Introdução:
A santificação para a vida de um cristão é mais que uma opção e sim uma
necessidade. Muitas igrejas pregam santidade de maneira cética que leva os
fiéis a se tornarem fariseus e não santos. Por outro, lado cresce o número de
evangélicos nominais, sem nenhum tipo de vínculo ou compromisso com a Igreja.
Deus
enviou um dilúvio para santificar, ou seja, limpar a terra do pecado. Quando
Noé quis saber se a terra já estava limpa, enviou primeiro um corvo e depois
uma pomba. A principal diferença entre eles é que o corvo se alimentava dos
restos mortais do dilúvio e a pomba voltava para a arca até trazer sinal de
vida.
Vamos
refletir no exemplo simbólico do corvo e da pomba para meditar sobre
santificação:
1-
O Corvo
Gênesis
8.7 “soltou um corvo, o qual, tendo saído, ia e voltava, até que se secaram as
águas de sobre a terra”
O
que é um Corvo:
Corvo
é uma ave da família dos corvídeos, normalmente caracterizado pela sua plumagem
escura (geralmente preta) e encontrado em quase todos os continentes.
Popularmente, o corvo é interpretado como o sinal místico de mau presságio.
Simbolicamente,
o corvo é relacionado com o mau agouro, a morte, o azar e com outros elementos
obscuros e sombrios. No entanto, também pode simbolizar algumas características
positivas, como a sabedoria, a astúcia e a fertilidade.
Por
causa do seu simbolismo místico, o corvo foi (e é) bastante explorado na
literatura e demais artes, principalmente como tema central de histórias
fantásticas e de terror.
O
escritor estadunidense Edgar Allan Poe, por exemplo, se imortalizou através do
poema “O Corvo” (The Raven, no original em inglês), se popularizando como um
dos autores mais icônicos do romantismo sombrio.
Em
inglês, a palavra “corvo” pode ser traduzida como crow ou raven.
A
origem da “identidade obscura” que os corvos (Corvus corax) adquiriram ao longo
do tempo está relacionada com algumas praticas comuns dessas aves, como os
hábitos necrófagos (comem cadáveres), a capacidade de imitar o tom de voz de
alguns animais (incluindo os humanos) e o fato de serem predominantemente
pretos (cor que é tradicionalmente atribuída às trevas e ao que é obscuro e
maligno).
Ao
contrário da conotação negativa atribuída ao corvo na maioria das culturas
ocidentais, diversas mitologias antigas tinham esta ave como um símbolo de
proteção, regeneração e de mensageira de boas energias.
Por
este motivo, atualmente, a figura do corvo também costuma ser muito utilizada
como um amuleto de proteção, principalmente sob a forma de tatuagens.
Corvo
na Mitologia
Yatagarasu
A
figura do corvo está presente na mitologia de diversas culturas ao redor do
mundo. Na Ásia Central e Ásia Oriental, por exemplo, existe o Yatagarasu – um
corvo de três pernas – conhecido por ser o mensageiro do céu e do deus do Sol.
Cada
uma das patas do Yatagarasu representaria uma das qualidades básicas dos
deuses, de acordo com a mitologia japonesa: chi (a sabedoria), jin (a
benevolência) e yuu (o valor).
O
Yatagarasu não é interpretado como um sinal de mau presságio, mas sim como um
poderoso navegador, característica esta observada nos corvos, que são capazes
de se orientar facilmente mesmo em terras desconhecidas.
Na
tradução do japonês, Yatagarasu significaria aproximadamente “Corvo de 8
Pernas” ou “Supremo Corvo Divino”, visto que para a cultura japonesa o número
oito é interpretado com sinônimo daquilo que é "supremo" e
"perfeito".
Hugin
e Munin
Este
par de corvos está presente nas narrativas da mitologia nórdica. De acordo com
o nórdico antigo, Huginn significa “pensamento”; e Muninn quer dizer “memória”.
Hugin
e Munin são mensageiros do deus Odin, e que percorrem todo o mundo de Midgard –
reino dos seres humanos (a Terra), como era conhecido pelos antigos nórdicos –
coletando informações e transmitindo-as ao “pai dos deuses”.
Corvo
na Bruxaria
Os
corvos também são constantemente associados aos contos de feitiçaria e
bruxaria. De acordo com muitas culturas, as bruxas e feiticeiros utilizam das
capacidades de premonição dos corvos para prever o futuro e se comunicarem com
as forças espirituais do além, já que o corvo também representaria a ligação
entre o mundo dos vivos e dos mortos.
Na
Idade Média, principalmente, também se acreditava que os corvos seriam os
animais de estimação das bruxas, ou que estas teriam a capacidade mágica de se
transformar nessas aves.
Mas,
por outro lado, os xamãs – feiticeiros indígenas – de tribos norte-americanas
encaravam os corvos como seres divinos, animais conselheiros dotados de
sabedoria. Costumavam ser representados em totens de proteção contra energias negativas.
O
que chama atenção no comportamento do corvo é que ao ser solto da arca, ele
voltava ‘até que as águas secaram’. Ou seja, apenas aproveitava o abrigo
oferecido pela arca temporariamente, mas não voltou quando as águas abaixaram. Além disso, o
corvo, como uma ave de rapina, se alimentava de toda a podridão dos animais que
morreram no dilúvio.
