(1) O primeiro detalhe que passa despercebido por muitos é que Deus primeiramente fez o anúncio do dilúvio a Noé e neste anúncio temos claramente as diretrizes já traçadas por Deus de como seriam os acontecimentos: “Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra” (Gênesis 6:13). Deus comunica aqui uma decisão já tomada, mas que seria realizada no futuro (os farei perecer).
(2) Na sequência Deus estabelece um plano de salvar algumas pessoas desse dilúvio e ele se daria através da construção (futura) de uma arca (que seria o meio dessa salvação): “Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora” (Gênesis 6:14). Todas essas orientações vão compondo o que Deus já decidiu sobre o futuro que ainda ocorreria e como seria esse futuro desenhado por Ele.
(3) Agora temos um detalhe importante sobre a pergunta que estamos respondendo aqui: quem poderia ser salvo na arca de Noé? Quem estava habilitado para entrar nela? Observe que Deus, antes do acontecimento do dilúvio, já definiu quem entraria na arca, não dando qualquer margem para que outras pessoas entrassem nela: “Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos” (Gênesis 6:18). Aqueles que se salvariam através da arca já estavam predeterminados pela vontade e ordem de Deus a Noé mesmo antes da construção da arca! As próprias dimensões da arca já foram dadas para que comportasse o que Deus queria que fosse nela! Deus não coloca nenhum “se”, nenhuma condição. Já estava estabelecido!
(4) Portanto, aquela ideia de que Noé pregou para que as pessoas entrassem na arca junto com ele não é uma ideia correta biblicamente! De forma alguma iriam mais pessoas na arca, além das já estabelecidas por Deus. Mas por que, então, Noé foi chamado de pregador da justiça em (2 Pedro 2:5)? O fato de o dilúvio ser um juízo de Deus derramado sobre os homens era algo que os homens precisariam conhecer. Noé foi um propagador da Palavra de Deus, de Seus juízos, de Sua vontade, e aqueles que cressem no Deus todo poderoso, poderiam crer e ser perdoados (havendo arrependimento) em seus corações, mas não entrariam na arca. Mas, claro, poderiam entregar Seus corações ao Senhor. Perderiam a vida, mas não seriam condenados eternamente (se cressem). No entanto, o que temos são relatos de que a geração de Noé era tão maligna que não sensibilizou suas vidas em nada, mesmo diante dos avisos de Noé e da visão da construção da arca. Jesus falou sobre isso: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (Mateus 24:38).
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