VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO
02 – A COMUNHÃO QUE NASCE NO VERBO DA VIDA.
“O
que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo”. (1Jo 1,3).
I.
INTRODUÇÃO.
Há características humanas que
aparecem em todos os grupos, independentemente de sua experiencia com Deus. A
disposição de estar juntos é uma delas – na igreja, geralmente chamamos a isso
de comunhão. Pode-se observar com facilidade que também os descrentes têm certo
prazer em estar juntos, em ter comunhão. As pessoas se reúnem num bar
(especialmente em volta de uma rodada de cerveja), num campinho de futebol,
numa reunião de venda de vasilhas ou produtos de beleza, numa igreja, e assim
por diante. O fato é que da mesma forma como o sol nasce “sobre maus e bons”, até aqueles que são maus “sabem dar boas coisas aos seus filhos”. Temos todos a marca da
vida social, queremos estar juntos, formar famílias e participar de grupos
sociais.
Do outro lado, se comunhão não é marca
única daqueles que estão no evangelho, mas de todas as pessoas, há, porém, algo
que faz diferença entre os ajuntamentos naturais e a comunhão verdadeira. Que
diferença há entre uma reunião de pessoas fora da igreja e aquela que acontece
em nome do evangelho em uma igreja?
Em 1Jo 1,1-4 nos ensina que a
verdadeira comunhão é resultado de um encontro pessoal com Jesus, o Verbo da
vida. Encontramos nele os fundamentos de uma comunhão verdadeira, e aprendemos
aquilo que pode nos dar alegria completa, resultado da transformação que o evangelho opera em nossa vida.
II. RAÍZES DA VERDADEIRA COMUNHÃO (1Jo 1-3).
1. Experiencia
real e pessoal com Jesus.
Apenas aqueles que tiveram uma
experiencia real e pessoal com Jesus podem promover a comunhão verdadeira – “o que vimos e ouvimos” (vs 1.3), “o que temos contemplado e as nossas mãos
têm apalpado” (v 1). Da mesma forma como no direito secular procura-se uma
testemunha – chave, que tenha verdadeiramente presenciado o fato e o conte como
ocorreu, também se espera que o evangelho seja contado por aqueles que de fato
viram o Senhor. Ainda que seja importante a fé de nossos pais, ou dos
missionários do passado, ou mesmo do padre ou pastor da igreja, o evangelho é
comunicação de vida pessoal que o cristão tem para transmitir aos outros. A
igreja é a comunhão dos salvos – o corpo vivo de Cristo. Enquanto nao temos uma
experiencia pessoal e profunda com Deus, não há o que dizer ao mundo, e não há
comunhão verdadeira para ser compartilhada.
A pergunta para você que estuda a Bíblia
é se de fato você já teve um encontro pessoal e profundo com Deus o Verbo da
vida.
2. Testemunho
Pessoal.
Apenas por meio pessoal se promove
comunhão verdadeira – “porque a vida se
manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida
eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou” (v2). Duas expressões
são aqui usadas para nos informar a maneira como a comunhão verdadeira é
comunicada: “damos testemunho” e “vos anunciamos”. Todos sabemos que “a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem
vem por meio da pregação a respeito de Cristo” (Rm 10,17), que os cristãos
devem ir pregar o evangelho – “Ide por
todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15), e que
devemos ser testemunhas de Deus em todos os lugares – “mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis
minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do
mundo.” (At 1,8). Somente por meio de testemunho dos cristãos uma pessoa
pode chegar ao conhecimento da verdade que há em Cristo, nascer de novo e ser
introduzida no Corpo de Cristo - e é
desse modo que acontece a comunhão dos salvos.
III.
A COMUNHÃO VERDADEIRA REFLETE A VIDA
DE DEUS EM NÓS – (1Jo1,1-2).
1. A
comunhão verdadeira e ajuntamento natural.
A distancia entre a comunhão
verdadeira e o ajuntamento natural é proporcional à distancia entre a vida e a
morte – “1. O que era desde o princípio,
o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos
contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida. 2.
porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos
anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou” (v
1-2).
