sábado, 2 de maio de 2020

A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO





Texto: Efésios 4,17 – 24

‘Assim, eu lhes digo com a autoridade do Senhor: não vivam mais como os gentios, levados por pensamentos vazios e inúteis. A mente deles está mergulhada na escuridão. Andam sem rumo, alienados da vida que Deus dá, pois são ignorantes e endureceram o coração para ele. Tornaram-se insensíveis, vivem em função dos prazeres sensuais e praticam avidamente toda espécie de impureza. Mas não foi isso que vocês aprenderam de Cristo. Uma vez que ouviram falar de Jesus e foram ensinados sobre a verdade que vem dele, livrem-se de sua antiga natureza e de seu velho modo de viver, corrompido pelos desejos impuros e pelo engano. Deixem que o Espírito renove seus pensamentos e atitudes e revistam-se de sua nova natureza, criada para ser verdadeiramente justa e santa como Deus’. - Efésios 4,17-24


INTRODUÇÃO

Por que razão o Senhor Jesus foi tão direto quando tratou com Nicodemos, dizendo-lhe que importava nascer de novo para herdar o reino dos céus? Por que Deus não aceita o homem como ele é, ainda que pratique o bem? O que vem a ser o novo nascimento e por que ele é necessário para se estar diante de Deus?


- A Bíblia diz que Deus fez o homem do barro (seu corpo), e soprou nas suas narinas o fôlego da vida (o espírito do homem) e ele foi feito alma vivente (um indivíduo com vontade, sentimentos e personalidade próprios). O homem foi criado desta forma e recebeu um tipo de vida “biológica” (bios) que estava sob o efeito do tempo (‘Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra. Soprou o fôlego da vida em suas narinas, e o homem se tornou ser vivo’. Gn 2,7). 


- Depois de tudo isso, Deus planejou dar ao homem outro tipo de vida, uma vida não criada, sua própria vida, a vida eterna. Mas Deus não queria simplesmente dar esta vida eterna ao homem, o Senhor queria que ele escolhesse livremente a vida eterna usando o seu livre arbítrio.


Por isso Deus colocou diante do homem dois elementos de provação, duas opções totalmente contrárias uma da outra: a Árvore da Vida, que era o caminho para a vida eterna na presença do Senhor, e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, que conduzia a uma vida independente de Deus e à morte eterna. 


- Deus sugeriu ao homem que escolhesse a Árvore da Vida, mas o homem, influenciado pela serpente (o adversário), desobedeceu e escolheu a segunda opção; desde então foi destituído da Glória de Deus e passou a viver segundo as suas próprias paixões e desejos, tornando-se então escravo da carne.


O plano original de Deus era que o espírito do homem governasse sua alma (vontade e sentimentos) e seu corpo (que se relacionaria com o mundo material). O que o homem se tornou depois que comeu do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, foi aquilo que Deus não planejou para ele, foi aquilo sobre o que o Senhor o advertiu que evitasse.


- Por isso tudo o que o homem faz desde aquele dia, quer seja bom quer seja mal, não pode ser aceito por Deus, pois tudo deriva e é produto do seu ato de desobediência à Palavra do Senhor. Até mesmo os chamados atos de justiça do homem são como trapos de imundície diante do Senhor (‘Estamos todos impuros por causa de nosso pecado; quando mostramos nossos atos de justiça, não passam de trapos imundos. Como as folhas das árvores, murchamos e caímos, e nossos pecados nos levam embora como o vento. Is 64,6), pois todos eles são procedentes da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. 


Em suma, Deus não aceita o homem e tudo que ele venha a produzir, por causa de sua natureza caída e independente, que procura estabelecer sua própria vontade no lugar daquilo que o Senhor planejou para ele. Para que o homem seja aceito novamente por Deus, ele precisa Nascer de Novo e ser transformadopois a velha criação  caiu e foi deixada de lado (‘Sabemos que nossa velha natureza humana foi crucificada com Cristo, para que o pecado não tivesse mais poder sobre nossa vida e dele deixássemos de ser escravos’. -  Rm 6,6).


