quinta-feira, 31 de julho de 2014

FAMÍLIA NA BÍBLIA - LIÇÃO 04 – FAMÍLIAS NOTÁVEIS.


FAMÍLIA NA BÍBLIA - LIÇÃO 04 – FAMÍLIAS NOTÁVEIS.

 

“Nenhuma nação e melhor que a vida no lar do seu povo” (Coolidge).

Ainda prosseguido nosso estudo sobre o lugar da família nos livros históricos, queremos ressaltar alguns aspectos  positivos que devem servir de inspiração para todos nós.

Antes de tratarmos o tema proposto, é importante fazer um breve comentário sobre o valor de algo que aparece muitas vezes nos livros históricos. Refiro-me as genealogias.

I – O VALOR E OS TIPOS DE GENEALOGIA.

As genealógicas são muito encontradas no Velho Testamento. Mas o livro de Esdras, Neemias e em Crônicas  são os que mais trazem textos genealógicos. Nesses textos encontramos listas de nomes de antepassados e descendentes de um ou mais indivíduos. Às vezes, trazem só uma lista simples de nomes (1Cr 1,1), às vezes os nomes aparecem de forma descendente (Ed 7,1-5). Sua função, às vezes, tinha uma conotação legal, como é o caso da genealogia registrada por Esdras e Neemias, onde alguns dos filhos de sacerdotes, ao procurarem seus nomes nos registros não acharam, e por isso foram excluídos do sacerdócio (Ed 2,61-62; Ne 7,23-38).

As genealogias mostram quando os hebreus davam valor à tradição e à historia das famílias. Uma atitude salutar que podemos desenvolver em nossas famílias hoje é resgatar a nossa história pessoal e de nossa família e passar para as gerações futuras. Cada geração que deixa tomar esta atitude muito da historia da família é perdida. Se os seus pais não se preocuparam com esse aspecto, comece hoje a fazer isto e passe para os seus descendentes esse patrimônio familiar.

II – FAMILIAS NOTÁVEIS.

Nos livros históricos existem pessoas e famílias que causaram grande impacto na histórica bíblica, como, por exemplo, Josué e sua família, Rute e Noemi, Éster e tantos outros.

Uma família comprometida com Deus.

A historia pessoal de Josué é digna de imitação. Sempre temente e obediente a Deus, Josué foi o escolhido para dar continuidade na condução do povo até à terra prometida. Não sabemos muito sobre sua família. Sabemos que era neto de Elisama  e filho de Num – “de quem foi filho Elisama, de quem foi filho Num, de quem foi filho Josué.” (1Cr 7,26-27). Não sabemos o nome da esposa e dos filhos. A Bíblia omite estas informações. Podemos, por dedução, pensar que Josué era casado e que teve descendente.  As Escrituras registram de Josué que quase é o lema da família cristã – “...eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Js 24,15). A omissão da informação sobre a vida familiar Josué não diminui o impacto desta expressão. Geralmente , pensamos nesta frase e imaginamos Josué com sua esposa e seus filhos. Uma imagem irreal para aquele tempo. Josué, ao dizer  “...eu e minha casa.” Não estava só referindo à sua família imediata, caso tivesse, mas todo o seu clã e sua tribo. Através desta expressão, Josué mostra-nos que somos, enquanto pais, responsáveis pela liderança espiritual da família. O mundo ao nosso redor  pode estar distante dos planos de Deus , pois não somos responsáveis diretos pelo que acontece lá fora, mas dentro de nossa família temos que tomar uma posição, e isto, sim, são tarefa de cada pai, mãe e casal.
Josué morreu com 110 anos – “Morreu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, com a idade de cento e dez anos.” (Jz 2,8), e todo o tempo que ele viveu sua família e o povo que liderava serviam ao Senhor – “O povo serviu ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que sobreviveram a Josué e que tinham visto toda aquela grande obra do Senhor, a qual ele fizera a favor de Israel.” (Jz 2,7).

Poderíamos terminar nossa breve reflexão sobre a vida de Josué citando muitos textos, mas gostaria de deixar para meditação Jz 2,10 – “0 foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e após ela levantou-se outra geração que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel.”

Onde ocorreu a falha? Sem duvida, na família. A história do povo de Israel ensina-nos que, quando os pais ensinavam para seus filhos as leis de Deus e os seus milagres, os filhos e todas as gerações subseqüente eram abençoados por Deus e prosperavam nos seus caminhos. Quando isto não ocorria, os inimigos e que prosperavam.

A bandeira da verdade esta em nossas mãos. A grande pergunta que se coloca é a seguinte: estamos nós ensinando aos nossos filhos, netos as grandes verdades da Palavra e Deus?

III – MULHERES EXTRAORDINARIAS E SUAS HISTÓRIAS NOTÁVEIS.

