Deus havia se voltado para
o homem pré-diluviano e concluído que este havia se arruinado, se corrompera
totalmente; não estava vivendo dentro dos princípios para os quais Deus o
criara. Após a queda de Adão, no Éden, o homem foi se degenerando, se afastando
cada vez mais dos propósitos de Deus. Num dado momento, Deus interveio com um
plano para mudar o curso da história da humanidade. Então mando o dilúvio,
salvando-se dessa tempestade apenas Noé e sua família.
Após o dilúvio, houve por algum
tempo paz na face da terra, mas com o desenrolar da historia aumentou a
população no muno e o homem veio a se corromper de novo.
Eles foram habitar na planície na
terra de Senaar, contrariando a vontade de Deus que era “povoar a
terra”. Num certo momento tiveram uma idéia – "Depois disseram:
“Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os céus.
Tornemos assim célebre o nosso nome, para que não sejamos dispersos pela face
de toda a terra. ”" (Gn 11,4). Havia só uma língua entre eles.
É nesse momento histórico da vida
da humanidade que Deus desceu, contemplou as obras dos homens e tomou uma
decisão com base a sua relação com
homem. Vejamos como foi o desenrolar dos fatos:
I.
A DESCENDENCIA DE NOÉ – Gn 10.1-32.
Apresenta uma relação dos
diferentes povos que descenderam dos três filhos de Noé – Sem, Cão e Jafét.
Do comentário de Dr. A Almeida
podemos aprender o seguinte:
- Três raças básicas da humanidade.
a)
Descendentes de Sem – a raça
amarela, incluindo os israelitas e os indígenas americanos; desta veio o povo
da eleição;
b)
Descendentes de Cam – a raça
preta ou etiópica (África);
c)
Descendentes de Jafét – a raça
branca ou caucásia (Europa).
- Classificação dos descendentes – vv 5,20,31.
a)
Etnológico – "segundo as suas
famílias".
b)
Glotológico – “segundo as suas línguas”.
c)
Geográfico – “em suas terras”.
d)
Políticos – “em suas nações”.
Diz Saphir – “É bem notável o décimo capitulo de Gênesis. Antes que Deus deixe as
nações, por assim dizer, entregues a si mesmas e comece a tratar com Israel,
seu povo escolhido desde Abraão, faz ele uma amável despedida de todas as
nações da terra, como se lhe dissera – vou deixar-vos por um pouco, mas
amo-vos. Eu vos criei, eu ordenei todo vosso futuro. Com este fim em vista,
ficam aqui traçadas suas diferentes genealogias”.
“A lista dos povos é uma espécie de geografia política da
época. É colocada aqui para explicar como foi que o mundo se repovoou depois do
dilúvio. Mostra ainda que o povo de Israel, que nascerá de Abraão, é um povo
eminentemente histórico, inserido no meio das nações; não é um povo mítico,
isto é, provindo do mundo dos deuses.” – Bíblia Pastoral,
II.
A CONFUSÃO DAS LINGUAS – Gn 11,1-9.
Existiram pessoas descendentes de
Noé que continuaram a adorar ao Deus vivo e verdadeiro, mas a maioria
afastou-se de Deus, esquecendo-se do terrível julgamento de Deus sobre a terra
no dilúvio.
- O pecado do homem.
a) Ignoraram
a Deus deliberadamente.
Não queriam conhecer o Senhor e
crer nele como Abel, Sete e Noé fizeram. Recusaram considerar a vontade do
Senhor para suas vidas. Não estavam interessados em adorar a Deus, confiar
nele; nem tampouco em obedecer a sua
palavra.
b) Estavam
sobre o controle de Satanás e pensavam como ele.
§
Queriam se exaltar, serem grandes e famosos.
§
Esculpiram imagens de pessoas e as adoravam.
§
Adoravam também aos animais e pássaros.
§
Chegaram até adorar serpentes e outros répteis
c) Não
queriam se espalhar por diferentes partes do mundo como
Deus ordenara.
Ajuntaram-se em um só lugar.
d) Queriam
construir uma torre, numa tentativa de chegar até o céu – Gn 11,4.
