domingo, 18 de agosto de 2024

Como é o inferno (o que diz a Bíblia)

O inferno é o lugar de tormento criado para punir satanás e os seus seguidores, e destruir o pecado. Quem morre no pecado vai para o inferno. Deus não quer que ninguém vá para o inferno, por isso enviou Seu filho Jesus para morrer por nós e nos salvar de nossos pecados. Se você aceitar Jesus como seu salvador, você vai ter vida eterna com Deus, não será condenado no inferno.

 

A Bíblia não descreve com detalhes onde e como será o inferno, mas relata com clareza que será um lugar de grande sofrimento e distância de Deus. Veja algumas características relacionadas ao inferno, de acordo com o texto bíblico:

 

  • Lugar de castigo e ausência de Deus (2 Tessalonicenses 1:9)
  • Lugar preparado para o Diabo e seus anjos (Mateus 25:41)
  • Lugar de completa escuridão e trevas (2 Pedro 2:17)
  • Onde haverá choro e ranger de dentes (Mateus 8:12)
  • Haverá sofrimento comparado ao fogo que nunca se apaga (Marcos 9:43)
  • Onde haverá destruição da alma (Mateus 10:28)
  • Lugar com lago de fogo e enxofre para atormentar (Apocalipse 21:8)

 

A Bíblia fala que o inferno é real, como o Céu; não é uma metáfora. O inferno é o lugar onde os pecados são punidos. Quando pecamos, ficamos separados de Deus (Romanos 3:23). Isso causa a morte, tanto física como espiritual. O inferno é o lugar de separação total de Deus. Como tudo de bom vem de Deus, quem fica totalmente separado de Deus só vai ter tristeza e tormento. É por isso que o inferno é um lugar tão ruim, sem esperança.

 

No Antigo e no Novo Testamento existem menções acerca da existência do inferno. Ora aparecem as palavras sheol, ora hades, gehenna (geena) ou tártaro (estas 3 últimas palavras gregas ocorrem apenas no NT) para designar o inferno, como lugar de punição e separação eterna de Deus. Veja alguns exemplos:

 

Pois um fogo foi aceso pela minha ira, fogo que queimará até as profundezas do Sheol. Ele devorará a terra e as suas colheitas e consumirá os alicerces dos montes. - Deuteronômio 32:22

 

E você, Cafarnaum, será elevada até ao céu? Não, você descerá até o Hades! Se os milagres que em você foram realizados tivessem sido realizados em Sodoma, ela teria permanecido até hoje. - Mateus 11:23

 

Mas eu digo a vocês que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: 'Racá', será levado ao tribunal. E qualquer que disser: 'Louco!', corre o risco de ir para o fogo do inferno. (tradução de 'gehenna' - Mateus 5:22 

 

Pois Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juízo. (tradução de 'tártaro') - 2ª Pedro 2:4

 

Como um Deus amoroso pode permitir sofrimento eterno?

 

Deus permite a existência do inferno porque Ele é Justo. O inferno é a punição justa pelo pecado. Todos os pecados cometidos sobre a terra serão punidos no juízo de Deus. Se aceitarmos que Jesus levou a punição em nosso lugar, não teremos que pagar pelos nossos próprios pecados. Mas se O rejeitarmos, teremos que enfrentar a punição digna dos nossos pecados.

 

Deus não pode conviver com o pecado, porque Ele é Santo. Daí, quando pecamos ficamos separados de Deus. O inferno é a morte completa, sem nenhuma ligação com Deus. Isso causa um sofrimento eterno, porque quando morrermos já não estaremos limitados às regras do tempo e espaço material, estaremos na eternidade.

 

Deus é amor (1 João 4:8) e enviou Jesus para nos salvar do inferno e restaurar nosso relacionamento com Ele (João 3:16). Mas Deus não obriga ninguém a estar com Ele contra sua vontade. Deus nos ama e nos deu liberdade para escolher ama-Lo ou rejeitá-Lo. Se decidirmos não estar com Ele, pagaremos pelas consequências da nossa escolha (João 12:48).

