quinta-feira, 25 de abril de 2013

GENESIS - LIÇÃO 13 – JACÓ – subindo para Betel




Jacó estava com problemas sérios: as nações vizinhas – cananeus e fariseus – queriam elimina-lo e sua família – Gn 34,25-31. O capitulo 34 nos explica a razão disto. Dina, sua única filha, fora estuprada no campo por um jovem chamado Siquém. Após o estupro, veio o romance - "Seu coração prendeu-se a Dina, filha de Jacó: ele amou a jovem, e soube falar-lhe ao coração". (Gn 34,3), e os jovens se casaram após seus pais fazerem um acordo que tinha como base a circuncisão de toda a família do rapaz – Gn 34,14-24.

Tudo aparentemente estava resolvido. No entanto, Simeão e Levi – filhos do mesmo pai e mesma mãe que Dina - "No terceiro dia, estando todos ainda doentes, os dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Dina, tomaram cada um sua espada, penetraram na cidade, que de nada desconfiava, e mataram todos os varões". (Gn 34,25) – não aceitaram aquele acordo, e violentamente eliminaram os homens daquela tribo da face da terra, matando também a Siquém, o cunhado, e levando cativos crianças e mulheres, além dos bens – Gn 34,25-29.

Jacó estava aflito - "Jacó disse a Simeão e a Levi: “Vós me lançastes na confusão e me tornastes odioso aos habitantes desta terra, aos cananeus e aos ferezeus. Só tenho comigo alguns homens e, quando toda essa gente se congregar contra mim para me ferir, perecerei com minha família.”" (Gn 34,30). Ele tinha uma crise instalada dentro de casa – sua filha ficou viúva precocemente; seus filhos se tornaram assassinos. A crise também estava do lado de fora da casa – as nações queriam vingança.

Que fazer numa situação assim? Que fazer quando os nossos filhos se apresentam tão desvirtuados – tão distantes do que idealizamos para eles?

Que fazer quando as manchas do pecado se instalam dentro de nossa casa? Que fazer quando não há segurança lá fora? Como sair de crises que prejudicam profundamente a nossa família?

I.                    PRECISAMOS COMPREENDER INICIATIVA DE DEUS – DISSE DEUS (Gn 35,1).

Quando Jacó não sabia o que fazer, Deus se aproximou e lhe deu a saída - "Deus disse a Jacó: “Vamos, sobe a Betel e fica ali, e levanta um altar nesse lugar ao Deus que se manifestou a ti, quando fugias diante de teu irmão Esaú.”" (Gn 35,1). As Escrituras estão cheias de exemplos de Deus tomando a iniciativa em direção ao homem. Vejamos:

1.      Deus Pai tomou as iniciativas.
·         Noé - "Então Deus disse a Noé: “Eis chegado o fim de toda a criatura diante de mim, pois eles encheram a terra de violência. Vou exterminá-los juntamente com a terra". (Gn 6,13).
·         Abraão - "O Senhor disse a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar". (Gn 12,1).
·         Moisés - "“Vai pedir ao faraó, ao rei do Egito, que deixe sair de sua terra os israelitas”". (Ex 6,11).
·         Samuel - "O Senhor chamou Samuel, o qual respondeu: Eis-me aqui". (1Sm 3,4).
·         Davi - "E Isaí mandou buscá-lo. Ele era louro, de belos olhos e mui formosa aparência. O Senhor disse: Vamos, unge-o: é ele". (1Sm 16,12).
·         Outros.

2.      Jesus tomou a iniciativa em direção a muitas pessoas.

·         "Jesus não o admitiu, mas disse-lhe: Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, e como se compadeceu de ti". (Mc 5,19).
·         "No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra Filipe e diz-lhe: Segue-me". (Jo 1,43).
·         "Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: Dá-me de beber". (Jo 4,7)
·         Outros.

Quando há fracasso ou decadência, o Senhor chama outra vez a alma a si - "Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras. Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas". (Ap 2,5).

II.                  PRECISAMOS BUSCAR A PRESENÇA DE DEUS – Gn 35,1.

Betel quer dizer “Casa de Deus” e recebeu esse nome do próprio Jacó numa experiência anterior – Gn 28,10-19.

