A história de Isaque é fascinante – desde o
seu nascimento! Como é bom observar a fidelidade de Deus. Já estudamos como
Deus. Já vimos como Deus visitou a Sara, e ela concebeu no tempo determinado,
conforme a Palavra do Senhor - "O Senhor visitou Sara, como ele tinha
dito, e cumpriu em seu favor o que havia prometido". (Gn 21,1).
Isaque era especial, pois além de sua concepção
miraculosa, era filho da promessa, ou seja, o perpetuador do pacto messiânico.
Apesar disso, Isaque viveu como qualquer pessoa,
enfrentando as diversas fases da vida.
I.
A INFANCIA DE ISAQUE.
A infância de Isaque foi
marcada por experiências importantes.
a)
“E, passados oito dias do seu nascimento,
circuncidou-o, como Deus lhe tinha ordenado". (Gn 21,4).
b)
"Sara viu que o filho nascido a Abraão
de Agar, a egípcia, escarnecia de seu filho Isaac," (Gn 21,9).
Como é importante na vida
de qualquer pessoa adulta a fase da infância?
Se consagrado a Deus, ter
certeza do amor dos pais e de sua importância para eles – tudo isso cria
estrutura de personalidade e produz crescimento equilibrado.
II.
A JUVENTUDE DE ISAQUE.
Com certeza, Isaque
constantemente ouvia palavras de seu pai, e podemos crer que o assunto
predileto era fé, promessas e obediências – Hb 5,8 e Fl 2,5.8.
A juventude de Isaque foi
marcada por duas experiências profundas:
1. O
sacrifício – Gn 22,1-18.
Ainda adolescente, Isaque
viu-se tornar o objeto da prova de fé de Abraão – vv 1-10. De repente aquele
menino que se chamava riso para seus pais, estava a li a mercê do cutelo do
patriarca.
Tudo o que Isaque já tinha
ouvido fica confirmado ali, quando Deus intervém, salva sua vida, confirma a fé
de Abraão e reafirma sua promessa de posteridade – vv 11-18.
“22,1-19: Deus tira todas as seguranças
de Abraão, para lhe fazer sua promessa e entregar-lhe seu dom (cf. Gn 12,1-9 e
nota). Muitos obstáculos parecem tornar impossível a realização desse dom e
promessa (velhice, esterilidade). Quando a promessa começa a cumprir-se com o
nascimento de Isaac, Abraão poderia acomodar-se e perder de vista o grande
projeto, para o qual Deus o chamara. Por isso, Deus lhe pede um novo ato de fé
que confirme sua obediência. Deus não promete nova segurança para o homem se
acomodar; pelo contrário, desafia o homem a estar sempre alerta, a fim de
relacionar-se com Deus e criar uma nova história. Só assim o projeto de Deus
não será confundido com as limitações dos projetos humanos.” – Bíblia Pastoral.
2. O
casamento – Gn 24,1-67.
Chega a hora em que
Isaque deveria casar-se, e outra oportunidade para o exercício da fé.
Era muito importante que
Isaque, como herdeiro da promessa, se casasse com uma mulher que valorizasse o
pacto com Deus. Esta foi uma preocupação forte de Abraão. O assunto é tão
importante que ocupa o capitulo mais longo do livro de Gênesis.
O pai Abraão ensina a
Isaque e a nós algumas lições práticas para o matrimônio:
a) Vontade
de Deus – é a responsabilidade dos pais procurar que seus filhos
se casem no circulo da religião cristã e dentro da vontade de Deus – Gn 24,3.7;
b) Os
cristãos não devem se casar com os não
cristãos – Gn 24,3-4; 2Cor 6,14-17.
c) O
lugar – de residência deve ser escolhido com critério para
preservar a benção do lar – Gn 24,1-9.37-41. Serve a advertência de Ló.
d) A
oração – deve ocupar um lugar importante na escolha do
matrimonio – Gn 24,12-14,226-27.63.
