terça-feira, 27 de abril de 2021

Você é como o Corvo ou a Pomba?

 




Gênesis 8.6-12

Introdução: A santificação para a vida de um cristão é mais que uma opção e sim uma necessidade. Muitas igrejas pregam santidade de maneira cética que leva os fiéis a se tornarem fariseus e não santos. Por outro, lado cresce o número de evangélicos nominais, sem nenhum tipo de vínculo ou compromisso com a Igreja.

 

Deus enviou um dilúvio para santificar, ou seja, limpar a terra do pecado. Quando Noé quis saber se a terra já estava limpa, enviou primeiro um corvo e depois uma pomba. A principal diferença entre eles é que o corvo se alimentava dos restos mortais do dilúvio e a pomba voltava para a arca até trazer sinal de vida.

 

Vamos refletir no exemplo simbólico do corvo e da pomba para meditar sobre santificação:

 

1- O Corvo

 

Gênesis 8.7 “soltou um corvo, o qual, tendo saído, ia e voltava, até que se secaram as águas de sobre a terra”

 

O que é um Corvo:

 

Corvo é uma ave da família dos corvídeos, normalmente caracterizado pela sua plumagem escura (geralmente preta) e encontrado em quase todos os continentes. Popularmente, o corvo é interpretado como o sinal místico de mau presságio.

 

Simbolicamente, o corvo é relacionado com o mau agouro, a morte, o azar e com outros elementos obscuros e sombrios. No entanto, também pode simbolizar algumas características positivas, como a sabedoria, a astúcia e a fertilidade.

 

Por causa do seu simbolismo místico, o corvo foi (e é) bastante explorado na literatura e demais artes, principalmente como tema central de histórias fantásticas e de terror.

 

O escritor estadunidense Edgar Allan Poe, por exemplo, se imortalizou através do poema “O Corvo” (The Raven, no original em inglês), se popularizando como um dos autores mais icônicos do romantismo sombrio.

 

Em inglês, a palavra “corvo” pode ser traduzida como crow ou raven.

 

A origem da “identidade obscura” que os corvos (Corvus corax) adquiriram ao longo do tempo está relacionada com algumas praticas comuns dessas aves, como os hábitos necrófagos (comem cadáveres), a capacidade de imitar o tom de voz de alguns animais (incluindo os humanos) e o fato de serem predominantemente pretos (cor que é tradicionalmente atribuída às trevas e ao que é obscuro e maligno).

 

Ao contrário da conotação negativa atribuída ao corvo na maioria das culturas ocidentais, diversas mitologias antigas tinham esta ave como um símbolo de proteção, regeneração e de mensageira de boas energias.

 

Por este motivo, atualmente, a figura do corvo também costuma ser muito utilizada como um amuleto de proteção, principalmente sob a forma de tatuagens.

 

Corvo na Mitologia

 

Yatagarasu

 

A figura do corvo está presente na mitologia de diversas culturas ao redor do mundo. Na Ásia Central e Ásia Oriental, por exemplo, existe o Yatagarasu – um corvo de três pernas – conhecido por ser o mensageiro do céu e do deus do Sol.

 

Cada uma das patas do Yatagarasu representaria uma das qualidades básicas dos deuses, de acordo com a mitologia japonesa: chi (a sabedoria), jin (a benevolência) e yuu (o valor).

 

O Yatagarasu não é interpretado como um sinal de mau presságio, mas sim como um poderoso navegador, característica esta observada nos corvos, que são capazes de se orientar facilmente mesmo em terras desconhecidas.

 

Na tradução do japonês, Yatagarasu significaria aproximadamente “Corvo de 8 Pernas” ou “Supremo Corvo Divino”, visto que para a cultura japonesa o número oito é interpretado com sinônimo daquilo que é "supremo" e "perfeito".

 

Hugin e Munin

 

Este par de corvos está presente nas narrativas da mitologia nórdica. De acordo com o nórdico antigo, Huginn significa “pensamento”; e Muninn quer dizer “memória”.


Hugin e Munin são mensageiros do deus Odin, e que percorrem todo o mundo de Midgard – reino dos seres humanos (a Terra), como era conhecido pelos antigos nórdicos – coletando informações e transmitindo-as ao “pai dos deuses”.

 

Corvo na Bruxaria

 

Os corvos também são constantemente associados aos contos de feitiçaria e bruxaria. De acordo com muitas culturas, as bruxas e feiticeiros utilizam das capacidades de premonição dos corvos para prever o futuro e se comunicarem com as forças espirituais do além, já que o corvo também representaria a ligação entre o mundo dos vivos e dos mortos.

 

Na Idade Média, principalmente, também se acreditava que os corvos seriam os animais de estimação das bruxas, ou que estas teriam a capacidade mágica de se transformar nessas aves.

 

Mas, por outro lado, os xamãs – feiticeiros indígenas – de tribos norte-americanas encaravam os corvos como seres divinos, animais conselheiros dotados de sabedoria. Costumavam ser representados em totens de proteção contra energias negativas.

