terça-feira, 17 de setembro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 08 – A ENCARNAÇÃO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 08 – A ENCARNAÇÃO.


“É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2,11).


I – O ENSINAMENTO DA ENCARNAÇÃO.

A encarnação, um dos maiores eventos da história do universo, foi a entrada da Segunda Pessoa da Trindade na esfera humana. Essa pessoa, que é Deus, desceu das inefáveis alturas do céu e “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” (Fl 2,7-8). Em outras palavras, a encarnação foi o ato pelo qual o eterno Filho de Deus tomou para Si a natureza humana.

1 – A encarnação pressupõe a preexistência e divindade do Filho.

Em nosso caso, o ato da concepção é a chegada à existência de uma nova pessoa. Mas no caso de Jesus, o Verbo Eterno preexistiu à concepção. As escrituras afirmam que Deus, que é eterno, veio para este mundo e assumiu a natureza humana – Fl 2,7-8. Podemos dizer que a encarnação de  Cristo não foi a sua evolução de ser humano comum como nós, rumo à perfeição.

2 – A encarnação foi ocasionada por pecado humano.

Algumas pessoas acham que a encarnação é um acontecimento grande demais para depender do pecado humano, mas vejam as Escrituras – Mc 10,45; Lc 19,10; Gl 4,4; 1Jo 3,8 – A grande finalidade da encarnação foi salvar o homem do seu pecado. Entretanto podemos afirmar que a causa da encarnação não foi unicamente o pecado do homem, mas sim, a graça de Deus para resolvê-los.

3 – O resultado da encarnação.

  • O Filho não cessou de ser Deus.

  • O Filho não mudou a sua natureza essencial, mas assumiu  a natureza humana – “E o Verbo se fez carne.” (Jo 1,14). O ensino de Paulo é bem claro – “Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado.” (Rm 8,3)

II – O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO.

O nascimento de Jesus de uma virgem é claramente ensinado nas Escrituras.

1 – Um fato profetizado.

a)      Isaias 7,14 – “eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”.  – esta dupla predição é explicita em afirmar que Alguém nascera de uma mulher, o que sob nenhuma circunstancia implicaria, quanto à origem, mais do que humano, mas neste Alguém assim nascido é Emanuel, o que, sendo, interpretado, é “Deus Conosco”, mas conosco no sentido mais profundo destas palavras, isto é, que ele se tornou um de nós.
b)     Isaias 9,6-7  – “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso.” – neste texto vemos as duas naturezas (humana e divina) – Ele é uma criança nascida de um filho dado. O Menino que nasceu se sentará sobre o trono de Davi, mas o Filho que foi dado leva os títulos de Divindade e assume todo o governo e autoridade do universo sobre os seus ombros.
c)      Mq 5,2 – “Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” – alguém virá  a um local geográfico na terra Belém, que é uma identificação humana, mas sua procedência é eterna.

2 – Um fato histórico – Lc 2,1-2.

Através dos séculos, Deus dirigiu o plano da história de tal maneira que tudo estava preparado para a vinda do Seu Filho. A revelação profética já havia sido completada há bastante tempo; o precursor de Jesus já tinha nascido, a “plenitude dos tempos”  já havia chegado. Finalmente o tão esperado Salvador nasceu! Aleluia! “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade.” (Lc 2-14). Neste texto Lucas indica as circunstancias históricas que trouxeram José e Maria a Belém.

O nascimento de Cristo aconteceu numa época  na história do mundo em que César Augusto era o imperador e Quirino, o Governador da Síria. César Augusto decretou que todo o mundo no Império fosse recenseado. Assim forçou a ida de José e Maria para Belém, onde Jesus nasceu. Isso cumpriu a profecia do Antigo Testamento. É bom notar como foi a época certa para a vinda do Messias.
  • No mundo político havia paz quando o Príncipe da Paz nasceu!
  • Grego era a língua universalmente falada. Sua forma popular, o Koinê, facilitou a disseminação das Boas Novas.
  • Através das novas estradas dos romanos, os novos crentes puderam levar a mensagem de Salvação com maior facilidade.

3 – Um fato milagroso – Mt 1,18-25.

a)      O casamento judaico.

Não é fácil entender bem este texto. Primeiramente Maria é “desposada com José” (v 18), depois ele esta planejando o divorcio (v 19). Para compreender, é necessário entender os ter passos no casamento judaico.