- Para que o problema terrível da queda, morte e perdição do homem pudesse ser resolvido, Deus enviou seu Filho Unigênito, o Senhor Jesus (‘Por causa da desobediência a Deus de uma só pessoa, muitos se tornaram pecadores. Mas, por causa da obediência de uma só pessoa a Deus, muitos serão declarados justos. - Rm 5,19), o último Adão, que foi feito Espírito Vivificante (‘As Escrituras nos dizem: “O primeiro homem, Adão, se tornou ser vivo”. Mas o último Adão é espírito que dá vida. Primeiro vem o corpo natural, depois o corpo espiritual. O primeiro homem foi feito do pó da terra, enquanto o segundo homem veio do céu. Os que são da terra são como o homem terreno, e os que são do céu são como o homem celestial’. - I Cor 15,45 – 48),  para que através de sua total obediência a Deus e pela sua morte e ressurreição, anulasse os efeitos da queda, morte e perdição na vida de todos aqueles que nele cressem, levando-os a uma experiência singular, a uma transformação total de suas vidas pelo poder do seu Espírito Santo: o Novo Nascimento. 


Jesus tornou possível a todos os homens o acesso à Vida Eterna pelo seu Sangue (seu Espírito) e pela sua Palavra (‘Agora, porém, estão livres do poder do pecado e se tornaram escravos de Deus. Fazem aquilo que conduz à santidade e resulta na vida eterna’. Rm 6,22). 


- Hoje o homem está na mesma situação de Adão; ele tem diante de si a chance de escolher novamente e pela última vez, o caminho da Vida Eterna, que é Jesus (a Árvore da Vida) ou o caminho da morte, que é o mundo (a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal). Para que o homem seja aceito por Deus e ser recebido como filho, ele precisa: 

  • Crer em Jesus; 
  • Ser gerado de novo pelo Espírito Santo; e
  •  Viver em obediência, despojando-se do velho homem  

Quando o homem crê em Jesus, ele recebe o perdão dos seus pecados e o Espírito Santo o regenera espiritualmente, transformando-o numa nova criatura através do Novo Nascimento. Este milagre é realizado por Deus e não pela força de vontade do próprio homem. É algo que ocorre no profundo do espírito humano, que estava mortificado pelo pecado, mas que reviveu pelo poder do Senhor.  


A partir daí o homem tem sua natureza transformada e recebe a capacidade de realizar as Obras de Deus pela fé em Jesus (‘Pois somos obra-prima de Deus, criados em Cristo Jesus a fim de realizar as boas obras que ele de antemão planejou para nós. - Ef 2,10). Ele passa também a viver segundo o Espírito e não mais segundo a carne (‘Por isso digo: deixem que o Espírito guie sua vida. Assim, não satisfarão os anseios de sua natureza humana’. - Gl 5,16; Pois vocês nasceram de novo, não para uma vida que pode ser destruída, mas para uma vida que durará para sempre, porque vem da eterna e viva palavra de Deus. - I Pe 1,23; Deixem que o Espírito renove seus pensamentos e atitudes e revistam-se de sua nova natureza, criada para ser verdadeiramente justa e santa como Deus’. - Ef 4,23-24). Só assim o homem pode ser aceito por Deus, permanecendo na sua presença e recebendo a Vida Eterna.  


CONCLUSÃO  

Somente aqueles que nasceram de novo podem ser batizados nas águas e fazer parte da igreja como membros. Aqueles que romperam com a velha natureza, com o mundo e com o pecado. O batismo simboliza a nossa morte para a velha criação, e nossa ressurreição para uma nova vida com Jesus, pela fé e obediência à sua Palavra. O batismo é um testemunho público de que se nasceu de novo, e não um simples ritual sem significado. Para que alguém se batize é necessário que haja a experiência da conversão e transformação, para que se possa fazer parte do corpo, da igreja que foi separada do mundo e da vida de corrupção (‘Ou acaso se esqueceram de que, quando fomos unidos a Cristo Jesus no batismo, nos unimos a ele em sua morte? Pois, pelo batismo, morremos e fomos sepultados com Cristo. E, assim como ele foi ressuscitado dos mortos pelo poder glorioso do Pai, agora nós também podemos viver uma nova vida. Uma vez que nossa união com ele se assemelhou à sua morte, assim também nossa ressurreição será semelhante à dele. - Rm 6,3 –5).

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