quinta-feira, 20 de maio de 2021

Cinco Verdades Sobre a Ira de Deus

 A doutrina da ira de Deus está passando por tempos difíceis. No mundo de hoje, qualquer conceito de ira de Deus perturba nossos sentimentos modernos. É demasiadamente desconcertante, demasiadamente intolerante.


Vivemos numa época em que nos estabelecemos como juízes e o caráter de Deus está em julgamento. “Como pode ser justa a existência do inferno”? “Por que Deus ordenaria aos israelitas que destruíssem os cananeus”? “Por que Deus sempre parece tão irado”?


O fato de que tantas pessoas se debatem com estas questões, e muitas outras similares, significa que mais do que nunca, é necessário termos um pensamento correto sobre a doutrina da ira de Deus. Isto é necessário como motivação para a vida cristã, como combustível para um culto adequado e como uma caixa de ferramentas para enfrentar as objeções ao cristianismo.



Aqui estão cinco verdades bíblicas sobre a ira de Deus:

1. A ira de Deus é justa.

Tornou-se comum que muitos argumentem que o Deus do Antigo Testamento é um monstro moral que não é digno de adoração.


No entanto, os autores bíblicos não têm problema com isto. Na verdade, a ira de Deus é descrita como algo que está em perfeito acordo com a justiça de Deus. Paulo escreve: “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,” (Romanos 2.5). A ira de Deus, então, é proporcional à pecaminosidade humana.


Da mesma forma, Provérbios 24.12 diz: “Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura aquele que pesa os corações não o percebe? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? E não pagará ele ao homem segundo as suas obras?” e aquele que guarda a tua vida não o sabe? e não retribuirá a cada um conforme a sua obra?


J. I. Packer resume: “A ira de Deus na Bíblia nunca é a coisa caprichosa, autoindulgente, irritável e moralmente ignóbil, que a raiva humana tão frequentemente é. É, ao contrário, uma reação correta e necessária ao mal moral objetivo ” (O Conhecimento de Deus).


2. A ira de Deus deve ser temida.

A ira de Deus deve ser temida, porque todos pecaram e estāo destituidos da glória de Deus (Romanos 3.23). A ira de Deus deve ser temida porque, à parte de Cristo, somos pecadores justamente condenados (Romanos 5:1). A ira de Deus deve ser temida, porque Ele é poderoso o suficiente para fazer aquilo que promete (Jeremias 32.17). A ira de Deus deve ser temida porque, à parte de Cristo, Deus promete o castigo eterno (Mateus 25.46).


3. A ira de Deus é consistente no Antigo e no Novo Testamentos.

É comum pensar no Deus do Antigo Testamento como maldoso, severo e repleto de ira, e no Deus do Novo Testamento como amável, paciente e amoroso. Nenhum desses retratos são representativos dos ensinamentos das Escrituras sobre a ira de Deus.


Encontramos descrições imensamente temíveis da ira de Deus, tanto no Antigo, como no Novo Testamento. Aqui estão alguns exemplos:


Eis a tempestade do Senhor! A sua indignação já saiu, uma tempestade varredora; cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. (Jeremias 30.23)

O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de indignação; o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos. (Naum 1.2)


Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. (Romanos 1.18)


Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. (Apocalipse 19.15)


4. A ira de Deus é Seu amor em ação contra o pecado.


Isto parece contrariar a intuiçāo, mas ouça-me.


Deus é amor, e Deus faz tudo para sua glória (1 João 4.8; Romanos 11.36). Ele ama sua glória acima de tudo (e isso é bom!). Portanto, Deus governa o mundo de tal maneira que traga para Ele a máxima glória. Isto significa que Deus deve agir com justiça e julgar o pecado (ou seja, responder com ira), senão Deus não seria Deus. O amor de Deus por sua glória motiva a ira de Deus contra o pecado.

É certo que o amor de Deus por sua própria glória é uma realidade muito sóbria para muitos e não sāo boas novas para os pecadores. Afinal, é “horrenda coisa cair nas mãos do Deus vivo. ” (Hebreus 10.31).


5. A ira de Deus foi satisfeita em Cristo.


Aqui temos as boas novas definitivas: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores” (1 Timóteo 1.15). Por causa de Cristo, Deus pode justamente declarar que pecadores estão justificados (Romanos 3.26). Deus fez aquilo que não poderíamos fazer, e Ele fez o que não merecemos. Charles Wesley exultou corretamente nestas boas novas:

E pode ser que eu poderia ganhar. Uma participação no sangue do Salvador?
Morreu Ele por mim, que causou sua dor!. Por mim, que o perseguiu até a morte?
Incrível amor! Como pode isto ser. Que tu, meu Deus, morreste por mim?

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