 

Se Ele não nos desse essa escolha, não seria amor, seria uma prisão. Ele não obriga ninguém a segui-Lo, mas aqueles que o aceitam pela fé, gozarão a eternidade na Sua presença.

 

Quem vai para o inferno?

 

Só vai para o inferno quem não quer estar com Deus. A escolha é de cada um. Se alguém não quer mesmo passar a eternidade com Deus, então não passará. Mas Deus já avisou como isso será, o sofrimento do inferno, separado d'Ele (Apocalipse 21:8). Deus não esconde a verdade de ninguém.

 

Não se engane nem perca a oportunidade de escolher ficar com Deus. Há consequências para qualquer que seja a nossa escolha: Vida eterna ou morte eterna (Mateus 25:46). Não há opção para indecisão ou abstenção. Se estiver indeciso, decida-se por Deus enquanto há tempo e viva conforme Jesus ensinou. 

 

Deus não quer que ninguém vá para o inferno, mas Ele respeita a escolha de cada um.

 

O que a Bíblia ensina sobre o inferno?

 

A Bíblia ensina que o inferno é real e foi criado para punir o diabo e seus anjos. Quem morre em seus pecados também irá para o inferno (Mateus 25:41). Deus não quer que ninguém vá para o inferno, por isso enviou Jesus para pagar o preço de nossos pecados.

 

Por que o inferno existe?

 

O inferno existe para punir e destruir o pecado. Deus é justo, Ele recompensa a bondade mas pune o pecado. A punição do pecado é a separação de Deus, que leva à morte (Romanos 3:23). Deus é santo e perfeito; nada imperfeito pode entrar em Sua presença. Como toda a vida e tudo de bom vem de Deus, o inferno é um lugar terrível de destruição, porque é uma separação total de Deus.

 

Deus é justo mas Ele também é bom e carinhoso. Ele não se alegra com a destruição de um pecador, porque Ele ama cada pessoa (Ezequiel 18:32). Mas o preço do pecado tem de ser pago, para haver justiça. Por isso, Ele enviou Jesus para nos dar uma segunda chance. Jesus pagou o preço pelos nossos pecados, para que quem acredite nele vá para o Céu e não para o inferno (João 3:16).

 

A palavra “inferno” aparece na Bíblia?

 

A palavra “inferno” aparece em várias traduções da Bíblia como sinônimo de outras palavras usadas para descrever o “mundo dos mortos”:

  • Sheol – é o nome hebraico para o lugar onde os mortos vão. Também pode ser traduzido como sepultura ou profundezas. O Sheol era visto como um lugar onde as almas dos mortos têm uma existência silenciosa sem fazer nada, um pouco como dormir. É usado principalmente no Velho Testamento.
  • Hades – essa palavra é emprestada da mitologia grega pagã mas quando é usado na Bíblia não significa o mesmo, é apenas a palavra mais próxima na língua grega para traduzir “Sheol”.
  • Geena – é o nome usado para o lugar de eterno tormento dos ímpios, que hoje chamamos de inferno. Geena era o nome de uma lixeira fora de Jerusalém, onde se queimava lixo e os corpos de criminosos. Como era um lugar horrível, Geena se tornou figurativo do destino dos ímpios na eternidade.
  • Tártaro – outra palavra emprestada da mitologia grega, com o mesmo significado que Geena. Tártaro só aparece em 2 Pedro 2:4.
  • Abismo e Lago de Fogo – essas figuras, e outras que aparecem na Bíblia, servem para entendermos que o inferno é um lugar terrível, de destruição, tormento e tristeza. 


O que é o Sheol (Seol), segundo a Bíblia?

A palavra Sheol ou Seol apresenta significados variáveis na Bíblia. Em alguns contextos aparece como: morte; sepultura, profundezas, pó, poço, cova, buraco, mundo dos mortos ou inferno. Algumas traduções bíblicas mantém a sua forma no original hebraico, o que torna pouco preciso o seu significado literal na tradução para outras línguas.

