(1) Na narrativa do evangelista Mateus ele deixa claro a intenção dos fariseus: “Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam em alguma palavra” (Mateus 22:15).
Eles queriam surpreender Jesus para ter algo com que acusá-lo. Então, formularam precisamente uma pergunta tendenciosa que precisamos entender bem: “Dize-nos, pois: que te parece? É lícito pagar tributo a César ou não?” (Mateus 22:17).
Sabemos que os judeus odiavam os romanos e mais ainda pagar impostos a eles (pois esses impostos eram muito elevados e opressivos). Mas qual era a “pegadinha” dessa pergunta?
Pagar ou não pagar imposto a César?
(2) Eles queriam duas respostas possíveis de Jesus:
a) sim, devemos pagar tributo a César. Se Jesus dissesse isso eles o acusariam de estar contra o próprio povo, de aprovar a corrupção romana, de ir contra todo o sofrimento que seu povo passava na exploração que sofria.
Essa resposta também colocaria em questionamento se Jesus realmente era o Messias, já que os judeus esperavam um Messias que os libertasse da opressão política.
b) Não, não devemos pagar tributo a César. Se Jesus dissesse isso eles o acusariam de se levantar contra as autoridades romanas, de ser um tipo de baderneiro que pregava a deslealdade as autoridades constituídas.
Certamente os romanos adorariam punir alguém que dissesse isso! Percebe a terrível pegadinha que prepararam para Jesus? Como Jesus ficou com uma complexa situação para responder!
(3) Na sequência da narrativa observamos a profundidade da sabedoria de Jesus, que consegue sair da arapuca que eles prepararam e, ainda por cima, traz uma lição preciosa a eles:
Mostrai-me a moeda do tributo. Trouxeram-lhe um denário. E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:19-21).
A lição aqui é simples: Se vocês estão vivendo debaixo do governo humano de César, recebem esse dinheiro dele e também os benefícios de seus serviços públicos, então, que paguem seus impostos a esse sistema humano.
Mas não se esqueçam de que temos também obrigações espirituais que devemos também a Deus. Tudo está interligado para que haja paz e tranquilidade. Dando a César o que é dele e a Deus o que é Dele a vida de todos vai ser melhor.
(4) Com essa resposta, obviamente, Jesus jogou a interpretação para o pensamento deles (como fizemos aqui no estudo), pois não disse nem o sim e nem o não que eles esperavam para aquela pergunta.
Eles deveriam refletir nos pormenores da fala de Cristo. Mas, de forma direta, Jesus não foi desleal ao governo humano de Roma (coisa que eles queriam que ele fizesse) e também não foi desleal para com o Senhor e com Seu povo (coisa que eles desejariam também). Uma resposta simplesmente, fantástica, sábia e genial de Jesus!
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