Com o fim do século... E
fim do milênio, existe um grande interesse no futuro. Na televisão, cobrando
uma taxa por minuto, há muitos astrólogos oferecendo fornecer o nosso mapa
astral, prevendo o nosso futuro! Num “Shopping”, em Belo Horizonte , vi
um balcão com uma grande placa – Mapa Astral – Numerologia – Horóscopo do
casal – Cristais. Havia uma grande procura, porque as pessoas estão
preocupadas em conhecer o futuro. Havia uma grande procura, porque as pessoas
estão preocupadas em conhecer o futuro. Mas é bom notar que a Bíblia condena
tais consultas a videntes e augures. Veja a afirmação de Daniel ao Rei
Nabucodonosor – “O mistério cuja revelação o rei pede, respondeu Daniel ao
rei, nem os sábios, nem os mágicos, nem os feiticeiros, nem os astrólogos são
capazes de revelar-lhos. Mas no céu existe um Deus que desvenda os mistérios, o
qual quis revelar ao rei Nabucodonosor o que deve suceder no decorrer dos
tempos. Eis, portanto, teu sonho e as visões que se apresentaram a teu espírito
quando estavas em teu leito.” (Dn 2,27-28).
Em cuba, existe o maior
numero de suicídios, porque para muitos, não há futuro.
Para todos nós o futuro é
um grande desconhecido. Como a gente gostaria de descobrir o que futuro tem
para nós! Mas o fato é que o futuro é desconhecido pela gente, mas não por
Deus. Não o conhecemos, mas conhecemos aquele conhece o futuro, e o tem em suas
mãos.
Abraão não sabia o que o
futuro tinha para ele, mas demonstrou fé, ao ser chamado por Deus a ir "Foi
pela fé que Abraão, obedecendo ao apelo divino, partiu para uma terra que devia
receber em herança. E
partiu não sabendo para onde ia". (Hb 11,8).
Até aqui, notamos como Deus
tratado a humanidade como um todo. Daqui para frente, Deus começa a se
concentrar em um homem e, depois,
em uma nação. Deus escolhe um homem, Abrão, com quem faz um
pacto, deixando de lado o resto da humanidade, nas não totalmente, porque
mostra através da vida dele, queria abençoar todas as famílias da terra – "Abençoarei
aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; todas as
famílias da terra serão benditas em ti." (Gn 12,3).
I.
A GENEALOGIA DE ABRÃO – Gn 11,10-32.
1.
Sua parentela – vv 26-29.
Taré, com a idade de
setenta anos, gerou Abrão, Nacor e Arão. Eis a descendência de Taré: Taré gerou
Abrão, Nacor e Arão. Arão gerou Lot. Arão morreu em presença de Taré, seu pai,
em Ur da Caldéia, sua terra natal. Abrão e Nacor casaram-se: a mulher de Abrão
chamava-se Sara – que quer dizer princesa, e a de Nacor, Melca, filha de Arão,
pai de Melca e de Jesca.
2.
Sua cidade de nascimento – v 28.
Nasceu na cidade de Ur dos
caldeus. Provavelmente o lugar deve ser identificado como Uru de Babilônia, que
é hoje Mugheir, que fica na margem ocidental do rio Eufrates, a mais ou menos
200km do Golfo Pérsico. Era a maior
cidade daquela época, com uma população de 250.000 hab., famosa e rica. Era o
centro manufatureiro, fazendeiro e exportador de uma região fértil, de onde
partiram caravanas em todas as direções para terras distantes; partiam também
navios de suas docas, que desciam pelo Golfo Pérsico carregados de cobres e
duras pedras. Mas era uma cidade notória, também pela sua violência,
imoralidade e idolatria. Nessa época, a religião da Babilônia era de politeísmo
da pior sorte, com mais de 300 deuses. E o culto a lua era dominante – a
palavra Tare é da mesma raiz de lua, no hebraico.
II.
A PRIMEIRA CHAMADA DE ABRÃO – Gn
11,27-32; At 7,2-4.
Como nos informa Estevão,
Abrão, ainda em Ur dos caldeus (mesopotâmia), antes de habitar em Harã, foi
chamado por Deus para sair da sua terra, do meio da sua parentela, e ir a terra
que Deus havia de lhe mostrar. Não há duvidas que Abrão participou a seu pai essa chamada, que
assumiu a liderança da viagem, saindo com
ele e levando seu neto, Ló – "Taré tomou seu filho Abrão, seu neto Lot,
filho de Arão, e Sarai, sua nora, mulher de Abrão, seu filho, e partiu com eles
de Ur da Caldéia, indo para a terra de Canaã. Chegados a Harã, estabeleceram-se
ali". (Gn 11,31).
1.
Uma chamada de separação.
a) “Sai”
– Foi da terrível cidade de Ur que Deus chamou Abrão para uma vida diferente. A
influencia da cidade era mito grande, por isso Deus o chamou para uma vida de separação dom mundo.
b) “Vai”
– Deus sempre nos mostra o caminho
certo.
2.
Uma obediência parcial.
Não sabemos o motivo, mais
chegando em Harã, perto de Babilônia, por alguma circunstancia, Abrão, junto
com sua família, estacionou.