Apesar
da péssima comparação, o corvo representa pessoas que até vão a Igreja, mas vão
e voltam sem compromisso. Estas pessoas se alimentam de qualquer coisa. Sua
vida espiritual é como o corvo que come restos e não percebe a consequência do
pecado que é a morte (Romanos 6.23).
Muitos
pastores, líderes espirituais se preocupam com suas ovelhas. Sentem-se
inseguros em soltá-los por medo de não voltarem mais ou então ficarem indo e
vindo se alimentando de qualquer coisa. Pais também temem ao soltar os filhos
por medo das influências que possam receber correndo risco de perdê-los
O
que você está se alimentando? Você está firme na casa de Deus?
Não
seja como o corvo que come qualquer coisa e não volta para a presença de Deus!
2-
A Pomba
Gênesis
8.9-11 ”a pomba, não achando onde pousar o pé, tornou a ele para a arca; porque
as águas cobriam ainda a terra... ela voltou a ele; trazia no bico uma folha
nova de oliveira; assim entendeu Noé que as águas tinham minguado de sobre a
terra”
A
pomba é o simbolo universal da paz. Além de paz, simboliza pureza,
simplicidade, harmonia, esperança e felicidade reencontrada.
Na
esfera cultural, a pomba simboliza a sublimação do instinto animal. Numa
perspectiva pagã, a pomba também simboliza pureza, referindo-se à pureza do
amor, mas por complementaridade se associa ao amor carnal e aos instintos
sexuais.
A
pomba é a ave que aparece associada à imagem de Afrodite e Eros, simbolizando a
realização amorosa e dos desejos dos amantes.
Representa,
portanto, aquilo que o homem possui de imperecível e impalpável, um princípio
vital, a alma, a essência do amor. É o símbolo do amor, sobretudo quando
representado através de um casal de pombos.
Pomba
da Paz
A
origem do uso cristão da imagem da pomba branca como símbolo da paz e esperança
provém de uma passagem bíblica do Antigo Testamento. Após o dilúvio, Noé soltou
uma pomba encarregando-a de encontrar terra firme.
Após
a sua viagem, ela retorna trazendo um ramo de oliveira, através do qual avisa
Noé que o dilúvio havia baixado e que havia terra e esperança para o homem.
É
por isso que a pomba também é uma mensageira de boas notícias.
Pomba
do Espírito Santo
Na
mitologia judaico-cristã, a pomba é o principal símbolo do Espírito Santo, a
terceira pessoa da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).
Isso
porque, de acordo com a Bíblia, quando Jesus foi batizado, o Espírito Santo
desceu sobre ele na forma de pomba.
Quando
Noé soltava a pomba, ela sempre voltava até um dia que trouxe uma folha nova de
oliveira para mostrar que já havia vida na terra. A pomba é um animal limpo
para a cultura Bíblia. O comportamento que vemos hoje dos pombos nas cidades
grandes é fruto do desmatamento e desordem da natureza.
A
pomba representa a vida de santidade. Quando o Espírito Santo se manifestou
visivelmente sobre Jesus foi “em forma corpórea como pomba” (Lucas 3.22). O
cristão cheio do Espírito Santo tem compromisso com a Igreja, é constante na
presença de Deus. Além disso, sempre volta trazendo sinal de vida.
A
folha nova de oliveira mostra que já havia azeitonas. Isso revela três
características do Espírito Santo:
FRUTOS
de uma vida de testemunho (Gálatas 5.22-23);
AZEITE
da unção e poder de Deus (Isaías 61.1);
SINAIS
ou milagres de Deus em sua vida (Marcos 16.17).
O
crente cheio do Espírito Santo produz frutos, sempre está cheio da unção e vê
os sinais de Deus em sua vida. O pastor não se preocupa com o crente que é
assim porque sabe que sempre que ele sai estará produzindo frutos, vivendo sob
a unção de Deus e só traz testemunhos de milagres de Deus através de sua vida.
O
que você tem trazido para sua Igreja?
Seja
um canal de bênçãos para a vida de sua Igreja!
Seja
como a pomba, não como o corvo!
CONCLUSÃO
Gênesis
8.12 “então, esperou ainda mais sete dias e soltou a pomba; ela, porém, já não
tornou a ele”
Talvez
você pergunte o porquê depois a pomba também foi e não voltou? Porque chegou o
tempo de alcançar sua liberdade. Assim também é a vida do cristão, quando é
cheio do Espírito Santo, alcança liberdade espiritual e chega um momento em que
é enviado por Deus e sua Igreja para fazer sua Obra.
Com
esta mensagem aprendemos que é necessário fugir de tudo que é mau e buscar a
presença do Senhor com perseverança. Precisamos ser mais espirituais do que
carnais para viver uma vida agradável a Deus. Nunca perca o vínculo com a
Igreja do Senhor, porque em comunhão com os irmãos você cresce na fé.
Você
tem sido carnal como o corvo ou espiritual como a pomba?
Não
seja carnal, seja espiritual!