 

Ocorrências de Sheol na Bíblia

No Antigo Testamento o termo Sheol aparece 65 vezes e é traduzida de formas diferentes, como por exemplo:

 

  • Inferno: (Deuteronômio 32:22)
  • Sepultura: (Gênesis 37:35)
  • : (Salmos 9:17)

 

Ao estudar as ocorrências de Sheol na Bíblia, precisamos estar atentos ao contexto em que a passagem está inserida já que são muitas as possibilidades de interpretação dessa palavra. Considerando o texto e seu contexto, será mais fácil compreender qual o sentido da palavra em conexão com outros trechos da Bíblia.

 

A partir de alguns versículos notamos que Sheol pode ser compreendido a partir de alguns grupos de ideias, tais como:

  • Morte como condição destinada a todos seres humanos

Seu sentido muitas vezes remete à morte natural, física (Salmos 86:13), noutros casos parece expressar a ideia da morte como afastamento espiritual de Deus (Oséias 13:14).

  • A sepultura, buraco, poço, como lugar físico onde os mortos são sepultados

Muitas vezes a sepultura/cova aparece como o lugar específico onde os corpos sem vida são depositados. Em alguns casos aparece como figura para morte. (Salmos 16:10), (Isaias 28:15).

  • O mundo dos mortos, lugar ocupado pelas almas, espaço dos mortos

Parece ser um espaço destinado a todos que morrem, onde aguardam o julgamento de Deus. Mesmo os justificados pela fé, como Jacó, consideravam ir para este lugar. (Gênesis 37:35)

  • Terra de sombras e escuridão, lugar de inatividade e tristeza, sem vida

Em alguns textos Sheol é apresentado como o lugar de trevas (Salmos 143:3), onde não há atividade proveitosa (Eclesiastes 9:10). Jó o descreve como "o lugar do qual não se tem mais retorno, terra das sombras e densas trevas, a terra tenebrosa como a noite, terra de trevas e de caos onde até mesmo a luz é escuridão" (Jó 10:21-22).

  • Lugar de silêncio, ausência de comunicação

O ser humano tem em vida a oportunidade para expressar a Deus o seu amor, louvor, ações, arrependimento e fidelidade. Depois da morte, no Sheol, parece não haver mais esta possibilidade. (Salmos 143:3), (Salmos 115:17)

  • Lugar de estadia não permanente para os justos

No imaginário judaico parece haver uma esperança (compreensão) que o Sheol não seria permanente para os fiéis, mas uma condição passageira ou intermediária, até estarem eternamente com o Seu Deus. (Salmos 49:14-15)

  • Lugar de punição ou sofrimento para os ímpios, inferno

Em alguns textos, parece haver a ideia de que a justiça será aplicada através do Sheol (Jó 24:19), que os maus receberão as consequências dos seus atos com a sua morte e no pós morte. (Deuteronômio 32:22)

  • Deus mantém o Seu total controle e domínio sobre o Sheol

Deus é soberano sobre tudo e todos, no Céu, na terra, no Sheol e em todo o universo. É Ele quem controla a vida e a morte. Tem todo o domínio, inclusive no Sheol. Diferentemente do que muitos acreditam, que seria satanás o dominador da morte e do inferno, é Deus o Senhor de todo o universo que domina sobre tudo. (Jó 26:6), (Salmos 139:8)

 

É importante reconhecer todas essas possibilidades de interpretação e usá-las em benefício da compreensão e da aplicação desse ensino para as nossas vidas.

Mateus 10:28

Na tradução grega do Antigo Testamento, a Septuaginta, a palavra Sheol foi traduzida como “Hades”, que também aparece no Novo Testamento como inferno.


O Sheol aparece no Novo Testamento?

 

Sendo Sheol uma palavra hebraica, ela não ocorre no Novo Testamento que foi escrito em grego e aramaico. No entanto, a sua correspondente no grego é a palavra “Hades”. Aqui aparecem também outras palavras como Gehenna e Tártaro com significado aproximados.

Então qual a diferença entre Hades, e Gehenna e Tártaro?

