sexta-feira, 5 de abril de 2013

GÊNESIS - LIÇÃO 10 – ABRAÃO – o amigo de Deus.




O propósito de Deus em construir um grande povo foi edificado sobre a vida de Isaque, que, por sua vez, era filho da velhice de Abraão e da esterilidade de Sara. O filho tornou-se maior alegria da vida do casal. Prova disso foi o grande banquete que o patriarca deu, o qual revela o senso de realização da família – "O menino cresceu e foi desmamado. No dia em que foi desmamado, Abraão fez uma grande festa". (Gn 21,8), e também a rejeição do outro filho, Ismael – Gn 21,9-14.

Porem, Deus precisava deixar claro que nenhum de seus planos pode ser frustrado e mais uma vez experimentou Abraão. Vamos ver a fé de Abraão em relação à perpetuidade da semente eleita.

I.                    O DESAFIO DE ABRAÂO – Gn 22,1-2.

Da mesma forma que o ourives faz com o ouro, assim Deus fez com Abraão. Abraão enfrentou um grande desafio – tão difícil foi crê que da velhice e esterilidade pudesse gerar um filho. Agora Deus pede algo ainda mais generoso.

a)      Toma teu filho, teu único filho a quem tanto amas, Isaac” – v 2. 

Talvez, se Deus tivesse pedido a Ismael, fosse mais fácil. Isaque era a realização de Abraão.

b)      “Oferecerás em holocausto” – v 2.

Eu quero o filho de volta! Mas como? Deus há pouco tempo disse que a descendência seria chamada por Isaque – Gn "Mas Deus disse-lhe: “Não te preocupes com o menino e com a tua escrava. Faze tudo o que Sara te pedir, pois é de Isaac que nascerá a posteridade que terá o teu nome". (Gn 21,12). Será que se arrependeu? Será que não me ama mais? Que dúvidas terríveis assaltaram a mente do patriarca naquele momento? Será que Deus está esquecido de suas promessas?

c)      “À terra de Moriá” – v 2. 

Abrão neste momento estava em Bersabéia – "Abraão plantou um tamariz em Bersabéia e invocou ali o nome do Senhor, Deus da eternidade". (Gn 21,33). A terra de Moriá fica aproximadamente 80 km de Bersabéia. Nesse lugar futuramente seria construído o templo de Salomão – "Salomão começou a construção do templo do Senhor, em Jerusalém, no monte Moriá, para isso designado por Davi, seu pai, no mesmo lugar que Davi preparara, na eira de Ornã, o jebuseu". (2Cr 3,1).

Deus poderia ter dito a Abraão para sacrificar o filho ali mesmo e imediatamente, mas preferiu lança-lo numa jornada de três dias – "Ao terceiro dia, levantando os olhos, viu o lugar de longe". (Gn 22,4), carregando consigo todo este tempo a angústia da dúvida e da espera.






II.                  A DISPOSIÇÃO DE ABRAÃO – Gn 22,3-10.

1.      As dificuldades de Abraão.

Abraão tinha, com certeza, muitas dificuldades em relação à ordem de Deus. Hoff sugere as seguintes dificuldades.

Þ     O conflito entre o amor de pai e a obediência a Deus;
Þ     Ganhar em favor dos deuses sacrificando seres humanos era o conceito pagão;
Þ     Deus não deu nenhuma razão justificável pra tal pedido;
Þ     O pedido era contrario à promessa de posteridade.

2.      A Fé de Abraão.

Boas razões havia ara Abraão desobedecer, mas "no dia seguinte, pela manhã, Abraão selou o seu jumento. Tomou consigo dois servos e Isaac, seu filho, e, tendo cortado a lenha para o holocausto, partiu para o lugar que Deus lhe tinha indicado". (Gn 22,3).

Que experiência! Abraão creu em Deus e deu provas de sua fede duas maneiras:

Þ     Obedecendo prontamente à ordem de Deus – vv 3,4,9,10;
Þ     Testemunhando sobre a ordem de Deus;
·         Aos servos - “Ficai aqui com o jumento, disse ele aos seus servos; eu e o menino vamos até lá mais adiante para adorar, e depois voltaremos a vós.” (Gn 22,5)
·         Ao filho - "“Deus, respondeu-lhe Abraão, providenciará ele mesmo uma ovelha para o holocausto, meu filho.” E ambos, juntos, continuaram o seu caminho". (Gn 22,8).

Abraão se dispôs em nome da fidelidade de Deus. Ele creu no poder de Deus que poderia até ressuscitar a Isaque dentre os mortos - "Estava ciente de que Deus é poderoso até para ressuscitar alguém dentre os mortos. Assim, ele conseguiu que seu filho lhe fosse devolvido. E isso é um ensinamento para nós!" (Hb 11,19).

III.                A VITORIA DE ABRAÃO – Gn 22,11-19.

Deus não quer um corpo morto, mas um sacrifício vivo - "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual". (Rm 12,1)., e este foi a razão da contra ordem do céu - “Não estendas a tua mão contra o menino, e não lhe faças nada. Agora eu sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu próprio filho, teu filho único.” (Gn 22,12).

Tudo que Deus queria era rendição do seu servo. Queria que Abraão mostrasse que amava mais a Deus que seu Próprio filho e as promessas feitas.
A vitória do pai da Fé veio representada por três fatos:

a)      Deus afirma sua confiança no patriarca – v 12;
b)      Deus confirma a Abraão a sua fidelidade – vv 13-14;
c)      Deus confirma ao seu servo as suas promessas – vv 15-18.

“22,1-19: Deus tira todas as seguranças de Abraão, para lhe fazer sua promessa e entregar-lhe seu dom (cf. Gn 12,1-9 e nota). Muitos obstáculos parecem tornar impossível à realização desse dom e promessa (velhice, esterilidade). Quando a promessa começa a cumprir-se com o nascimento de Isaac, Abraão poderia acomodar-se e perder de vista o grande projeto, para o qual Deus o chamara. Por isso, Deus lhe pede um novo ato de fé que confirme sua obediência. Deus não promete nova segurança para o homem se acomodar; pelo contrário, desafia o homem a estar sempre alerta, a fim de relacionar-se com Deus e criar uma nova história. Só assim o projeto de Deus não será confundido com as limitações dos projetos humanos.” – Bíblia Pastoral.


CONCLUINDO

Abraão mais uma vez viu o Senhor de perto. Primeiro conheceu o El Shaddai – “Deus todo Poderoso” Gn 17,1 e depois conheceu a Jeová Jiré “O Senhor Proverá” – 22,14. Abraão era servo de Deus Todo Poderoso que provê todas as coisas.

Abraão teve ali o privilegio de vislumbrar a providencia de um sacrifício substituto que seria oferecido nas proximidades de monte Moriá em resgate da humanidade – "Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria". (Jo 8,56).


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