Ser mulher nos tempos bíblicos era algo bem difícil. Se hoje, em nossa sociedade, existem ainda muito preconceitos para com as mulheres, imagine numa sociedade patriarcal onde o homem era o único que tinha direito a tomar decisões e a mulher, para que tivesse algum valor, tinha apenas a função de gerar filhos, de preferência homens! Só percebendo esta realidade histórica é que podemos compreender, por exemplo, o desespero de Ana (1Sm 1,1-8). Mesmo tendo atenção de Elcana, seu afetuoso esposo, o desejo ardente do seu coração era ter um filho homem – “e fez um voto, dizendo: ó Senhor dos exércitos! se deveras atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e pela sua cabeça não passará navalha.” (1Sm 1,11).

Algumas mulheres se destacam na história bíblica , cujos relatos estão nos livros históricos e que fizeram diferença em suas famílias.

Lembramos de uma família onde as mulheres fizeram história. Tratam-se da família de Noemi, Rute e Orfa. Estas mulheres conheceram bem de perto o luto. Seus maridos, Elimeleque, Malon e Qilion, morreram (Rt 1,2-5). Não sabemos as circunstancias, mas provavelmente de alguma enfermidade em decorrência da fome – “Nos dias em que os juízes governavam, houve uma fome na terra; pelo que um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar no país de Moabe, ele, sua mulher, e seus dois filhos.” (Rt 1,1). Naqueles tempos, a morte do marido representava um perigo para a família. Passar por privações econômicas e jurídicas era quase uma norma, principalmente se os filhos eram pequenos – “Ora uma dentre as mulheres dos filhos dos profetas clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. Agora acaba de chegar o credor para levar-me os meus dois filhos para serem escravos.” (2Rs 4,1). Na morte de um marido, caso essa não tivesse gerado filhos, um irmão ou um parente próximo desse deveria receber a viúva como esposa e gerar nela um descendente para o falecido. Era a lei do Levirato (Dt 25,5-9).

Noemi e Rute ensinam as famílias hoje sobre a confiança que devemos ter em Deus, em todos os momentos da vida, mesmo quando as circunstancias são as diversas. Confiar em Deus quando não há privação, doença e luto, pode ser, até certo ponto, fácil, mas quando a tempestade  chega numa família é que a verdadeira fé é aprovada.

Outra lição importante para as famílias é saber como os membros dessa família reagem a uma crise.

O que faz uma família ser forte?
·         Manter a sua integridade, esforçando-se para preservar a unidade familiar como uma unidade coesa.
·         Trabalhar para desenvolver e manter relacionamentos significativos com pessoas de fora da família.
·         Encorajar a autoconfiança através de estímulo ao desenvolvimento de habilidades e capacidades pessoais.
·         Unir a outras famílias nas mesmas circunstancias.
·         Desenvolver uma aceitação, uma confiança e um entendimento compartilhados de suas experiências, normalmente com a assistência de suas convicções espirituais, fazendo, desta forma, com que as dificuldades se tornassem compreensíveis e significativas.

Outra lição que Noemi e Rute transmitem para as famílias hoje é o modelo de relacionamento sogra e nora. Naquele relacionamento modelo, havia sinceridade – “disse Noemi às suas noras: Ide, voltai, cada uma para a casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós o fizestes com os falecidos e comigo.” (Rt 1,8), liberdade de cada uma seguir seu caminho – “Noemi, porém, respondeu: Voltai, minhas filhas; porque ireis comigo? Tenho eu ainda filhos no meu ventre, para que vos viessem a ser maridos?” (Rt 1,11), amor –  “Ele será restaurador da tua vida, e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz; ela te é melhor do que sete filhos.” (Rt4,15) e um relacionamento tão saudável que Rute preenchia o vazio do coração materno de Noemi a ponto de  o autor do livro afirma que Rute era melhor do que sete filhos – “...ela te é melhor do que sete filhos.” (Rt 4,15).

Como seria saudável se sogras e noras se espelhassem no relacionamento de Noemi e Rute!

CONCLUINDO

Muitas outras famílias poderiam ser lembradas, como por exemplo, a família de Elcana, Ana e Samuel. Poderíamos tratar sobre a família de Obede-Edom, que hospedou durante três meses, a arca do Senhor, símbolo da presença de Deus – “E ficou a arca do Senhor três meses na casa de Obede-Edom, o gitita, e o Senhor o abençoou e a toda a sua casa.” (2Sm 6,11), sobre Jabes, que, apesar das circunstancias negativas que envolveram, provavelmente, seu nascimento, pois nome significa “dor”, foi uma benção nas mãos de Deus – “Jabes foi mais ilustre do que seus irmãos (sua mãe lhe pusera o nome de Jabes, dizendo: Porquanto com dores o dei à luz).. Jabes invocou o Deus de Israel, dizendo: Oxalá que me abençoes, e estendam os meus termos; que a tua mão seja comigo e faças que do mal eu não seja afligido! E Deus lhe concedeu o que lhe pedira.” (1Cr 4,9-10), sobre Ester que aproveitou teu casamento para abençoar o povo de Deus (Et 7,2-4).


Nenhum comentário:

Postar um comentário