“Por isso o homem deixa
o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só
carne.” – Gn 2,24.
Gn 1,27-31; 2,18.20-24.
Gn 1
27.
Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a
mulher. 28. Deus os abençoou: Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei
a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e
sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. 29. Deus disse: Eis que
eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores
frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de
alimento. 30. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o
que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva
verde por alimento. E assim se fez. 31. Deus contemplou toda a sua obra, e viu
que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia.
Gn 2
18.
O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda
que lhe seja adequada.” 20. O homem pôs nomes a todos os animais, a todas as
aves dos céus e a todos os animais dos campos; mas não se achava para ele uma
ajuda que lhe fosse adequada. 21. Então o Senhor Deus mandou ao homem um
profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne
o seu lugar. 22. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma
mulher, e levou-a para junto do homem. 23. “Eis agora aqui, disse o homem, o
osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi
tomada do homem.” 24. Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à
sua mulher; e já não são mais que uma só carne.
I.
INTRODUÇÃO.
As Escrituras ensinam que o homem e
mulher foram feitos “a imagem de Deus”
(Gn 1,27). Após Deus formar o homem
(Gn 2,7), formou também a mulher (Gn 2,22). Essa foi a segunda decisão
divina no tocante à existência da humanidade. Deus uniu o homem à mulher,
instituindo assim o casamento, não somente para a perpetuação da raça humana,
mas para a formação do casal e, conseqüentemente, de toda a família.
II.
O PRINCIPIO DA MONOGAMIA.
1. Monogamia
X Bigamia.
A
palavra monogamia vem de dois vocábulos gregos: monos (único) e gamos
(casamento), significando um único homem para uma única mulher. Desde o
Genesis, vemos à monogamia como o modelo de união arquitetado por Deus para o
casamento e a formação da família (Gn
2,24). Porém, o primeiro registro da bigamia também está no livro dos
começos. Lameque, filho de matusalém (Gn
4,18; 5,25), por razões não explicadas, teve mais de uma esposa (Gn 4,19). Tempos depois, Esaú, filho de
Isaque, desobedeceu a Deus e casou-se com duas mulheres heteias (Gn 26,34-35). No primeiro livro de
Samuel, temos o caso de Elcana que tinha duas mulheres. O resultado não poderia
ser outro: Inveja, intrigas e brigas (1Sm 1,4-8).
2. A
poligamia torna-se comum.
Abraão
incorreu nesse grave erro. Por sugestão de sua mulher, Sara que era estéril, o
pai da fé uniu-se a Agar, serva de sua esposa. Era o concubinato acontecendo na família de Abraão (Gn 16), vindo Ismael a nascer como
fruto daquela relação. Transtornos familiares, históricos e espirituais foram
inevitáveis naquele clã. Isaque, considerado filho da promessa, casou-se aos 40
anos, com uma esposa escolhida por seu pai, e preferiu viver um casamento
monogâmico, honrando rebeca, sua esposa, e principalmente, honrado ao Senhor.
O
Antigo Testamento descreve a poligamia e as suas tragédias na vida de Jacó (Gn 29,21-23.28-31; 30,1-10) e na dos
reis de Israel (1Rs 11,4.7-9).
3. Em
o Novo Testamento a poligamia é condenada por Jesus pelo apóstolo Paulo.
Certa
feita, os fariseus aproximaram-se de Jesus e interrogaram-no se era licito ao
homem repudiar a “sua mulher” por
qualquer motivo (Mt 19,3). Note que
eles não perguntaram “deixar suas
mulheres”. A resposta do Senhor remonta ás origens do casamento e da
própria criação (Mt 19,5-6 cf. Gn 2,24).
Jesus refere-se apenas a “uma”
esposa, e as epistolas fundamentam-se nos evangelhos ao tratar desse tema.
a) Uma
esposa e um marido.
Não há nada tão claro quanto a monogamia nos ensinos do apóstolo Paulo. Aos coríntios
por exemplo, ele ensinou que cada um deve ter à sua própria mulher e esta seu
próprio marido (1Cor 7,1-2), numa
prevenção clara contra a prostituição).
b) A
harmonia conjugal. Na
epistola aos Efésios, Paulo ensina a submissão da esposa ao marido. Ao marido
ele exorta a amar a sua esposa, como Cristo amou a Igreja, sacrificando-se por
ela (Ef 5,25; Cl 3,19). Aqui, a
harmonia conjugal é um dos fatores que reforçam a monogamia, e ambas são
valorizadas conforme o plano original de Deus para o casamento entre um homem e
uma mulher.
c) A
monogamia na liderança cristã.
