sábado, 16 de abril de 2016

INSUBORDINAÇÃO DE ARÃO E MIRIÃ


INSUBORDINAÇÃO DE ARÃO E MIRIà


Números capítulo 12

Ob.: LEMBRANDO A VOCÊS COMO BIBLISTA ESSA É A MINHA VISÃO. NÃO QUERO ABRIR POLEMICA NENHUM AQUI. CERTO!






Pouco sabemos sobre a vida doméstica de Moisés, pois ele foi muito discreto a esse respeito. Quando fugiu do Egito aos 40 anos era, ao que parece, solteiro, e depois casou-se com a midianita Zípora (Êxodo 2,21). É improvável que ela fosse cuxita (preta; Etíope), e a maioria dos comentaristas pensa que agora se tratava de uma segunda mulher, etíope, com quem ele teria se casado, talvez depois de se enviuvar. Cuxe era um dos filhos de Cam (Gênesis 10,8).

Miriã, mais velha que seus irmãos Moisés e Arão, era profetisa (Êxodo 15,20), esperta, talentosa e ambiciosa. Arão havia acompanhado Moisés em seu ministério, e fora designado por Deus para o alto cargo de titular do sacerdócio entre o seu povo, cargo esse que deveria continuar a ser desempenhado exclusivamente pelos seus descendentes.

O casamento com a cuxita (seu nome não é dado) rebaixou Moisés aos olhos de Miriã e Arão, de quem Moisés era o irmão mais novo. Parecia ser um problema familiar, mas trouxe à tona os ciúmes que sentiam pela posição e influência de Moisés sobre o povo e eles próprios.

Eles então procuraram pôr-se em pé de igualdade com Moisés, declarando que o SENHOR não havia falado só por Moisés, mas também por eles. No hebraico o verbo falaram (versículo 1) está no feminino singular, indicando que Miriã foi quem tomou a iniciativa. Antes de criticarmos os outros, pensemos bastante em nossos motivos: muitas vezes o que justificamos como "crítica construtiva" não passa de ciúmes destrutivos, pois a maneira mais fácil de nos elevar é baixar a reputação alheia.

O SENHOR, porém, sabia o que se passava.
"Moisés era um homem muito manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra". Se foi ele mesmo que escreveu isso, ele expressa um sentimento que nós também sentimos muitas vezes quando suportamos ofensas dos outros! Mas sabemos que o Espírito Santo inspirava Moisés quando escrevia a Sua Palavra, portanto é a expressão da verdade.
Mansidão não é fraqueza, ao contrário, ela consiste em uma índole calma, pacífica, que não se deixa provocar facilmente (Tiago 3,13). Existem promessas especiais para os mansos (Mateus 5:5, Isaías 66:2), e essa qualidade deve ser cultivada em nós (Colossenses 3,12, 1 Timóteo 6,11, Sofonias 2,3), exemplificada em Cristo (Mateus 11,29). Ser manso é, afinal de contas, ser obediente a Deus e fazer a Sua vontade.

O SENHOR mandou que os três saíssem à tenda da congregação (era um assunto de família). Quando os três chegaram lá, Ele também desceu na coluna da nuvem e se pôs à porta, chamando Arão e Miriã até a Sua frente. Ele então mostrou que havia uma enorme diferença entre seu relacionamento com Moisés e o que tinha com seus irmãos: Ele se fazia conhecer e falava aos profetas (como Arão e Miriã se consideravam) em visão e em sonhos, mas a Moisés falava frente a frente, claramente, e não por enigmas, porque ele era fiel em toda a casa de Deus. Como ousavam eles falar contra o Seu servo, Moisés?

Nenhum outro profeta no Velho Testamento teve este relacionamento com o SENHOR. Moisés foi um tipo de Cristo em seu serviço e em seu ofício de profeta, e ele profetizou de Cristo quando disse que Deus suscitaria ao povo um profeta semelhante a ele (Deuteronômio 18,15.18).

O que eles fizeram foi uma loucura, como Arão reconheceu ao pedir perdão de Moisés, chamando-o Senhor meu. Mas Miriã foi castigada com a temida doença da lepra. Lepra é uma figura externa e visível da corrupção do ser interior: assim como ela começa com um ponto minúsculo na pele e espalha gradualmente, desfigurando sua vítima e finalmente destruindo o seu corpo, o pecado aos poucos corrompe e degrada moralmente o ser humano, obrigando-o a ficar longe da presença de Deus, que é puro e santo.

No caso de Miriã, ela ficou toda leprosa instantaneamente: prova que era de origem sobrenatural, um julgamento da parte de Deus. Arão não foi feito leproso, provavelmente por causa do seu cargo de sumo - sacerdote: o povo precisava dele no tabernáculo. Além disso, Miriã foi quem havia iniciado a insubordinação. Arão era de caráter fraco e facilmente se deixava convencer pelos outros. Assustado, ele pediu perdão a Moisés, e pediu misericórdia para que sua irmã fosse curada.
É fácil olhar para trás, ver nossos erros, e reconhecer como fomos tolos. É bem mais difícil perceber com antecedência a tolice de algo que pretendemos fazer simplesmente porque nos agrada. Devemos eliminar pensamentos e motivos errados a fim de evitar ideias tolas que se convertem em ações tolas. Miriã e Arão tiveram que sofrer porque não o fizeram.

Moisés novamente deu prova da sua mansidão, clamando imediatamente ao SENHOR e rogando que a curasse. As intercessões de Moisés nos lembram as que Cristo, nosso advogado perante Deus, faz por nós (1 João 2,1).

O SENHOR respondeu a Moisés, lembrando-o que, no caso da ofensa de uma filha contra seu pai, em que ele a repreendesse cuspindo-lhe no rosto, seguir-se-ia um período de sete dias de vergonha (Deuteronômio 25:9, Isaías 50:6). Quanto mais envergonhada deveria ser Miriã, por ter ofendido não somente Moisés, mas também a Deus que o havia honrado com a sua posição!

Embora curada, ela foi obrigada a passar sete dias em reclusão fora do arraial (a primeira menção de prisão como castigo entre os israelitas). O povo teve que ficar acampado ali durante toda essa semana, detido por causa dela. Deus foi misericordioso, mas manteve a disciplina. Como a sua insubordinação foi pública, todos foram envolvidos na humilhação e castigo que ela sofreu.

Em seguida, o povo seguiu viagem pelo deserto em direção ao norte até Cades-Barnéia, no deserto de Parã, onde acampou outra vez.

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