Deus honrou a preocupação
de Abraão e Isaque e providenciou Rebeca, hospitaleira, bondosa, bela e pura;
mulher de caráter que não vacilou quanto a fazer a vontade de Deus - "Chamaram
Rebeca e disseram-lhe: ”Queres partir com este homem?” “Sim”, respondeu
ela". (Gn 24,58).
O encontro dos dois foi
absoluto respeito e humildade - "Ela disse ao servo de Abraão: “Quem é
aquele homem que vem ao nosso encontro no campo?” “É o meu senhor”, respondeu
ele. E ela tomou depressa o véu e cobriu-se". (Gn 24,65). Isaque a
recebeu, amou e honrou - "E Isaac introduziu Rebeca na tenda de Sara,
sua mãe. Desposou-a, e ela tornou-se sua mulher muito amada. E desse modo Isaac
consolou-se da morte de sua mãe". (Gn 24,67). Foi um casamento
planejado no céu.
Da mesma maneira que rebeca
creu em Isaque e amou sem tê-lo visto, o cristão crê em Cristo sem vê-lo, ama-o
e se alegra gloriosamente - "Este Jesus vós o amais, sem o terdes
visto; credes nele, sem o verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma
alegria inefável e gloriosa," (1Pd 1,8).
“24,1-67: Deus continua a providenciar
a realização da promessa. Passo importante é o casamento de Isaac, do qual
nascerão os futuros descendentes.
Note-se que a esposa adequada é reconhecida pela generosidade.” – Bíblia
Pastoral.
III.
A MATURIDADE DE ISAQUE.
Quando Isaque se
casou com Rebeca, estava com quarenta anos de idade - "Abraão gerou Isaac. Isaac tinha a idade
de quarenta anos quando se casou com Rebeca, filha de Batuel, o arameu, de
Padã-Arã, e irmã de Labão, o arameu". (Gn 25,20).
Um dos fatos marcantes de
sua vida nesse período foi a morte de seu pai – Gn 25,1-11.
Isaque passou a maior parte
de sua vida no sul da Palestina, nas cercanias de Gerar e Berseba. Foi dado à
meditação, conciliador, tranqüilo e até passivo. Foi homem de fé e obediência,
cumprindo o propósito de Deus para a sua vida.
“25,1-6: Estes versículos formam um
apêndice à história de Abraão. O autor bíblico quer mostrar que o patriarca,
além de beneficiário da promessa, é também ponto de partida para a formação de
outros povos.” – Bíblia Pastoral.
“25,7-11: A notícia da morte de Abraão
encerra a história desse patriarca com novo toque de vida: morrer idoso é sinal
de uma vida plena e de cumprimento da bênção de Deus. Jamais querida por Deus,
a morte precoce é fruto da ação perversa dos homens.” – Bíblia Pastoral.
Destacamos aqui três fatos
importantes da maturidade de Isaque.
1.
Jacó e Esaú – Gn 25,19-34.
Depois de uma espera de 20
anos - "Isaac tinha sessenta anos quando eles vieram ao mundo".
(Gn 25,26), o fantasma da esterilidade presente muito oração, nasceu os filhos
Jacó e Esaú, acompanhados de duas nações antagônicas – "que lhe
respondeu: “Tens duas nações no teu ventre; dois povos se dividirão ao sair de
tuas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais
novo.”" (Gn 25,23).
“25,19-28: A luta dos filhos no ventre
materno mostra a futura inimizade entre dois povos irmãos: os edomitas,
descendentes de Esaú, e os israelitas, descendentes de Jacó.” – bíblia
Pastoral.
2.
Isaque em Gerar – Gn 26,1-35.
Por ordem de Deus, Isaque
habitou nas terras dos filisteus num período de fome - "Sobreveio uma
fome à região (além da primeira fome que houve no tempo de Abraão), e Isaac foi
ter com Abimelec, rei dos filisteus em Gerar". (Gn 26,1). Ali teve de
enfrentar três tentações:
a) Abandonar
a terra prometida em um período da fome – vv 2-5;
b) Fingir
que rebeca não era sua esposa num momento de perigo - vv 7-11.
c) Reagir
violentamente à provocação dos filisteus
– vv 12-22.
