(1) O texto apresenta alguns detalhes importantes a considerarmos antes de taxarmos Deus de injusto nesse caso: Eliseu estava em um caminho, fazendo uma viagem, sozinho: “Então, subiu dali a Betel; e, indo ele pelo caminho, uns rapazinhos saíram da cidade…” (2 Reis 2:23).
Observe que esses rapazinhos “saíram da cidade” no encalço do profeta Eliseu, que estava em uma estrada seguindo viagem. Interessante observar que a Bíblia cita que 42 deles foram mortos mais à frente. Ou seja, existia um grupo com mais de 42 jovens perseguindo o profeta Eliseu.
A questão é: Para que finalidade um grupo tão grande de jovens se reúne para perseguir uma pessoa? Esperaram para abordar o profeta numa área mais deserta com que objetivo? Teriam eles boas intenções? Evidente que não!
Assim, vemos claramente que o profeta Eliseu estava correndo perigo e estava em grande desvantagem diante de um grupo de jovens mal intencionados que buscava fazer algum mal contra ele.
(2) Quando Eliseu foi abordado por esse grupo no caminho, provavelmente em uma área deserta e de mata – pois a Bíblia relata que as ursas saíram do meio de um bosque – o grupo o hostilizou dizendo o seguinte: “uns rapazinhos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo! Sobe, calvo” (2 Reis 2:23).
A expressão “sobe, calvo” não quer dizer apenas uma zombaria por Eliseu ser careca. A palavra “sobe” empregada por aquele grupo, zomba do ministério profético de Eliseu, fazendo uma comparação injusta com o profeta Elias que “subiu” ao céu em um redemoinho (2 Reis 2:11).
Em outras palavras, aqueles jovens estavam zombando da autoridade profética de Eliseu. Apesar de todo desprezo que a sociedade tem contra servos de Deus, sabemos que para Deus Seus profetas são especiais: “…Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas” (Salmos 105:15).
(3) Diante desses fatos o profeta ficou acuado diante de um grande grupo de jovens mal intencionados que, além de estarem reunidos covardemente contra Ele, ainda colocaram em xeque sua autoridade profética dada por Deus com uma zombaria.
Diante de tudo isso, a única saída vista por Eliseu foi recorrer ao seu Senhor em oração. E é nesse momento que Deus faz uma intervenção: “então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois deles. (2 Reis 2:23).
A ofensiva dessas duas ursas conteve o ânimo maligno desse covarde grupo de jovens, que não conseguiu atentar contra a vida do profeta. Esse registro mostra a severidade de Deus contra aqueles que se levantam malignamente contra Seus servos amados!
Fica a pergunta: Se Deus não tivesse agido rapidamente, o que esse grupo poderia ter feito ao profeta? Deus foi injusto em defender um servo seu contra jovens mal intencionados? Sabemos que Deus não é injusto e toda vida é Dele, portanto, Ele a toma quando e como quer!
(4) Assim, esses jovens não foram mortos por Deus porque chamaram Eliseu de calvo, mas como fruto de suas ações malignas e covardes diante de um servo de Deus. Assim, não houve injustiça alguma da parte de Deus.
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