Para os lideres da Igreja, Paulo exorta: “Porque
o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, prudente,
regrado no seu proceder, hospitaleiro, capaz de ensinar.” (1Tm 3,2). O
diácono também deve ser “marido de uma
só mulher” – “Os diáconos não sejam
casados senão uma vez, e saibam governar os filhos e a casa.” (1Tm 3,12). A
liderança deve ser o exemplo dos fieis em tudo, e esse exemplo dos fieis em
tudo, e esse exemplo inclui o casamento – “Ninguém
te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no
modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade.” (1Tm 4,12).
III.
O PRINCIPIO DA HETEROSSEXUALIDADE.
1.
“Macho e fêmea os criou”.
Deus
criou “o homem”, um ser masculino (Gn 1,26), e também fez uma mulher, um
ser feminino (Gn 1,27). Em outras
palavras, Deus não uniu dois machos ou duas fêmeas. Não! Ele uniu um homem com
uma mulher, demonstrando a natureza e o padrão divino da heterossexualidade. As
Santas Escrituras são claras ao condenarem:
-
“22. Não te deitarás com um homem, como
se fosse mulher: isso é uma abominação. 23. Não terás comércio com um animal,
para te contaminares com ele. Uma mulher não se prostituirá a um animal: isso é
uma abominação.” (Lv 18,22-23).
-
“25. Trocaram a verdade de Deus pela
mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito
pelos séculos. Amém! 26. Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as
suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. 27.
Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em
desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e
recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario.” (Rm 1,25-27).
2.
“E se unirá à sua mulher”.
Após
realizar o primeiro casamento, o Criador disse: “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher;
e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24). Veja que Deus é taxativo ao
falar ao homem a respeito da sua vocação heterossexual: “para se unir à sua mulher”. Por isso, olhemos para o ciclo da vida humana e, inequivocamente,
concordaremos: se não fosse a união heterossexual, promovida por Deus, desde o
principio, a raça humana não teria subsistido.
IV.
A INDISSOLUBRIDADE DO CASAMENTO.
1. Uma
só carne:
A
fim de proporcionar uma vida conjugal abundante, o Criador planejou uma união
histórica, indissolúvel e permanente (Gn
2,24). O matrimonio entre homem e mulher seria para sempre! Tristemente, o
pecado ruiu o principio divino da continuidade do casamento, trazendo o
divorcio e separando famílias. O plano de Deus, entretanto, ainda pode ser
encontrado nas palavras de Jesus – “Portanto,
não separe o homem o que Deus uniu.” (Mt 19,6b).
2. A
porta de entrada para o divorcio.
Há
situações em que a falta de união e de amor no casamento, talvez motivados pela
desobediência a Deus, pelo orgulho e pela falta de perdão, fazem a convivência do
casal tornar-se uma grande fachada. Por convivência, o casal apresenta-se à
sociedade ou à igreja local numa aparente alegria matrimonial, mas na
intimidade, a união tornou-se insuportável. É necessário que a Igreja esteja
pronta para auxiliar os casais que passam por crises conjugais, e motivá-los
sempre a permanecerem unidos em um amor não fingido, mas solidificado e
resistente às contrariedades que possam existir no dia a dia.
V.
CONCLUSÃO.
O casamento heterossexual nunca foi
tão atacado como no presente tempo. Em nossa sociedade leis e normas que
atentam contra a lei de Deus são elaboradas sob o argumento de que o Estado é
laico. E deve ser mesmo! Mas entre ser laico e desrespeitar princípios
ordenados por Deus desde a criação há uma grande distancia. Neste aspecto, a
Igreja do Senhor Jesus deve ser a “a
coluna e firmeza da verdade” e guardiã dos princípios morais e cristãos,
denunciando o pecado e acalentando os corações feridos. Assim, defendemos que o
casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel dava ser incentivado,
apoiado e honrado nas esferas públicas de relacionamento.
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