(1) O casamento diante da sociedade já teve muitos formatos. Por exemplo, nos tempos bíblicos, onde não existiam cartórios e a religião costumava estar totalmente “misturada” ao estado, a cerimônia religiosa (mais pomposa ou mais simples) tinha validade como um casamento legal. Com o passar do tempo tivemos mudanças na sociedade, maior pluralidade religiosa, uma separação maior entre as religiões e o estado (em grande parte dos países), o que acabou fazendo ser necessário uma regra para casamentos legais que fosse aplicada a todos, resguardando direitos e trazendo proteções contra excessos, como a pedofilia, por exemplo, quando homens casavam com meninas muito novas. Tudo isso é muito positivo.
(2) Sendo assim, agora falando de Brasil, temos um código de leis que regulam o casamento diante da sociedade (civil). Todos os que querem um casamento reconhecido pelo estado e da sociedade, de forma pública, devem se submeter a esse conjunto de regras, de registro e outros detalhes. Não existe nessas regras nada que fira a palavra de Deus (pelo menos nesse momento), pelo contrário, o crente deve se submeter a elas, pois são boas e corretas para que seu casamento seja público e oficial diante da sociedade. Porém, aqui entra a pergunta: e o casamento religioso, ainda tem alguma importância? E casar na igreja, é obrigatório?
(3) Para o crente tanto quanto estar correto diante da lei dos homens é muito mais ainda importante ter sua união selada diante de Deus. No entanto, aqui temos algum exagero, provavelmente contaminado pela ideia originada na doutrina católica de que o casamento religioso seja um sacramento (um tipo de sinal visível) que o casal tem que fazer para que haja validade na união. E nesse caso tem que ser sacramentada por um sacerdote. No entanto, não cremos que o casamento seja um sacramento, não temos na bíblia qualquer exigência ou menção do casamento como sacramento. Sendo assim, não existe exigência bíblica de que para ter validade um casamento tenha que ser feito na igreja e por um sacerdote. Mas como deve ser, então?
(4) Buscar a bênção de Deus é uma obrigação do casal cristão, mas não é necessário que seja na igreja e nem que haja cerimônias caras. O casamento no civil já fez o casal estar casado legalmente, foi realizado um laço reconhecido e público (que é obrigação do cristão fazer). Mas e a bênção de Deus? O casal pode, por exemplo, ele mesmo consagrar sua união a Deus em oração. O casal pode ainda, em uma reunião intimista, convidar pessoas amadas e um pastor para conduzir um momento de consagração de sua união a Deus sem custos. Nada disso precisa ser pomposo, não existe também necessidade (exigência bíblica) de que seja na igreja. Mas é importante que o casal faça com que a informação de seu casamento seja pública, para que todos saibam que agora um é do outro. E isso pode ser feito conversando com os irmãos ou mesmo avisando na igreja a que fazem parte. Claro, o uso tradicional da aliança também ajuda nisso. A bênção de Deus a um casal não tem qualquer ligação com o “casar na igreja”.
(5) Para finalizar, não existe qualquer pecado na tradição de se fazer uma cerimônia religiosa na igreja em um casamento, para celebrar e consagrá-lo a Deus. É bonito, é emocionante e celebra o nascimento de uma nova família de uma forma festiva, no entanto, aqueles que não têm condições de fazer algo assim, não devem diminuir a importância de sua união diante de Deus. A consagração a Deus, ainda que feita de forma humilde, tem os mesmos efeitos. Deus vê o coração, a intenção. Deus honra aqueles que O buscam, seja em uma linda cerimônia (mais cara), seja de joelhos em um chão de terra, consagrando sua união ao Senhor!
“Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros” (Hebreus 13:4)
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