 

  • Hades (grego): é o lugar onde não se vê, considerado o mundo invisível. Apresenta significado semelhante a Sheol: sepultura, terra das sombras, das trevas, a morada dos mortos, mundo dos mortos, inferno. Pode ser considerado como o lugar onde os mortos aguardam o Juízo final. Hades aparece 10 vezes no NT em: Mateus 11:23; 16:18; Lucas 16:23; Atos 2: 27,31; Apocalipse 1:18; 6:8; 20:13,14 (I Cor. 15:55).
  • Gehenna (grego): Origina-se do hebraico Ge' Ben-Hinnom, vale dos filhos de Hinom, ou vale de Hinom somente, localizado nas imediações de Jerusalém. Era um lugar conhecido onde se faziam sacrifícios abomináveis de crianças recém-nascidas no fogo ao ídolo pagão Moloque. Posteriormente, este local tornou-se um grande depósito de lixo da cidade de Jerusalém, onde eram jogados cadáveres de pessoas (criminosas, malfeitores) e de animais, além de todo tipo de imundície para ser queimado em fogo. As chamas eram mantidas constantemente acesas com adição de enxofre. Este termo foi usado por Jesus como alegoria para o lugar de castigo, de tormento e punição eterna. Ocorre 12 vezes no Novo Testamento (Mateus 5:22,29,30; 10:28; 18:9; 23:15,33; Marcos 9:43,45,47; Lucas 12:5; Tiago 3:6).
  • Tártaro (grego)- Palavra originada do grego, significava o lugar mais baixo do Hades. Para os gregos era considerado o pior lugar, no abismo do inferno onde os piores inimigos e maus recebiam o castigo e punição eterna pelos seus delitos. Ocorre uma única vez no Novo Testamento: II Pedro 2:4

 

Jesus conta uma história sobre o inferno:



O rico e Lázaro é a parábola mais conhecida sobre o inferno no Novo Testamento. Nesta história Jesus ilustra ensinamentos importantes sobre o problema da avareza, da realidade da morte, da existência do inferno e de um lugar de descanso depois da morte. De acordo com o que lemos, a morte física acontece a todos os tipos de pessoas, boas, más, ricas ou pobres.

 

Mas a situação após a morte é diferente, de acordo com o modo de vida daquele que morreu. Segundo o texto (Lucas 16:19-31), o rico vivia esbanjando riquezas e desprezava aquele que sofria bem perto de si. Enquanto Lázaro, mendigo, faminto e doente padecia à porta daquele homem rico.

 

Na sequência, ambos morrem, o rico vai para o inferno onde é atormentado e, Lázaro vai para o seio de Abraão, onde é consolado. No fim, há um diálogo entre o homem rico e Abraão. Através desta conversa podemos compreender alguns ensinamentos:

 

  1. A vida não termina com a morte aqui nesta terra. Há uma existência consciente depois da morte física.
  2. Não há possibilidade de contato ou comunicação dos vivos com os que já morreram. O rico desejava voltar para avisar aos seus irmãos sobre o inferno mas, é impossível.
  3. Haverá consolo e conforto para alguns após a morte, assim como haverá tormento e castigo para outros.
  4. O inferno é real. Toda a Bíblia (Antigo e Novo Testamento) alerta para esta realidade de tormento e punição. Abraão diz que os irmãos tinham que ouvir "Moisés e os profetas", i.e., as Escrituras do AT.
  5. A riqueza, poder, status, religião ou influência nesta vida não poderão garantir benefícios depois da morte.

 

Embora ainda possam haver muitos pormenores ou outras abordagens específicas sobre o inferno e sobre a vida após da morte, vemos que a Bíblia relata o suficiente para estarmos conscientes desta realidade.

 

Há muita especulação e muitos mitos sobre o inferno em que não há sustentação bíblica. Devemos compreender que a Bíblia não apresenta um tratado específico sobre o Sheol, Hades, Gehenna ou Tártaro. O objetivo central das Escrituras não é esgotar este assunto mas sim, apresentar a Cristo o Salvador, alertando para o perigo da condenação.

 

A Palavra de Deus traz a todos boas notícias de salvação e a possibilidade de fuga da ira vindoura. Temos então em Jesus Cristo, o tema central da Bíblia, a resposta e o caminho que conduz a Deus e livra do inferno e da condenação eterna.

 

Mas a decisão, como já sabemos, é pessoal. E tem que ser feita nesta vida, antes que seja tarde demais.

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