O
Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que
lhe seja adequada.” (Gn 2,18).
Leitura
Bíblica – Gn 2,18-24
I
– INTRODUÇÃO.
A família é a mais importante
instituição criada por Deus para a sociedade. Neste trimestre teremos a
oportunidade impar de tratar de alguns temas que são extremamente relevantes
para que tenhamos uma vida familiar bem sucedida. Nesta primeira lição
estudaremos a instituição ao longo dos anos. Veremos também as conseqüências da
queda na vida familiar.
II
– A FAMILIA NO PLANO DE DEUS.
1. O
propósito de Deus.
Deus criou a família com desígnios
sublimes. O Criador não fez o ser humano para viver na solidão. Quando acabou
de formar o homem, o Senhor disse: “Não
é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.” (Gn
2,18). Este texto Bíblico nos mostra o primeiro objetivo de Deus ao criar a
família. Fica evidente que a célula mater da sociedade foi criada a partir da
necessidade humana de ter companhia. O propósito divino era estabelecer uma
instituição que pudesse propiciar ao ser humano abrigo e relacionamento.
Atualmente temos visto e vivido um tempo de escassez na área dos
relacionamentos. Estamos ficando cada vez mais superficiais, frios e distantes
uns dos outros. Por se multiplicar a iniqüidade o amor esta esfriando – “E, ante o progresso crescente da
iniqüidade, a caridade de muitos esfriará.” (Mt 24,12). Por isso,
precisamos investir em nosso relacionamento familiar.podemos dizer que o segundo
propósito divino para a criação da família foi fazer dela um núcleo pelo qual
as bênçãos do Senhor seriam espalhadas sobe toda a terra – “Deus os abençoou: Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a
terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e
sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” (Gn 1,28).
2. Um
lugar de proteção e sustento.
Um Deus perfeito preparou um lugar
excelente para receber a primeira família. O Jardim do Éden era um local
especial de acolhimento, proteção e provisão. Adão e Eva tinham tudo de que
precisavam para usufruir de uma vida saudável e feliz – “Deus disse: Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a
terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente,
para que vos sirvam de alimento.” (Gn 1,19). Eles desfrutavam da companhia
de Deus e nada lhes faltava. O propósito de Deus era que cada família tivesse
os recursos suficientes para sua subsistência, pois a escassez e as privações
trazem conflitos para as famílias. Porém, com a ajuda do Pai Celeste estes
conflitos podem ser sanados, pois Deus é o nosso Bom Pastor (Sl 23). Deus
deseja que cada família tenha a sua provisão diária - “O
pão nosso de cada dia nos dai hoje.” (Mt 6,11). E da mesma forma que Adão
tinha a responsabilidade de cuidar do jardim – “Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do
oriente, e colocou nele o homem que havia criado.” (Gn 2,8). Deus deu a
você a responsabilidade de zelar por sua família.
3. A
primeira família.
Deus formou Adão do pó da terra – “O Senhor Deus formou, pois, o homem do
barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou
um ser vivente.” (Gn 2,7). Vendo que o homem não poderia viver sozinho,
retirou uma costela de Adão e criou Eva, sua companheira – “E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher,
e levou-a para junto do homem.” (Gn 2,22). Isto mostra que diante do
Todo-Poderoso homem e mulher são iguais na sua essência. Ambos vieram do pó da
terra e um dia ao pó tornarão. Após criar a mulher Deus ordenou o casamento,
estabelecendo então a mais importante instituição de uma sociedade: a família –
“Por isso o homem deixa o seu pai e sua
mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn
2,24).
III
– A QUEDA E AS SUAS CONSEQUENCIAS PARA A FAMILIA
1. O
ataque do inimigo.
Satanás levou a mulher a desobedecer a
ordem de Deus. Talvez, de modo suave e envolvente, ele tenha falado: “É verdade que Deus vos proibiu comer do
fruto de toda árvore do jardim?” (Gn 3,1). Eva confirmou a ordem de Deus – “A mulher respondeu-lhe: Podemos comer do
fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim,
Deus disse: Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais.”
(Gn 3,2-3), mas cedeu a tentação do maligno este a iludiu, seduziu e a fez cair
no pecado da desobediência – “Oh, não! –
tornou a serpente – vós não morrereis! Mas Deus bem sabe que, no dia em que
dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do
bem e do mal.” – (Gn 3,4-5), e Adão seguiu pelo mesmo caminho. O casal
poderia ter recusado a sugestão do Diabo, mas não o fizeram, e depois de
pecarem, caíram na condenação divina.
