(1) A forma dos casamentos serem legalizados em épocas antigas é bem diferente da forma que é hoje. Em nosso país, por exemplo, o casamento tem validade legal quando feito em um cartório obedecendo a todas as regras estabelecidas. Mas nos tempos antigos não tínhamos cartórios e o reconhecimento de um casamento era realizado de outras formas. Porém, não era algo bagunçado como alguns pensam, não era apenas se “juntar” e o casal já estaria casado, pelo contrário, um compromisso de casamento era bastante rígido e vou mostrar isso na história narrada de Isaque e Rebeca.
(2) Abraão, já idoso, desejou que seu filho Isaque encontrasse uma esposa que não fosse de povos pagãos de onde eles viviam, mas de seus parentes (Gênesis 24:4). Abraão estabeleceu que seu servo de maior confiança fosse seu procurador (e fez isso em forma de um juramento) e viajasse para seus parentes com a missão de encontrar uma esposa para Isaque: “e jure pelo Senhor, o Deus dos céus e o Deus da terra, que não buscará mulher para meu filho entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais estou vivendo, mas irá à minha terra e buscará entre os meus parentes uma mulher para meu filho Isaque” (Gênesis 24:3-4). Observe aqui a primeira menção clara da formalidade desse futuro casamento que estava sendo construído.
(3) O servo representante (procurador) do patriarca Abraão chega até determinada região e, guiado por Deus, chega até os parentes de Abraão, onde encontra uma moça a qual revela, a ela e a sua família, toda a sua jornada guiada por Deus nessa missão de achar uma esposa para o filho de Abraão, Isaque. Tudo é contado a família da moça. A missão oficial é exposta. Aqui temos mais uma menção clara da formalidade envolvida nesse casamento, que não foi um mero “juntar”, mas um verdadeiro casamento constituído oficialmente.
(4) Na sequência temos o pai e o irmão da moça dando o seu aval positivo sobre essa união: “Labão e Betuel responderam: “Isso vem do Senhor; nada lhe podemos dizer, nem a favor, nem contra” (Gênesis 24:50). Mais à frente temos também a menção do aval da mãe de Rebeca: “Mas o irmão e a mãe dela responderam: “Deixe a jovem ficar mais uns dez dias conosco; então você poderá partir” (Gênesis 24:55). E, finalmente, a própria Rebeca diz sim ao pedido formal de casamento: “Chamaram Rebeca e lhe perguntaram: “Você quer ir com este homem? ” “Sim, quero”, respondeu ela” (Gênesis 24:58). Temos aqui mais um elemento claro do aspecto legal dessa união, ou seja, uma concordância dos líderes (patriarcas) e também da própria pessoa.
(5) O servo procurador de Abraão ainda passa para a família de Rebeca e para ela o que chamamos de dote, que eram valores ou presentes que eram entregues aos pais da noiva como uma forma de oficializar o pedido do casamento: “Então o servo deu joias de ouro e de prata e vestidos a Rebeca; deu também presentes valiosos ao irmão dela e à sua mãe” (Gênesis 24:53). Algo que demonstrava perante todos que o pedido de casamento era sério, oficial e havia sido aprovado por todos. Temos aqui mais uma evidência clara de que essa união não foi um simples “juntar”, mas um casamento oficial.
Isaque e Rebeca tiveram relações sexuais sem casar?
(6) E, depois de todos esses detalhes sobre essa preparação oficial do casamento de Isaque e Rebeca, temos então claramente diante de todos que eles estavam compromissados legalmente diante de seus familiares e diante da sociedade, não havendo qualquer impedimento de exercerem seu direito de casados de terem relações sexuais, o que de fato acontece em seguida, após a chegada da esposa de Isaque: “Isaque levou Rebeca para a tenda de sua mãe Sara; fez dela sua mulher, e a amou; assim Isaque foi consolado após a morte de sua mãe” (Gênesis 24:67).
(7) Toda essa análise nos leva a verificar que Isaque e Rebeca não tiverem um “sexo casual”, nem uma “ficada” como alguns dizem, e nem viviam apenas “juntados”, “amasiados”, sem estarem debaixo de um casamento oficial. O que vemos é que todos os detalhes exigidos em suas épocas foram cumpridos, que a preparação do casamento deles foi um processo guiado por Deus e também realizado de forma clara diante da sociedade da época e das suas famílias e, portanto, um casamento oficial e totalmente válido conforme a Bíblia orienta que os casais tenham.
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