(1) A primeira menção do Sinédrio na Bíblia ocorre em Mateus 26:59: “Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte”. Ele era um agrupamento (um tipo de concílio) que tinha sede em Jerusalém e que era composto por 71 membros. Faziam parte desse grupo os sumo-sacerdotes (antigos e atuais), escribas (professores da lei), pessoas de destaque na sociedade judaica, anciãos. Aqui temos de ter em mente que apesar dos romanos serem o império dominador de toda essa região, eles permitiam que o povo exercesse certas atividades culturais e religiosas de sua tradição com certa liberdade. Isso explica porque a existência do Sinédrio era permitida mesmo com Roma tendo também suas próprias autoridades.
As funções do Sinédrio
(2) O Sinédrio, então, tinha o poder de julgar diversas questões locais com autorização de Roma. Ele funcionava com um tribunal (principalmente no julgamento de causas religiosas dos judeus). O Sinédrio podia sentenciar pessoas à morte se julgasse conveniente, porém, a execução dessa sentença só era permitida se fosse validada pelas autoridades romanas. Daí eles levarem Jesus a Pôncio Pilatos: “Ao romper o dia, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem; e, amarrando-o, levaram-no e o entregaram ao governador Pilatos” (Mateus 27:1-2). Mas temos alguns casos em que o Sinédrio tinha o poder dado por Roma também para executar a pena capital, como no caso da morte de Estevão (Atos 7:59). Mas não sabemos ao certo como eram essas regras.
(3) O Sinédrio, sendo a mais alta corte religiosa dos judeus, comumente julgava na sua maioria crimes de menor potencial, ofensas à Lei de Deus (Antigo Testamento) e pronunciava penas menores com o objetivo de punição dos autores, manter a ordem e cumprimento das leis judaicas. A narrativa dos evangelhos nos mostra um Sinédrio bastante corrupto e distante da aplicação justa da vontade de Deus. Vemos isso claramente, por exemplo, nas prisões injustas dos apóstolos, violência contra eles e até a não observação de processos legais que a lei exigia, como no caso dos interrogatórios noturnos quando da prisão de Jesus Cristo. Por tudo isso, o Sinédrio passou a ser visto de uma forma muito negativa, como um antro de corrupção e de líderes desviados da vontade do Senhor.
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