Isso nos mostra que a família, desde a
sua instituição, foi alvo dos ataques do inimigo. Satanás fez de tudo para que
o propósito de Deus para as famílias fosse destruído, porém, Deus é soberano e
Senhor, e seus propósitos jamais serão frustrados – “Bem sei eu que tudo podes, e
que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.” (Jó 42,2). Da semente da
mulher nasceria o Messias, aquele que esmagaria Satanás – “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela.
Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” (Gn 3,15). O propósito
do inimigo é matar, roubar e destruir, mas Jesus veio ao mundo para destruir os
intentos do maligno – “O ladrão não vem
senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e
para que a tenham em abundância.” (Jo 10,10).
2. Os
resultados da queda no relacionamento familiar.
Qual é a origem dos males que atacam a
família? O pecado. A vida familiar de Adão e Eva era perfeita, porém o pecado
trouxe a disfunção para o seio da família. Depois da queda podemos ver
sentimentos como medo, a culpa e a vergonha, perturbando a convivência do casal
– “8. E eis que ouviram o barulho (dos
passos) do Senhor Deus que passeava no jardim, à hora da brisa da tarde. O
homem e sua mulher esconderam-se da face do Senhor Deus, no meio das árvores do
jardim. 9. Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe: “Onde estás?” 10. E
ele respondeu: “Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque
estou nu; e ocultei-me.” 11. O Senhor Deus disse: “Quem te revelou que estavas
nu? Terias tu porventura comido do fruto da árvore que eu te havia proibido de
comer?” 12. O homem respondeu: “A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me
deste fruto, e eu comi.”. (Gn 3,8-12). O pecado sempre faz o relacionamento
familiar adoecer. Há muitos lares doentes, onde a família deixou há muito tempo
de ser um local de acolhimento, proteção e cuidado devido aos pecados não
confessados e não abandonados. Essas transgressões causam culpa e separam as
famílias da comunhão de Deus.
3. A
vida familiar depois da queda.
O pecado de um único homem trouxe
conseqüências terríveis para toda a humanidade. Depois da queda a vida familiar
já não era mais a mesma a mulher teria filhos com muitas dores – “Disse também à mulher: Multiplicarei os
sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores. teus
desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio.” (Gn 3,16) - e o seu desejo, ou seja,
sua vontade estaria submetida à vontade de seu marido. Adão deveria comer agora
seu pão diário com dores, pois o trabalho de arar a terra para ter sua
substancia garantida seria bem difícil – “E
disse em seguida ao homem: “Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste do
fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua
causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua
vida.” (Gn 3,17). A terra também foi afetada pelo pecado, produzindo
espinhos e abrolhos – “Ela te produzirá
espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra.” (Gn 3,18). A morte
física também é uma conseqüência da transgressão do homem – “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto,
até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de
tornar.” (Gn 3,19). Deus ama o pecador, mas não tolera o pecado. Como
punição pala desobediência, Adão e Eva, foram expulsos do Jardim do Éden – “Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe de todos os
viventes.
21.
O Senhor Deus fez para Adão e sua mulher umas vestes de peles, e os vestiu.
22.
E o Senhor Deus disse: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do
bem e do mal. Agora, pois, cuidemos que ele não estenda a sua mão e tome também
do fruto da árvore da vida, e o coma, e viva eternamente.”
23.
O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra
donde tinha sido tirado.
24.
E expulsou-o; e colocou ao oriente do jardim do Éden querubins armados de uma
espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gn 3,20-24). A vida no jardim, antes
da queda pode ser comparada à vida eterna que um dia desfrutaremos no céu. Tudo
era bom, pois foi tudo pensado, planejado e criado por um Deus que preza pela
excelência. Se tivessem permanecido na obediência, Adão e Eva teriam sido
felizes para todo o sempre. Todavia, Jesus Cristo veio ao mundo para resgatar
as famílias da maldição do pecado. Cristo se fez pecado por nós, e na cruz
levou as nossas iniqüidades sobre si – “Em
verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos
sofrimentos:...” (Is 53,4). Isso nos mostra o quanto Deus deseja abençoar
nossas famílias.
IV
– A CONSTITUIÇAO FAMILIAR AO LONGO DOS SÉCULOS.
1. Família
patriarcal.
