Texto: Efésios 4,17 – 24
‘Assim, eu lhes digo com a autoridade do Senhor: não vivam
mais como os gentios, levados por pensamentos vazios e inúteis. A mente deles está
mergulhada na escuridão. Andam sem rumo, alienados da vida que Deus dá, pois
são ignorantes e endureceram o coração para ele. Tornaram-se insensíveis, vivem em função dos prazeres
sensuais e praticam avidamente toda espécie de impureza. Mas não foi isso que vocês aprenderam de Cristo.
Uma vez que ouviram falar de Jesus e foram
ensinados sobre a verdade que vem dele, livrem-se de sua antiga natureza e de seu velho modo de viver,
corrompido pelos desejos impuros e pelo engano. Deixem que o Espírito renove seus pensamentos e
atitudes e revistam-se de sua nova
natureza, criada para ser verdadeiramente justa e santa como Deus’. - Efésios 4,17-24
INTRODUÇÃO
Por que razão o Senhor Jesus foi tão direto quando tratou com Nicodemos,
dizendo-lhe que importava nascer de novo para herdar o reino dos céus? Por que
Deus não aceita o homem como ele é, ainda que pratique o bem? O que vem a ser o
novo nascimento e por que ele é necessário para se estar diante de Deus?
- A Bíblia diz que Deus fez o homem do
barro (seu corpo), e soprou nas suas narinas o fôlego da vida (o espírito do
homem) e ele foi feito alma vivente (um indivíduo com vontade, sentimentos e
personalidade próprios). O homem foi criado desta forma e recebeu um tipo de
vida “biológica” (bios) que estava sob o efeito do tempo (‘Então
o Senhor Deus formou o homem do pó da terra. Soprou o fôlego da vida em suas
narinas, e o homem se tornou ser vivo’. Gn 2,7).
- Depois de tudo isso, Deus planejou
dar ao homem outro tipo de vida, uma vida não criada, sua própria vida, a vida
eterna. Mas Deus não queria simplesmente dar esta vida eterna ao homem, o
Senhor queria que ele escolhesse livremente a vida eterna usando o seu livre
arbítrio.
Por isso Deus colocou diante do homem dois elementos de provação, duas
opções totalmente contrárias uma da outra: a Árvore da Vida, que era o caminho
para a vida eterna na presença do Senhor, e a Árvore do Conhecimento do Bem e
do Mal, que conduzia a uma vida independente de Deus e à morte eterna.
- Deus sugeriu ao homem que escolhesse
a Árvore da Vida, mas o homem, influenciado pela serpente (o adversário),
desobedeceu e escolheu a segunda opção; desde então foi destituído da Glória de
Deus e passou a viver segundo as suas próprias paixões e desejos, tornando-se
então escravo da carne.
O plano original de Deus era que o espírito do homem governasse sua alma
(vontade e sentimentos) e seu corpo (que se relacionaria com o mundo material).
O que o homem se tornou depois que comeu do fruto da Árvore do Conhecimento do
Bem e do Mal, foi aquilo que Deus não planejou para ele, foi
aquilo sobre o que o Senhor o advertiu que evitasse.
- Por isso tudo o que o homem faz desde
aquele dia, quer seja bom quer seja mal, não pode ser aceito por Deus, pois
tudo deriva e é produto do seu ato de desobediência à Palavra do Senhor. Até
mesmo os chamados atos de justiça do homem são como trapos de imundície diante
do Senhor (‘Estamos todos impuros por causa de nosso
pecado; quando mostramos nossos atos de justiça, não passam de trapos imundos.
Como as folhas das árvores, murchamos e caímos, e nossos pecados nos levam
embora como o vento.’ Is 64,6), pois todos eles são
procedentes da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Em suma, Deus não aceita o homem e tudo que ele venha a produzir, por
causa de sua natureza caída e independente, que procura estabelecer sua própria
vontade no lugar daquilo que o Senhor planejou para ele. Para que o homem seja
aceito novamente por Deus, ele precisa Nascer de Novo e ser
transformado, pois a velha criação caiu e foi deixada de lado
(‘Sabemos que nossa velha natureza humana
foi crucificada com Cristo, para que o pecado não tivesse mais poder sobre
nossa vida e dele deixássemos de ser escravos’. - Rm 6,6).
