terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

SUICÍDIO

 

SUICÍDIO

 

O pensamento de que a pessoa que se suicida não é salva por Deus é algo muito antigo considerado pela Igreja. É duro, mas é em defesa da vida que a Igreja coloca essa determinação de condenação. É um pouco pesado, mas hoje vivemos outros tempos, e vários estudos nos orientam de outra forma.

 

Uma pessoa com pensamento suicida não tem paz, mas, se tem consciência, nunca irá cometer o suicídio. Por isso, é preciso um acompanhamento bem de perto. É importante perceber o comportamento das pessoas que estão perdendo o sentido da vida. É aí que está a morte: quando a vida não faz mais sentido, aí se encontra o pecado.

 

Precisamos sempre acreditar na vida e Naquele que nos deu a vida de presente. Precisamos encontrar sentido em tudo que fazemos, porque isso nos preenche, nos faz ver o quanto somos importantes e úteis uns para os outros. Essa dinâmica e interatividade que nos faz lutar na vida.

 

Precisamos dar atenção a esse nossos irmãos e irmãs que vivem nessa situação, para encorajá-los e fortalecê-los na vida, para mostrarmos para eles o quanto são importantes para nós, evitando que suicídios aconteçam.

 

Quando acontece um suicídio, devemos continuar acreditando na misericórdia de Deus, que jamais nos abandona. Ele conhece o coração de cada um e irá julgar no amor esse irmão que tirar a própria vida.

 

Precisamos ser misericordiosos! Não vamos julgar ninguém e vamos orar por esses irmãos que são vítimas de si mesmos.

 

 

SUICÍDIO E SANTIDADE

 

É verdade que o suicídio é uma realidade não querida por Deus, pois Ele é o Senhor da vida, que nos criou; que nos redimiu e é o nosso “pão” de cada dia. Quando estamos em comunhão com Ele, Ele reina em nós, como nos diz o Apóstolo Paulo: “Não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”.

 

Por outro lado, sabemos que, se o suicídio é uma realidade não querida por Deus, tem-se refletido muito sobre se uma pessoa que comete um ato suicida está condenada ao inferno. Isto era mais aceito na Idade Média, mas hoje em dia o pensamento é diferente, porque não temos condições de afirmar se todas as pessoas que cometem esse mal gravíssimo se condenam, pois a misericórdia de Deus é uma realidade com uma lógica diferente da dos homens.

 

Também, têm sido descobertos muitos transtornos mentais que limitam muito – não totalmente –, a liberdade humana. Segundo estudiosos, a grande maioria dos casos de suicídio envolve pessoas com algum tipo de transtorno psiquiátrico na forma mais grave e, desses transtornos, o mais comum é a depressão.

 

Lembrando-se de algumas visões psicológicas, Viktor Frankl chegou a algumas conclusões. Por exemplo, ele dizia que existem duas motivações básicas para não se suicidar: a convicção de que o suicídio causará o sofrimento a alguém próximo (familiar) e o medo de ir para o inferno (convicções religiosas).

 

Diante do vazio existencial que está ao nosso redor, é importante colocar-nos diante das perguntas existenciais fundamentais da nossa vida, como “quem sou eu?”, “De onde eu venho?”, “Por que estou assim?”, “Para onde eu vou?” Respondendo a estas perguntas, compreenderemos que somos seres em relação.

 

Por isso, o fato de passarmos por momentos de tormento, angústia e vazio existencial não quer dizer que deixamos de serem criaturas sempre em relação com o nosso Criador, pois Ele sempre está querendo Se relacionar conosco e ser a base do nosso relacionamento com outras pessoas, nossos semelhantes.

 

Deus busca resgatar-nos “na tempestade”; talvez nem sempre “da tempestade”. Às vezes, Deus nos coloca em situações difíceis, pode se valer de nosso sofrimento e das próprias tentações para nos formar. Ou, como diz um salmo, “Dai-nos, Deus, vosso auxilio na angústia”.

 

A Fé tem que dar sentido e sustento para a nossa vida. Assim poderemos enfrentar as tentações e desolações que nos fazem perder o sentido. Olhemos para cima, para os valores supremos que temos: a família, nossos amigos, nossa Igreja, nossa comunidade e busquemos nos autodeterminar sempre em Deus e com Deus; nunca sozinhos.

 

Nos adolescentes encontra-se uma tendência maior à perda do sentido de vida, pois é nessa fase que se encontram as maiores crises durante a vida de uma pessoa. Porém, lembremos que é natural que um adolescente comece a se questionar sobre o sentido da vida. Tenhamos esta premissa para poder ajudá-lo da melhor maneira.

 

A realidade do sofrimento e da dor é um mistério, não uma experiência sem sentido. O sofrimento é uma oportunidade de escolha para ver o rosto de Jesus, e a dor sempre será contingência, pois somos seres contingentes, não perfeitos, mas que buscam a perfeição. Por isso, o sofrimento bem vivido nos revelará cada vez mais o sentido das nossas vidas. Também, lembremos que, na oração do “Pai Nosso”, não pedimos para não sermos tentados, mas sim para não sucumbir, não cair na tentação. Pedindo assim, Ele nos dará a força para resistir. No fundo, para buscar acabar com algum sofrimento, temos que fazê-lo colocando nosso olhar em Deus, que está por cima de nós.

 

Reconhecer que somos seres em relação nos leva também a tomar consciência de que somos seres chamados à responsabilidade, em primeiro lugar, com a própria vida. A nossa vida é missão, a nossa vida é para os outros. Por isso, a importância dos vínculos entre nós, membros da Igreja, do Corpo Místico de Cristo. O Catolicismo envolve necessariamente a dimensão social, pela unidade da comunidade humana.

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