·         O noivado muitas vezes era combinado pelos pais quando o casal era ainda criança.
·         O contrato de casamento era a ratificação do noivado. Antes deste ponto o noivado podia ser anulado, mas uma vez que o contrato estava estabelecido, o noivado só podia ser desmanchado através do processo de divorcio. Feito o contrato, havia um período de um ano de preparação para o casamento. Durante este ano, o casal era conhecido como marido e mulher sem ter o direito de viverem juntos. Foi durante aquele ano que Maria ficou grávida  “pelo Espírito Santo” (vs 18.20). legalmente Maria era esposa de José.
·         O casamento propriamente dito, acontecia um ano depois do contrato.

b)     A genealogia de Jesus – Mt 1,1-17.

Geralmente não lemos as genealogias, mas esta tem lições importantíssimas. A coisa mais notável é a criação dos nomes de quatro mulheres, que não é algo normal nas genealogias judaicas. Para o judeu, a mulher não tinha nenhum direito. Na oração matutina era comum o judeu  orar dando graças a Deus que não o tinha feito gentio, nem escravo, nem mulher! Quando examinamos os nomes destas quatros mulheres, ficamos surpresos com o histórico de vida delas.

  • Tamar (Mt 1,3; Gn 38) – uma adultera.
  • Raabe (Mt 1,5; Js 2) – uma prostituta.
  • Rute (Mt 1,5; Dt 23,3) – Uma gentia – “Nenhum amonita nem moabita entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará jamais na assembléia do Senhor.” (Dt 23,3).
  • Bate-Seba (Mt 1,6; 2Sm 11 e 12) – “da que fora mulher de Urias.” (v6), lembra-nos do ato pecaminoso entre ela e Davi.

Esta genealogia nos mostra o coração do Evangelho – as barreiras caem – “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gl 3,28):
  • Entre os judeus e gentios;
  • Entre homens e mulheres;
  • “Eu não vim chamar justos, mas pecadores, ao arrependimento.” – (Lc 5,32; Mc 2,17; Mt 9,13.

4 – Um fato testemunhado pelas as Escrituras – Mt 1,16.18-25.

a)      “José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus” (v16). Mateus escreve de maneira bem cuidadosa para não dar a impressão de que José foi o pai de Jesus. Como marido de Maria, José era o pai legal de Jesus, por intermédio de quem o direito ao trono de Davi foi transmitido.
b)     “Sem que estivesse antes coabitado” (v 18). A Escritura não deixa nenhuma dúvida.
c)      “Achou-se grávida pelo Espírito Santo” (v 18). A concepção foi pela operação milagrosa do Espírito Santo. Foi assim que “o Verbo se fez carne” (Jo 1,14). Por mãe, Jesus tinha Maria, as por pai, Deus.
d)     “Eis que lhe apareceu um anjo” (v20). A visita de um ser celestial foi necessária, porque ninguém, muito menos o marido, acreditaria numa concepção virginal sem uma revelação sobrenatural.
e)     “Lhes porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (v 21). Aqui temos a primeira afirmação do Evangelho: Jesus nasceu para ser o Salvador (Lc 2,14).
f)        “Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer Deus conosco)” (v 23). Aqui temos a segunda afirmação do evangelho: Jesus é Deus.
g)      “Sem ter relações com ela, Maria deu a luz um filho” (v 25). Este verso indica que José e Maria viveram como marido e mulher  depois do nascimento de Cristo.


III- O SIGNIFICADO ESPIRITUAL DO NASCIMENTO VIRGINAL.

1 – Ele se encarnou para poder manifestar Deus ao homem.

A resposta à pergunta tão comum: “Como Deus é?”, é achada na encarnação – “Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer.” (Jo 1,18).

2 – Seu nascimento humano foi como sua preexistência, sua vida e sua morte – tudo milagroso.

Vemos isso na água transformada em vinho, na ressurreição de alguns que estavam mortos, na cura dos leprosos, nas multiplicações dos pães, na crucificação, ressurreição e ascensão. Enfim tudo era milagroso.

3 – Seu nascimento foi obra do Espírito Santo – (Lc 1,34-35).

Em resposta á pergunta de Maria – “Como se fará isso, uma vez que não conheço varão? Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus.” – Isto é importantíssimo. O fato de a virgem ser responsável pelo nascimento de Cristo garantiu duas coisas.

a)      A encarnação era o começo de uma nova criação – Alguém estava para vir ao mundo que não era meramente homem.
b)     Cristo estava sem a mácula do pecado – Nós nascemos com uma doença hereditária (pecado original) – “Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.” (Sl 51,5). Jesus Cristo não nasceu como membro da raça caída, mas sim, como a cabeça impecável de uma nova raça. Ele era livre de pecado original e do pecado atual! Ele nunca orou por perdão, nuca ofereceu sacrifícios, nunca precisou do novo nascimento.


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