O ajuntamento de pessoas sem a vida
que há em Cristo é semelhante a uma comunhão que aconteceria em um cemitério –
pessoas colocadas juntas, mas sem poder de compartilhar vida. O filho pródigo
experimentou bem esse fato quando desejava fartar-se das comidas dos porcos, “mas ninguém lhe dava nada” (Lc 15,16),
Ainda que seja bonito ver pessoas juntas em sociedades (até mesmo na sociedade
familiar), espiritualmente falando, seus participantes nada têm a oferecer, a
não ser que conheçam a Jesus como o Senhor e Salvador.
2. Presença
de Deus e a comunhão verdadeira.
A presença de Deus faz enorme
diferença tanto na forma como no conteúdo da comunhão verdadeira – “2. porque a vida se manifestou, e nós a
temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai
e que se nos manifestou” (v 2). Quando Jesus está presente em um
ajuntamento, as coisas são diferentes. Os discípulos no caminho de Emaús
tiveram essa experiencia – Lc 24,13-35).
Quando Jesus faz parte do processo, há predomínio da palavra de Deus, Seu santo
caráter é comunicado aos participantes do grupo, há santidade de propósito,
temor do Senhor, manifestações claras de seu amor nas conversas, nos planos e
nas realizações comuns. O Senhor Jesus fez diferença quando os discípulos enfrentaram tempestade, quando uma mãe saiu de Naim para sepultar o seu único filho, ou quando o grupo se reuniu em grande multidão e não havia pão para
todos comerem. Da mesma forma, nossa vida em comum é muito diferente quando o
Senhor Jesus é presente, dominando os relacionamentos e usando a vida daqueles
que se unem para o louvor da Sua glória.
IV.
A COMUNHÃO VERDADEIRA PRODUZ ALEGRIA
COMPLETA (1Jo 1,3-4).
“3.
o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. 4.
Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa.”
1. Pode
ser compartilhada pelo Pai e com Seu Filho Jesus Cristo 1Jo 1,3).
Muitos pensam que ser cristão é ter uma
vida triste – ou que se mede a espiritualidade de alguém pela maneira séria,
sem manifestação de alegria – sem o sorriso aberto, a boa gargalhada, o gostoso
sentimento do bem – estar. A Bíblia não ensina assim! O que se deve observar é
que há grande diferença entre a alegria do cristão e a que é resultante do
pecado. Finalmente se percebe quando a alegria é pecaminosa, que inclui
deboche, malícia, maldade, egoismo de toda sorte. Do outro lado, a alegria que “ninguém poderá tirar” é tão livre das
marcas do pecado que se pode gozá-la livremente sem culpas ou temores. A
alegria segundo Deus é diferente!
2. Deve
ser compartilhada pelos cristãos em Cristo Jesus (1Jo 1,4).
Alegria é experiencia que se comunica,
que não se contém fechada e individual. Por isso o texto faz imediata relação
entre alegria e comunhão. Todo aquele que goza comunhão verdadeira com Deus e
Sua igreja é naturalmente tomado pelo desejo de trazer outros a essa comunhão.
Trata-se de algo tão especial que o Senhor Jesus deu "vós alheios a Deus e inimigos pelos vossos pensamentos e obras más, eis que agora ele vos reconciliou pela morte de seu corpo humano, para que vos
possais apresentar santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai”. (Cl
1,21-22). A alegria verdadeira vivida pela igreja primitiva foi naturalmente
manifestada no partir do pão, na comunhão, no ajuntamento diário daqueles que
iam sendo salvos (At 2,44-47). Quanto
mais plena (abundante) a vida cristã, mais ela se “determinará” para beneficio de outros.
V.
CONCLUSÃO.
Comunhão é uma palavra especificamente
cristã e indica a participação comum na
graça de Deus, a salvação de Cristo e a presença do Espirito no ser interior
que é o direito de nascimento espiritual de todos os cristãos.
O Verbo da vida que se manifestou
desde o princípio – “No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.” (Jo 1,1) – teve
como objetivo da a todos os que crerem o poder de serem feitos filhos de Deus –
“Mas a todos aqueles que o receberam,
aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, (Jo 1,12). O mesmo Verbo da vida que testemunhamos diariamente é aquele que
concede ao homem a benção da comunhão com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo
– (1Jo 1,3).
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