Na primeira carta do apóstolo João, ele fala sobre vários personagens. É claro que ele fala sobre Deus e sobre os crentes - especialmente referindo-se a eles como irmãos, filhinhos, crianças, jovens e pais. Mas João também menciona repetidamente o maligno ou o iníquo (1 João 5:19).
João explica que os jovens para os quais ele estava escrevendo venceram o maligno (1 João 2:13-14). João observa que Caim era "do maligno" ou do iníquo (1 João 3:12). João incentiva seus leitores explicando que aqueles que nasceram de Deus não são tocados pelo maligno (1 João 5:18) e os lembra de que este mundo está "no" maligno, ou seja, o mundo está no poder do maligno ou sob seu controle (1 João 5:19).
Ainda assim, com todas essas advertências, João não identifica
diretamente o maligno em sua primeira carta. Ele escreve como se seus
leitores já estivessem familiarizados com a identidade desse iníquo.
No Evangelho de João, João registrou uma oração de Jesus na qual Ele
pede ao Pai que proteja Seus discípulos do maligno, ou iníquo (João 17:15). Mateus também registrou Jesus explicando que o iníquo arrebata a palavra do reino (Mateus 13:19) e que aqueles que sufocam o crescimento dos filhos do reino são os filhos do iníquo (Mateus 13:38). Paulo acrescenta que o maligno ataca os crentes com flechas flamejantes (Efésios 6:16), que o Senhor fortalecerá e protegerá Seus crentes do maligno (2 Tessalonicenses 3:3) e que as flechas flamejantes do maligno podem ser extintas pelo escudo da fé (Efésios 6:16).
Embora possa ser curioso que, nesses contextos, o iníquo não seja
nomeado diretamente, parece claro que se trata, de fato, de Satanás.
Observe a descrição de Paulo de que os crentes foram resgatados do
domínio das trevas e transferidos para o reino de Cristo (Colossenses 1:13).
Por causa dessa transferência, os crentes devem se concentrar não nas
coisas da Terra, mas nas coisas do alto, onde Cristo está (Colossenses 3:1-4). Este mundo ainda faz parte do domínio das trevas e é governado por um príncipe (Efésios 2:2)
que é inimigo dos crentes. Na defesa do evangelho feita por Paulo
perante o rei Agripa, ele relatou sua conversão, dizendo que Jesus havia
enviado Paulo a judeus e gentios "para lhes abrir os olhos a fim de que
se convertam das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus" (Atos 26:18). Além disso, em Apocalipse 12:11, João registra novamente que "os irmãos" venceram o acusador - especificamente identificado como Satanás (Apocalipse 12:9). Isso corresponde a 1 João 2:13-14, que diz que os crentes venceram o maligno. Aquele que crê em Jesus vence o mundo (1 João 5:4-5), porque Jesus venceu (Apocalipse 5:5).
Com base nesses contrastes entre luz e trevas, entre o reino de Deus e o
domínio de Satanás, e com base na vitória de Jesus e na vitória dos
crentes sobre Satanás, é evidente que o maligno é um outro título para
Satanás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário