Uma das perguntas mais difíceis feita pela mente humana se relaciona com a presença e origem do pecado: De onde veio o pecado? Como ele penetrou no Universo?
Primeiro, precisamos afirmar claramente que Deus não pecou e não deve ser culpado pelo pecado.
O pecado se achava no mundo muito antes de a Bíblia ser escrita.
Se a Bíblia jamais tivesse sido escrita, ou se não fosse verdadeira, mesmo assim sua presença entre nós seria notada.
As Escrituras Sagradas, veredicto final em questão doutrinária e espiritual, nos informam que o pecado não ocorreu na terra, mas, sim no céu.
O céu foi, portanto, manchado antes de a terra ter sido maculada pela sua odiosa presença.
A existência pré - adâmica do mal
Quando o mal ocorreu nas esferas materiais, ele já havia, antes, ocorrido no Universo.
O mal apenas “entrou no mundo” (Rm 5.12) e, com ele, a morte, mas não surgiu naquele momento.
Seus efeitos apenas se fizeram sentir agora em outra esfera, a física.
Adão foi apenas uma porta e não uma fonte, pois, a fonte antecedia a sua existência.
As Escrituras falam, pelo menos em duas passagens, sobre a rebelião de um querubim ungido que teria almejado o lugar de Deus nas regiões celestes.
As duas passagens retratam detalhadamente a mesma coisa: uma revolta contra Deus por causa de um desejo de poder e uma consequente punição por tal atitude.
Vejamos então, tais textos:
Ezequiel 28.12-17
“Ó sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabelecí; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem”. Outro profeta complementa a revelação de Deus, expondo os motivos que levaram este ser exaltado a cometer tal aspiração.
Isaías 14.12-15
“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo”.
Deus nos permitiu saber a verdadeira origem do mal:
- Rebelião;
- Revolta;
- Iniquidade;
- Soberba.
Os primeiros pecados do Universo foram realizados por um ser perfeito que estava na presença de Deus antes mesmo de o homem ser criado.
Sabemos que, durante a criação da terra, os anjos já estavam presentes, como se deduz do texto que segue:
“Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38.4-7).
A Bíblia fala muito pouco sobre as consequências do pecado ocorrido no reino espiritual, exceto as consequências geradas para o próprio autor do pecado e seus legionários.
A origem do pecado na raça humana
De acordo com as Escrituras, o homem é, agora, repugnante para Deus e para si mesmo, além de uma criatura mal adaptada ao Universo, não porque Deus o tenha criado assim, mas porque ele próprio se fez assim por abusar do livre–arbítrio.
O terceiro capítulo de Gênesis oferece os pontos fundamentais para se entender a origem do pecado na terra:
- A tentação;
- A culpa;
- O juízo;
- E a redenção.
Muito tem sido feito para retirar qualquer sentido literal desse acontecimento.
Poucos são aqueles que acreditam em um sentido literal da narrativa, antes, atribuem à mesma um valor mitológico.
Se o fazem, porém, é sem qualquer respaldo bíblico, pois a Bíblia entende ser Adão um ser concreto, um indivíduo com existência real e único.
Adão possui uma genealogia, como qualquer outro.
Ele possui descendência e seu nome se liga a outros indivíduos dos quais jamais se questiona a existência real.
O Novo Testamento assume tal posição e toda a referência a Adão é a um personagem histórico, como os demais.
Algumas dificuldades, como o fato do diálogo entre Eva e a serpente, ou a localização do jardim do Éden, são alegações comuns.
Geralmente, não é considerado que este tempo longevo se perde na história e não há nenhum outro registro que se encaixe melhor com os dilemas da existência humana.
A ciência histórica, com todo o seu avanço, não consegue ir além de uns três milhares de anos antes de Cristo.
Para quem crê na Bíblia e faz uma interpretação adequada da mesma, Adão faz todo o sentido.
O acontecimento é rico em verdades espirituais.
A origem da morte, o primeiro ato de desobediência, a entrada do pecado e suas consequências e a desordem universal resultante.
Por todos esses motivos, nos capítulos iniciais de Gênesis encontramos, portanto, a base teológica para a origem do pecado na terra, bem como a doutrina da redenção
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