- Para que o problema terrível da
queda, morte e perdição do homem pudesse ser resolvido, Deus enviou seu Filho
Unigênito, o Senhor Jesus (‘Por causa da desobediência a Deus de uma
só pessoa, muitos se tornaram pecadores. Mas, por causa da obediência de uma só
pessoa a Deus, muitos serão declarados justos. - Rm 5,19), o último Adão, que foi
feito Espírito Vivificante (‘As Escrituras nos dizem: “O primeiro
homem, Adão, se tornou ser vivo”. Mas o último Adão é espírito que dá vida. Primeiro vem o
corpo natural, depois o corpo espiritual. O primeiro homem foi feito do pó da terra, enquanto o segundo homem veio
do céu. Os que são da terra são
como o homem terreno, e os que são do céu são como o homem celestial’. - I Cor 15,45 – 48), para que
através de sua total obediência a Deus e pela sua morte e ressurreição,
anulasse os efeitos da queda, morte e perdição na vida de todos aqueles que
nele cressem, levando-os a uma experiência singular, a uma transformação total
de suas vidas pelo poder do seu Espírito Santo: o Novo Nascimento.
Jesus tornou possível a todos os homens o acesso à Vida Eterna pelo seu
Sangue (seu Espírito) e pela sua Palavra (‘Agora, porém, estão livres do poder do
pecado e se tornaram escravos de Deus. Fazem aquilo que conduz à santidade e
resulta na vida eterna’. Rm 6,22).
- Hoje o homem está na mesma situação
de Adão; ele tem diante de si a chance de escolher novamente e pela última vez,
o caminho da Vida Eterna, que é Jesus (a Árvore da Vida) ou o caminho da morte,
que é o mundo (a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal). Para que o homem seja
aceito por Deus e ser recebido como filho, ele precisa:
- Crer em Jesus;
- Ser
gerado de novo pelo Espírito Santo; e
- Viver em obediência, despojando-se do velho homem
Quando o homem crê em Jesus, ele recebe o perdão dos seus pecados e o Espírito Santo o regenera espiritualmente, transformando-o numa nova criatura através do Novo Nascimento. Este milagre é realizado por Deus e não pela força de vontade do próprio homem. É algo que ocorre no profundo do espírito humano, que estava mortificado pelo pecado, mas que reviveu pelo poder do Senhor.
A partir daí o homem tem sua natureza transformada e recebe a capacidade
de realizar as Obras de Deus pela fé em Jesus (‘Pois
somos obra-prima de Deus, criados em Cristo Jesus a fim de realizar as boas
obras que ele de antemão planejou para nós.’ - Ef 2,10). Ele passa também a viver segundo o Espírito e não mais segundo
a carne (‘Por isso digo: deixem que o Espírito guie
sua vida. Assim, não satisfarão os anseios de sua natureza humana’. - Gl 5,16; ‘Pois
vocês nasceram de novo, não para uma vida que pode ser destruída, mas para uma
vida que durará para sempre, porque vem da eterna e viva palavra de Deus. - I Pe 1,23; ‘Deixem
que o Espírito renove seus pensamentos e atitudes e revistam-se de
sua nova natureza, criada para ser verdadeiramente justa e santa como Deus’. - Ef 4,23-24). Só assim o homem pode
ser aceito por Deus, permanecendo na sua presença e recebendo a Vida Eterna.
CONCLUSÃO
Somente aqueles que nasceram de novo podem ser batizados nas águas e
fazer parte da igreja como membros. Aqueles que romperam com a velha natureza,
com o mundo e com o pecado. O batismo simboliza a nossa morte para a velha
criação, e nossa ressurreição para uma nova vida com Jesus, pela fé e
obediência à sua Palavra. O batismo é um testemunho público de que se nasceu de
novo, e não um simples ritual sem significado. Para que
alguém se batize é necessário que haja a experiência da conversão e
transformação, para que se possa fazer parte do corpo, da igreja
que foi separada do mundo e da vida de corrupção (‘Ou
acaso se esqueceram de que, quando fomos unidos a Cristo Jesus no batismo, nos
unimos a ele em sua morte? Pois, pelo batismo, morremos e fomos sepultados com
Cristo. E, assim como ele foi ressuscitado dos mortos pelo poder glorioso do
Pai, agora nós também podemos viver uma nova vida. Uma vez que nossa união com ele se assemelhou à sua
morte, assim também nossa ressurreição será semelhante à dele. - Rm 6,3 –5).
Nenhum comentário:
Postar um comentário