“Esta genealogia acompanha a de Gn 5,
procurando apresentar Abraão como herdeiro legítimo das bênçãos e promessas de
Deus, feitas na criação e após o dilúvio. Estevão resume a história de Israel,
mostrando o projeto de Deus, que se alia com o povo para construir a história
em direção à vida e à liberdade. Estevão interrompe o relato ao chegar a Davi
(construtor do Estado) e a Salomão (construtor do Templo). Mostra, assim, que
Deus quer um povo em contínua marcha
histórica em direção à vida plena, e não
um estado preso por um aparelho que explora, oprime e paralisa o povo. Por
outro lado, Deus não está localizado e fechado num templo, nem é manipulado
como ídolo para legitimar uma ordem social injusta. Deus está presente na vida
e na história, caminhando com o povo (a Tenda).”
“A Lei de Moisés era palavra de
vida, mas se transformou em palavra de morte, quando Israel deixou de ser povo
aberto e se transformou em estado nacional fechado. Deus não quer ser confinado
dentro das barreiras de uma nação.”
“Estevão transforma sua defesa em acusação
contra seus próprios juízes: estes não passam de autoridades que manipulam o
Templo para legitimar um Estado que oprime o povo. Se fossem fiéis à Lei, eles
teriam reconhecido Jesus como o Justo e o Profeta como Moisés, e não o teriam
assassinado.” – Bíblia Pastoral.
III.
A SEGUNDA CHAMADA DE ABRÃO – Gn 12,1-4.
1. As
exigências do plano de Deus – vv 1-3.
Deus tinha um plano
maravilhoso para a vida de Abrão. Este plano foi que ele fosse uma benção.
Deus tem um plano maravilhoso também para nós, que exige que sejamos também uma
benção. Em vez de ser uma benção muitas vezes somos uma maldição!
"Bem conheço os
desígnios que mantenho para convosco - oráculo do Senhor -, desígnios de
prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um futuro e uma
esperança". (Jr 29,11).
Mais uma vez Deus chamou
Abrão para sair de Harã, onde ele estava parado. Esta chamada divina envolve um
tríplice imperativo que exigia renúncia, e uma tríplice promessa garantida de
grandes compensações.
a) “Sai”
– um tríplice imperativo.
Þ
Sai da tua terra.
Þ
Sai da tua parentela.
Þ
Sai da casa de teu pai.
b) “Vai”
– uma tríplice promessa.
Þ
Promessa de uma terra – Gn 12,1.7; 13,15.17;
15,7.18; 17,8; 28,4.14.
MAS
§
Abraão foi forasteiro na terra – Gn 12,10; 17,8,
20,1; 21,23-24; 23,4.
§
A terra estava ocupada por outros – Gn 12,6;
13,7; 15,18-21.
§
Por duas vezes a fome o obrigou a sair da terra
– Gn 12,10; 20,1.
§
Seus descendentes seriam forasteiros em uma
terra estranha – Gn 15,13.
§
A terra foi invadida por governantes distantes –
Gn 14,1-11.
Þ
Promessa de uma descendência numerosa – Gn 12,2;
13,15; 15,5; 17,2.4.16.
MAS
§
Abrão era velho e não tinha filhos – Gn 11,30;
15,2-3; 16,1; 17,17.
§
Quando Deus fez um milagre e lhe deu Isaque,
teve de oferecê-lo – Gn 22,2.
Þ
Promessa de uma benção universal – Gn 12,3;
18,18; 22,18.
MAS
§
Por duas vezes Abrão deu origem a dificuldades –
Gn 12,10-20; 20,1-18.
§
Abrão e Ló tiveram de se separar – Gn 13,5-13.
§
Reis estrangeiros lutaram contra ele – Gn
14,1-11.
§
Precisou protestar perante Ambimeleque – Gn
21,22-34.
2. A
esfera do plano de Deus – v 3b.
“todas as famílias da
terra serão benditas em ti.” – aqui podemos ver a visão missionário de Deus...
Não somente uma nação, mas todo mundo.
3. Obediência
total ao plano de Deus – vv 4-9.
A resposta de Abrão foi
positiva – “partiu como o Senhor lhe tinha dito”. Abrão não desobedeceu
a visão celestial, mas saiu com Deus para a longa jornada. Viajando com Sarai,
sua esposa, com Ló, seu sobrinho, e com seus rebanhos, a patriarca chegou a
Canaã e armou a sua tenda em
Siquém. Abrão tinha, finalmente, chegado à terra da promessa.
“12,1-9: A história de Abraão está
diretamente ligada à história de toda a humanidade: com ele começa a surgir o
embrião de um povo que terá a missão de trazer a bênção de Deus para todas as
nações da terra. Esse povo será portador do projeto de Deus: toda nação que se
orientar por esse projeto estará refazendo no homem a imagem e semelhança de Deus,
desfigurada pelo pecado. O caminho começa pela fé: Abrão atende o chamado
divino e aceita o risco sem restrições. Ele percorre rapidamente a futura terra
prometida: isso mostra que o projeto do qual ele é portador é um projeto
histórico, encarnado dentro da ambigüidade e conflitividade humano. O que Deus
promete a Abrão? Simplesmente aquilo que qualquer nômade desejava: terra para os rebanhos e filhos para cuidar deles. Em outras
palavras, o que Deus promete é exatamente aquilo a que o homem aspira para responder
às suas necessidades vitais. E hoje, quais são as supremas necessidades do
homem? Por trás das necessidades estão as aspirações”. e, dentro destas, a
promessa de Deus.” – Bíblia Pastoral.
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