1) A primeira coisa que precisamos definir é o que entendemos por alma. Na Bíblia, alma e espírito são sinônimos e apontam para a parte imaterial do ser humano em todos os aspectos.
É por isso que algumas vezes a Bíblia se refere, por exemplo, aos nossos sentimentos como alma (Salmos 13:2) e, em outras, usa alma para falar do nosso ser espiritual (Ezequiel 18:4).
(2) Quando analisamos a criação observamos a criação dos animais em Gênesis 1:20-25. Nessa criação não existe qualquer detalhamento falando a respeito de alma.
Mas nos chama a atenção que é revelado que Deus fez os animais “conforme as suas espécies”. Isso nos ajudará a entender melhor a situação daqui a pouco.
Continuemos: Já na criação do ser humano, encontramos dentro do detalhamento dado por Deus, que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26) e também que Deus o criou com corpo e alma ou espírito (Gênesis 2:7). Aqui temos uma diferença fundamental entre animais e seres humanos.
(3) Feitas essas colocações podemos concluir algumas coisas: os animais não têm uma alma como os seres humanos têm, ou seja, uma parte imaterial imortal, sendo imagem e semelhança de Deus.
O que os animais possuem é o instinto. O instinto foi dado por Deus a eles quando os criou “segundo as suas espécies”.
Deus escreveu dentro deles leis naturais que cada espécie iria seguir. É por isso que cada espécie de animal age de uma forma, que algumas são selvagens enquanto outras se deixam domesticar, e outras diversas ações características de cada espécie. O instinto é o fôlego de vida do animal.
(4) Não podemos negar, no entanto, que existe certo nível de emoções e inteligência dentro do ser de cada animal. Veja este texto: “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura…” (Isaías 1:3).
Como um boi ou um jumento poderiam “conhecer” o seu dono se não existisse algo dentro dele que o possibilitasse interagir dessa forma como os seres humanos?
Alguns entendem que isso poderia ser um indicativo de que os animais têm alma como nós seres humanos temos, no entanto, isso é pouco provável.
O mais provável é que dentro do instinto dos animais exista essa capacidade, especialmente em espécies de animais domésticos; uma capacidade que permite que eles interajam com o mundo a sua volta, especialmente com os seres humanos.
(5) Alguns ainda usam o texto de Eclesiastes 3: 16-22, principalmente o verso 19 para afirmar que os animais têm alma: “Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade” (Eclesiastes 3:19).
Analisando, porém, esse texto e o seu contexto, observamos que quando o autor fala de “fôlego de vida” não está falando da alma, mas do corpo e da morte como algo que atinge homens e animais, que quando morrem voltam ao pó.
Logo mais à frente o autor fala sobre a alma dos homens de forma detalhada e esclarecida: “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7).
(6) Assim concluímos que, biblicamente, não temos elementos claros para afirmar que os animais têm alma como nós seres humanos temos.
Antes, eles têm o seu instinto que os capacita a cumprir a missão que Deus deu a cada espécie dentro da natureza e também na interação com o ser humano dentro do período de vida de cada um.
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