terça-feira, 14 de maio de 2013

GÊNESIS - LIÇÃO 16 – JOSÉ – triunfando na adversidade.




Após ser vendido pelos irmãos a um grupo de comerciantes por míseros 20 moedas de prata, quando, na época, o preço de um escreva adulto era de 30 moedas, José foi novamente vendido. Agora, foi para a casa de Potifar, um homem poderoso e influente, oficial comandante da guarda de Faraó, que Dr. Charles Ryerie acredita se tratar de Sesostristis  III, que reinou de 1878 a 1843 a.C.

I.                    NO SERVIÇO DE POTIFAR – Gn 39,2-6.

1.      Um homem de sucesso.

Putifar colocou José como mordomo de sua casa - "José conquistou a simpatia do seu senhor, que o empregou ao seu serviço, pondo-o à testa de sua casa e confiando-lhe todos os seus bens". (Gn 39,4) – Mas não foi assim desde o começo. Ele chegou à casa de Putifar como simples escravo - "José foi conduzido ao Egito, e Putifar, um oficial egípcio do faraó, chefe da guarda, comprou-o aos ismaelitas que o levavam". (Gn 39,1), e aos poucos foi dando evidencias de honestidade, responsabilidade e lealdade. A expressão do v.2 - "e tudo lhe prosperava". (Gn 39,2) – é melhor traduzida – “tornou-se homem de sucesso”. Todavia, a idéia não é de posição social, antes de realização pessoal.

A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas."Seu senhor viu que o Senhor estava com ele e lhe fazia prosperar tudo o que empreendia". (Gn 39,3). Não está claro como Putifar chegou ao reconhecimento que a causa da prosperidade de José estava em Deus. No entanto, não é difícil concluir que isso veio como um testemunho do próprio José, que atribuía ao Senhor a razão de suas capacidades e caráter.

2.      Um homem sem ressentimento.

Outra coisa que precisamos destacar antes de passarmos para o próximo ponto é o fato de que José não permitiu que em seu coração houvesse ressentimento em relação a seus irmãos. Porque, se isso tivesse acontecido, o Senhor não teria  abençoado na casa de Putifar – Mt 6,14-15; Mc 11,25-26; Ef 4,26-27; Hb 12,14-15.
Temos então duas importantíssimas aplicações.

a)              José não se deixou dominar pela amargura, embora tenha sido tratado como um “animal” pelos irmãos.
b)              José também não permitiu que seu espírito se abatesse por estar vivendo uma situação tão diferente. Ou seja, por ter passado de filho querido e bem tratado pelo pai a escravo de oficial. Não tenhamos dúvidas de que isso teve total influencia na vida e na prosperidade de José, dando a ele o privilegio de ser encarregado de todos os negócios de Putifar.

II.                  NA TENTAÇÃO – Gn 39,7-18.

“Ora, José era belo de corpo e de rosto”. – Gn 39,6b. Essa descrição do nosso personagem prepara para a narrativa do famoso episódio entre ele e a esposa de seu patrão.

O coração de José estava  vivendo uma ótima fase – boa reputação, respeito do seu senhor, prosperidade, enfim, todos os “ventos” a seu favor! Sucesso, muito sucesso! Mas, não é justamente neste tempo que o maligno fica preparando uma cilada para os filhos de Deus? Com José não foi diferente.

Nada sei da mulher de Putifar além do que nos diz este trecho. Ela, sem duvida, já estava observando José há algum tempo. Aguardou um momento oportuno e “atacou”  o homem em quem seu marido mais confiava, o melhor de todos os empregados. Fui  informado que as mulheres egípcias tinham a reputação de serem lascivas e infiéis. Essa não foi uma exceção.

“Seduzir a José vai ser muito fácil”, ela deve ter pensado. Afinal, ele era só um escravo, e os escravos não possuíam padrões morais elevados. Mas esse era diferente, o que não significa que foi fácil para ele. Devemos lembrar que era jovem e estava na época em que o impulso sexual está a flor da pele. Não era um homem de pedra. Era um jovem viril e saudável, muito ativo e longe de casa.

Para que aproveitemos bem esta experiência da tentação de José, vamos esboçar os fatores principais que levaram o nosso herói a não cair, pois os mesmos nos ajudarão em nossos dias.

1.      José cultivava profunda atenção à presença de Deus.

Por quatro vezes neste capitulo está escrito que “o Senhor era com José” – Gn 39,2.3.21.23 – O fato é que Deus estava com José porque José andava com Deus. Isto nos lembra as palavras de Jesus em João - "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". (Jo 15,5). E Tiago nos ensina – “Aproximai-vos de Deus, e ele se aproximará de vós.” (Tg 4,8a). Se não tivermos a certeza da presença de Deus em todos os momentos e em todos os lugares, facilmente cederemos aos apelos da carne, do mundo e do diabo.