Isaque foi vitorioso na
primeira e na terceira prova, mas, na segunda, mentiu vergonhosamente.
Notamos aqui claras
semelhanças com seu pai, Abraão.
Nas duas provas em que Isaque foi
vitorioso, observamos os resultados:
·
Enriqueceu-se sobremaneira - "E
este homem cresceu, e seus bens foram aumentando cada vez mais; tornou-se
extremamente rico". (Gn 26,13);
·
Fez aliança de paz com os filisteus -
"Eles responderam: “Nós vimos que o Senhor está contigo, e pensamos
conosco: Haja um juramento entre nós e ti. Queremos, pois, fazer aliança
“contigo”. (Gn 26,28);
“26,1-11: O episódio é uma repetição de
Gn 12,10-20 e 20,1-18.”
– Pastoral Familiar.
“26,12-35: A briga por causa dos poços
é, na verdade, uma luta para a ocupação da terra. A promessa feita a Abraão passa para Isaac e,
em meio aos conflitos, pouco a pouco vai se tornando realidade.” – Pastoral
Familiar.
3.
Dificuldades Familiares – Gn 26,34-27,46;
Parece que o
relacionamento de Isaque com os filhos mão era o mesmo que ele teve com seu pai.
Alguns fatos revelam a
fragilidade da família de Isaque e rebeca.
a)
O casamento de Esaú com duas mulheres
pagãs – "Esaú, com a idade de quarenta anos, tomou por mulheres
Judite, filha de Beeri, o hiteu, e Basemat, filha de Elon, o hiteu".
(Gn 26,34);
b)
A preferência de cada um dos pais por um
dos filhos - "Isaac preferia Esaú, porque gostava de caça;
Rebeca, porém, se afeiçoou mais a Jacó". (Gn 25,28) – não pode haver
favoritismo dentro da família. Apesar da profecia, Isaque queria dar benção ao
filho mais velho - "que lhe respondeu: “Tens duas nações no teu ventre;
dois povos se dividirão ao sair de tuas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o
mais velho servirá ao mais novo.”" (Gn 25,23);
c)
A falta de fé de Rebeca e Jacó marcadas
pela mentira e pelo engano – Gn 27,5-13;
d)
A rivalidade que existia entre os irmãos –
Gn 27,35-36.41;
e)
A rebeldia de Esaú para com seu pai
tomando outra mulher das cananitas – Gn 28,8-9.
-
A família no contexto da
benção de Deus exerce papel fundamental – Sl 128.
“27,1-40: Jacó antes se aproveitou da
fome do irmão para lhe tirar o direito de primogenitura; agora, para roubar a
bênção patriarcal, ele se une à esperteza da mãe e aproveita a cegueira do pai.
O texto está preocupado em mostrar a supremacia de Israel, povo descendente de
Jacó, sobre Edom, povo descendente de Esaú.” – Pastoral Familiar.
CONCLUINDO
Observamos que a benção da promessa só foi dada a
Jacó depois que o engano tinha sido
desvendado – “Deus todo-poderoso te abençoe, te faça crescer e multiplicar,
de sorte que te tornes uma multidão de povos. Dê-te ele, como também à tua
posteridade, a bênção de Abraão, a fim de que possuas a terra onde moras, e que
Deus deu a Abraão.” – Gn 28,3-4.
Concluímos assim algumas lições importantes.
1. Deus
e fiel às suas promessas e planos;
2. Deus
é reto e justo e não aceita pecado;
3. A
vida do cristão só é de fato abençoada quando depender inteiramente do Senhor –
"É a bênção do Senhor que enriquece; o labor nada acrescenta a
ela". (Pr 10,22).
4. O
fato de alguém ser especial como o era Isaque não o isenta de pecar e se
afastar de Deus – Gn 21,6;26,9.
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