O modelo familiar com o passa dos
tempos está sujeito a mudanças. Já tivemos a família patriarcal, monogâmica,
consangüínea, etc., todavia isso não
altera o valor, a importância da família. A família patriarcal é um exemplo
familiar onde é permitido ao homem ter diversas esposas. Este modelo é visto em
todo Antigo Testamento, mas não era o molde determinado por Deus. Deus o tolerou porem esta nunca foi a sua
vontade. No modelo da família patriarcal, o pai era visto como o senhor da casa
e da família. As esposas e os filhos não tinham liberdade de escolha, pois a
palavra final era sempre do patriarca.
2. A
família nuclear (monogâmica).
Este foi o modelo idealizado por Deus.
Um homem e uma mulher, unidos pelo matrimonio. A poligamia vai contra o
principio divino do marido e da esposa ser uma só carne – “... e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24b; Mt 19,5b).
3. A
família na atualidade.
A família está inserida dentro de um
contexto social, e portanto, sujeita a mudanças. Porem, os princípios divinos
para as famílias são eternos e imutáveis – “O
céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.” (Mt 24,35).
Os inimigos e os desafios enfrentados pelas famílias na atualidade são muitos,
todavia quero destacar apenas os espirituais. Vejamos os principais inimigos da
família na atualidade.
a) A
carne - Aqui, refiro
a “carne” como a natureza carnal que
se opõe ao Espírito Santo e volta-se para tudo o que é contrário à vontade de
Deus. Sabemos que há uma luta constante entre essas duas naturezas: a carnal e
a espiritual. O apóstolo Paulo experimentou a tal luta – “15. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero;
faço o que aborreço. 16. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa.
17. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. 18. Eu
sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem
está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. 19. Não faço o bem que quereria,
mas o mal que não quero. 20. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que
faço, mas sim o pecado que em mim habita. 21. Encontro, pois, em mim esta lei:
quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal. 22. Deleito-me na lei de
Deus, no íntimo do meu ser. 23. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que
luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos
meus membros. 24. Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me
acarreta a morte?...” (Rm 7,15-24). Ela é tão intensa, que pode nos fazer
pensar que não há como sair vencedor – (Gn 7,24). Mas Deus, em Cristo Jesus,
nos dá a solução. Ele nos livra do pecado e da morte – “1. De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles
que estão em Jesus Cristo. 2. A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus
Cristo, da lei do pecado e da morte.” (Rm 8,1-2). O apostolo Paulo nos
adverte – “Digo, pois: deixai-vos
conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne.” (Gl 5,16).
A família cristã precisa, na direção do Espírito, combater a natureza carnal.
Assim, evitará o adultério, os vícios e todas as mazelas que visam destruí-la.
b) O
mundo - Diz-nos o apóstolo do amor – “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo.
Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai.” (1Jo 2,15). Quanto a
este ponto não há meio-termo: ou amamos a Deus ou amamos o mundo. Não há a
mínima possibilidade de servimos a dois senhores – “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o
outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro.” (Mt 6,24ª). Saiba, pois,
que existe vitoria para que escolher amar a Deus. E ele dará vitoria à nossa
família a partir da fé que depositaremos nele – “porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que
vence o mundo: a nossa fé.” (1Jo 5,4).
c) O
Diabo – A palavra de
Deus nos ensina uma única forma de vencer-mos o maligno – “Sede submissos a Deus. Resisti ao demônio, e ele fugirá para longe de
vós.” (Tg 4,7). Se a família sujeitar-se
a Deus e resistir o diabo, este fugirá., pois o segredo da nossa vitoria
contra Satanás começa com a nossa submissão a Deus, para que depois, sim,
possamos resistir ao diabo. E quando resistirmos ao adversário, não nos
esqueçamos de usar a “armadura de Deus” – “10.
Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. 11.
Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do
demônio. 12. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas
contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. 13. Tomai, por
tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos
inabaláveis no cumprimento do vosso dever. 14. Ficai alerta, à cintura cingidos
com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, 15. e os pés calçados
de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. 16. Sobretudo, embraçai o escudo
da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. 17. Tomai,
enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de
Deus..” (Ef 6,10-17), em especial “o
escudo da fé”, com o qual poderemos “apagar
todos os dardos inflamados do Maligno” (Ef 6,16). A família cristã precisa
verdadeiramente crer naquele que a criou e usar a tua Palavra para direcionar
suas tomadas de decisões a sua vida
espiritual.
V
– CONCLUSÃO
Nunca
a família foi tão desafiada pelas forças do mal como hoje. Porem, é na presença
do Senhor que a família garantirá a
vitoria sobre os desafios da sociedade atual. Busquemos ao Senhor juntamente
com toda a nossa casa.
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