sábado, 22 de junho de 2019

O que significa “o que Deus uniu o homem não o separa”?


Frase de Amor - Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separa. (Mateus 19:6)

Resposta: O comando “o que Deus uniu o homem não separa” refere-se ao casamento e ao divórcio. É do ensinamento de Jesus sobre o casamento e divórcio em Marcos 10,1–12 e Mateus 19,1–12. Em uma ocasião, os fariseus perguntaram a Jesus se era legítimo que um homem se divorciasse de sua esposa. Jesus, em essência, responde que não: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19,4–6; cf. Gênesis 1,27; 2,24).

A lição de Jesus é que um casal é algo que “Deus uniu”. O casamento não é de origem humana - originou-se com Deus e faz parte da maneira que Deus projetou que a raça humana vivesse. Ao dizer “não separe o homem” um casamento, Jesus ensinou que o divórcio não faz parte do plano de Deus. Uma vez que um casal é casado, foram unidos pelo próprio Deus, e a união é para toda a vida. Este princípio é válido apesar da fé (ou falta dela) do casal. Quando dois ateus se casam, também foram unidos por Deus, quer o reconheçam ou não. Se Deus os uniu, então nenhum ser humano tem o direito de romper essa união.

Mais tarde, depois que Jesus diz: “o que Deus uniu o homem não o separa”, os fariseus ressaltam que Moisés permitiu o divórcio. Jesus concorda, mas também ressalta que a permissão foi feita devido à “dureza de coração” (Mateus 19,8), reiterando que o divórcio nunca fez parte do plano original de Deus.

O mandamento de Jesus contra a separação do que Deus uniu implica que é possível que uma união matrimonial seja quebrada e que “uma só carne” seja separada pelo divórcio. Há debate entre os cristãos sobre se o divórcio poder ser justificado em alguma ocasião. Muitos (talvez a maioria) permitiriam o divórcio no caso de infidelidade impenitente por parte de um cônjuge (baseado em Mateus 19,9) ou deserção de um cônjuge crente por um cônjuge incrédulo que não quer mais ser casado com um crente (veja 1 Coríntios 7,15). Nesses casos, o vínculo matrimonial foi quebrado por infidelidade ou deserção - uma ruptura de algo que Deus uniu - e é uma ocorrência trágica.

Mesmo que as exceções acima sejam permitidas, nossa cultura e, com muita frequência, até mesmo a igreja parecem considerar o divórcio algo muito menos sério do que é. Se o casamento fosse simplesmente uma convenção humana semelhante a uma parceria de negócios ou associação a um clube, então as pessoas estariam livres para entrar e sair à vontade. O divórcio não é simplesmente duas pessoas que decidem se separar; é um ou talvez ambos os parceiros do casamento decidindo que vão agir decisivamente para acabar com algo que Deus pretendia que fosse permanente. Isso é uma coisa séria!

por - Marco Antônio Lana (Teólogo Bíblico)

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