quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Qual a diferença entre inspiração, iluminação e revelação?

(1) Vamos começar esse aprendizado trabalhando cada um dos conceitos para compreendermos melhor o que cada um significa. Depois trabalharemos algumas conclusões sobre o tema:


Inspiração. 


Essa palavra significa algo como “soprar para dentro”. No contexto do entendimento da Bíblia, observamos que elas (as Escrituras) foram inspiradas por Deus: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Timóteo 3:16).


Isso significa que Deus como que “soprou” para dentro de cada autor todas as capacidades e conteúdos que iriam compor a Sua palavra inspirada e que ficaria registrada. 


Por isso, a Palavra do Senhor é perfeita e não está apoiada em quaisquer pensamentos próprios dos autores, mas na própria ação de Deus através deles.


“porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21)

Revelação


Literalmente “tirar o véu”. Revelação e inspiração andam lado a lado. A inspiração trouxe aos escritores bíblicos o conteúdo exato a ser registrado e esse conteúdo está recheado das revelações de Deus.


Revelações diversas, mas, principalmente, do próprio Deus, de Seus planos e de Sua vontade para o homem. A Bíblia nos afirma esse conceito claramente em algumas passagens:


“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (João 1:18).


Assim, a Bíblia está cheia de conteúdo inspirado por Deus e que revela diversas coisas sobre Ele, sobre Seus planos, Seu desejo para nossas vidas, sobre Seu juízo final, etc.


A revelação acontece todos os dias na vida dos Servos de Deus, quando estes compreendem as verdades contidas na Bíblia Sagrada.


Iluminação


Esse conceito é simples de entender. Imagine que nossa vida sem Deus é uma escuridão (como de fato é). A luz que ilumina essa escuridão é a capacidade que Deus nos dá de entender a Sua palavra inspirada e revelada, de compreender Sua vontade, Seus planos e tudo quanto está contido na Palavra:


iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder” (Efésios 1:18-19).


Essa iluminação, porém, nos é concedida pela ação do Espírito Santo em nossa vida, que nos capacita a discernir (enxergar de forma iluminada) as coisas de Deus e não apenas por um mero exame racional (humano) da Palavra do Senhor:

“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Coríntios 2:14).


(2) Agora que sabemos os conceitos sobre inspiração, iluminação e revelação, é importante ter em mente que em nossos tempos ninguém é mais inspirado a produzir algo como a Bíblia Sagrada, pois ela já foi concluída.


Da mesma forma, não temos mais revelações que estão no mesmo nível do texto bíblico, ainda que muitos por aí dizem tê-las.


O que temos hoje é a iluminação que o Espirito Santo dá ao crente para compreender e aplicar o que já foi inspirado e revelado nas páginas da Bíblia Sagrada.


Por isso, devemos ter muito cuidado com “inspirações” e “revelações” que muitos por aí afirmam ter e que, sabemos claramente agora, estão fora da Palavra inspirada e revelada que o Senhor já nos deixou.



Marco Antonio Lana (Teólogo Bíblico)

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