 

O que chama atenção no comportamento do corvo é que ao ser solto da arca, ele voltava ‘até que as águas secaram’. Ou seja, apenas aproveitava o abrigo oferecido pela arca temporariamente, mas não voltou  quando as águas abaixaram. Além disso, o corvo, como uma ave de rapina, se alimentava de toda a podridão dos animais que morreram no dilúvio.

 

Apesar da péssima comparação, o corvo representa pessoas que até vão a Igreja, mas vão e voltam sem compromisso. Estas pessoas se alimentam de qualquer coisa. Sua vida espiritual é como o corvo que come restos e não percebe a consequência do pecado que é a morte (Romanos 6.23).

 

Muitos pastores, líderes espirituais se preocupam com suas ovelhas. Sentem-se inseguros em soltá-los por medo de não voltarem mais ou então ficarem indo e vindo se alimentando de qualquer coisa. Pais também temem ao soltar os filhos por medo das influências que possam receber correndo risco de perdê-los

 

O que você está se alimentando? Você está firme na casa de Deus?

 

Não seja como o corvo que come qualquer coisa e não volta para a presença de Deus!

 

2- A Pomba

 

Gênesis 8.9-11 ”a pomba, não achando onde pousar o pé, tornou a ele para a arca; porque as águas cobriam ainda a terra... ela voltou a ele; trazia no bico uma folha nova de oliveira; assim entendeu Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra”

 

A pomba é o simbolo universal da paz. Além de paz, simboliza pureza, simplicidade, harmonia, esperança e felicidade reencontrada.

 

Na esfera cultural, a pomba simboliza a sublimação do instinto animal. Numa perspectiva pagã, a pomba também simboliza pureza, referindo-se à pureza do amor, mas por complementaridade se associa ao amor carnal e aos instintos sexuais.

 

A pomba é a ave que aparece associada à imagem de Afrodite e Eros, simbolizando a realização amorosa e dos desejos dos amantes.

 

Representa, portanto, aquilo que o homem possui de imperecível e impalpável, um princípio vital, a alma, a essência do amor. É o símbolo do amor, sobretudo quando representado através de um casal de pombos.

 

Pomba da Paz

 

A origem do uso cristão da imagem da pomba branca como símbolo da paz e esperança provém de uma passagem bíblica do Antigo Testamento. Após o dilúvio, Noé soltou uma pomba encarregando-a de encontrar terra firme.

 

Após a sua viagem, ela retorna trazendo um ramo de oliveira, através do qual avisa Noé que o dilúvio havia baixado e que havia terra e esperança para o homem.

 

É por isso que a pomba também é uma mensageira de boas notícias.

 

Pomba do Espírito Santo

 

Na mitologia judaico-cristã, a pomba é o principal símbolo do Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).

 

Isso porque, de acordo com a Bíblia, quando Jesus foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de pomba.

 

Quando Noé soltava a pomba, ela sempre voltava até um dia que trouxe uma folha nova de oliveira para mostrar que já havia vida na terra. A pomba é um animal limpo para a cultura Bíblia. O comportamento que vemos hoje dos pombos nas cidades grandes é fruto do desmatamento e desordem da natureza.

 

A pomba representa a vida de santidade. Quando o Espírito Santo se manifestou visivelmente sobre Jesus foi “em forma corpórea como pomba” (Lucas 3.22). O cristão cheio do Espírito Santo tem compromisso com a Igreja, é constante na presença de Deus. Além disso, sempre volta trazendo sinal de vida.

 

A folha nova de oliveira mostra que já havia azeitonas. Isso revela três características do Espírito Santo: 


FRUTOS de uma vida de testemunho (Gálatas 5.22-23);

AZEITE da unção e poder de Deus (Isaías 61.1);

SINAIS ou milagres de Deus em sua vida (Marcos 16.17).

 

O crente cheio do Espírito Santo produz frutos, sempre está cheio da unção e vê os sinais de Deus em sua vida. O pastor não se preocupa com o crente que é assim porque sabe que sempre que ele sai estará produzindo frutos, vivendo sob a unção de Deus e só traz testemunhos de milagres de Deus através de sua vida.

 

O que você tem trazido para sua Igreja?

 

Seja um canal de bênçãos para a vida de sua Igreja!

 

Seja como a pomba, não como o corvo!

 

CONCLUSÃO

 

Gênesis 8.12 “então, esperou ainda mais sete dias e soltou a pomba; ela, porém, já não tornou a ele”

 

Talvez você pergunte o porquê depois a pomba também foi e não voltou? Porque chegou o tempo de alcançar sua liberdade. Assim também é a vida do cristão, quando é cheio do Espírito Santo, alcança liberdade espiritual e chega um momento em que é enviado por Deus e sua Igreja para fazer sua Obra.

 

Com esta mensagem aprendemos que é necessário fugir de tudo que é mau e buscar a presença do Senhor com perseverança. Precisamos ser mais espirituais do que carnais para viver uma vida agradável a Deus. Nunca perca o vínculo com a Igreja do Senhor, porque em comunhão com os irmãos você cresce na fé.

 

Você tem sido carnal como o corvo ou espiritual como a pomba?

 

Não seja carnal, seja espiritual!


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