Já
de início vemos o rei Saul descumprindo uma lei que Deus havia dado em “Dt 18.
11-12: …nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os
mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR…”. Pessoas
que faziam esse tipo de “comunicação” com mortos eram consideradas uma
abominação a Deus e consultá-las era afrontar a Deus. Isso por um simples fato:
Não há possibilidade desse tipo de comunicação. A comunicação que dizem que
fazem com as almas dos que já morreram é, na verdade, feita com demônios enganadores.
Por isso era proibida por Deus.
Isso
mostra o quão longe de Deus o rei Saul estava. E por causa dessa distância da
vontade de Deus, vemos que Deus não mais lhe respondia. “Consultou Saul ao
SENHOR, porém o SENHOR não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por
profetas.” (1Sm 28. 6).
Saul,
totalmente distante da vontade de Deus, resolve, por conta própria, fazer
aquilo que não agradava a Deus: Consultar médiuns. Até aqui talvez você ainda
não esteja convencido se Saul conversou ou não com o espírito do profeta
Samuel. Vejamos se esse encontro realmente aconteceu ou se foi uma farsa
demoníaca:
–
No final do referido texto (1 Sm 28) vemos que Saul foi procurar a médium
totalmente sensibilizado fisicamente e emocionalmente e, por isso, foi presa
ainda mais fácil da enganação. Observe que ele estava em um jejum prolongado e
totalmente mexido emocionalmente: “De súbito, caiu Saul estendido por terra e
foi tomado de grande medo por causa das palavras de Samuel; e faltavam-lhe as
forças, porque não comera pão todo aquele dia e toda aquela noite.” (1Sm 28.
20)
–
A tal médium já recebe de Saul a dica de com “quem” ele queria falar,
facilitando a enganação demoníaca. “Então, lhe disse a mulher: Quem te farei
subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel.” (1Sm 28. 11).
–
A médium diz espantada a Saul que estava vendo a Samuel. Mas, na verdade, fica
mesmo muito assustada com a presença do rei Saul ali, pois ele havia eliminado
de Israel vários médiuns pouco tempo antes e estava disfarçado (1Sm 28. 3).
“Vendo a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse a Saul: Por que
me enganaste? Pois tu mesmo és Saul.” (1Sm 28. 12)
–
A médium diz que viu Samuel, mas Saul não viu nada, ficando totalmente à mercê
de qualquer enganação, seja da médium, seja de demônios. “Respondeu-lhe o rei:
Não temas; que vês?” (1Sm 28. 13).
– A médium faz uma descrição óbvia da figura de Samuel (um ancião de capa); e Saul “entende” que é Samuel. Mais uma vez friso: Saul não via nada, apenas era conduzido pela médium, sendo presa fácil. “Perguntou ele: Como é a sua figura? Respondeu ela: Vem subindo um ancião e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou.” (1Sm 28. 14). Observe quão desequilibrado estava Saul, pois, apenas “entendendo” que era Samuel já se prostrou com o rosto em terra.
–
A coisa piora a partir de agora. [Considerando] que fosse Samuel quem falava
pela médium, vemos que esse Samuel agia à parte de Deus, pois Deus havia
desaprovado a conduta de Saul e não lhe respondia, mas esse Samuel respondia. O
verdadeiro profeta Samuel sempre falava da parte de Deus e agora depois de
morto não falaria mais da parte de Deus? Teria Samuel resolvido por si próprio
falar a Saul sem o consentimento de Deus? O mundo espiritual estaria uma
bagunça que fugia do controle de Deus?
–
O tal “Samuel” faz profecias erradas, mostrando claramente que não vinha da
parte de Deus e que, na verdade, era um demônio (limitado na presciência e
enganador). Ele revela que Saul e seus filhos morreriam no dia seguinte,
entregues nas mãos dos filisteus (v. 19). Isso não acontece. Muitos dias se
passam e Saul e [alguns] de seus filhos morrem em batalha [diferente do que o
tal “Samuel” tinha dito em 1 Sm 28. 19]
“Entretanto,
os filisteus pelejaram contra Israel, e, tendo os homens de Israel fugido de
diante dos filisteus, caíram feridos no monte Gilboa. Os filisteus apertaram
com Saul e seus filhos e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de
Saul.” (1Sm 31. 1-2). Em 2 Sm 2.8 vemos que Isbosete, filho de Saul, não morreu
na batalha, sobreviveu a ela. “Abner, filho de Ner, capitão do exército de
Saul, tomou a Isbosete, filho de Saul, e o fez passar a Maanaim” (2Sm 2. 8).
Assim, a palavra do tal “Samuel” que a médium consultava estava errada.
–
Profecias que não se cumprem apontam para falsos profetas. “Sabe que, quando
esse profeta falar em nome do SENHOR, e a palavra dele se não cumprir, nem
suceder, como profetizou, esta é palavra que o SENHOR não disse; com soberba, a
falou o tal profeta; não tenhas temor dele.” (Dt 18. 22). Samuel, em vida, era
profeta verdadeiro de Deus. Após a sua morte viraria um falso profeta? Não!
Esse tal “Samuel” que a médium entrevistava não era Samuel! Era um demônio
disfarçado.
–
A morte de Saul foi também consequência da consulta que fez a uma médium,
demonstrando a desaprovação de Deus. Se Deus realmente falasse por intermédio
da alma do já morto Samuel, por que Saul teria pecado em consultá-lo? “Assim,
morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o SENHOR, por causa
da palavra do SENHOR, que ele não guardara; e também porque interrogara e
consultara uma necromante e não ao SENHOR, que, por isso, o matou e transferiu
o reino a Davi, filho de Jessé.” (1Cr 10. 13-14)
Concluindo:
Não houve conversa alguma com o verdadeiro profeta Samuel que já estava morto,
pois isso é uma impossibilidade mencionada
claramente na bíblia.
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