A
epístola de Paulo a
Depois
de comentar sobre sua prisão e a esperança de um julgamento favorável, ele
disse uma coisa surpreendente: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o
morrer é lucro” (Filipenses 1:21). É natural procurar preservar e prolongar a
vida, e fazer de tudo para afastar a morte. Paulo, porém, considerava a morte
um avanço desejável. O que aprendemos da atitude deste apóstolo sobre a
perspectiva do seguidor de Cristo referente à morte?
1)
A morte física traz lucro! O ensinamento bíblico inclui uma afirmação constante
e confiante da vida após a morte para as pessoas salvas pela graça de Deus por
meio do sacrifício de Jesus. Paulo escreveu: “mas o dom gratuito de Deus é a
vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23). Pedro reforçou este
entendimento: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo
a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível,
sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados
pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no
último tempo” (1 Pedro 1:3-5).
2)
Diante desta expectativa, o sofrimento da vida terrestre é passageiro. Pedro
falou de sofrimento “por breve tempo” (1 Pedro 1:6) “durante o tempo da vossa
peregrinação” (1 Pedro 1:17) e descreveu os cristãos como “peregrinos e
forasteiros” (1 Pedro 2:11).
3)
Há motivo para viver aqui. Mesmo sabendo destes fatos, Paulo viu motivos para
permanecer mais um tempo nesta vida. Ele vivia para servir a Cristo e aos
homens. Continuaria glorificando ao Senhor na eternidade, mas queria ficar para
poder servir aos outros aqui: “E, convencido disto, estou certo de que ficarei
e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé, a fim de que
aumente, quanto a mim, o motivo de vos gloriardes em Cristo Jesus, pela minha
presença, de novo, convosco” (Filipenses 1:25-26).
4)
Suicídio não é opção aceitável. Paulo até desejava a morte, mas não falou nada
de agir para precipitar a sua saída deste mundo. Jó sofreu tanto que chegou a
pensar que teria sido melhor se não tivesse nascido (Jó 3:1-3), mas este homem
fiel não agiu para tirar sua própria vida. Enquanto Deus até elogia pessoas que
sacrificam suas vidas por boas causas, nenhuma passagem bíblica autoriza o
suicídio como solução para o sofrimento desta vida.
5)
A confiança do cristão da vida eterna o capacita para suportar aflições e
perseguições. Jesus é o exemplo perfeito desta perspectiva: “olhando firmemente
para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe
estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus 12:2). Jesus ofereceu conforto
aos perseguidos quando disse: “Não temais os que matam o corpo e não podem
matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a
alma como o corpo” (Mateus 10:28).
A
perspectiva esperançosa do cristão alivia uma parte do sofrimento em relação às
pessoas que morrem em Cristo. Sentimos a falta dos fieis falecidos, mas não nos
preocupamos com o destino deles. Paulo comparou a morte com o sono porque
acreditava na vida eterna: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes
com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que
não têm esperança” (1 Tessalonicenses 4:13).
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