2.      José era diligente no trabalho.

a)      seriedade no trabalho.
b)      Consciência de que está fazendo para Deus – Ef 6,5-8.
c)      O fato de manter a mente ocupada.

a.      José recusou nutrir maus pensamentos.

“Mas ele recusou:.... ele não consentia em dormir com ela e unir-se a ela.”  - Gn 39,8-10.

b.      José avaliou as conseqüências.

"Não há maior do que eu nesta casa; ele nada me interdisse, exceto tu, que és sua mulher. Como poderia eu cometer um tão grande crime e pecar contra Deus?”" (Gn 39,9)

c.      José compreendeu que o pecado é contra Deus.

“Como poderia eu cometer um tão grande crime e pecar contra Deus?” Gn 39,9b.

d.      José utilizou o meio primário da fuga.

"ela segurou-o pelo manto, dizendo: “Dorme comigo!” Mas José, largando-lhe o manto nas mãos, fugiu". (Gn 39,12).



III.                NO CÁRCERE – Gn 39,19-41,13.

Se putifar tivesse crido naquela historia contada por sua mulher,certamente teria executado José. Mas o respeito que José havia conquistado perante Putifar certamente contribuiu muito para que houvesse um “abrandamento da pena”. E, sobretudo, mais uma vez, Deus o estava preservando. Com isso, nos lembramos da famosa citação do missionário, de que “todo homem e imortal até que se cumpra o propósito de Deus em sua vida”.
Por fim José está na prisão; embora estivesse preso - "e lançou José na prisão, onde se encontravam detidos os prisioneiros do rei. E José foi encarcerado". (Gn 39,20) – não devemos pensar que  era lugar de certo conforto, porque o Sl 105, 18 “feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferro,” podemos destacar quatro fatos:

1.      José continuava gozando a presença de Deus.

"O Senhor estava com ele. Mostrou-lhe sua bondade e fez que ele conquistasse a simpatia do chefe da prisão". (Gn 39,21).

2.      José experimentou prosperidade no cárcere.

"Este confiou a José todos o presos que ali se encontravam, e nada se fazia sem sua ordem". (Gn 39,22).

3.      José recebeu a capacidade de interpretar sonhos.

Neste ponto ele se assemelha ao profeta Daniel. Isso mostra seu nível de espiritualidade e comunhão com Deus, porque é algo que não vem da capacidade humana, mas é dom der Deus, no sentido de ser uma habilidade espiritual dada para um fim proveitoso. E a fidelidade de José também é vista nestas interpretações de sonhos, porque o sonho do copeiro-chefe era para a vida – Gn 40,9-13 – ao passo que o sonho do padeiro-chefe era para a morte – Gn 40,16-22 – O homem de Deus é justamente aquele que sabe dizer “sim” e sabe dizer “não”.

4.      José foi esquecido.

"Mas o copeiro-mor não pensou mais em José; esqueceu-o". (Gn 40,23). Esse esquecimento é pura gratidão por parte do copeiro-chefe, o que levou José a ficar mais de dois anos naquela prisão. Entretanto mais uma vez a providencia e a sabedoria de Deus estão presentes. Percebemos que Ele está no controle de tudo, pois é através deste desapontamento que José começa a escalar a montanha do sucesso.



CONCLUINDO

“39,1-23: José vai descendo aos limites do sub-humano: de pessoa livre, torna-se escravo, e de escravo torna-se prisioneiro. Contudo, de forma misteriosa e incompreensível para o homem, salienta-se quatro vezes que «Javé estava com José». Sem saber, qualquer pessoa pode estar sendo instrumento de Deus, e através dela, Deus espalha suas bênçãos para todos os que a cercam.” Bíblia Pastoral.

“40,1-23: Para os antigos, o sonho era um modo com que Deus se manifestava ao homem e lhe revelava o futuro. O significado do sonho, porém, só podia ser interpretado por Deus. Mostrando que José é capaz de interpretar os sonhos, o texto salienta que ele sabe discernir a ação de Deus na história, isto é, sabe ler o que Deus está para realizar.” – Bíblia Pastoral.

“41,1-36: Começa a ascensão de José. Além do seu discernimento para interpretar a ação de Deus, ele demonstra também o tino administrativo que salvará da fome o país. José é sábio: tem capacidade de discernir a ação de Deus e agir de acordo, pois a providência de Deus não dispensa o homem de analisar as situações e tomar atitudes adequadas”. Bíblia Pastoral.


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