O DRGAO A ANTIGA SERPENTE

 

 

 

O DRAGÃO

 

A ANTIGA SERPENTE

 

 

 

A serpente no Éden, segundo o relato bíblico em Gênesis 3, é descrita como "mais astuta que todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito". Ela não é inicialmente associada ao diabo de forma explícita no texto original, mas é retratada como uma criatura falante e inteligente, que tenta Eva a comer do fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal.

 

Aqui vão alguns pontos importantes sobre como a serpente é apresentada:

·         Forma física: É retratada como um animal, antes de ser amaldiçoada a rastejar. Isso sugere que, antes da maldição, ela talvez não se locomovesse como as serpentes atuais.

·         Capacidade de fala: Fala com Eva, o que indica uma característica sobrenatural ou simbólica.

·         Símbolo da tentação: Ela engana Eva, distorcendo as palavras de Deus, e é responsável por introduzir a desobediência no paraíso.

·         Depois da queda: Deus amaldiçoa a serpente a rastejar sobre o ventre e comer pó, o que muitos interpretam como a origem da forma atual das serpentes.

Mais tarde, na tradição cristã, especialmente em textos como Apocalipse 12:9, a serpente passa a ser identificada com Satanás, "a antiga serpente".

 

A serpente no Éden é uma figura central na narrativa do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia. Ela aparece no capítulo 3 e é tradicionalmente vista como a tentadora que convence Eva a comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal — o único fruto proibido por Deus.

Aqui vai um resumo da história:

·         A situação: Adão e Eva viviam no Jardim do Éden em harmonia, com liberdade para comer de todas as árvores, exceto uma.

·         A chegada da serpente: A serpente é descrita como mais astuta que todos os animais. Ela questiona Eva: “Foi isso mesmo que Deus disse? Não comam de nenhum fruto do jardim?”

·         A tentação: Eva responde que só o fruto da árvore do conhecimento era proibido, sob pena de morte. A serpente contradiz Deus, dizendo: “Vocês não morrerão; pelo contrário, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.”

·         A queda: Eva come o fruto e dá também a Adão. Isso marca a "queda" da humanidade, trazendo o pecado e a morte ao mundo, segundo a teologia cristã.

·         Consequências: Deus amaldiçoa a serpente, dizendo que ela rastejará e haverá inimizade entre sua descendência e a da mulher. Adão e Eva são expulsos do Éden.

 

Interpretações:

·         Judaica: A serpente é um animal, não uma personificação do mal, mas um símbolo de tentação e desobediência.

·         Cristã: Com o tempo, muitos cristãos passaram a identificar a serpente com Satanás, embora o texto de Gênesis não diga isso diretamente.

·         Simbólica: A serpente representa o livre-arbítrio, a curiosidade humana e a transgressão de limites impostos.

 

1. A Serpente como figura do mal

Na teologia cristã — especialmente a partir do Novo Testamento — a serpente é interpretada como uma manifestação de Satanás, o adversário de Deus. Embora o texto de Gênesis 3 não diga explicitamente que a serpente é o diabo, textos posteriores fazem essa ligação:

Apocalipse 12:9: "O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente, chamado Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo."

Essa interpretação faz com que a serpente represente mais do que apenas um animal: ela se torna o símbolo do engano, da tentação e da oposição ao plano divino.

 

2. O pecado original

Do ponto de vista teológico, a serpente foi o agente externo que induziu Eva e Adão à desobediência, resultando na queda. Isso é central na doutrina cristã do pecado original, especialmente na tradição católica e reformada:

·         Adão e Eva, ao pecarem, corrompem a natureza humana.

·         Todos os seus descendentes nascem com essa inclinação ao pecado.

·         A salvação, então, só pode vir por meio de Jesus Cristo, o novo Adão.

 

3. Livre-arbítrio e responsabilidade

A teologia também destaca que, embora a serpente tenha tentado, a escolha foi de Adão e Eva. Deus os criou com livre-arbítrio, e a árvore do conhecimento do bem e do mal era um limite moral.

·         A serpente representa a possibilidade da transgressão.

·         A queda mostra que, mesmo em um mundo perfeito, o ser humano pode escolher o erro.

 

4. A promessa de redenção

Gênesis 3:15 é chamado de protoevangelho — ou seja, o "primeiro evangelho". É a primeira menção de uma futura vitória sobre o mal:

 

    "Porei inimizade entre ti (a serpente) e a mulher, entre a tua descendência e o descendente dela; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."

 

Muitos teólogos cristãos interpretam essa "descendência da mulher" como uma profecia sobre Cristo, que viria para derrotar Satanás.

A serpente fere o calcanhar (a cruz), mas Cristo esmaga sua cabeça (a vitória final sobre o pecado e a morte).

 

5. Em outras tradições

·         Judaísmo: A serpente é muitas vezes vista como símbolo do yetzer hara (a inclinação ao mal), mas não como o diabo em si.

·         Gnosticismo: Curiosamente, algumas correntes gnósticas veem a serpente como a portadora do conhecimento e da libertação — uma visão herética para o cristianismo tradicional.

 

O paralelo Adão – Cristo

1. A Ligação entre a Serpente e Jesus Cristo

Na teologia cristã, especialmente nos escritos de Paulo, Jesus é apresentado como o "novo Adão":

Romanos 5:19: - "Assim como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também pela obediência de um só muitos se tornarão justos."

Enquanto Adão caiu pela tentação da serpente, Cristo venceu a tentação (no deserto) e derrotou o pecado.

Gênesis 3:15 – O Protoevangelho - “Ele te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”

A tradição cristã interpreta isso como uma profecia messiânica:

·         A descendência da mulher é Cristo, nascido de Maria (sem intervenção humana).

·         A ferida no calcanhar simboliza o sofrimento de Jesus na cruz.

·         A ferida na cabeça da serpente representa a vitória final de Jesus sobre Satanás, pelo sacrifício e ressurreição.

Essa vitória é consumada escatologicamente no Apocalipse.

 

2. A Serpente no Apocalipse

No livro do Apocalipse, a serpente retorna — mas agora revelada plenamente como o grande inimigo de Deus e do Seu povo.

 

Apocalipse 12:9: - “Foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo; sim, foi atirado para a terra, e com ele os seus anjos.”

 

Aqui a serpente é:

·         Chamada diretamente de Satanás.

·         Ligada ao dragão, símbolo do caos e destruição.

·         Descrita como o enganador global, não só de Eva, mas da humanidade.

 

Apocalipse 20:2-3 - “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o acorrentou por mil anos.”

 

·         Mostra a derrota temporária de Satanás.

·         Seguido, no fim do capítulo, por sua destruição definitiva:

 

“O diabo... foi lançado no lago de fogo e enxofre... e será atormentado dia e noite para todo o sempre.” (Ap 20:10)

 

Isso fecha o ciclo iniciado no Éden:

·         No Gênesis, a serpente vence o homem.

·         No Apocalipse, o Filho do Homem vence a serpente.