(1) O propiciatório é uma peça de ouro que está ligada a famosa arca da aliança, aquela peça que ficava dentro do tabernáculo (e também do templo construído depois), no Santo do santos, que era o local mais restrito do tabernáculo, onde somente o Sumo Sacerdote podia entrar apenas uma vez ao a no para realização dos rituais do dia da expiação (Levítico 16:34). O propiciatório é exatamente a tampa da arca da aliança. Nele temos os dois querubins de ouro, um de frente para o outro, com suas asas estendidas, olhando para a tampa (Levítico 25:17-22). Mas por que ele tem esse nome?
(2) O propiciatório, juntamente com a Arca da Aliança, simbolizava a presença de Deus em meio ao povo. Por isso, na Lei de Moisés, uma vez ao ano o sumo sacerdote levava o sangue de um animal para ser aspergido (respingado) justamente na tampa da arca (o propiciatório). Esse ato significava que Deus aceitou o sangue de uma vítima inocente em lugar do sangue dos pecadores, trazendo-lhes a restauração, perdoando seus pecados. Por isso o propiciatório tem esse nome, porque vem da palavra propiciação (falaremos dela abaixo). Sendo assim, o propiciatório, além de ser a tampa da arca, representava um lugar de expiação dos pecados!
(3) Agora que sabemos o que é o propiciatório, vamos compreender melhor o conceito de propiciação no antigo testamento. Sabemos que o pecado é uma afronta a Deus. Que Deus derrama sua justiça como punição sobre os pecadores e que a Bíblia muitas vezes chama isso de “ira de Deus”. Sendo todos pecadores, quem poderia escapar da ira de Deus? Certamente ninguém pode escapar pelos seus próprios méritos! Mas Deus, que é rico em misericórdia, estabeleceu meios para que fornecesse a nós o Seu perdão. A propiciação é um desses meios!
(4) Na propiciação Deus aceita o sangue substituto ao do pecador, ou seja, Deus aceita que o sangue do sacrifício (de animais no Antigo Testamento) seja dado no lugar do sangue do pecador que merecia morrer para que haja perdão e reconciliação. Isso tudo se chama propiciação. No Novo Testamento esse conceito ganha maiores proporções, pois Jesus Cristo vem oferecer Seu sangue em lugar do sangue dos pecadores arrependidos, de uma vez por todas e de modo perfeito. É por isso que João explica: “e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1 João 2:2). Ele, mencionado no texto, é Jesus Cristo. Ele derramou Seu sangue na presença de Deus em nosso favor!
(5) Mas por que Deus precisaria da morte dos pecadores? Ele não poderia simplesmente perdoar todo mundo? Deus age com base na Sua justiça e palavra e vemos na Bíblia que Deus estabeleceu a morte para a desobediência: “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17). Além disso, com base na Sua justiça, Deus requer arrependimento dos pecadores. Assim, Deus poderia simplesmente decretar a punição eterna a todos os pecadores e estaria sendo totalmente justo, pois todos nós pecamos. Mas Ele, em amor, nos dá caminhos de reconciliação! Aos que rejeitam esses caminhos não cabe outra coisa senão enfrentar a justiça do Senhor!
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