Jacó entendeu novamente que precisava renovar a sua espiritualidade na presença de Deus. Ali se cumpriu na vida de Jacó o mesmo que se cumpre na vida do cristão que coloca a sua ansiedade diante do trono da  graça – Fl 4,6-7; 1Pe 5,7 – Jacó deveria levantar ali  um altar - "Deus disse a Jacó: “Vamos, sobe a Betel e fica ali, e levanta um altar nesse lugar ao Deus que se manifestou a ti, quando fugias diante de teu irmão Esaú.”" (Gn 35,1), o que efetivamente fez - "Levantou aí um altar e deu a esse lugar o nome de El-Betel, porque foi aí que Deus lhe aparecera, quando fugia diante de seu irmão". (Gn 35,7). Altar na Bíblia é símbolo de rendição completa, é o sacrifício integral do cristão - "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual". (Rm 12,1).

“O regresso de Jacó a Betel marca um fim e um começo – hora de partir ... um ponto de transição quando a promessa foi ratificada” – Kidner.

Ali e Betel, Jacó, além de renovar a sua aliança com Senhor, sepultou Débora, a velha criada de Rebeca - "Foi então que morreu Débora, ama de Rebeca. E foi ali sepultada, ao pé de Betel, debaixo de um carvalho, ao qual se chamou carvalho dos Prantos". (Gn 35,8). Porque também é na presença do Senhor que nos consolamos de nosso choro.

Jacó pode dizer que não somente conheceu a Betel – casa de Deus – mas também o Deus de Betel (El-Betel) - "Levantou aí um altar e deu a esse lugar o nome de El-Betel, porque foi aí que Deus lhe aparecera, quando fugia diante de seu irmão". (Gn 35,7).

III.                PRECISAMOS CONSAGRAR NOSSA VIDA A DEUS – Gn 35,2.

Jacó entendeu que a renovação da aliança com Deus devia ser precedida pela purificação dele e de sua família. A idolatria havia tomado o seu ambiente doméstico e a família não poderia subir a Betel assim. Mais  tarde nesse mesmo local, Josué fez um apelo semelhante a Israel - "Agora, pois, tirai os deuses estranhos que estão no meio de vós e inclinai os vossos corações para o Senhor, Deus de Israel". (Js 24,23).

Ainda hoje, às vezes sem perceber, mantemos alguns ídolos em nossa casa – pessoas, objetos ou bens que vão  nos afastando da consagração pessoal e familiar. Ainda hoje devemos enterrar ao pé do Calvário, tudo aquilo que valorizamos mais do que a comunhão maravilhosa com Deus – "Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade". (1Jo 1,9).

IV.                PRECISAMOS ESPERAR NA PROVIDENCIA DE DEUS – Gn 35,5.

Vejamos no texto a forma maravilhosa como Deus livrou a Jacó da fúria de seus inimigos - "Partindo eles dali, Deus semeou o pânico nas cidades circunvizinhas, de sorte que não perseguiram os filhos de Jacó". (Gn 35,5).

Este é o resultado de que está buscando a presença de Deus – subindo a Betel – e se consagrando – abandonando os ídolos – ao Senhor.

O salmo 91 nos ensina a ficarmos sempre debaixo da sombra do nosso Deus para que o inimigo não tenha vitória sobre nós.

A comunhão com Deus, a consagração total da nossa vida a Ele, faz com que passemos vitoriosamente pela adversidade - "Mas graças sejam dadas a Deus, que nos concede sempre triunfar em Cristo, e que por nosso meio difunde o perfume do seu conhecimento em todo lugar". (2Cor 2,14).

Para ser protegido contra o inimigo, Jacó não precisou fazer corrente de libertação, colocar sal em, volta de sua casa, fazer uma sessão de quebra de maldições e outros. Ele precisou somente manter viva a sua comunhão com Deus. E obedece-Lo sem restrições. Muito mais deve manter o cristão, que tem o Espírito Santo morando nele e o sangue de Jesus que lhe purifica de todo o pecado e maldição – 1Jo 1,9; 2,1.12.17; 2Cor 5,17; Cl 2,14-15.
Quanto aos filhos de Jacó, é impressionante ver a misericórdia de Deus transformando-os em pessoas abençoadas. Levi, por exemplo, tornou-se pai de todos os sacerdotes  de Israel – Nm 3,1-39.

CONCLUINDO

Após a ratificação da aliança entre Deus e Jacó, este se sentiu muito abençoado. Os perigos se passaram e a sua confiança em Deus aumentou sobremaneira. Claro que os problemas de Jacó continuaram como veremos, mas à medida que caminhava, ia conhecendo mais a Deus e se fortalecendo no Seu poder.
Desde o v 9 ao v 15, Deus renova as suas promessas a Jacó e confirma o  seu novo nome de “Príncipe”, em vez de “suplantador”.

“Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito.” – Rm 12,1-2.

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