igrejas, ou alguns membros delas, continuam sem o fervor espiritual referido em Rm 12,11 e por isso mesmo não podem prosperar. A estes fica-lhe bem a advertência do Senhor: “Não sejas incrédulo, mas homem de fé.” (Jo 20,27).