Foi nesse cenário de total
afastamento e irreverência dos princípios de Deus que os habitantes do vale de
Senaar desprezaram o governo de Deus e partiram decididos para a construção de
uma torre para não só alcançarem os céus, mas ficaram famosos e não serem
espalhados. Queriam ser célebres, para ao invés de proclamar o nome de Deus,
divulgar seus próprios nomes, visto que o céu é a morada de Deus Altíssimo, de
onde ele governa o mundo – Gn 11,4.
Construíram para si uma cidade
onde o governo será exclusivamente seu, e a impiedade seria a força desse
governo. Depois começaram a edificar uma grande e alta torre, como forma de
suprir suas próprias necessidades espirituais, morais e sociais. Eles se
afastaram do que sabiam ser a verdade sobre Deus; e seus pensamentos foram
ficando cada vez mais perversos e fúteis.
- O julgamento de Deus.
Os construtores da Babilônia
não estavam pensando em Deus, mas Deus é supremo e soberano, e mão dá a sua
glória a ninguém.
O Senhor desceu até a terra e os
confundiu com línguas, fazendo-os se dispersarem pelo mundo afora. Antes eles
falavam uma só língua, mas Deus colocou entre eles diversidades de línguas de
forma que ninguém entendia ninguém. É justamente isso que Deus fala em Isaias –
“Eu sou o Senhor, esse é meu nome, a ninguém cederei minha glória, nem a
ídolos minha honra". (Is 42,8), resgatando para si a sua sabedoria.
“O texto apresenta outra explicação
para a diversidade de povos e línguas: é um castigo contra a pretensão coletiva
que, como a dos antepassados (Gn 3), é uma falta provocada pelo orgulho (v. 4).
Babel lembra certamente Babilônia (Senaar), a civilização que se tornou o
modelo das grandes potências. Babel se apresenta como símbolo da cidade
deformada pela auto-suficiência, que produz uma estrutura injusta, exploradora
e opressora. A reunião dos povos e línguas acontecerá no Pentecostes (At 2) e
na consumação da história (Ap 21-22).” – Bíblia Pastoral.
“Na
mesma linha de Gn 3-11, a
ambigüidade humana produz uma relação social competitiva (Gn 4,1-16), uma
cultura ambígua (Gn 4,17-26), um processo histórico caótico (Gn 6-8) e uma
cidade idolátrica (Gn 11,1-9). Daqui para frente, começa uma nova história,
voltada para uma relação social justa, para uma cultura verdadeiramente humana,
para um processo histórico dirigido para a vida, e uma cidade fundada na
justiça e na fraternidade.” – Bíblia Pastoral.
III.
OS DESCENDENTES DE SEM – Gn 11,10-26.
Sem representa uma família
genealógica, cuja cabeça torna-se o canal para a realização do plano divino da
redenção. Ele era o filho mais velho de Noé – Gn 5,32; 6,10.
Quando seu pai se
embebedou, foi ele e seu irmão Jafét que cobriram a nudez do pai – Gn 9,23-27.
1. Sem
gerou 100 anos de idade a Arfaxad – Gn 11,10, por meio de quem passaria a
linha de descendência do Messias – Lc 3,36.
2. Abraão,
Isaque e Jacó são descendentes de Sem. Eram homens tementes a Deus, que
honraram seu nome, amaram ao Senhor e foram usados por ele.
3. Foi
dessa linhagem que surgiu o Messias, o Salvador, Cristo Jesus – Lc 3,23.36.
“Esta genealogia acompanha a de Gn 5,
procurando apresentar Abraão como herdeiro legítimo das bênçãos e promessas de
Deus, feitas na criação e após o dilúvio.” – Bíblia Pastoral.
CONCLUINDO
O homem é pecador,
necessita de Deus e é incapaz de se salvar. A Bíblia nos dá discernimento
quanto a historia antiga; porém mais do que isso, ela nos mostra como Deus é e
como lida com o homem.
Você já deve ter notado
algumas semelhanças de padrão de
comportamento entre as pessoas dessas histórias e as pessoas de hoje – homens e
mulheres ainda estão se rebelando contra
Deus. Mas Deus também não mudou – Ele se importa com cada individuo:
§
Sabe exatamente o que esta acontecendo em cada
vida.
§
Ainda julga o pecado.
§
E continua convidando pessoas a crerem nele.
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