quarta-feira, 15 de maio de 2013

FAMÍLIA X BÍBLIA - LIÇÃO 02 – O CASAMENTO BÍBLICO




“Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” – Gn 2,24.

Gn 1,27-31; 2,18.20-24.

Gn 1
27. Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. 28. Deus os abençoou: Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. 29. Deus disse: Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento. 30. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva verde por alimento. E assim se fez. 31. Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia.

Gn 2
18. O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.” 20. O homem pôs nomes a todos os animais, a todas as aves dos céus e a todos os animais dos campos; mas não se achava para ele uma ajuda que lhe fosse adequada. 21. Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. 22. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. 23. “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” 24. Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.

 I.        INTRODUÇÃO.

As Escrituras ensinam que o homem e mulher foram feitos “a imagem de Deus” (Gn 1,27). Após Deus formar o homem (Gn 2,7), formou também a mulher (Gn 2,22). Essa foi a segunda decisão divina no tocante à existência da humanidade. Deus uniu o homem à mulher, instituindo assim o casamento, não somente para a perpetuação da raça humana, mas para a formação do casal e, conseqüentemente, de toda a família.

II.        O PRINCIPIO DA MONOGAMIA.

1.    Monogamia X Bigamia.
A palavra monogamia vem de dois vocábulos gregos: monos (único) e gamos (casamento), significando um único homem para uma única mulher. Desde o Genesis, vemos à monogamia como o modelo de união arquitetado por Deus para o casamento e a formação da família (Gn 2,24). Porém, o primeiro registro da bigamia também está no livro dos começos. Lameque, filho de matusalém (Gn 4,18; 5,25), por razões não explicadas, teve mais de uma esposa (Gn 4,19). Tempos depois, Esaú, filho de Isaque, desobedeceu a Deus e casou-se com duas mulheres heteias (Gn 26,34-35). No primeiro livro de Samuel, temos o caso de Elcana que tinha duas mulheres. O resultado não poderia ser outro: Inveja, intrigas e brigas (1Sm 1,4-8).

2.    A poligamia torna-se comum.
Abraão incorreu nesse grave erro. Por sugestão de sua mulher, Sara que era estéril, o pai da fé uniu-se a Agar, serva de sua esposa. Era o concubinato  acontecendo na família de Abraão (Gn 16), vindo Ismael a nascer como fruto daquela relação. Transtornos familiares, históricos e espirituais foram inevitáveis naquele clã. Isaque, considerado filho da promessa, casou-se aos 40 anos, com uma esposa escolhida por seu pai, e preferiu viver um casamento monogâmico, honrando rebeca, sua esposa, e principalmente, honrado ao Senhor.
O Antigo Testamento descreve a poligamia e as suas tragédias na vida de Jacó (Gn 29,21-23.28-31; 30,1-10) e na dos reis de Israel (1Rs 11,4.7-9).

3.    Em o Novo Testamento a poligamia é condenada por Jesus pelo apóstolo Paulo.

Certa feita, os fariseus aproximaram-se de Jesus e interrogaram-no se era licito ao homem repudiar a “sua mulher” por qualquer motivo (Mt 19,3). Note que eles não perguntaram “deixar suas mulheres”. A resposta do Senhor remonta ás origens do casamento e da própria criação (Mt 19,5-6 cf. Gn 2,24). Jesus refere-se apenas a “uma” esposa, e as epistolas fundamentam-se nos evangelhos ao tratar desse tema.

