quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Raça de víboras: Jesus estava xingando os fariseus quando disse isso?

(1) Antes de chamar os fariseus de raça de víboras, Jesus já havia tido um primeiro embate com eles, quando fariseus acusaram os discípulos de Cristo de violarem a lei do sábado por colherem espigas naquele dia (Mateus 12:1-8).


Depois disso, Jesus entra em uma sinagoga e cura um homem com a mão ressequida (aleijada). Vendo o milagre os fariseus questionam novamente Jesus, mas não para darem glória a Deus pelo milagre, mas para censurar Jesus por ter curado em um dia de sábado (Mateus 12:9-14).


Jesus se retira e algum tempo depois lhe é trazido um homem endemoninhado cego e mudo. Jesus o cura e dessa vez os fariseus passam dos limites, ao dizer que Jesus fazia aqueles milagres pelo poder do diabo:


“Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios” (Mateus 12:24).


(2) Depois de uma forte argumentação de Jesus a respeito dessa questão e de censurar os fariseus sobre o absurdo que diziam, Jesus então diz a eles: “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34).


O que temos aqui é Jesus respondendo a acusação de que Ele fazia aquelas obras pelo poder do diabo. Quando Jesus diz “raça” está apontando que eles são “filhos”  “descendentes” ou “aqueles que nasceram”.


Quando diz “víboras” aponta para “serpentes, cobras venenosas”, que é na Bíblia um animal que simboliza o diabo.


(3) Ou seja, Jesus não xingou os fariseus de raça de víboras, como se isso fosse um palavrão ofensivo da época, mas esclareceu que seus corações duros demonstravam que eles eram “filhos do diabo”.


As obras de Jesus eram obras de Deus, mas os fariseus diziam de forma mentirosa que eram obras do maligno. Os fariseus achavam que suas obras eram de Deus, mas eram, na verdade, as verdadeiras obras do maligno.


Então eles eram verdadeiramente “crias do diabo” pela maldade que tinham em seus corações. Essa era a realidade deles exposta por Jesus. Em um outro texto Jesus trabalhou mais esse tema:


“Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44).


João Batista e a raça de víboras


(4) É interessante notar que João Batista já havia chamado os fariseus de raça de víboras quando estes iam ao batismo, mas mantendo seus corações duros (Mateus 3:7).


João usou a mesma figura de apontar para eles como “filhos do diabo”, como “da mesma raça que o diabo”. E o próprio Jesus volta a usar essa expressão mais tarde, o que demonstra que fariseus e escribas não se arrependiam mesmo depois de serem confrontados com a verdade, o que mostra ainda uma dureza impressionante em seus corações:


“Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mateus 23:33).

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