a)    Uma esposa e um marido. Não há nada tão claro quanto a monogamia nos ensinos do apóstolo Paulo. Aos coríntios por exemplo, ele ensinou que cada um deve ter à sua própria mulher e esta seu próprio marido (1Cor 7,1-2), numa prevenção clara contra a prostituição).
b)    A harmonia conjugal. Na epistola aos Efésios, Paulo ensina a submissão da esposa ao marido. Ao marido ele exorta a amar a sua esposa, como Cristo amou a Igreja, sacrificando-se por ela (Ef 5,25; Cl 3,19). Aqui, a harmonia conjugal é um dos fatores que reforçam a monogamia, e ambas são valorizadas conforme o plano original de Deus para o casamento entre um homem e uma mulher.
c)    A monogamia na liderança cristã. Para os lideres da Igreja, Paulo exorta: “Porque o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, prudente, regrado no seu proceder, hospitaleiro, capaz de ensinar.” (1Tm 3,2). O diácono também deve ser “marido de uma só mulher”“Os diáconos não sejam casados senão uma vez, e saibam governar os filhos e a casa.” (1Tm 3,12). A liderança deve ser o exemplo dos fieis em tudo, e esse exemplo dos fieis em tudo, e esse exemplo inclui o casamento – “Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade.” (1Tm 4,12).

       III.        O PRINCIPIO DA HETEROSSEXUALIDADE.

1.    “Macho e fêmea os criou”.
Deus criou “o homem”, um ser masculino (Gn 1,26), e também fez uma mulher, um ser feminino (Gn 1,27). Em outras palavras, Deus não uniu dois machos ou duas fêmeas. Não! Ele uniu um homem com uma mulher, demonstrando a natureza e o padrão divino da heterossexualidade. As Santas Escrituras são claras ao condenarem:
- “22. Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação. 23. Não terás comércio com um animal, para te contaminares com ele. Uma mulher não se prostituirá a um animal: isso é uma abominação.” (Lv 18,22-23).
- “25. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém! 26. Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. 27. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario.” (Rm 1,25-27).
2.    “E se unirá à sua mulher”.
Após realizar o primeiro casamento, o Criador disse: “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24). Veja que Deus é taxativo ao falar ao homem a respeito da sua vocação heterossexual: “para se unir à sua mulher”. Por isso, olhemos para o ciclo da vida humana e, inequivocamente, concordaremos: se não fosse a união heterossexual, promovida por Deus, desde o principio, a raça humana não teria subsistido.

           IV.        A INDISSOLUBRIDADE DO CASAMENTO.

1.    Uma só carne:
A fim de proporcionar uma vida conjugal abundante, o Criador planejou uma união histórica, indissolúvel e permanente (Gn 2,24). O matrimonio entre homem e mulher seria para sempre! Tristemente, o pecado ruiu o principio divino da continuidade do casamento, trazendo o divorcio e separando famílias. O plano de Deus, entretanto, ainda pode ser encontrado nas palavras de Jesus – “Portanto, não separe o homem o que Deus uniu.” (Mt 19,6b).

2.    A porta de entrada para o divorcio.
Há situações em que a falta de união e de amor no casamento, talvez motivados pela desobediência a Deus, pelo orgulho e pela falta de perdão, fazem a convivência do casal tornar-se uma grande fachada. Por convivência, o casal apresenta-se à sociedade ou à igreja local numa aparente alegria matrimonial, mas na intimidade, a união tornou-se insuportável. É necessário que a Igreja esteja pronta para auxiliar os casais que passam por crises conjugais, e motivá-los sempre a permanecerem unidos em um amor não fingido, mas solidificado e resistente às contrariedades que possam existir no dia a dia.

   V.        CONCLUSÃO.

O casamento heterossexual nunca foi tão atacado como no presente tempo. Em nossa sociedade leis e normas que atentam contra a lei de Deus são elaboradas sob o argumento de que o Estado é laico. E deve ser mesmo! Mas entre ser laico e desrespeitar princípios ordenados por Deus desde a criação há uma grande distancia. Neste aspecto, a Igreja do Senhor Jesus deve ser a “a coluna e firmeza da verdade” e guardiã dos princípios morais e cristãos, denunciando o pecado e acalentando os corações feridos. Assim, defendemos que o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel dava ser incentivado, apoiado e honrado nas esferas públicas de relacionamento.


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